Mota-Engil excluída de concurso do metro de Bogotá após protesto de consórcio espanhol
Construtora foi desqualificada após consórcio espanhol ter protestado por alegados conflitos de interesses com empresas chinesas. Poderia ter sido o maior projeto da história da empresa.
A Empresa Metro de Bogotá (EMB) e a banca multilateral que vai financiar a construção da segunda linha do metro da capital da Colômbia desqualificaram o consórcio composto pela Mota-Engil e pela China Railway Rolling Stock Corporation (CRRC) do concurso para a adjudicação da obra, avança esta segunda-feira o Jornal de Negócios.
A decisão, tomada no final da semana passada, decorre de um protesto apresentado por um consórcio concorrente, formado pelas espanholas Sacyr, Acciona e CAF, relativo a um eventual conflito de interesses entre os restantes interessados que integram empresas chinesas. Em causa está o facto de a construtora estatal chinesa CCCC controlar diretamente uma empresa que faz parte de outro consórcio — a China Harbour Engineering Company Limited (CHEC), que concorria juntamente com a Xi’an Rail Transportation Group Company Limited — e, simultaneamente, ter uma participação na Mota-Engil. Tal daria à CCCC “a possibilidade de influenciar as duas propostas”, justificam a EMB e a banca multilateral.
O consórcio formado pela Mota-Engil e a CRRC foi um dos quatro pré-qualificados em agosto de 2023 no concurso para a construção e operação da nova linha de metro de Bogotá durante 30 anos, sendo que este projeto, de dois mil milhões de dólares (mais de 1,8 mil milhões de euros), seria o de maior dimensão até à data na história da construtora portuguesa. Na América Latina, o consórcio da empresa liderada por Carlos Mota dos Santos ganhou três contratos nos últimos anos para a construção de novas linhas de metro em Medellín (Colômbia), Monterrey e Guadalajara (México).
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