Fuga dos certificados provoca tombo de 22% no lucro dos CTT

Alteração das regras do Certificados de Aforro em junho de 2023 levou a uma queda abrupta na colocação de títulos e nos lucros dos CTT. Receitas do Expresso & Encomendas dispararam 44% nos nove meses.

O lucro líquido dos CTT CTT 0,00% desceu 21,9%, em termos homólogos, para 27,8 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, pressionado pela queda abrupta nas receitas com a subscrição de títulos da dívida pública, informou a empresa esta terça-feira.

“Os rendimentos operacionais dos serviços financeiros atingiram 17,4 milhões de euros nos nove meses, (-37,3 milhões de euros, uma queda homóloga de 68,2%“, referiu a empresa liderada por João Bento, em comunicado divulgado no site da CMVM.

Sublinhou que este desempenho é explicado pela menor colocação de dívida pública, nomeadamente certificados de aforro e certificados do tesouro poupança crescimento, apresentaram rendimentos de 7,2 milhões entre janeiro e setembro, menos 33,6 milhões que no mesmo período de 2023, um tombo de 82,4%.

As subscrições de Certificados de Aforro via CTT atingiram máximos históricos na primeira metade de 2023, num ambiente de taxas de juro elevadas, um feito muito difícil de replicar pelos Correios este ano, depois de o anterior Governo ter cortado a remuneração deste produto de dívida pública.

Os CTT sublinharam esta segunda-feira que, no entanto, “os volumes de colocação de dívida pública aumentaram significativamente a partir de outubro, graças à mudança no limite máximo de aplicação em Certificados de Aforro por subscritor (de 50 mil euros para 100 mil euros).

Em entrevista ao ECO no dia em que as alterações entraram em vigor, a 7 de outubro, João Bento disse que os CTT esperam o retorno da “grande afluência aos Certificados de Aforro“.

Os CTT recordaram que realizaram campanhas de marketing ao longo dos últimos meses, destacando a atratividade dos Certificados de Aforro quando comparados com outras alternativas.

Lançaram também em julho, a plataforma online de subscrição de títulos de dívida pública através da app CTT, “que tem crescido significativamente no número de utilizadores, dada a sua elevada conveniência para os aforristas”.

Expresso & Encomendas batem recorde

O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – caiu 4,3% para 110,6 milhões de euros, adiantou a empresa liderada por João Bento.

Nos primeiros 9 meses de 2024 os rendimentos operacionais atingiram 792,3 milhões de euros, uma subida de 76,8 milhões (10,7%), “uma evolução que reflete um desempenho recorde de Expresso e Encomendas e crescimento sustentado no Banco CTT“.

A Logística atingiu 678,6 milhões de euros tendo representado 86% dos rendimentos totais dos CTT. O Expresso e Encomendas alcançou 330,5 milhões de euros, registando um aumento de 44,%.

Os rendimentos do Correio e Outros aumentaram 3,2% em termos homólogos fruto do bom desempenho do correio endereçado (+2,1%), das soluções empresariais (+13%) e pagamentos (+9,1%).

As receitas do Banco CTT atingiram 96,3 milhões nos nove meses, um aumento de 2,5%. Excluindo o impacto da saída da parceria do cartão Universo, o crescimento dos rendimentos operacionais teria sido 14,5%, explicou a empresa.

O terceiro trimestre foi de recordes a nível de volumes, receita e margem, “antecipando-se assim um forte desempenho na peak season, no quarto trimestre“, vincou.

No período entre julho e setembro as receitas subiram 14% para 267,9 milhões de euros, com o EBITDA a avançar 12,2% para 39,8 milhões.

Antes da divulgação dos resultados, as ações dos CTT fecharam a subir 1,20% para 4,225 euros cada, numa sessão em que o índice PSI recuou 0,27%.

(Notícia atualizada às 17h55)

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