Kiev diz que Rússia lançou pela primeira vez míssil balístico intercontinental

O exército ucraniano diz que o lançamento ocorreu durante a noite a partir da região russa de Astracã, mas uma fonte anónima desmente Kiev e afirma que se tratou apenas de um míssil balístico.

A força aérea ucraniana afirmou esta quinta-feira que a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental pela primeira vez durante a guerra. O lançamento terá ocorrido durante a noite, a partir da região russa de Astracã, que fica a sudeste de Volgogrado, que faz fronteira com o Mar Cáspio.

Os mísseis balísticos intercontinentais têm um alcance de milhares de quilómetros e podem transportar carga convencional ou nuclear.

Sem dar pormenores sobre eventuais vítimas ou danos provocados pelo míssil balístico intercontinental, o exército ucraniano referiu apenas que os ataques russos da última noite visaram “empresas e infraestruturas críticas em Dnipro” e que conseguiu abater seis mísseis de cruzeiro Kh-101.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou comentar as alegações das autoridades ucranianas, dizendo que as perguntas sobre o assunto deveriam ser dirigidas ao Ministério da Defesa da Federação Russa.

No entanto, em declarações à estação norte-americana ABC News, uma fonte anónima disse que o ataque das forças russas não parecia ser um míssil balístico intercontinental, tratando-se antes de um míssil balístico.

A confirmar-se o lançamento de um míssil balístico intercontinental pelas forças russas, este ocorre numa altura em que se receia que o conflito na Ucrânia possa agravar-se. Esta semana, o exército ucraniano lançou pela primeira vez mísseis norte-americanos ATACMS contra alvos na Rússia, dias após o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter autorizado a utilização destas armas de longo alcance.

Horas depois de Moscovo ter anunciado que tinha abatido alguns dos mísseis ATACMS, o Kremlin anunciou que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha assinado um decreto que abre caminho à utilização de armas nucleares em resposta a uma “agressão por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear”.

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