A competitividade europeia tem de ser uma preocupação dos gestores, diz McKinsey

O atraso competitivo da Europa não pode ser apenas um tema de Bruxelas e tem de passar também pelos conselhos de administração, afirmam responsáveis da McKinsey.

Reduzir o fardo regulatório, criar um verdadeiro mercado único, promover uma maior consolidação na Europa ou mobilizar poupanças para investir nas empresas são algumas das medidas defendidas pela McKinsey para melhorar a competitividade da Europa e reduzir o fosso para os Estados Unidos. Uma discussão que também tem de passar pelos conselhos de administração das empresas.

O reforço da competitividade da União Europeia não passa apenas pelos decisores políticos. “Todos os conselhos de administração terão de falar sobre geopolítica e competitividade“, afirmou Massimo Giordano, managing partner para a Europa da McKinsey, durante um evento da consultora com jornalistas, em Londres. “Há muita coisa que o setor privado pode fazer”, acrescentou.

Vivemos numa economia política. Num mundo bilateral as regras vão mudar muito depressa. Cada vez mais os CEO terão de intervir nessa economia política.

Sven Smith

Chair do McKinsey Global Institute

“Vivemos numa economia política. Num mundo bilateral as regras vão mudar muito depressa. Cada vez mais os CEO terão de intervir nessa economia política”, considerou Sven Smith, chair do McKinsey Global Institute.

Estamos numa era em que o valor será criado não só navegando a tendência mas também os choques. Quão robusto é o balanço e quão rápido é o processo de decisão?”. Para Michael Birshan, global co-Leader da McKinsey’s Strategy & Corporate Finance Practice, são estas as questões que vão fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso.

A Europa está obrigada a acelerar a sua competitividade. Para a McKinsey, é preciso seguir as recomendações deixadas nos relatórios coordenados por Mario Draghi e Enrico Letta.

Há três coisas essenciais: união do mercado de capitais, um verdadeiro mercado único (se perguntarmos às empresas elas dizem que não existe de facto porque as regras diferem de país para país) e menos regulação”, enumerou Massimo Giordano.

Mobilizar poupanças e fundos de pensões

“A competitividade é uma discussão nos conselhos de administração e não só em Bruxelas”, destaca também Solveigh Hieronimous, senior partner da McKinsey, acrescentando outro ingrediente essencial: a fusão e aquisição de empresas para ganhar escala.

A consolidação das empresas vai ser muito importante, dentro dos países e transfronteiriça. Nos EUA há quatro empresas de telecomunicações, na Europa há 400″, afirmou a sócia sénior da consultora americana.

O relatório Draghi aponta que a Europa precisa de investir anualmente 800 mil milhões de euros para não perder competitividade. Massimo Giordano considera que há muito dinheiro nos fundos de capital de risco que pode ser mobilizado para esse investimento, mas não só.

Se fôssemos capazes de mobilizar parte das poupanças e do dinheiro dos fundos de pensões para o investimento em empresas ajudaria imenso.

Massimo Giordano

Managing partner para a Europa da McKinsey

“Se fôssemos capazes de mobilizar parte das poupanças e do dinheiro dos fundos de pensões para o investimento em empresas ajudaria imenso”, defendeu o managing partner para a Europa da McKinsey, sugerindo a criação de incentivos fiscais.

Outra área onde a Europa tem ficado para trás face aos EUA é no desenvolvimento de novas tecnologias, como a inteligência artificial generativa. Ainda que as grandes plataformas sejam americanas, “o que vai fazer a diferença é a aplicação da tecnologia”.

O jornalista viajou a convite da McKinsey

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