União Europeia paga 20 milhões por ano para pescar no mar da Guiné-Bissau

  • Lusa
  • 16 Maio 2024

A União Europeia vai ainda desembolsar um total de 22,5 milhões de euros para apoiar o setor das pescas e da economia azul, construção de infraestruturas de referência, fiscalização marítima do país.

A Guiné-Bissau e a União Europeia assinaram esta quinta-feira um novo protocolo de acordo no domínio das pescas que vai permitir ao país africano receber, nos próximos cinco anos, uma receita total de 100 milhões de euros. O protocolo, fruto de três rondas negociais, foi rubricado num hotel de Bissau entre o ministro das Pescas e Economia Marítima guineense, Mário Musante, e o embaixador da União Europeia em Bissau, Artis Bertulis.

Na sua intervenção, o diplomata europeu saudou o novo acordo, salientando que permitirá à Guiné-Bissau subir de 15,6 para 17 milhões de euros o valor direto anual no Orçamento Geral de Estado.

Além desse valor, a União Europeia irá desembolsar um total de 22,5 milhões de euros para apoiar o setor das pescas e da economia azul, construção de infraestruturas de referência, fiscalização marítima, combate à pesca ilegal e não regulamentada e ainda para ajudar as comunidades marítimas, disse.

Este é um acordo que satisfaz ambas as partes”, sublinhou o embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau. À luz de um acordo de parceria, que Artis Bertulis sublinhou existir há cerca de cinquenta anos, navios de empresas portuguesas, espanholas, francesas, italianas e gregas pescam nas águas da Guiné-Bissau.

O ministro das Pescas guineense destacou “os esforços físicos e mentais” desenvolvidos por técnicos das duas partes durante as três rondas negociais, que, salientou, não foram fáceis, “até que se encontrou uma posição de equilíbrio”. “O novo protocolo estabelece melhorias financeiras e traça novas perspetivas para um trabalho em conjunto”, afirmou Musante, apontando para o compromisso de integração de armadores europeus no mercado guineense.

O governante destacou o entendimento no sentido de as duas partes trabalharem em conjunto para “eliminar os constrangimentos técnicos e sanitários” para permitir que a Guiné-Bissau passe a exportar o seu pescado diretamente para o mercado europeu. “A União Europeia é e será um dos maiores parceiros estratégicos da Guiné-Bissau para a construção da paz, desenvolvimento e progresso”, observou Mário Musante.

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Bolsas nos EUA batem máximos históricos à boleia da força do “touro”

Os três principais índices acionistas de Wall Street superaram recentemente os seus máximos históricos e continuam a subir à boleia das perspetivas otimistas dos investidores.

Os principais índices acionistas dos EUA bateram recentemente os seus máximos históricos. Exemplo disso é o Dow Jones Industrial Average (Dow 30), que esta quinta-feira, pela primeira vez em 128 anos de existência, superou a barreira dos 40 mil pontos.

As expectativas de cortes nas taxas de juro previstas pelos investidores para setembro, aliado ao entusiasmo em torno da inteligência artificial, têm dado força ao otimismo do mercado nas últimas sessões de bolsa em Wall Street, levando os vários índices a alcançarem, consecutivamente, novos máximos.

O feito alcançado pelo Dow 30 representa um marco significativo nos mercados, numa altura em que as ações norte-americanas atravessam uma tendência de subida (bull) que se iniciou em outubro de 2022 – apesar de uma ligeira retração em abril com os investidores a mostrarem-se preocupados com a política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).

Este ano, desde 1 de janeiro, o Dow 30 acumula uma valorização superior a 6%, enquanto o Nasdaq e o S&P 500 sobem 11% cada.

O Dow 30, que agrega as 30 maiores empresas industriais dos EUA, foi criado em 1896 por Charles Dow, editor do The Wall Street Journal e fundador do Dow Jones & Company, e é o mais antigo dos três principais índices de Wall Street.

Esta quinta-feira, o histórico índice acionista está a subir 0,2%, encontrando-se a negociar nos 40.051 pontos, como resposta à expectativa dos investidores de que, brevemente, a Reserva Federal (Fed) fará os primeiros cortes nas taxas de juro e de que as pressões inflacionistas continuem a minguar.

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“O alcance dos 40.000 pontos é um testemunho das capacidades de formação de capital, inovação, crescimento dos lucros e resiliência económica”, afirmou John Lynch, diretor de investimentos da Comerica Wealth Management, à Bloomberg.

Além do Dow 30, também o S&P 500 está a ser empurrado pelo “Touro”, tendo atingido na quarta-feira um novo recorde, ao fechar acima dos 5.300 pontos pela primeira vez. Esta quinta-feira, o índice está a valorizar 0,1% na quinta-feira.

Também a acompanhar esta tendência segue o tecnológico Nasdaq Composite, estando atualmente a negociar com uma valorização de 0,1% para um máximo histórico de 16.767 pontos. Desde 8 de março que o Nasdaq Composite já fechou por 32 ocasiões acima do máximo histórico de 16.057 pontos que perdurava desde 19 de novembro de 2021.

Este ano, desde 1 de janeiro, o Dow 30 acumula uma valorização superior a 6%, enquanto o Nasdaq e o S&P 500 sobem 11% cada. A Walmart tem sido uma das grandes responsáveis por levar o Dow 30 para lá da barreira dos 40 mil pontos, estando esta quinta-feira a disparar 6% na bolsa de Nova Iorque, graças aos fortes resultados do primeiro trimestre fiscal. A maior retalhista do mundo regista uma valorização de 26% no acumulado do ano.

Destaque ainda para as ações da American Express e da Amazon.com (que se juntou ao Dow 30 no primeiro trimestre), que acumulam uma valorização de 29% e 22,4%, respetivamente, desde o início do ano.

Entre as três dezenas que constituem o Dow 30, apenas nove apresentam uma rendibilidade negativa desde a primeira sessão do ano. É disso exemplo as ações da Boeing e da Intel, as “lanternas vermelhas” do índice, que registam até à data perdas de 32% e 38%, respetivamente.

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Empresários do Porto pedem ao Governo obras no Aeroporto Francisco Sá Carneiro

Empresários do Porto pedem obras no aeroporto nortenho e garantem que pode responder à procura enquanto a futura infraestrutura em Alcochete estiver em construção.

Face ao anúncio do Governo em construir o novo aeroporto em Alcochete, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Associação Comercial do Porto (ACP) pedem ao Executivo de Montenegro para avançar “de imediato” com obras prioritárias de ampliação e melhoria do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, que tem um grande “potencial de crescimento” e de complementaridade “por custos mínimos“. Estas empreitadas permitirão à infraestrutura nortenha responder depois à procura no país enquanto o futuro aeroporto estiver em construção, uma vez que o atual aeroporto da Portela está em modo de “saturação”.

Os empresários argumentam que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro assume uma enorme importância estratégica e, por isso, pedem ao Executivo de Montenegro para “reavaliar do potencial de complementaridade” desta infraestrutura. Num comunicado conjunto, a AEP e a ACP justificam que as obras nesta infraestrutura aeroportuária iriam “permitir aumentar a capacidade de resposta do país durante o período de construção do novo aeroporto, que o Aeroporto Humberto Delgado não permite assegurar, tendo em conta a saturação da sua capacidade de resposta à crescente procura”.

Por isso mesmo, “a par desta decisão de construir o novo Aeroporto Luís de Camões, a AEP e a ACP apelam ao Governo para não ignorar a importância estratégica que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem para o país, servindo em particular as regiões portuguesas mais industrializadas, fortemente exportadoras e que geram excedentes na sua balança comercial, bem como a eurorregião do Norte de Portugal e Galiza”.

A AEP e a ACP apelam ao Governo para não ignorar a importância estratégica que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem para o país, servindo em particular as regiões portuguesas mais industrializadas, fortemente exportadoras e que geram excedentes na sua balança comercial, bem como a eurorregião do Norte de Portugal e Galiza.

Associação Empresarial de Portugal (AEP) e Associação Comercial do Porto (ACP)

Apesar de congratularem o Governo pela decisão da localização do novo aeroporto, os empresários nortenhos pedem que não se esqueça do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e que avance “de imediato com os investimentos que, por diversas vezes”, estas duas entidades nortenhas já sinalizaram juntamente com outras entidades públicas e privadas.

A AEP e a ACP entendem, por isso, que o “Governo deve reavaliar, em termos estratégicos, o importante papel do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que tem ainda um potencial de crescimento por custos mínimos, e avançar de imediato com os investimentos que, por diversas vezes, a AEP e a ACP sinalizaram, juntamente com outras entidades, públicas e privadas, nomeadamente no âmbito do Grupo de Trabalho para a Conectividade Aérea da Região Norte”.

Em causa estão, elencam, “obras de ajustamento necessário, ampliação e melhoramento desta importante infraestrutura aeroportuária, que é o Aeroporto Francisco Sá Carneiro”.

Mesmo assim, os empresários congratulam o Executivo “pela decisão de avançar com uma solução para ultrapassar os constrangimentos da infraestrutura aeroportuária da capital – que o país anda a discutir há meio século –, a qual passa pela construção do novo Aeroporto Luís de Camões, mantendo temporariamente o Aeroporto Humberto Delgado e aumentado a sua capacidade até que esteja operacional”.

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Lucros da Navigator baixam 11% para 64 milhões no arranque do ano

O volume de negócios crescer 7% para os 536 milhões. A divulgação de resultados surge um dia após a aquisição da Accrol, cuja tomada de posse da gestão está prevista prevista para 24 de maio.

A Navigator fechou o primeiro trimestre do ano com lucros de 64,1 milhões de euros, um resultado que fica 10,6% abaixo dos 71,7 milhões de euros reportados nos primeiros três meses de 2023, avançou a empresa, que concluiu ontem a aquisição da britânica Accrol por 152 milhões de euros e cuja tomada de posse da nova gestão está prevista para 24 de maio. Já as vendas aumentaram cerca de 7% para 536,4 milhões de euros no arranque do ano.

Já o EBITDA atingiu os 133 milhões, um crescimento de 2% face aos 131 milhões de euros registados no período homólogo e de 7% em relação aos 125 milhões nos últimos três meses de 2023, com a margem EBITDA a situar-se em 25%, “beneficiando da redução dos custos variáveis e do aumento de volumes”, justifica a papeleira.

“Os resultados do 1º trimestre de 2024 evidenciam um arranque muito positivo, com a procura de pasta e papéis a manter a evolução favorável que já se fazia sentir no 2º semestre de 2023“, adianta a empresa em comunicado.

Segundo a empresa, o 1º trimestre foi marcado ainda pela evolução positiva dos preços de referência da pasta e papel, “sustentada pelas referidas dinâmicas verificadas na procura a que se adicionaram relevantes restrições na oferta, nomeadamente stocks baixos no início do ano, greves na Finlândia e as restrições no Mar Vermelho”.

A Navigator destaca que, “na segunda metade do ano pode registar-se um abrandamento, não obstante um conjunto de eventos que normalmente potenciam o consumo”. “No segmento de papel, é esperada para o 2º trimestre uma desaceleração do ritmo de crescimento da carteira de encomendas, crescimento que se tem vindo a verificar a partir de setembro de 2023″, reconhece a empresa.

O volume de vendas de papel e packaging atingiu 354 mil toneladas (+10% face ao 4º trimestre e +29% face ao 1º trimestre de 2023), tendo o valor das vendas apresentado um crescimento de 12% face ao último trimestre e 9% face ao período homólogo. Já o volume de vendas de pasta foi de 110 mil toneladas, o que representa um crescimento de 20% quer em relação ao trimestre homólogo, quer face aos três meses anteriores.

A geração de cash flow livre no trimestre foi de cerca de 46 milhões de euros, um valor que compara com cerca de 31 milhões no período homólogo. “O volume de geração de cash tem-se mantido elevado, mesmo com a moderação inerente à continuação de uma política de suporte à liquidez dos nossos parceiros (expressa na redução de saldos de fornecedores) e não obstante o volume desembolsado para investimento no período”, justifica.

O endividamento líquido no final do trimestre foi de 444 milhões de euros, face aos 351,4 milhões de euros registados no arranque de 2023.

Tomada de posse na Accrol na próxima semana

A divulgação de resultados trimestrais ocorre apenas um dia após a companhia ter revelado que concluiu a aquisição da totalidade do capital da britânica Accrol por 152 milhões de euros. “A Oferta foi aprovada na Audiência de Tribunal com 99,12% dos votos, e a deliberação que aprovou a Oferta em Assembleia Geral foi tomada por 99,17% dos votos presentes, viabilizando a aquisição de 100% do capital social da empresa”, informou a empresa liderada por Antonio José Pereira Redondo em comunicado enviado à CMVM.

A Navigator realça que a Accrol é líder no segmento de transformação de papel tissue no Reino Unido, produzindo rolos de papel higiénico, rolos de cozinha e lenços faciais de marca própria para a maioria dos principais retalhistas no Reino Unido e a conclusão da operação “vem no seguimento da estratégia de diversificação do Grupo”.

“A Navigator vê a Accrol como uma oportunidade atrativa para entrar no mercado britânico, através da aquisição de uma empresa líder no setor de transformação de papel tissue, com vantagens competitivas, valores complementares e forte alinhamento com a Navigator”, aponta a papeleira no comunicado de resultados trimestrais.

A Navigator prevê que o grupo combinado gerará mais de 580 milhões de euros em vendas neste segmento, com o mercado do Reino Unido a contribuir com cerca de 50% do volume total de negócio de tissue. A tomada de posse da gestão da Accrol está prevista para 24 de maio.

Notícia atualizada às 18h07

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Caixa quer dar mais 300 milhões em dividendos ao Estado

Banco público prepara-se para entregar 525 milhões de euros sob a forma de dividendo ao Estado, mas pretende dar mais 300 milhões. Macedo adianta que não teve nenhuma instrução de Medina.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) prepara-se para entregar 525 milhões de euros ao acionista Estado com base nos lucros do ano passado, mas quer dar mais 300 milhões, adiantou o CEO Paulo Macedo, revelando que nenhuma decisão foi ainda tomada.

“Queremos completar o dividendo com os 300 milhões adicionais para dar os 2.500 milhões” da ajuda pública de 2017, afirmou Paulo Macedo na apresentação dos resultados do primeiro trimestre.

Quando for possível, dependendo do acionista, dos reguladores, pagar os 300 milhões que faltam para liquidar. Temos de falar com o acionista que ainda não falamos”, acrescentou, frisando que não há qualquer deliberação nesse sentido, apenas uma intenção, mas sem referir se tenciona pagar já este ano (seria um dividendo extraordinário) ou no próximo ano.

Paulo Macedo revelou que já teve uma reunião com a nova tutela, mas o assunto dos dividendos não foi tema de conversa. “Espero que [o governo] fale e conheça a nossa intenção, como o anterior [governo] conhecia”, contou o líder da Caixa.

Por outro lado, Paulo Macedo afastou que tenha recebido qualquer instrução da tutela anterior para reforçar o dividendo. Fernando Medina tem estado no centro da polémica por ter instruído várias empresas públicas a pagarem dividendos extraordinários com o objetivo de melhorar as contas públicas, incluindo a Águas de Portugal, onde a Caixa detém uma participação de 19%.

Macedo disse ainda que, em sete anos à frente da Caixa, nunca teve qualquer acionista a dizer “para dar crédito ou vote assim”, depois de questionado sobre se recebeu ordens para votar na assembleia geral da Águas de Portugal no sentido de aprovar o dividendo extra de 100 milhões.

A Caixa anunciou esta quinta-feira lucros de quase 400 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, uma subida de 38% em comparação com o mesmo período de 2023.

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Bruxelas abre investigação ao aço chinês por concorrência desleal

  • Lusa
  • 16 Maio 2024

“As fábricas chinesas têm inundado o mercado da UE, pelo menos nos últimos quatro anos, a preços de dumping", alerta a Eurofer.

A Comissão Europeia iniciou uma nova investigação antidumping por alegada concorrência desleal de produtos siderúrgicos da China, anunciou a Associação Europeia do Aço, argumentando que “as fábricas chinesas têm inundado o mercado comunitário”, pressionando os produtores europeus.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a Associação Europeia do Aço (Eurofer, na sigla inglesa) dá conta de “uma nova investigação antidumping sobre as importações de produtos siderúrgicos estanhados provenientes da China” lançada pela Comissão Europeia, falando num “passo importante para restabelecer condições de concorrência equitativas para os produtores” da União Europeia (UE).

Citado pela nota, o diretor-geral da Eurofer, Axel Eggert, afirma que “as fábricas chinesas têm inundado o mercado da UE, pelo menos nos últimos quatro anos, a preços de dumping, de flandres”, um material laminado composto por ferro e aço e revestido com estanho. Axel Eggert explica que esta situação “exerce uma enorme pressão sobre os produtores da UE, que foram forçados a reduzir os seus preços independentemente da evolução dos custos”.

Uma vez que o aço está no centro de muitas cadeias de valor, o impacto dos produtos siderúrgicos objeto de dumping provenientes de países terceiros não é apenas um problema para o nosso setor, mas é sistémico para a economia e o emprego da UE em geral”, alerta o responsável.

De acordo com a Eurofer, as importações provenientes da China de flandres a preços mais baixos afetam as margens de lucro dos produtores europeus, o que resulta numa redução dos volumes de produção, da utilização da capacidade e da quota de mercado, prejudicando os produtores de aço da UE. “A indústria da UE perdeu um quarto do seu volume de vendas entre 2021 e 2023, enquanto a parte de mercado do consumo da UE absorvida pelas importações chinesas mais do que duplicou no mesmo período”, adianta a associação na nota.

Há duas semanas, a propósito da visita do Presidente chinês à Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vincou que a UE “não pode” continuar a aceitar avultadas subvenções chinesas, que causam concorrência desleal face a empresas europeias, vincando que os desequilíbrios comerciais “têm de ser resolvidos”.

O anúncio de hoje surge numa altura em que a UE realiza várias investigações a alegadas subvenções chinesas ilegais a empresas que operam no bloco comunitário. Em causa está desde logo uma recente investigação a suspeitas de comércio desleal de biocombustível proveniente da China no mercado único, com Bruxelas a impor medidas retaliatórias, como tarifas aduaneiras, caso se verifique dumping (venda a preço inferior ao de custo).

Estão ainda a ser analisados alegados subsídios ilegais a fabricantes chineses de turbinas eólicas em Espanha, Grécia, França, Roménia e Bulgária. Mais avançada está a investigação iniciada em outubro passado às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis elétricos, veículos que entraram rapidamente no mercado da UE e que são vendidos a um preço bastante menor que os dos concorrentes comunitários.

Em 2022, as trocas comerciais europeias com a China foram marcadas por um défice comercial de cerca de 396 mil milhões de euros, um máximo de pelo menos 10 anos, dadas as importações comunitárias de 626 mil milhões de euros e as exportações para o bloco chinês de 230 mil milhões.

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A Betano tem nova imagem. José Almeida, marketing manager, explica a estratégia

No ano em que se associa ao Euro 2024, a patrocinadora dos três grandes tem uma nova identidade. José Almeida, marketing manager da Betano Portugal, explica a estratégia.

A Betano, plataformas de apostas desportivas presente em Portugal há cinco anos, tem uma nova imagem. O rebranding foi feito pelo londrino Nomad e pretende conferir à patrocinadora oficial do Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal um caráter mais moderno e alinhado com a linguagem das grandes marcas mundiais.

Pela primeira vez patrocinadora do Euro 2024, a marca vai expor o troféu ao Colombo, no dia 2 de junho. Durante todo o período do Europeu vai também promover um evento, na Doca da Marinha, no qual os adeptos podem assistir aos jogos. Nas camisolas dos jogadores, a estreia da nova identidade será visível no próximo jogo do Sporting.

José Almeida, marketing manager da Betano Portugal, explica a estratégia.

Estão a completar cinco anos em Portugal, data que coincide com um rebranding. Porquê este rebranding e como vai ser comunicado?

Acreditamos que esta nova identidade, trabalhada globalmente e que incorpora uma série de ativos do ponto de vista visual, torna a nossa marca mais moderna, contemporânea e a aproxima, do ponto de vista estético, da linguagem das grandes marcas mundiais, de diferentes categorias.

Vamos comunicar este novo logo já no último jogo da época do Sporting, mas, de forma mais alargada, a partir do início de junho, com a campanha do Euro 2024.

Qual a estratégia em termos de reforço de posicionamento?

O posicionamento da marca Betano, independentemente do mercado em que opera, é playful confidence. Somos, efetivamente, uma marca de entretenimento, moderna, muito segura da qualidade do produto e serviço que oferece e para todos os jogadores. Acredito que esta nova identidade vem reforçar todos estes pilares e que será também refletido na perceção que os consumidores têm da marca.

Quais serão as principais apostas da marca para este ano?

Para este ano, a principal aposta da Betano passa por continuar a ocupar o território do futebol, nomeadamente a apoiar e a desenvolver uma série de iniciativas com os principais clubes em Portugal, Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal. Esta estratégia tem vindo a permitir aproximar a marca dos adeptos, algo que tem sido fundamental para estabelecer uma relação emocional com os nossos consumidores.

Nesse sentido, foi com grande entusiasmo que nos associámos a duas das principais competições de futebol internacional este ano, o UEFA Euro 2024 e a Copa América CONMEBOL 2024. Estamos certos de que serão acontecimentos marcantes para a estratégia da Betano a nível global e que traduzem na perfeição o caminho de crescimento que temos vindo a trilhar ao longo dos últimos anos.

Em paralelo, continuamos comprometidos em investir em projetos de responsabilidade social, como os “Heróis Betano”, uma iniciativa que nos tem permitido fazer uma diferença tangível na comunidade local e promover projetos e ambições desportivas junto de atletas amadores, que normalmente não têm os recursos necessários para alcançar os seus sonhos, mas que acabam por partilhar connosco aquilo que mais nos motiva diariamente no nosso trabalho, a paixão incondicional pelo desporto.

São patrocinadores do Europeu de Futebol e também da Copa América CONMEBOL. Em Portugal, como é que este primeiro patrocínio vai ser ativado?

Para além de uma série de contrapartidas de visibilidade para a marca, temos dois grandes momentos de ativação, a começar com a presença do Troféu do Euro no dia 2 de junho, que estará exposto no Centro Comercial Colombo, entre as 11h30 e as 23h, acessível a todos os fãs de futebol que queiram ver a taça ou mesmo tirar fotografias.

Um segundo momento, de grande relevância, será o evento que estamos a organizar na Doca da Marinha, em Lisboa, e que irá decorrer durante todo o período do Europeu, em que os adeptos se poderão juntar e assistir aos jogos.

Enquanto marca, como é que a Betano vai apostar na diferenciação a curto/médio prazo?

Num mercado altamente concorrencial, acredito que temos vindo a marcar a diferença e que essa diferença se tem traduzido num crescimento da marca. O nosso foco passa por melhorar a experiência de entretenimento dos nossos consumidores através de uma oferta melhorada dos nossos produtos e serviços, recorrendo sempre à inovação. A título de exemplo, lançámos este ano os primeiros jogos de casino associados a clubes de futebol, neste caso os três grandes: FC Porto, SL Benfica e Sporting CP.

Procuramos sempre adotar as melhores funcionalidades, salvaguardando as práticas de jogo responsável, que reforçamos constantemente junto dos nossos clientes. Como um dos nossos principais focos é também o impacto na comunidade, já falámos nos Heróis Betano, mas temos investido igualmente em outros projetos de responsabilidade social, como a criação da INZONE no Estádio do Dragão, focada em ajudar pessoas com dificuldades no processamento da informação sensorial.

Em 2024, continuaremos a estar ao lado dos portugueses para oferecer o melhor produto de entretenimento e estaremos atentos às suas necessidades enquanto comunidade, comprometidos em investir em iniciativas que tenham um impacto positivo.

 

 

 

 

(*Cargo retificado marketing manager em vez de diretor de marketing, a terminologia inicialmente utilizada pela marca)

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Dinamarca aprova novo pacote de ajuda militar de 750 milhões para Kiev

  • Lusa
  • 16 Maio 2024

"É um pacote bastante grande, somos atualmente o país que fornece o maior apoio militar à Ucrânia em termos proporcionais", disse Rasmussen.

A Dinamarca vai enviar um novo pacote de ajuda militar no valor de 5,6 mil milhões de coroas dinamarquesas (750 milhões de euros) à Ucrânia, anunciou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen.

Metade do valor destina-se a defesa aérea e o restante na compra de artilharia, granadas e minas, segundo afirmou Rasmussen no final de uma reunião da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros, na qual a medida do Governo recebeu o apoio da maioria dos deputados. “É um pacote bastante grande, somos atualmente o país que fornece o maior apoio militar à Ucrânia em termos proporcionais”, disse Rasmussen.

Trata-se do 18.º pacote de ajuda aprovado pela Dinamarca desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e impõe como condição que parte do apoio seja gasta em compras diretas às indústrias de defesa ucranianas.

Em março do ano passado, o parlamento dinamarquês aprovou o Fundo Ucrânia, com uma dotação de 64,8 mil milhões de coroas dinamarquesas (8,684 mil milhões de euros) para ser usado entre 2023 e 2028. A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

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Biden recusa entregar ao Congresso dos EUA gravação de depoimento judicial

  • Lusa
  • 16 Maio 2024

O procurador especial reportou, como exemplo, que o presidente, durante o interrogatório, já não se lembrava do ano da morte do seu filho mais velho, Beau.

O presidente dos EUA, Joe Biden, rejeitou esta quinta-feira um pedido de comissões do Congresso controladas pelos adversários republicanos para fornecer a gravação do seu depoimento perante um procurador especial.

O procurador especial Robert Hur recomendou – no seu relatório de 388 páginas, divulgado em fevereiro – que Biden, de 81 anos, visse arquivado um caso de retenção ilegal de documentos confidenciais, mas mencionou que se tratava de um processo envolvendo um “homem idoso com falhas de memória”. Por recomendação do seu procurador-geral federal, Merrick Garland, Biden invocou as suas “prerrogativas como chefe do executivo” para rejeitar este pedido, informou o consultor jurídico da Casa Branca, Ed Siskel, aos líderes republicanos dos comités de Congresso.

“A falta de uma necessidade legítima para solicitar estas gravações de áudio expõe o seu objetivo provável: tirá-las de contexto, distorcê-las e usá-las para fins partidários”, escreveu Ed Siskel, na mensagem enviada aos líderes dos dois comités, Jim Jordan e James Comer. Garland justificou a sua recomendação de invocar as prerrogativas do executivo, alegando que ceder aos pedidos do Congresso teria “prejudicado a capacidade de conduzir investigações sensíveis no futuro”.

Nomeado em janeiro de 2023 por Garland, o procurador especial concluiu no seu relatório que Joe Biden “manteve e divulgou conscientemente documentos confidenciais após a sua vice-presidência, enquanto era cidadão comum”. Contudo, no relatório, o procurador argumentou que “uma acusação não se justificava”, acreditando que um júri daria o benefício da dúvida a “um idoso simpático, bem-intencionado e com má memória”.

O procurador reportou, como exemplo, que o presidente, durante um interrogatório, já não se lembrava do ano da morte do seu filho mais velho, Beau. Os democratas no Congresso criticaram o relatório, dizendo que os comentários eram “gratuitos” e com “motivações políticas”, mas os seus adversários republicanos na Câmara dos Representantes exploraram imediatamente o relatório para defender que Joe Biden era “inapto” para exercer as suas funções de presidente.

Durante uma audiência em março, perante as duas comissões da Câmara dos Representantes, Robert Hur justificou os seus comentários às falhas de memória de Biden. “Não higienizei a minha explicação, nem denegri injustamente o presidente”, assegurou o procurador.

A nomeação do procurador especial em janeiro de 2023 seguiu-se à descoberta de documentos confidenciais datados da época em que Joe Biden era vice-presidente (2009-2017), nomeadamente sobre o envolvimento militar norte-americano no Afeganistão, na sua residência em Wilmington, no Delaware, bem como num antigo escritório.

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Vista Alegre financia-se em 60 milhões de euros junto de 2.320 investidores

A emissão de 60 milhões de euros em obrigações a cinco anos conta com um custo de 5,3% ao ano e uma procura 1,33 vezes acima da oferta.

A emblemática empresa portuguesa Vista Alegre, conhecida mundialmente pela sua produção de porcelanas e cristais de alta qualidade, concluiu com sucesso uma Oferta Pública de Subscrição (OPS) de obrigações com maturidade a 20 de maio de 2029.

Esta operação permitiu à empresa captar 60 milhões de euros, que serão utilizados para financiar a sua atividade corrente e projetos de investimento, junto de 2.320 pequenos investidores, segundo informação disponibilizada esta quinta-feira pela Euronext.

As novas obrigações contam com uma taxa de cupão de 5,3% e a sua rendibilidade está também ligada ao cumprimento de alguns objetivos relacionados à sustentabilidade por parte da empresa até 2028, em que caso não sejam cumpridos “a Vista Alegre pagará uma remuneração adicional de 1,25 euros por cada obrigação ‘Vista Alegre 2029’ na data de reembolso destas”, refere o prospeto inicial da operação.

A emissão das novas obrigações da Vista Alegre contou com a verificação externa para assegurar o alinhamento da empresa com os “Sustainability-Linked Bond Principles”, tendo recebido uma segunda opinião emitida pelo ISQ.

A OPS foi destinada a diversificar as fontes de financiamento da Vista Alegre e a reembolsar os empréstimos obrigacionistas “VAA Fixed Rate Guaranteed Senior Secured Notes 2019-2024 Class A” e “VAA Fixed Rate Guaranteed Senior Secured Notes 2019-2024 Class B”, envolvendo para o efeito a emissão de obrigações nominativas e escriturais.

A oferta foi estruturada com o apoio de vários intervenientes, incluindo o Millennium bcp, a CGD e o Haitong Bank, que garantiram a colocação parcial das obrigações até um montante global de 37,5 milhões de euros.

Para assegurar uma distribuição justa e eficiente, foram aplicados critérios de alocação em caso de procura superior ao montante disponível. Estes critérios incluíam uma atribuição mínima de 5 mil euros em obrigações, rateio proporcional com base na data da ordem e sorteio, se necessário.

A OPS atraiu um total de 2.320 investidores, com a maioria das subscrições (64%) a situar-se entre 2.500 euros (montante mínimo) e os 10 mil euros.

A liquidação da oferta e emissão das obrigações está marcada para 20 de maio de 2024, data a partir da qual as novas obrigações começarão a ser negociadas na Euronext Lisboa. A operação contou com uma verificação externa para assegurar o alinhamento com os Sustainability-Linked Bond Principles, tendo recebido uma segunda opinião emitida pelo ISQ.

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Lucro da Caixa sobe 38% para quase 400 milhões até março

Caixa viu o lucro disparar quase 40% no arranque do ano para 394,5 milhões de euros. Vai entregar 770 milhões de euros ao Estado entre dividendos, rendas da sede e impostos.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 394,5 milhões de euros nos três primeiros meses do ano, um aumento de 38% em comparação com o mesmo período de 2023, beneficiando do ambiente de altas taxas de juro.

O banco público adianta que vai entregar 770 milhões de euros ao Estado durante o segundo trimestre entre dividendos (525 milhões) e ainda impostos, custos regulatórios e rendas do edifício-sede (cerca de um milhão de euros por mês) no Campo Pequeno, do qual passou a ser inquilino no ano passado.

A margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros pagos nos depósitos – aumentou 17% para 716 milhões de euros, adiantou o banco em comunicado enviado ao mercado. Já as comissões tiveram um ligeiro recuo para 142 milhões. Tudo somado, o produto bancário atingiu os 900 milhões de euros, mais 6,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Por seu turno, os custos operativos escalaram 5% para perto de 300 milhões de euros, impulsionado sobretudo pelo aumento dos encargos com pessoal. Apesar disso, o banco liderado por Paulo Macedo conseguiu melhorar a sua eficiência, com o rácio cost-to-income a baixar para 28,1%.

A Caixa salienta que continua a ser líder de mercado em termos de volume de negócio, ascendendo a 139 mil milhões de euros. Nos depósitos, com uma quota superior a 22%, o banco guardava poupanças de 70,5 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre, mais 2% em termos homólogos.

No crédito a clientes, a carteira superou os 53 mil milhões de euros, que corresponde a uma quota de mercado de 17,6%. Na habitação, ainda assim, o stock de empréstimos encolheu ligeiramente para 24,5 mil milhões de euros, perante o contexto dos juros elevados que tem baixado a procura por crédito e levado muitas famílias a anteciparem o reembolso dos seus empréstimos.

O banco chegou ao final de março com um rácio de malparado de 1,6%, que baixa para 0% se tivermos em conta as imparidades associadas a esses ativos tóxicos, adianta.

Com o resultado do trimestre, a Caixa alcançou uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 16,8%.

(Notícia atualizada às 17h01)

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Função Pública em greve amanhã. Escolas, tribunais e até repartições de finanças em risco de fechar

Greve deverá ser mais sentida nas escolas do pré-escolar e primeiro ciclo, prevê Filinto Lima, que alerta que pais devem ter "plano b". Repartições de finanças e tribunais também devem ser afetados.

Os funcionários públicos vão estar em greve esta sexta-feira, dia 17 de maio. A paralisação foi convocada pela Frente Comum, cujo coordenador explica ao ECO que deverão ser impactadas as escolas, as repartições de finanças, os serviços da Segurança Social, os tribunais, mas também “muitos serviços” da administração local e central. O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas detalha que a greve deve ser sentida em particular nas escolas do pré-escolar e do primeiro ciclo.

“Temos avisos prévios na Administração Central. Temos também avisos prévios da parte da Fenprof. É esperado que haja escolas encerradas, serviços de finanças e da Segurança Social, tribunais. Há de haver também perturbações em muitos serviços da administração central e local“, avança o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.

No que diz respeito à administração local, os dados disponibilizados pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) permitem perceber, por exemplo, que no município de Lisboa há um aviso prévio de greve que cobre todos os trabalhadores, incluindo os das empresas municipais, intermunicipais, fundações e até das freguesias da capital.

Já no que diz respeito às escolas, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, explicou ao ECO que o fecho de escolas por efeito da greve deverá ser “mais sentido” no primeiro ciclo e no pré-escolar, porque são estabelecimentos onde, tipicamente, há menos funcionários.

Já nas escolas do 5º ano em diante, como há vários funcionários e docentes ao serviço, o encerramento dependerá do grau de adesão à greve. “Peço que os pais estejam munidos de um plano b para a eventualidade de as escolas não abrirem“, realça o responsável, que defende que é “preciso devolver a paz às escolas“.

A propósito, numa altura em que decorrem negociações entre o Governo e os professores em torno da recuperação do tempo de serviço “perdido”, Filinto Lima apela ao Ministério das Finanças que “trate muito bem a Educação e os seus profissionais”, que têm, afirma, sido “maltratados nos últimos anos”. “É preciso valorizar a carreira docente. Isso passa muito pelo Ministério das Finanças“, atira.

No que diz respeito à greve desta sexta-feira, convém explicar que a Frente Comum reivindica um aumento intercalar dos salários de todos os funcionários públicos, bem como a valorização das carreiras e o reforço dos serviços públicos. A estrutura sindical quer também que o salário mínimo atinja os mil euros ainda este ano.

Além da greve, está prevista uma manifestação em frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa, pelas 15h. Sebastião Santana antecipa que a adesão será forte.

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