Amorim exige “resiliência” para ganhar quota e rentabilidade em 2024. Corticeira reforça fabrico em França e Itália

Apesar do “enquadramento de incerteza” para 2024, Amorim confia que Corticeira tem “condições para crescer em vendas e rentabilidade”. Sem aquisições “em vista”, aumenta capacidade em Itália e França.

Apesar de ter visto os lucros caírem 9,7% para 88,9 milhões de euros e as vendas baixarem do patamar dos mil milhões de euros (-3,5%) devido, sobretudo, à quebra da atividade na área dos revestimentos e pelo efeito cambial desfavorável, o presidente e CEO da Corticeira Amorim classifica o exercício de 2023 como “muitíssimo positivo”, salientando a melhoria de 7,8% do EBITDA consolidado, que atingiu 177 milhões de euros, com a expansão da margem para os 18%.

Já perspetivando um ano de 2024 “influenciado pelo nível de consumo do mercado”, António Rios de Amorim admite ao ECO que “o enquadramento ainda é de incerteza”. “No entanto, estamos confiantes e pretendemos que seja mais um ano positivo, mas que exigirá muita resiliência da nossa parte. Apesar de estarmos perante um mercado que não cresce, temos condições para melhorar as vendas, através de uma oferta muito competente e tecnicamente desenvolvida para todas as soluções que temos no mercado”, sublinha.

Tendo em conta os investimentos realizados nos últimos dois anos em todas as unidades de negócio, nomeadamente em tecnologias aplicadas às várias áreas de intervenção, o líder da gigante industrial sediada em Mozelos (concelho de Santa Maria da Feira), a maior empresa mundial de produtos de cortiça, aspira a “continuar a disponibilizar produtos e soluções inovadores e a ganhar quota de mercado, reforçando os níveis de rentabilidade”.

“Atualmente, os riscos e oportunidades para o negócio da Corticeira Amorim residem na variação da procura e do consumo dos produtos dos nossos clientes, nomeadamente dos vinhos, espumantes e bebidas espirituosas. Juntamente com a desejável recuperação dos mercados de construção e renovação, especialmente na Europa, assim como a evolução dos emergentes negócios de novas aplicações de cortiça, como a indústria aeroespacial, energia ou mobilidade”, descreve.

Voltar a ultrapassar o patamar dos mil milhões de euros de vendas já em 2024? Ambicionamos continuar a crescer e julgo que temos condições de concretizar esse crescimento: em vendas e em rentabilidade.

António Rios de Amorim

Presidente e CEO da Corticeira Amorim

Atingir a fasquia de vendas de mil milhões de euros em 2022, pela primeira vez na história de uma empresa cuja origem remonta ao ano de 1870, foi “muito significativo”, um “motivo de orgulho para a equipa” e uma “motivação adicional”. Acredita que é possível voltar a atingir esse valor mítico já em 2024? “Ambicionamos continuar a crescer e julgo que temos condições de concretizar esse crescimento: em vendas e em rentabilidade”, responde o presidente e CEO da Corticeira Amorim.

Em declarações ao ECO, o histórico empresário nortenho, que há dois anos sucedeu a Isabel Furtado na liderança da COTEC Portugal, salienta, por outro lado, que “o vasto plano de investimento, a gestão rigorosa e os programas de melhoria contínua e de eficiência produtiva, implementados nos últimos anos, foram cruciais para os níveis atuais de rentabilidade operacional, mesmo neste contexto tão exigente e incerto”.

Sem “nada em vista” para comprar

A compra de uma participação de 55% na empresa suíça de produtos enológicos VMD por 12 milhões de euros, a par do acréscimo das necessidades de fundo de maneio (108 milhões), do aumento do investimento em ativo fixo (95 milhões) e do pagamento de dividendos (39 milhões) – aos 20 cêntimos por ação somou um extraordinário de nove cêntimos pago no último mês do ano passado –, fizeram a dívida remunerada líquida do grupo corticeiro aumentar no final de dezembro para 241 milhões de euros. Traduz um aumento de 112 milhões face há um ano, depois de já ter triplicado de 2021 para 2022. Segundo contabilizou em setembro a CFO, Cristina Amorim, mais de metade da dívida já é “financiamento verde e sustentável”.

A aquisição do grupo sediado em Pully e até agora detido pela família Druz foi anunciada em agosto, mas a contribuição para os resultados consolidados da Corticeira Amorim apenas se registou no último trimestre do ano. A parceria com esta produtora e comercializadora de rolhas, cápsulas, produtos enológicos, barricas e equipamentos para adegas, que opera através de três filiais, permitiu à multinacional portuguesa, que emprega cerca de 5.000 pessoas, “associar-se a um grupo de grande reputação e uma relação privilegiada com uma sólida base de clientes, permitindo reforçar a presença na Suíça”.

“É uma operação ainda bastante recente, mas acreditamos firmemente na parceria estabelecida com o líder de mercado suíço. (…) Este mercado é composto por numerosos players, geralmente de reduzida dimensão, que necessitam assim de um apoio e serviço mais localizado — competência essa que a nossa empresa possui. Por isso, as nossas expectativas para o futuro reforçam-se, dada a importância da VMD no cenário fragmentado deste mercado”, resume.

Em 2024, o principal foco será no aumento da capacidade de duas das nossas unidades, uma na Itália e outra na França, mercados relevantes para a Corticeira Amorim.

António Rios de Amorim

Presidente e CEO da Corticeira Amorim

Familiar há 153 anos – a maioria do capital (70%) é detido pela família Amorim de forma direta ou indireta, e o restante por acionistas institucionais, na sua maior parte estrangeiros – e cotada desde 1988, a Corticeira Amorim exporta para mais de uma centena de países. Nos últimos anos tem andado às compras dentro e fora de portas, com destaque para a aquisição de 50% da italiana Saci por 49 milhões de euros, no início de 2022; e da Herdade de Rio Frio, que teve um custo total aproximado de 50 milhões e completou na sequência de um acordo com o Novobanco.

“Estamos sempre disponíveis para analisar oportunidades, mas neste momento não temos nada em vista”, salienta António Rios de Amorim. Sobrinho do já falecido Américo Amorim, chegou em março de 2001 à presidência da maior fabricante mundial de produtos de cortiça, que diz ter 30 mil clientes e que detém atualmente 30 unidades industriais, das quais dez de matéria-prima, e 63 empresas de distribuição espalhadas pelo mundo.

Corticeira Amorim plantou cerca de 200 mil sobreiros em 2023 e prevê plantar mais 250 mil em 2024

Nos últimos dois anos, o grupo realizou investimentos no valor de 160 milhões de euros, com destaque para o aumento de capacidade de produção nos espirituosos e nas rolhas microaglomeradas através da tecnologia Xpür, e ainda para o acréscimo da oferta nos revestimentos com uma nova impressora digital.

O empresário adianta ao ECO que para 2024 “o principal foco será no aumento da capacidade de duas das unidades [do grupo], uma na Itália e outra na França, que são mercados relevantes” para a líder corticeira. Em causa está o reforço da atividade nas unidades de finalização e distribuição da Amorim France em Eysines (Nova Aquitânia) e da Amorim Cork Italia, sediada em Conegliano (região de Veneto).

A sustentabilidade tem sido outro vetor forte de investimento para o conglomerado de Santa Maria da Feira, que a cada nove anos perde 15% da produção de sobreiros. Concretizado através do esforço financeiro em investigação e desenvolvimento (I&D) e visível em ações como a plantação de sobreiros de quase 500 mil sobreiros entre 2023 e 2024. Também para este ano está prevista a conclusão dos projetos fotovoltaicos para produzir energia para autoconsumo, correspondente a cerca de 20% da eletricidade consumida pela Corticeira Amorim.

De acordo com um ranking internacional divulgado em fevereiro e elaborado pela Morningstar Sustainalytics, a Corticeira Amorim foi a cotada do PSI com melhor pontuação ao nível dos critérios ESG (sigla inglesa que resume os critérios ambientais, sociais e de governança). Com dados referentes a 2023, obteve um nível de risco baixo, registando 11,4 pontos nesta lista que serve para avaliar a exposição das organizações a este tipo de riscos.

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Novo sistema de incentivos a investimentos estratégicos terá mil milhões de euros em apoios

Novo sistema de incentivos a investimentos em setores estratégicos, que ainda tem de ser aprovado pela Comissão Europeia, deverá ter uma dotação de cerca de mil milhões de euros.

O novo sistema de incentivos a investimentos em setores estratégicos, aprovado na semana passada em Conselho de Ministros, deverá ter uma dotação de cerca de mil milhões de euros, apurou o ECO. No entanto, este montante poderá ainda não estar fechado.

Este sistema de incentivos insere-se no Regime Contratual do Investimento e já estava a ser preparado desde o ano passado, como revelou o presidente da Aicep em setembro.

“Estamos a trabalhar numa segunda Resolução do Conselho de Ministros nos mesmos termos, obviamente com montantes mais elevados para acudir aos grandes projetos estratégicos”, explicou, na altura, Filipe Santos Costa, sem levantar a ponta do véu sobre o montante em causa ou a origem das verbas financiadoras deste novo apoio.

O termo de comparação usado por Filipe Santos Costa é o mecanismo criado em março do ano passado para apoiar os projetos de grandes empresas (com mais de 250 trabalhadores) com um financiamento anual até 150 milhões de euros até ao final de 2027. Tem mais de três mil milhões de euros em projetos de investimento inscritos no Registo de Pedido de Auxílio (RPA), de acordo com o último balanço conhecido.

É financiado com verbas do Orçamento do Estado, dos reembolsos e recuperações de verbas de quadros comunitários anteriores, já encerrados, e dos reembolsos provenientes de operações financiadas ao abrigo deste novo sistema de incentivos, que serão exclusivamente afetos ao reforço da sua dotação.

Porém, o novo sistema de incentivos tem de passar pelo crivo de Bruxelas. A resolução aprovada na semana passada “corresponde ao enquadramento necessário para se poder avançar com a notificação de auxílios de Estado à Comissão Europeia ao abrigo do Quadro Temporário de Crise e Transição relativo a medidas de auxílio estatal em apoio da economia na sequência da agressão da Ucrânia pela Rússia”, explicou ao ECO fonte oficial do Ministério da Economia.

“Após a decisão de aprovação da Comissão Europeia, será efetivada a criação do sistema de incentivos a investimentos em setores estratégicos”, sendo que “o regulamento deste sistema de incentivos está pendente de aprovação da Comissão Europeia no âmbito da legislação europeia em matéria de auxílios de Estado”, acrescenta a mesma fonte oficial.

Produção de baterias, painéis solares, turbinas eólicas, bombas de calor, eletrolisadores e equipamentos para captura, utilização e armazenamento de carbono fazem parte dos investimentos estratégicos.

O Quadro Temporário de Crise e Transição define que são considerados investimentos em setores estratégicos aqueles que incidem na produção de equipamentos pertinentes para a transição para uma economia com emissões líquidas nulas, designadamente, baterias, painéis solares, turbinas eólicas, bombas de calor, eletrolisadores e equipamentos para captura, utilização e armazenamento de carbono (CUAC), bem como as respetivas componentes e matérias-primas conexas.

Além disso, o mesmo Quadro Temporário obriga a que os auxílios para este tipo de investimentos sejam concedidos até 31 de dezembro de 2025. Fonte oficial do gabinete de António Costa Silva sublinha que esta resolução do Conselho de Ministros “tem por objetivo assegurar a viabilidade da concessão destes auxílios dentro desta data-limite”.

“Estes investimentos em setores estratégicos envolvem uma escala de investimento muito significativa e terão de estar alinhados com os objetivos estratégicos do país, bem como representar um impacto substancial na geração de emprego, crescimento económico e inovação”, contextualiza a tutela.

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Concorrência diz que Nowo não está em “falência iminente” e vê “cenários alternativos” a uma venda à Vodafone

Depois de a Nowo admitir o seu encerramento se não for vendida à Vodafone, a Autoridade da Concorrência diz que a operadora tem alternativas, tais como a reestruturação ou a venda a outro comprador.

A Autoridade da Concorrência (AdC) analisou a situação económico-financeira da Nowo e concluiu não se verificar “nenhuma das condições” para que possa ser invocado o “argumento da falência iminente”. O regulador responde assim ao chairman da operadora, Miguel Venâncio, que disse ao ECO que o chumbo pela AdC da venda da Nowo à Vodafone pode conduzir ao encerramento da empresa e ao despedimento de 500 trabalhadores.

Em linhas gerais, a AdC entende que a empresa pode ser recuperada ou seguir “cenários alternativos”, tais como a “venda a outro comprador” ou a “venda da totalidade” ou de “parte dos ativos”.

Em declarações por escrito ao ECO, a AdC confirmou também que a adoção do projeto de decisão “ocorrerá nos próximos dias”, estando neste momento a ponderar o segundo, e último, pacote de “remédios” proposto pela Vodafone.

Mas vamos por partes. A Nowo está para ser vendida à Vodafone há quase ano e meio, mas o desfecho positivo da operação parece cada vez mais distante. A Vodafone precisa que a AdC não se oponha à concentração, mas o regulador rejeitou o primeiro pacote de compromissos, que incluía cedências à concorrente Digi, deixando evidente a dificuldade da Vodafone em convencer a AdC de que o negócio não ameaça a concorrência no setor das telecomunicações.

Porém, a situação ganhou novos contornos este domingo, quando o ECO noticiou em exclusivo declarações do presidente do Conselho de Administração da Nowo, Miguel Venâncio, dizendo que o acionista da Nowo pretende “desinvestir” em Portugal seja qual for a decisão da AdC. Ou seja, se a operação não tiver o aval necessário, um dos cenários possíveis é o “encerramento da Nowo”, com possível despedimento de cerca de 140 trabalhadores diretos e 360 indiretos, alertou o gestor.

Já esta segunda-feira, o ECO perguntou à Vodafone quantos empregos seriam eventualmente reduzidos se conseguisse comprar a Nowo, mas a operadora liderada por Luís Lopes não respondeu.

Ora, ao contrário do que afirmou o responsável da Nowo, fonte oficial da AdC assegura ao ECO que a empresa não está no fim da linha e que até tem várias alternativas se se vier a confirmar o chumbo da operação.

“Do ponto de vista técnico, o ‘Argumento da Falência Iminente’ é um argumento a que as empresas podem recorrer quando, no seu entendimento, a situação económico-financeira da empresa-alvo é de tal forma crítica que existe o risco da mesma vir, no curto prazo, a sair do mercado”, começa por explicar.

“Este é um argumento que está sujeito à verificação criteriosa de determinadas condições, incluindo, por um lado, a verificação de dificuldades financeiras de tal ordem, que a empresa está impedida de fazer face aos seus compromissos financeiros e não tem qualquer perspetiva credível de reorganização que permita a sua recuperação; e, por outro, excluem-se cenários alternativos com um impacto menos gravoso para a concorrência que envolvam, nomeadamente, a venda da empresa a um outro comprador ou, ainda, a venda da totalidade ou parte dos ativos da empresa (como é o caso, entre outros, do espetro obtido no recente leilão para o 5G ou da respetiva carteira de clientes)”, continua fonte oficial do regulador da concorrência.

As saídas para a Nowo, segundo a AdC

Resumindo, “no presente caso, nenhuma das condições se encontra verificada”, diz a AdC, o que significa, por outras palavras, que a entidade presidida por Nuno da Cunha Rodrigues está convicta de que a Nowo tem outras saídas além de ser integrada na Vodafone, que são:

  1. levar a cabo uma reorganização com vista à sua recuperação;
  2. procurar outro investidor que a queira adquirir;
  3. vender os seus ativos, ou parte deles, nomeadamente a carteira de clientes ou espetro obtido no leilão do 5G.

Como interpretar as declarações da AdC? Sobre o primeiro ponto, o ECO noticiou, com base em dados da InformaDB, que a Nowo registou prejuízos de mais de 22 milhões de euros em 2022. Mas uma análise mais fina mostra que a empresa teve um EBITDA ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) positivo de 6,2 milhões de euros nesse ano, com 64,5 milhões de euros em vendas e prestação de serviços.

Sobre o segundo ponto, dado que o negócio em causa envolve a venda do quarto operador em quota de mercado (Nowo) ao terceiro operador (Vodafone), tendo em conta que se sabe que a Altice Portugal está a tentar vender a Meo (líder de mercado), e que a Nos detém a segunda maior quota, uma hipótese seria a da venda da Nowo à Digi, a operadora romena que se prepara para lançar serviços no mercado português, analisando apenas as empresas do mesmo setor.

Sobre o terceiro ponto, a Nowo tem uma rede de cabo e fibra (híbrida) com 900 mil casas passadas e uma rede de fibra ótica (FTTH) com 150 mil casas passadas. Conta com 132 mil clientes fixos e 275 clientes móveis e investiu pouco mais de 70 milhões de euros na compra de licenças 5G, com parte do espetro a ter de ser usado para serviços comerciais em menos de um ano.

A AdC também confirma que “o prazo limite para a adoção de um Projeto de Decisão ocorrerá nos próximos dias” — Miguel Venâncio tinha dito que a decisão deveria ser conhecida até ao final de fevereiro, isto é, a próxima quinta-feira. Fonte oficial da AdC diz também que “os compromissos propostos pela Vodafone estão a ser ponderados pela AdC”. Desconhecem-se quais são, além da cedência de 40 MHz de espetro da Nowo à Digi e do acesso grossista da Digi à rede de fibra ótica da Vodafone, e fonte oficial da Vodafone não os revelou.

As declarações da AdC ao ECO permitem inferir que a decisão que o regulador se prepara para tomar pode ser desfavorável, ainda que, até à publicação desta notícia, não tivesse sido adotado qualquer projeto de decisão. Questionada sobre se a AdC está inclinada para viabilizar ou chumbar a operação, fonte oficial do regulador não respondeu a essa pergunta.

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A Universidade Alfonso X El Sabio inicia o segundo mês de cibersegurança para divulgar os últimos avanços nesta área

  • Servimedia
  • 27 Fevereiro 2024

Especialistas em cibersegurança de empresas como Microsoft, Minsait, BBVA, Deloitte, Mapfre, Santander, EY e PwC, entre outras, participarão em mais de 30 sessões.

A Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) inicia o II Mês de Cibersegurança com um ciclo de palestras, que ocorrerão de 27 de fevereiro a 10 de abril, e contarão com a participação de especialistas de empresas como Microsoft, Minsait, BBVA, Deloitte, Mapfre, Santander, EY e PwC, entre outras.

Com a presença destes profissionais líderes, os alunos da Faculdade Business & Tech da UAX, que cursam tecnologia e negócios, terão uma visão da cibersegurança integrada à empresa e como ela está agora evoluindo com a inteligência artificial. Para pessoas externas à universidade interessadas em participar, é possível registar-se aqui.

Devido ao sucesso da edição anterior e ao compromisso de aproximar seus alunos à realidade das empresas, a UAX ampliou o número de sessões e a duração do ciclo de uma semana para um mês. Dessa forma, o Campus UAX Madrid Chamberí abrigará mais de 30 palestras, nas quais empresas líderes e associações do setor exporão sua visão e apresentarão os últimos avanços no campo da cibersegurança, com palestras dedicadas à inteligência artificial, compartilhando projetos, casos de sucesso e pesquisas. Um ciclo que complementa a formação dos alunos e lhes oferece a oportunidade de se conectar com profissionais proeminentes e especialistas em cibersegurança e inteligência artificial.

Este tipo de evento enquadra-se no modelo educativo desenvolvido e aprimorado pela UAX nos últimos 30 anos, em resposta às necessidades de talentos das empresas, integrando a tecnologia e oferecendo uma experiência global ao aluno, que lhe permite desenvolver a sua visão estratégica, descobrir a sua vocação e realizar o seu propósito.

Juan Manuel Matalobos, diretor do Mestrado Universitário em Cibersegurança da Universidade Alfonso X el Sabio, explica que “na UAX promovemos uma abordagem positiva na adoção das novas tecnologias e sua aplicação com propósito. Com uma estreita colaboração entre universidade e empresa, visando o alinhamento da nossa formação com as necessidades de talento das empresas, essas palestras contribuirão para consolidar conhecimentos sobre cibersegurança, que, sendo transversais a outras tecnologias, atuam como garantia em benefício das pessoas”.

Uma visão e um modelo que são impulsionados por meio da Faculdade Business & Tech, a primeira em Espanha a unificar a formação nos campos de negócios e tecnologia. Nela, os cursos tecnológicos incorporam obrigatoriamente um certificado em negócios, como é o caso do Bacharelado em Engenharia Matemática com Certificado em Negócios Digitais; enquanto os cursos de negócios incluem um certificado em tecnologia, como o Bacharelado em Administração de Empresas com Certificado em Tecnologia para Impulsionar a Transformação.

GERAR TALENTO

Num momento em que são necessários mais de 40.000 novos especialistas em cibersegurança em Espanha, a Universidade Alfonso X el Sabio forma o talento procurado pelas empresas. Por esse motivo, a UAX oferece o Mestrado Universitário em Cibersegurança, com o qual se procura formar futuros profissionais especializados em segurança da informação.

Este curso de pós-graduação capacita os alunos a entender a cibersegurança de uma perspetiva estratégica, operacional e técnica; proporciona-lhes conhecimentos sobre as melhores metodologias e ferramentas de inteligência e sua aplicação à cibersegurança para prevenir e responder a ciberataques em qualquer ambiente.

Atendendo à convergência entre gestão de negócios e tecnologia no mundo empresarial, a universidade está impulsionando a criação de novas metodologias, como o UAXmakers, que promove a colaboração interdisciplinar entre os alunos para resolver desafios, relacionados aos ODS, propostos por empresas líderes.

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Costa afasta envio de militares para a Ucrânia

  • ECO e Lusa
  • 26 Fevereiro 2024

Costa garante que nem a NATO nem a UE ponderam enviar militares para a Ucrânia. Primeiro-ministro da Eslováquia tinha avançado com esse cenário.

O primeiro-ministro António Costa negou o cenário de que a NATO ou a União Europeia se encontrem a ponderar, numa base bilateral, o envio de militares para a Ucrânia.

Não há nenhum cenário em que essa situação se tenha colocado e nem vejo qualquer país da NATO a fazê-lo” sendo que estas “são decisões que a serem tomadas, terão de ser tomadas coletivamente porque numa aliança de defesa coletiva a geração de riscos é também do interesse comum de todos. Mas não foi tema”, disse António Costa.

As declarações do primeiro-ministro português foram feitas em resposta ao primeiro ministro da Eslováquia, Robert Fico, que disse que esse era um cenário que estava a ser considerado por alguns Estados-membros da NATO e da União Europeia, sem, contudo, avançar quais são os países a defender esta solução.

Para assinalar o reforço do apoio à Ucrânia, o presidente francês Emmanuel Macron reuniu, no Palácio do Eliseu, 21 chefes de Governo ou de Estado e seis outros ministros, quando se assinalam dois anos da invasão russa.

O primeiro-ministro comparou ainda a invasão russa da Ucrânia à ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, afirmando esperar que o direito internacional “prevaleça” em território ucraniano.

“Nós portugueses temos, aliás, um bom motivo para compreender a importância de defender, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, o primado do direito internacional. Todos nos recordamos que, durante muitos anos, Timor-Leste foi um território ocupado ilegalmente pela Indonésia e houve momentos em que Portugal esteve sozinho na cena internacional a bater-se pela defesa do direito à autodeterminação do povo de Timor-Leste”, mas “quando muitos já acreditavam que não era possível, a verdade é que o direito internacional prevaleceu e essa é de melhor demonstração de que o direito internacional é a grande arma dos pequenos países e dos povos que querem ser livres e viver em paz”, declarou António Costa.

“Defender a preservação e o primeiro direito internacional na Ucrânia é nós estarmos a garantir a nossa própria segurança no futuro”, rematou o Chefe de Governo.

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Congresso APROSE: “Mediador de seguros tem de ditar as tendências do setor”

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2024

O 10º Congresso da APROSE reuniu as forças do setor em Lisboa, com presença da presidente da ASF, seguradores, mediadores, e a novidade de um painel onde se ouviram representantes dos partidos.

Na introdução ao 10º Congresso da APROSE – Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, realizado esta sexta-feira em Lisboa, o seu presidente da Direção, David Pereira, destacou feitos passados da associação que reúne corretores e mediadores de seguros em Portugal há já 48 anos. No sentido inverso ao mercado segurador, que caiu em 2023, David Pereira realçou que as quotas dos agentes subiram e referiu a necessidade da mediação de seguros continuar a qualificar os quadros e a ser inovadora.

David Pereira, presidente da APROSE, na introdução do 10º Congresso da associação: “Personalizar as interações e humanizar as respostas, por que o futuro são as pessoas”.

Para os membros da associação, David Pereira afirmou que o caminho é ir além de os mediadores seguirem tendências para se tornarem “agentes transformadores, aqueles que ditam as tendências, para definirmos, em conjunto, os temas dos próximos 5 a 10 anos”.

A resiliência do futuro da mediação está, segundo presidente da APROSE, na sua capacidade de “personalizar as interações e humanizar as respostas, por que o futuro são as pessoas”.

Margarida Corrêa de Aguiar e a alteração do perfil do mediador

A abertura do 10º Congresso da APROSE foi realizada por Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões – que sublinhou os resultados positivos do setor segurador, num ambiente adverso. Relembrou a importância de relação do cliente e mediador, da distribuição geográfica de mediadores por habitante e felicitou a APROSE pela profissionalização que tem conseguido, realçando que os mediadores intermedeiam mais de 90% do mercado Não Vida e que em Acidentes de trabalho está acima de 95%.

Para Margarida Corrêa de Aguiar salienta que, entre os mediadores, há evolução: “Uma redução da idade média, um aumento de habilitações literárias, mais atividade exclusiva e mais pessoas coletivas e não individuais”.

Salientou ainda que se assiste se uma alteração do perfil dos mediadores com a redução da idade média, aumento de habilitações literárias, atividade exclusiva, e mais pessoas coletivas e não individuais.

Margarida Aguiar lembrou ainda as inúmeras leis e alerta os mediadores para a importância de as ter em conta, para não correrem riscos reputacionais.

António José Seguro: “Rejuvenescer a população para fomentar a inovação”

António José Seguro, ex Secretário-Geral do Partido Socialista, subiu ao palco do congresso como keynote speaker e alertou para a importância de garantir a regulação do mercado, que não deve ser um fim em si mesmo, mas uma condição para o desenvolvimento. Diz-se contra uma sociedade de mercado que vê clientes como consumidores descartáveis. “Há quem tenha a ilusão que o mercado sozinho possa resolver tudo, mas não é assim”.

António José Seguro foi Keynote Speaker e descreveu a sua visão sobre o futuro da sociedade na Europa.

Para Seguro, alguns dos recentes debates eleitorais, foram mais combates do que trocas de ideias, aliás verifica que se está a perder a cultura de respeito pelo oponente e diz ser “uma imbecilidade ligar berros a convicções”.

Afirmou ainda que “rejuvenescer a população para fomentar a inovação” deve ser um objetivo essencial na política portuguesa.

Enquanto europeísta, defende a importância de Portugal continuar no “navio europeu” para se diferenciar no mercado globalizado, mas considera essencial tornar a economia nacional mais autónoma e menos dependente do exterior. Defendeu inverter a dependência do turismo e de fundos europeus para o crescimento económico.

Diferenciação e inovação: É o cliente que escolhe a porta porque entra em casa

Para o primeiro painel de debate, a APROSE escolheu o tema “Diferenciação e Inovação da Oferta em mercados Consolidados” convidando a participar Marta Graça Ferreira, presidente da Real Vida, Sérgio Nunes, CEO da April, Ricardo Raminhos, CEO da MGEN e Domingos Magalhães, Diretor de Redes e Soluções Especiais da MDS Portugal.

Com moderação do diretor de ECOseguros, o painel contou com Marta Graça Ferreira, Sérgio Nunes, Ricardo Raminhos e Domingos Magalhães.

Marta Graça Ferreira afirmou que “a inovação é algo que faz parte da Real Vida que tem estado sempre à procura de novas tecnologias. Exemplificou referindo que a companhia fez uma renovação tecnológica em 2019, e que já não é humana na avaliação do risco. Neste momento, “não existe intervenção humana na aceitação de propostas” afirmou, “como sabem os mediadores”, concluiu neste ponto.

O mercado não está consolidado – garantiu Sérgio Nunes -, os seguros de crédito habitação ainda hoje são vendidos por mediadores especializados, muitos são da banca, outros no mercado digital e o que observamos é que há uma rotação dos que saíram à procura de poupança. Há uma oportunidade de crescimento no mercado, cabendo às empresas inovarem e captarem os já seus clientes, disse.

“O digital é mais uma oportunidade dos mediadores”, sublinhou Domingos Magalhães “mas é o cliente que escolhe a porta por que entra na casa. Muitas pessoas preferem aconselhamento personalizado. Temos que estar atentos a todos os meios, incluindo digitais, por ser mais fácil e chegar a uma maior audiência” – aí o mediador otimiza o seu tempo para executar melhores tarefas.

Ricardo Raminhos prevê um crescimento de 15 a 20% por ano no ramo saúde, especialização da MGEN, que o gestor lidera em Portugal. O português gasta em média 1100 dólares em saúde, e gasta 330 em seguros de saúde. Considera que nos próximos anos se assistirá ao inverso.

“Quando tenho as coberturas certas tendo a ir mais além”

A “Integração do Digital na Mediação” foi tema para um painel que juntou Ana Teixeira, da insurtech Mudey, Paulo Cruz, da seguradora Caravela e Mário Martins da Allianz.

O papel da tecnologia na mediação contou com a participação de Ana Teixeira, Paulo Cruz e Mário Martins, com moderação do jornalista Vitor Norinha.

Ana Teixeira afirmou que “na venda cruzada o cliente é leal ao mediador, mas este só tem massa para trabalhar se tiver parceria com as seguradoras”. Caracterizou as economias mais desenvolvidas “quando as pessoas e empresas têm mais seguros”, “quando tenho as coberturas certas tendo a ir mais além”, disse. Considerou que o mercado tem incorporar os mais novos e melhorar, mas realça ainda haver um desafio em captar e cativar os mais novos.

Paulo Cruz mencionou que é preciso chegar a todos os clientes e isso implica diversificar os seus canais de subscrição. “Chegar a eles das formas que gosta e da forma mais transparente possível” é o objetivo e destaca a evolução tecnológica para servir como apoio à atividade mediadoras, principalmente em processos administrativos.

“Hoje a tech está a avançar a um ritmo avassalador” referiu Mário Martins, e pode trazer grandes benefícios como reduzir carga de administração, automatização de processos, endereçamento de documentos. “Otimizamos por isso temos que encarar tecnologia do sentido positivo, podemos ter benefícios muito grandes”, concluiu.

Assembleia de Legisladores: Os Políticos falaram de seguros

O 10º Congresso da APROSE trouxe a surpresa de mobilizar as principais forças políticas para um debate sobre os grandes temas da atividade seguradora, na procura das diferentes opiniões de representantes dos partidos políticos.

Os representantes dos partidos políticos deram a sua opinião sobre a atividade seguradora: Mauro Santos (IL), Pedro Pessanha (Chega), Inês Domingos (PSD/AD), Miguel Costa Matos (PS), Duarte Alves (PCP/CDU) e Luís Filipe Salgado (BE). A moderação competiu a Nuno Catarino.

Estiveram presentes Miguel Costa Matos, Secretário-Geral da Juventude Socialista, pelo PS, Inês Domingos, vogal da direção nacional do PSD, pela AD, Pedro Pessanha, Deputado do Chega, Mauro Santos, membro do Conselho Nacional da IL, Duarte Alves, deputado do PCP e Luís Filipe Salgado, membro do BE.

Em breve síntese do discutido, a despenalização do seguro de vida a clientes que façam seguros noutras seguradoras, diferentes da oferta do banco, proposto pelo PSD no Parlamento, foi objeto de discussão. Reforçado por todos os partidos terem sido a favor dessa medida que, entretanto, não foi aprovada pelos deputados do PS, Miguel Costa Matos justificou dizendo que o PS quer acabar com as penalizações. Mas, diz, “isto é diferente” – sublinhou Costa Matos – “Isto não é um desconto mas um sobrecusto de compra cruzada”.

O futuro Fundo sísmico foi também objeto de debate tendo sido lembrado por Duarte Alves, que o tema não pode ser dissociado da qualidade de construção dos edifícios enquanto Pedro Pessanha lembrou o aumento dos custos para as famílias de um seguro obrigatório contra sismos, sugestão de financiamento avançada por Costa Matos.

O (bom) “Estado do setor segurador” finalizou o Congresso

“O Estado do Setor Segurador” foi o tema do último painel do Congresso APROSE juntando David Pereira, presidente da associação, e representantes das seguradoras: Nuno Catarino, da UNA, Jorge Pinto, da Zurich, Gustavo Barreto, da Ageas, Sérgio Carvalho, da Fidelidade, e Joana Pina Pereira, da Tranquilidade.

Jorge Pinto, Sérgio Carvalho, Nuno Catarino, Gustavo Barreto, Joana Pina Pereira e David Pereira estiveram a debater, com moderação de Sofia Santos, o “Estado do setor”.

O movimento de fusões e aquisições que tem acontecido em Portugal foi, desde logo, questionado a Joana Pina Pereira que comentou ser este fenómeno comum também a distribuidores que assim ganham uma dimensão capaz de compensar a maior dimensão das seguradoras. A diretora da Tranquilidade salientou ainda que nos processos de consolidação vai haver uma distinção natural na mediação que é conhecer os clientes concluindo que “temos de apoiar espaços para quem quer mais contacto humano e quem não tem essa preferência”.

Sérgio Carvalho olhou para o lado positivo: “Como teremos muitos desafios na tecnologia, essa consolidação dará mais capacidade para fazer face a isso” enquanto descreveu a Saúde como o segundo ramo mais importante na relação, permite aproximar do cliente, com a prevenção da família e dos colaboradores, e em relação ao seu peso político, o diretor da Fidelidade concluiu que “os seguros têm vindo a ganhar confiança e relevância e isso está a chegar aos agentes políticos…”

Nuno Catarino pensa que a consolidação no setor vai continuar mas vê numa maior escala a possibilidade de dar mais valor aos consumidores. No ramo saúde acha que o setor privado terá de aumentar oferta, há um aumento de preços pelo custo do consumo e poderá levar a uma perda de poder de compra por parte dos clientes. Ainda vê oportunidades no protection gap: “a nossa penetração de seguros face ao PIB é menor que na Europa e temos seguros obrigatórios como Acidentes de Trabalho, concluindo que “uma sociedade protegida é mais rica”.

Gustavo Barreto mostrou grande preocupação com o aumento dos custos com saúde. Afirma que os prestadores privados também estão a induzir procura, e não só os seguros, que existe uma concentração em 3 companhias saúde num ramo que vai ser um ramo maior que automóvel e acidentes de trabalho. “Estamos em mudança de paradigma e reféns dos prestadores privados, as seguradoras devem ser mais intervenientes no setor da saúde”, disse. Quanto ao Fundo Sísmico foi bastante assertivo ou cético: “Enquanto o Fundo não vem, vamos equipando os nossos clientes com seguros sísmicos”, concluiu.

Consolidação vai continuar, previu Jorge pinto, enquanto o ramo saúde “vai continuar a crescer e já está a comportar-se como um produto de consumo”, afirmou. Considera que mais produtos e serviços vão reduzir custos, e nesse caminho os mediadores podem aproveitar para conhecer melhor o cliente. Quanto ao maior impacto do setor junto da classe política, conclui que “é visível o impacto financeiro na economia e a nobreza da missão”.

David Pereira considerou que a consolidação entre seguradores e entre mediadores é inevitável e que vai reduzir opções de escolha no mercado. No setor a cuja associação preside, vaticina que o atual número de 10 mil mediadores no mercado se reduzirá para metade em pouco anos.

Sublinhou que o recurso aos seguros saúde faz parte das funções sociais dos seguros, e que a mediação tornou-se na “melhor conselheira de saúde aos seus clientes”. Aproveitou para lançar o desafio para que se democratizem os seguros de saúde porque “continuamos a ter 1,7 milhões de pobres em Portugal”.

Falar de seguros não é sexy para os políticos, prefiro pensar que não falam tanto porque o produto está bem entregue”, disse. “É uma atividade segura, bem gerida e regulada e por isso os políticos não olham tanto para ela”, concluiu o presidente da APROSE, encerrando o 10º Congresso.

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Impact III e Mota-Engil notificam AdC da compra do controlo sobre a Lineas

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2024

A operação, comunicada à Concorrência, consiste na aquisição, pela Impact III, um fundo gerido pela entidade gestora Serena Industrial Partners e pela Mota-Engil, do controlo da Linea.

A Impact III e a Mota-Engil notificaram esta segunda-feira a Autoridade da Concorrência (AdC) da aquisição do controlo conjunto sobre a Lineas.

A operação de concentração consiste na aquisição, pela Impact III, um fundo gerido pela entidade gestora Serena Industrial Partners e pela Mota-Engil, do controlo conjunto da Lineas- Concessões de Transportes”, lê-se na informação divulgada pela AdC.

Segundo a ficha do processo, a Impact III é uma “empresa veículo”, com sede no Luxemburgo, utilizada para investimentos em projetos de infraestruturas, enquanto a Lineas tem participações de controlo em empresas que gerem infraestruturas de transporte, como a Lusoponte.

Na sessão desta segunda na bolsa, as ações da construtora Mota-Engil subiram 0,18% para 5,49 euros.

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“Resultado natural destas eleições é a vitória da AD”, acredita Passos Coelho

O antigo primeiro-ministro manifestou o seu apoio a Montenegro, apelando aos eleitores que deem uma oportunidade a outra alternativa governativa em vez do "vazio" oferecido pelos socialistas.

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho manifestou esta segunda-feira o seu apoio ao candidato do PSD a primeiro-ministro Luís Montenegro, adiantando que “o resultado natural destas eleições é a vitória da AD”. “O partido socialista tem um vazio enorme para oferecer ao país”, atirou, apelando aos eleitores que votem na proposta da Aliança Democrática.

“O resultado natural destas eleições é a vitória da AD. Acredito nisso. Reparem bem, é a coisa mais natural. O partido socialista tem um vazio enorme para oferecer ao país, remete sempre para o passado, para a geringonça, está sempre a fazer contas. É isto que tem para oferecer?”, atirou no comício de Luís Montenegro, no Algarve, onde se juntou à campanha da Aliança Democrática (AD) em Faro.

Numa crítica à governação socialista nos últimos oito anos, o antigo primeiro-ministro no tempo da troika, adiantou que hoje a situação é diferente, mas “também hoje há problemas sérios”, pedindo um corte com este ciclo. “Se mantivermos o país a olhar para o dia a dia, a fazer uma pequena distribuição, quando isso se esgota o que fica é um vazio enorme“, argumentou, acrescentando que “qualquer pessoa que possa ter recebido alguma coisinha, fica muito pouco, pouco ou nada para o futuro”.

“Se queremos olhar para a coisa de outra maneira, não olhar apenas para dia a dia, reformar alguma coisa, a nossa proposta é diferente”, defendeu. “Está na altura de fazer diferença. Isso significa apostar na nossa capacidade de fazer riqueza“, disse o antigo presidente do PSD, adiantando ainda que “se mantivermos o perfil dos últimos oito anos, em meados da década próxima não haverá jovem licenciado que tenha aqui futuro”.

O presidente do PSD e líder da AD, Luis Montenegro (D), acompanhado por Pedro Passos Coelho (E) no comício em Faro, no âmbito da campanha para as eleições legislativas de 10 de março, Faro, 26 de fevereiro de 2024.TIAGO PETINGA/LUSA

Num discurso marcado pela crítica à governação socialista, Pedro Passos Coelho reiterou que “se mantivermos esta perspetiva miserável de um crescimento que é demasiado magro não conseguiremos oferecer às pessoas nada melhor“, nem convergir com a Europa. O antigo governante criticou ainda a situação atual nas escolas, saúde e na defesa.

Precisamos de ter um país aberto à imigração, mas cuidado por que precisamos também de ter um país seguro. Hoje as pessoas sentem uma insegurança que é resultado da falta de investimento, de prioridade que se deu a essas matérias. Não é um acaso“, atirou ainda sobre um tema que costuma ser o preferido do partido Chega.

Em jeito de conclusão, Passos Coelho colocou duas questões no topo das prioridades: capacidade de fazer reformas – “ponham o Estado ao serviço da sociedade e não o contrário” – e dar uma oportunidade ao país de fazer diferente.

Para que se possa fazer diferente, Passos Coelho destacou que é preciso que o governo tenha condições, deixando um apelo velado aos eleitores para que votem na AD nas eleições de 10 de março.

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Fotografia leva tribunal a rejeitar pedido de indemnização a seguradora

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2024

A queixosa diz-se incapaz de trabalhar durante cinco anos por fortes dores nas costas e pescoço. Tribunal considera que "movimentos ágeis" da concorrente contrariam a alegada incapacidade.

Uma fotografia de Kamila Grabska num concurso de lançamento de árvores de Natal fez com que um tribunal da Irlanda rejeitasse o pedido de indemnização da vencedora, no valor de 650 mil libras, por ferimentos sofridos num acidente de viação em 2017 que, alegadamente, a tinham deixado incapaz de trabalhar por mais de 5 anos, avança o jornal The Guardian.

Kamila Grabska apresentou uma queixa à seguradora alegando que os ferimentos nas costas e pescoço tornaram-na, além de incapaz de trabalhar, incapaz de brincar com os seus filhos, de pegar em pesos pesados sem sentir fortes dores e, várias vezes, nem conseguia sair da cama durante metade do dia. Assim, a queixa consistia em perdas de rendimentos passados e futuros, tendo-se despedido do seu emprego e passado a receber pagamentos por invalidez.

A queixa acabou por ser rejeitada pela juíza do tribunal superior em Limerick, Carmel Stewart, depois de ver uma fotografia que mostrava a queixosa a atirar um pinheiro de 1,5 metros num evento de caridade onde se sagrou vencedora em janeiro de 2018. Ainda que alegasse estar a sofrer dos ferimentos, mas a tentar viver uma vida normal, a juíza indeferiu o seu pedido devido à “natureza gráfica da imagem”. “Era um pinheiro natural muito grande e estava a ser atirado com um movimento bastante ágil”, disse o juiz. “Eu concluo que estas queixas foram exageradas. Nesse sentido, proponho que o pedido seja rejeitado”, acrescenta Carmel Stewart, cita o jornal britânico.

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ASF procura Gestor/a Sénior para o Desenvolvimento de Novas Tecnologias

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2024

As candidaturas devem ser apresentadas em português, acompanhadas de uma carta de motivação, um curriculum vitae e os certificados académicos comprovativos das habilitações e até 18 de março.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou a abertura de uma vaga para o cargo de Gestor/a Sénior para o Desenvolvimento de Novas Tecnologias no Gabinete de Organização e Planeamento (GOP) em Lisboa, em regime de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado. Segundo o órgão regulador, o prazo para a apresentação de candidatura vai até 18 de março. O anúncio não refere a proposta de rendimento mensal.

O cargo supõe as responsabilidades de “acompanhamento, análise e desenvolvimento de temas relacionados com a inovação tecnológica financeira (IFT) no setor dos seguros e no setor dos fundos de pensões com relevância para as atribuições e atividades da ASF”; “a coordenação, gestão e execução de projetos colaborativos na ASF, em particular, no que se refere às atividades de regulação e supervisão em sede de IFT (como, por exemplo, sandboxes, smart contracts, etc.), bem como em áreas relacionadas com Inteligência Artificial (IA), entre outras”; “aconselhamento estratégico ao Conselho de Administração para o desenvolvimento de políticas relacionadas com RegTech e SupTech“; e o “acompanhamento e representação da ASF em diversos fóruns, nacionais e internacionais, designadamente junto do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, Comissão Europeia e EIOPA.”, lê-se no site.

O perfil requerido aos candidatos inclui uma licenciatura pré ou pós-Bolonha com mestrado concluído em Engenharia, Economia, Gestão, Sistemas de Informação ou áreas relacionadas. Além disso, o candidato deve ter provas de experiência em gestão de projetos em áreas tecnológicas ou de consultoria de novas tecnologias. É essencial que domine a língua inglesa e também ter uma “boa capacidade de comunicação e facilidade na gestão de diferentes stakeholders“.

Importa salientar que as candidaturas devem ser apresentadas em português, acompanhadas de uma carta de motivação, um curriculum vitae e os certificados académicos comprovativos das habilitações requeridas no perfil.

Para mais informações consulte o site da ASF e/ou o regulamento do concurso.

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Howden fecha 2023 com crescimento recorde para 2 mil milhões de libras

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2024

Grupo pretende unir as suas empresas através da adoção de uma única marca e convidando David Sharders para ser o único COO a coordenar globalmente a corretagem de seguros, resseguros e subscrição.

As receitas da Howden cresceram 33% em 2023 face ao ano anterior, passando de 1,841 mil milhões de libras para 2,443 milhões, avançou a corretora num comunicado. Também o seu EBITDA aumentou 30% para 780 milhões de libras de 599, provocado pela combinação de crescimento orgânico de 13% e aquisições.

A empresa concluiu 5 transações em 2023 superiores a 25 milhões de euros, alcançando assim as 56 aquisições completas. Nesse âmbito, juntaram-se ao grupo a TigerRisk nos Estados Unidos da América, March RS em Espanha, APEX na Nova Zelância, Théorème em França e Reich Insurance no Reino Unido.

Fundir as operações entre as empresas que o constituem é um dos objetivos do grupo. Por isso David Sharders foi nomeado COO para ser o único diretor-adjunto a coordenar globalmente a corretagem de seguros, de resseguros e de subscrição. Nesse sentido, David Sharders irá responder diretamente ao CEO do grupo David Howden, após o primeiro terminar as suas obrigações contratuais com London Stock Exchange Group, onde atualmente ocupa o cargo de Chief Operating Officer and Head of Integration.

A marca também é um fator de unificação e, como tal, “a Howden dotou uma única marca e identidade visual para as operações de corretagem, para melhorar o reconhecimento da marca globalmente. Isto incluiu o rebranding das agências do Reino Unido, escritórios em todo o mundo e sites.”, lê-se no comunicado.

A empresa tem seguido uma estratégia comum às três linhas de negócio: expansão geográfica e reforçar e diversificar a sua proposta de valor de especialidade através de fusões e aquisições, atração de novos talentos e iniciativas. Nesse sentido, o grupo tem expandido a sua marca globalmente com aquisições de corretoras especialistas em seguros, resseguros e de subscrição de seguros.

Quanto a gestão de capital “a Howden aproveitou as fortes condições do mercado financeiro para obter mais capital de dívida, refinanciar a dívida existente no mercado de empréstimos a prazo e diversificar as fontes de financiamento através de uma obrigação inaugural de alto rendimento, obtendo assim rendimentos alargados e reduzindo o custo médio ponderado de empréstimos”, refere o comunicado.

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Chubb Portugal aumentou 18% em produção de seguros

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2024

O grupo bateu um recorde no aumento dos lucros operacionais de 45,2% para 9,34 mil milhões de dólares ou 8,2 mil milhões excluindo os benefícios fiscais.

A sucursal da Chubb em Portugal fechou 2023 com um aumento de 18% de produção de seguros relativamente ao ano anterior, produzindo 18 milhões de euros em acidentes pessoais, 14 milhões em Responsabilidade Civil Geral e 11 milhões em perdas pecuniárias, dá conta o grupo segurador num comunicado.

Globalmente, o grupo dá conta de todas as suas operações num comunicado. Em 2023, bateu um recorde no aumento dos lucros operacionais de 45,2% para 9,34 mil milhões de dólares ou 8,2 mil milhões excluindo os benefícios fiscais, assim registando uma subida de 28%. Outro recorde foi com as receitas de subscrição de seguros patrimoniais que atingiram os 5,5 mil milhões com um rácio combinado de 86,5%. A faturação no ramo Vida ultrapassou os mil milhões de dólares, enquanto as receitas consolidadas do aumento de prémios aumentaram 13,5%.

O grupo atingiu um ROE (Return of Equity) – lucro que a empresa cria com o dinheiro investido pelos acionistas – de 15,4%. Além disso, registou um ROTE (return on tangible equity) de 24,2%. Excluindo o benefício fiscal o ROE operacional de base foi de 13,6% e o ROE tangível foi de 21,6%.

Importa salientar que o grupo opera em 54 países e regiões e 40% do seu negócio é transacionado fora dos Estados Unidos da América, onde se encontra a empresa-mãe, Chubb Limited, que está cotada na Bolsa de Valores de Nova Iorque e faz parte do índice S&P 500. O grupo emprega aproximadamente 40 mil pessoas globalmente.

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