Portugal paga mais de 3,4% em emissão de 1.288 milhões com prazo até 11 meses

Nos dois leilões de dívida de Bilhetes do Tesouro realizados esta quarta-feira, Portugal pagou 3,646% para emitir 788 milhões de euros a 7 meses e 3,436% para emitir 500 milhões a 11 meses.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) voltou esta quarta-feira ao mercado para se financiar em 1.288 milhões de euros a 7 e 11 meses, através da emissão de Bilhetes do Tesouro de duas linhas: uma com maturidade a 20 de setembro deste ano e outra com maturidade a 17 janeiro e 2025.

No leilão a 11 meses, que contou com uma procura 3,88 vezes acima a oferta, Portugal conseguiu financiar-se em 500 milhões de euros pelo qual pagou 3,436%. Trata-se de um preço 46,1 pontos base acima dos 2,975% que pagou precisamente há um ano numa operação semelhante, e que resultou na emissão de 300 milhões de euros.

Esta yield pode também ser comparada com a taxa de 3,279% paga num leilão a 12 meses realizado a 17 de janeiro deste ano através da emissão de 1.065 milhões de euros por via da mesma linha de Bilhetes do Tesouro (BT 17JAN2025).

Na emissão a 7 meses, que resultou no lançamento da linha BT 20SEP2024 e que teve uma procura 1,91 vezes acima da oferta, o Tesouro colocou no mercado 788 milhões de euros com uma yield de 3,646%. Como desde pelo menos 2021 que o IGCP não realiza leilões a 7 meses, o melhor grau de comparação pode ser feito com a yield de 3,66% obtida no leilão de 17 de fevereiro deste ano numa emissão de Bilhetes do Tesouro a 6 meses, que permitiu ao Estado financiar-se em 565 milhões de euros.

“Os prémios de risco na dívida soberana subiram nas últimas semanas, numa altura em que muito se fala em corte de taxas de juro”, refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

Após estes dois leilões, a linha BT 20SEP2024 ficou com um saldo-vivo de 788 milhões de euros e a linha BT 17JAN2025 com um saldo-vivo de 1.565 milhões de euros.

De acordo com o Programa de Financiamento da República, até ao final do primeiro trimestre está agendado mais dois leilões de dívida, a 6 e 12 meses, que terão lugar a 20 de março através da reabertura da linha BT20SET2024 e do lançamento da linha BT21MAR2025 num montante indicativo entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros.

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Novobanco paga 3,25% por 500 milhões de euros em obrigações cobertas

Operação de financiamento contou com forte procura dos investidores, com as ordens a superarem os quatro mil milhões de euros.

O Novobanco já concluiu a operação de financiamento de 500 milhões de euros através de obrigações cobertas com uma maturidade de três anos. O banco irá pagar uma taxa de juro aos investidores a rondar os 3,25%, segundo anunciou esta quarta-feira ao mercado.

A procura superou os cinco mil milhões de euros, dez vezes mais do que o montante emitido pelo banco liderado por Mark Bourke, com o forte interesse a baixar o custo da operação. O Novobanco destaca que se tratou do “maior volume de ordens de obrigações cobertas/hipotecárias em Portugal pelo menos nos últimos cinco anos”.

O Novobanco pagou um spread de 45 pontos base acima da taxa de midswap do euro a três anos, perfazendo uma taxa de juro final de 3,25%.

De acordo com o comunicado do banco enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a emissão foi colocada junto de investidores institucionais geograficamente diversificada, incluindo Alemanha (18%), Península Ibérica (15%) e Dinamarca (15%). A emissão foi maioritariamente colocada junto de investidores de referência, incluindo gestores de ativos (44%), bancos (33%) e bancos centrais (9%).

Esta operação visa financiar a atividade do banco através da colocação de títulos de dívida que estão garantidos por um conjunto de ativos (normalmente empréstimos à habitação). Não é uma novidade na banca nacional, pois nos últimos dias também o Santander Totta e o BPI realizaram este tipo de operações, levantando 1.000 milhões e 500 milhões de euros, respetivamente. A Caixa também poderá estar a preparar-se para ir ao mercado depois de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter aprovado o seu programa de obrigações cobertas.

Emissões de obrigações cobertas permitem aos bancos diversificarem as suas fontes de financiamento, numa altura em que estão a ser pressionados com o aumento dos custos de funding no mercado devido à subida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE).

O Novobanco encerrou 2023 com lucros de 743 milhões de euros, uma subida de 33% em relação ao ano anterior beneficiando da subida dos juros dos empréstimos da casa.

(Notícia atualizada às 17h50 com comunicado enviado à CMVM)

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Europeus preferem que UE incentive Ucrânia a negociar paz. Portugueses nem tanto

Apenas 10% dos europeus acredita que a Ucrânia vai vencer a guerra, segundo uma sondagem. Já os portugueses são mais otimistas, com 17% a prever uma vitória ucraniana.

Os europeus estão pessimistas relativamente ao resultado da guerra na Ucrânia e são mais aqueles que preferem que a Europa insista com Volodymyr Zelensky para negociar um acordo de paz com a Rússia, segundo uma nova sondagem do Conselho Europeu de Relações Estrangeiras (ECFR, na sigla em inglês). Os portugueses estão entre os mais otimistas para uma vitória da Ucrânia.

Segundo este barómetro, que incidiu sobre 12 países e foi realizado em janeiro de 2024, em média apenas 10% dos europeus acreditam que a Ucrânia vencerá a guerra, enquanto o dobro, 20%, vê a Rússia a ganhar. Já 37% considera que os países vão alcançar um acordo. Os portugueses estão entre os mais otimistas, em conjunto com a Polónia e a Suécia, com 17% a acreditar numa vitória ucraniana.

Quando questionados sobre o que a Europa deveria fazer perante a guerra, 41% dos inquiridos, em média, defenderam que o bloco comunitário deve incentivar a Ucrânia a negociar um acordo de paz com a Ucrânia. Por outro lado, apenas 31% defendem que a Europa devia apoiar a Ucrânia na recuperação dos territórios ocupados pela Rússia.

Novamente, Portugal destaca-se entre os defensores da Ucrânia: quase metade dos portugueses (48%) acreditam que se devia apoiar a retoma dos territórios por parte da Ucrânia e apenas 23% querem que a Europa insista com Zelensky para tentar obter um acordo de paz.

A sondagem do ECFR contemplou também os cenários para a situação americana, onde as eleições presidenciais podem determinar uma mudança da política de apoio à Ucrânia. A maioria dos europeus ficaria desapontado com uma vitória de Donald Trump e acredita que seria menos provável a Ucrânia vencer a guerra. E perante a possibilidade de que um novo presidente dos EUA limitar o apoio para a Ucrânia, cerca de um terço dos europeus inquiridos preferia que a Europa seguisse os Estados Unidos e encorajasse um acordo de paz com a Rússia. Por outro lado, 20% defendem um aumento do apoio europeu para cobrir a ajuda norte-americana até ao máximo possível e 21% preferiam que o apoio se mantivesse inalterado.

Portugal sobressai entre os países onde mais pessoas preferiam um aumento do apoio para que a Ucrânia conseguisse continuar a lutar — 29% queriam aumentar o apoio e 22% preferem manter. Apenas 22% queriam limitar os apoios e encorajar um acordo de paz.

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André Ventura diz que não faz questão em ser ministro

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2024

No panorama internacional, Ventura diz-se "europeu acima de tudo" e defende que "durante anos confiámos demais no chapéu de defesa norte-americano", cabendo aos europeus a sua própria defesa.

André Ventura diz não fazer questão de ser ministro, embora queira ver o Chega no Governo, através de independentes. O líder do Chega afirma também que nunca irá viabilizar um orçamento do PS e reforça que tem a garantia de “militantes e dirigentes” do PSD de que haverá um governo direita se houver uma maioria de direita.

Em entrevista à TSF e ao DN, André Ventura alimenta também a suspeita de que Luís Montenegro pode viabilizar um governo do PS. “Se me perguntarem se, ao dia de hoje, poderá Luís Montenegro viabilizar um governo do Partido Socialista? Eu diria que sim”, afirma, referindo que PSD, PS e Chega só têm duas opções, que passam por um governo à direita ou em viabilizar o PS. “E, neste momento, eu acho que está mais inclinado para viabilizar o PS. Por essa razão é que o Montenegro ainda não conseguiu clarificar se vai ou não viabilizar o Governo do PS se houver mais votos no PS”, refere.

No panorama internacional, André Ventura diz-se “europeu acima de tudo” e defende que “durante anos confiámos demais no chapéu de defesa norte-americano”, cabendo aos europeus “fazerem a sua própria defesa”. O presidente do Chega diz ainda condenar Bolsonaro caso este tenha efetivamente participado ou tentado fazer alguma coisa para “derrubar o jogo democrático”.

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Advogados reúnem-se em Braga para debater leis penais

  • ADVOCATUS
  • 21 Fevereiro 2024

No próximo dia 1 de março vai decorrer as primeiras Jornadas de Direito Penal e Processual Penal, em Braga, organizadas pela delegação da Ordem dos Advogados (OA) de Braga.

No próximo dia 1 de março vai decorrer as primeiras Jornadas de Direito Penal e Processual Penal, em Braga, organizadas pela delegação da Ordem dos Advogados (OA) de Braga. O evento decorrerá no Hotel Vila Galé Collection Braga.

Entre os temas que serão abordados está a “Questões processuais do arresto e do confisco de vantagens”, “Escolha da pena – a suspensão da execução da pena na criminalidade tributária”, “Declarações para memória futura”, “Justiça Penal e Contexto”, “Corrupção, prazo de prescrição e jurisprudência constitucional”, “Causas da decadência da justiça penal lusa na 3.ª República”, “Recurso de amparo” e “A prova obtida através de crime informático no Processo Penal”.

Ana Santos, presidente da delegação de Braga da OA, Maria Perquilhas, juíza desembargadora no Tribunal da Relação de Évora, Cunha Rodrigues, antigo Procurador-Geral Adjunto, e os advogados Paulo Saragoça da Matta, Manuel Magalhães e Silva e Rui Patrício são alguns dos oradores. O encerramento contará com Guilherme Figueiredo, antigo bastonário da Ordem dos Advogados.

Veja o programa:

9h30 Abertura

Ana Santos . advogada . Presidente da Delegação de Braga da O. A, . Representante da Ordem dos Advogados no Conselho Consultivo da Comarca de Braga

Painel 1

MODERADOR: Artur Marques. Advogado na Comarca de Braga

9h30 TEMA: “Questões processuais do arresto e do confisco de vantagens”

10h00 ORADOR: Mário Monte. Professor Catedrático. Faculdade de Direito da Universidade do Minho

10h00 TEMA: “Escolha da pena – a suspensão da execução da pena na criminalidade tributária”

10h30 ORADORA: Anabela Miranda Rodrigues . Professora Catedrática. Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

10h30 TEMA: “Declarações para memória futura”

11h00 ORADORA: Maria Perquilhas . Juíza Desembargadora no Tribunal da Relação de Évora

11h00 TEMA: “Justiça Penal e Contexto”

11h30 ORADOR: Cunha Rodrigues . antigo Procurador-Geral Adjunto

11h30 Debate

12h00 – Pausa para almoço

Painel 2

MODERADORA: Ana Raquel Pinheiro e Silva – Juíza. Tribunal Judicial Comarca de Aveiro – Juízo Central Criminal J2

14h00 TEMA: “Corrupção, prazo de prescrição e jurisprudência constitucional”

14H30 ORADORA: Maria João Antunes . Professora Catedrática. Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

14h30 TEMA: “Causas da decadência da justiça penal lusa na 3.ª Republica”

15h00 ORADOR: Paulo Saragoça da Matta . Advogado

15h00 TEMA: ”Recurso de amparo”

15h30 ORADOR: Manuel Magalhães e Silva . Advogado

15h30 TEMA: “A prova obtida através de crime informático no Processo Penal”

16h00 ORADOR : Rui Patrício. Advogado

16h00 -Debate

16H30 – ENCERRAMENTO com Guilherme de Figueiredo.

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Desafio é dar voz aos trabalhadores de forma organizada, diz Arménio Carlos

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2024

Quanto às propostas de atualização do salário mínimo apresentadas pelos partidos, o antigo dirigente sindical considerou que "são irrisórias" e uma "regressão" face à evolução dos últimos anos.

O ex-líder da CGTP, Arménio Carlos, defende que um dos desafios do movimento sindical é dar voz aos trabalhadores dentro dos locais de trabalho, de forma organizada, numa altura em que surgem movimentos de contestação inorgânicos.

Um trabalhador revoltado, se não estiver organizado, pode tornar-se amanhã num trabalhador conformado“, afirmou em entrevista à agência Lusa.

Arménio Carlos lembrou que a lei prevê o direito à atividade sindical em empresas e locais de trabalho onde não existem trabalhadores sindicalizados, que considerou ser uma “conquista da CGTP” introduzida depois pelo Governo na Agenda do Trabalho Digno.

“Neste momento, o grande desafio do movimento sindical unitário é claramente, nos próximos anos, trabalhar no sentido de rentabilizar ao máximo esta conquista”, defendeu.

Segundo disse, “não está em causa o aparecimento” desses movimentos inorgânicos. “Agora, o que está neste momento a ser necessário é que esse descontentamento, essa por vezes revolta e essas exigências se façam sentir de forma objetiva dentro dos locais de trabalho e de maneira organizada“, sublinhou à Lusa o antigo líder sindical, atualmente aposentado.

O ex-secretário-geral da CGTP realçou que os sindicatos e os movimentos inorgânicos não são contraditórios, mas defendeu que “se o movimento sindical não conseguir entrar nos locais de trabalho, nas empresas, os trabalhadores não terão voz para assumir as suas reivindicações no confronto direto com as entidades patronais“.

Outro dos desafios é, segundo disse, resolver o problema dos baixos salários e da precariedade no país, uma situação identificada pelos partidos que concorrem às eleições legislativas de 10 março, mas sobre a qual, no seu entender, nem todos apresentam soluções.

“Esta é uma das questões mais complicadas que exigem, da parte dos partidos, esclarecimento e clarificação concreta, para que depois os trabalhadores, no momento do voto, não tenham dúvidas sobre quem está com eles e quem está contra eles”, afirmou.

Segundo Arménio Carlos, só é possível fixar os jovens em Portugal se as remunerações corresponderem àquilo que são as suas habilitações e qualificações e, se isto não for feito, o país ficará a perder com a emigração destes trabalhadores.

Quanto às propostas de atualização do salário mínimo nacional apresentadas pelos partidos políticos, o antigo dirigente sindical considerou que “são irrisórias”.

Se olharmos para as propostas do PS e da [coligação] AD, o que eles propõem é uma regressão relativamente à evolução do salário mínimo nos últimos anos“, disse Arménio Carlos.

Tanto o PS como a coligação AD propõem que o salário mínimo, que atualmente é de 820 euros, atinja os 1.000 euros até ao final da legislatura, em 2028, resultando numa média de 45 euros de aumento por ano, o que “é inferior às atualizações dos últimos dois anos”, salientou.

Arménio Carlos, 68 anos, foi secretário-geral da CGTP entre 27 de janeiro de 2012 e 15 de fevereiro de 2020.

No final dos dois mandatos como líder da CGTP, voltou ao seu posto de trabalho como eletricista na Carris, onde esteve durante cerca de um ano e meio e acabou por aposentar-se quando atingiu a idade para a reforma, aos 66 anos e meio.

Sucedeu-lhe no cargo a atual secretária-geral, Isabel Camarinha, cujo mandato de quatro anos termina no sábado, no XV congresso da central sindical, que se realiza no Seixal (distrito de Setúbal) na sexta-feira e no sábado.

Tiago Oliveira, coordenador da União de Sindicatos do Porto, com 43 anos, deverá ser o próximo líder da intersindical.

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Polícias adiam protestos para depois das eleições legislativas

  • Lusa e ECO
  • 21 Fevereiro 2024

Plataforma que junta sindicatos da PSP e associações da GNR vai solicitar uma audiência imediata ao futuro líder do Governo tendo em vista, como prometido por todos, a resolução imediata do problema.

A plataforma que junta sindicatos da PSP e associações da GNR elogiou esta terça-feira a “forma pacífica” como decorreu a concentração espontânea junto ao Capitólio, em Lisboa, e anunciou o adiamento do encontro nacional previsto para 2 de março. O presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia justifica a decisão com o facto de o Governo estar perto de cessar funções e diz que se trata de uma “uma avaliação sóbria, razoável e democraticamente equilibrada”.

Em comunicado, a plataforma explicou que o encontro nacional de polícias foi adiado para o “pós 10 de março, já num novo quadro político”, garantindo que não irá deixar de “manter acesa a chama da legítima, justa e incontornável reivindicação”.

“A Plataforma manterá a reivindicação do suplemento de missão, através de ações de luta a outros níveis, sendo ela que marcará a diferença no futuro de todos vós e destas instituições seculares”, pode ler-se na nota divulgada nas redes sociais.

Em declarações à RTP3, o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia realça que “não houve qualquer tipo de pressão” para esta tomada de decisão, sublinhado que as forças de seguranças já estavam a ponderar “abrandar aquilo que são formas de protesto mais impactantes”, com o intuito de “dar alguma margem de maturação política”. “É uma avaliação sóbria, razoável e democraticamente equilibrada”, afiançou Bruno Pereira.

“Temos que saber respeitar aquilo que são os tempos da democracia”, reforçou o responsável, notando que o Governo atual está prestes a cessar funções e “não irá resolver o problema”. Por outro lado, o sindicato espera que o futuro elenco Governativo que sair das eleições de 10 de março “assuma e materialize os votos que já assumiu publicamente no sentido de corrigir prioritariamente esta questão”.

No pós-eleições, também a plataforma garantiu que os cidadãos podem “contar com o regresso em força” das reivindicações, alicerçadas “na exigência da reposição de uma das maiores injustiças alguma vez praticada” para com estas forças de segurança.

A plataforma garantiu também que solicitará “uma audiência imediata ao futuro líder do Governo tendo em vista, como prometido amplamente por todos, a resolução imediata desta desigualdade”. “Que possa constituir o pontapé de saída para a resolução consequente do miserabilismo que se tem instalado em torno das nossas carreiras e que tem afastado as novas gerações de carreiras tão nobres quanto a Nossa”, destacam as forças de segurança.

No comunicado, divulgado terça-feira à noite, a plataforma congratulou-se com a “elevada adesão” de participantes na iniciativa que decorreu na segunda-feira na Praça do Comércio, em Lisboa.

Após uma concentração que juntou na Praça do Comércio cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR, muitos seguiram para o cineteatro Capitólio, onde decorreu o debate eleitoral entre os líderes do PS e do PSD, numa marcha espontânea que não foi autorizada.

O diretor nacional da PSP determinou esta terça-feira a realização de um inquérito interno sobre as circunstâncias do protesto de agentes daquela polícia junto ao cineteatro Capitólio, depois da Direção Nacional ter anunciado na segunda-feira que enviou uma participação ao Ministério Público (MP) para averiguação sobre aquela ação.

Sobre esta iniciativa, a plataforma sublinhou que, apesar de não ter sido organizada, deve ser enaltecida “a forma pacífica como decorreu a deslocação, sem qualquer registo de episódios que possam manchar a imagem e profissionalismo dos seus participantes, que, mais uma vez, fizeram-se ouvir com sobriedade e elevação”.

Também o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia garantiu que o protesto no Capitólio ” foi feito de forma muito sóbria, urbana e elevada”, nem teve “ordem que apelassem à violência”. Ainda assim, admite que poderá ter sido “desrespeitada a comunicação prévia”.

Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.

Esta plataforma, constituída a 6 de dezembro de 2023, salientou também “em jeito de balanço” que os profissionais da GNR e PSP devem ser “reconhecidos pela forma exemplar como têm conseguido reivindicar os seus legítimos direitos, sem lesarem, em nenhuma circunstância, o Estado de Direito Democrático”.

“Ninguém pode ficar indiferente à correção e dimensão das grandes manifestações de Lisboa e Porto, que espelham bem a unidade histórica destes profissionais, das Nossas Pessoas e Camaradas”, pode ler-se ainda.

(Notícia atualizada às 13h50 com as declarações do presidente do do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia)

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Presidente da associação de juízes diz que PGR revelou “mau perder” no caso da Madeira

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2024

Manuel Soares criticou o Ministério Público por não ter sido o primeiro a prestar esclarecimentos sobre o processo da Madeira e criticou postura de Lucília Gago.

O presidente da associação sindical dos juízes afirmou esta terça-feira que a procuradora-geral da República revelou “mau perder” no caso da Madeira e criticou o Ministério Público por não ter sido o primeiro a prestar esclarecimentos sobre o processo.

À margem de uma conferência sobre o tema da Justiça nas eleições legislativas de março, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), Manuel Soares, considerou que o comunicado que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu sobre a decisão instrutória no caso da Madeira — que deixou em liberdade os três arguidos detidos contrariando o pedido de prisão preventiva do MP —teve esclarecimentos “interessantes e importantes” na parte em que “torna claro que a hierarquia funcionou”.

“Não gostei tanto, tenho que o dizer, da parte em que parece ter tido mau perder, digamos assim. O processo é um processo complexo, difícil e teve um impacto importante na vida pública, mas houve uma decisão de um juiz, [que] não concordou com a promoção do Ministério Público”, disse.

O presidente da ASJP reiterou que um esclarecimento do MP face “ao alarme social” criado com a decisão instrutória era devido, mas sobre o momento em que o comunicado foi emitido, ainda que entenda que a decisão sobre o ‘timing’ compete à PGR, defendeu que o MP devia ter falado antes do diretor nacional da Polícia Judiciária.

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Ainda sem estar concluída, auditoria à Santa Casa aponta ilícitos

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2024

A auditoria pretende seguir o rasto do dinheiro que saiu da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para a Santa Casa Global, desta para a Santa Global Brasil, seguindo ainda para a MCE.

Embora a auditoria à Santa Casa Global — empresa criada em 2021 para desenvolver o projeto de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa — ainda não esteja concluída, um relatório datado de 31 de janeiro aponta para a existência de indícios da prática de ilícitos. O documento sublinha que os investimentos feitos não tiveram a assinatura de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, algo que devia ter acontecido, revela o jornal Público (acesso condicionado).

A auditoria que está a ser desenvolvida pretende seguir o rasto do dinheiro que saiu da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para a Santa Casa Global, desta para a Santa Global Brasil, seguindo ainda para a MCE, sociedade adquirida no Rio de Janeiro, num circuito que envolve ainda as restantes participadas da Santa Casa, que serão mais três empresas. Além disso, os auditores vão apurar como e em que circunstâncias, legais ou não, foi gasto o dinheiro.

O relatório foi enviado esta terça-feira pela SCML para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas. A auditoria externa, da responsabilidade da BDO e que já dura há sete meses, “ainda não está totalmente concluída, devido a dificuldades na obtenção de documentação administrativa e financeira relativa a participadas” no Brasil.

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Hoje nas notícias: Santa Casa, Farfetch e AD

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Embora ainda não esteja concluída, a auditoria à Santa Casa Global aponta para a existência de indícios da prática de ilícitos. Na Farfetch, a Coupang, que salvou a empresa da falência, exige mais cortes, o que levou à saída de alguns diretores de áreas tecnológicas. Estas são algumas das notícias que marcam a imprensa esta quarta-feira.

Ainda sem estar concluída, auditoria à Santa Casa aponta ilícitos

Embora a auditoria à Santa Casa Global — empresa criada em 2021 para desenvolver o projeto de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa — ainda não esteja concluída, um relatório datado de 31 de janeiro aponta para a existência de indícios da prática de ilícitos e diz que os investimentos feitos não tiveram a assinatura de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, algo que devia ter acontecido.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Coupang exigiu mais cortes na Farfetch levando à saída de diretores

Depois de a Coupang ter exigido cortes mais extensos do que os inicialmente aprovados na Farfetch, alguns diretores de áreas tecnológicas decidiram sair por entenderem que iriam ficar sem equipa para gerir e sem condições de trabalho. O novo dono da Farfetch salvou a empresa da falência adquirindo-a por 500 milhões de dólares. A nível global os despedimentos devem afetar entre 25 a 30% da força laboral, o que poderá levar à saída de cerca de duas mil pessoas.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Pinto Luz diz que nem pressão de Marcelo vai alterar regras da AD para cenários pós-eleitorais

Miguel Pinto Luz defendeu em entrevista à Renascença que a AD tem as suas regras e que não vale a pena o Presidente da República colocar barreiras sobre cenários para o após eleições legislativas de 10 de março. Continuando a recusar dizer se Luís Montenegro viabiliza ou não um Governo minoritário do PS, o vice-presidente do PSD disse que as regras do líder do PSD estão definidas, algo que nem uma eventual pressão de Marcelo Rebelo de Sousa poderá mudar. “Chega, jamais, não governamos se não ganhamos e não cenarizamos sobre derrotas. A AD vai ganhar as eleições de 10 de março e é nisso que estamos absolutamente focados e não cenarizamos sobre esse tema”, disse ainda Pinto Luz.

Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre)

Provedora de Justiça quer serviços públicos mais próximos

Apesar da generalização do atendimento por marcação com a pandemia, e reconhecendo os ganhos de eficiência, a provedora de Justiça alerta para a necessidade de uma “administração de porta aberta, que se saiba que está, onde está e que está ao serviço dos cidadãos”. Maria Lúcia Amaral, no âmbito de um Relatório sobre o Atendimento ao Cidadão nos Serviços Públicos, recomenda a necessidade de garantir um maior equilíbrio entre o atendimento presencial com e sem marcação. A provedora recomendou ainda a proibição por parte do Governo da utilização de linhas de valor acrescentado para efeitos de atendimento ao cidadão e o reforço da capacidade de resposta dos serviços públicos nos grandes centros urbanos.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Banca aposta em dívida coberta para financiamento

Um pouco por toda a Europa tem existido uma procura pela dívida coberta. Em Portugal, o Novo Banco prepara uma emissão de obrigações cobertas, sendo que o Santander Totta e o BPI já o fizeram também. Desde o arranque do ano foram várias as instituições financeiras que já colocaram montantes significativos em obrigações cobertas – títulos de dívida que são garantidos por um conjunto de ativos, geralmente constituídos por hipotecas ou títulos de dívida, e que têm ganho força nas fontes de financiamento da banca.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

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Ciberataques de ransomware fizeram quase o dobro das vítimas em 2023

O roubo ou bloqueio de dados, seguido do pedido de um resgate, é a ameaça número um à cibersegurança das empresas. Check Point identificou 5.000 vítimas no ano passado, quase o dobro de 2022.

A Check Point, uma empresa de cibersegurança israelita, promove esta semana o seu evento anual do mercado EMEA em Viena, ÁustriaCheck Point

O ransomware é cada vez mais a principal ameaça à cibersegurança das empresas. 2023 voltou a ser um ano pródigo neste tipo de ciberataques, em que os piratas informáticos invadem os sistemas de um negócio, bloqueiam ou roubam a informação, e exigem às vítimas o pagamento de um resgate para que o acesso seja restabelecido, ou os dados não sejam expostos na internet.

“Em 2023, um total de 68 grupos ativos de ransomware reportaram ter invadido sistemas e extorquido publicamente mais de 5.000 vítimas. Isto representa um aumento substancial ao longo dos últimos anos”, lê-se no Relatório Anual de Segurança 2024 da Check Point Software, uma empresa de cibersegurança de origem israelita também presente em Portugal.

“Os incidentes de ransomware só se intensificaram ao longo do ano. O segundo semestre registou mais de 2.800 vítimas, comparadas com as 2.200 da primeira metade do ano”, acrescenta ainda a Check Point. Para comparação, no ano completo de 2022 a empresa tinha registado 2.600 ataques deste tipo, pelo que declara, neste relatório, que o ransomware é o “risco número um” para a cibersegurança das empresas.

O número relativo a 2023 foi obtido pela Check Point a partir de 200 shame sites, o nome que a companhia sedeada em Tel Aviv da às páginas online onde os atacantes expõem as vítimas e as pressionam a pagarem os resgates, geralmente em criptomoedas como a bitcoin. Porém, o número real de ataques poderá ser muito superior, pois muitos casos de organizações atacadas nunca chegam a ser revelados.

A maioria deste tipo de ataques publicamente conhecidos afetou empresas do setor industrial, seguidas das empresas de comércio a retalho ou grossista. As consultoras encerraram o pódio das principais vítimas de ransomware em 2023 (como mostra o gráfico seguinte).

A título de exemplo, em janeiro do ano passado, o ECO noticiou em primeira mão que um grupo de hackers dizia ter publicado toda a informação alegadamente roubada ao Porto de Lisboa num ciberataque que tinha ocorrido um mês antes, em dezembro de 2022. Na altura, a empresa admitiu ter “conhecimento da existência de dados na dark web e de um pedido de resgate”, mas não quis comentar quando confrontada com a indicação de que os burlões tinham cumprido o prometido – expor os documentos se o resgate não fosse saldado.

Quem foram as principais vítimas do ransomware?

Distribuição setorial das vítimas de ransomware em 2023 com base na informação disponibilizada pelos próprios atacantes nos chamados “shame sites”, as páginas onde expõem as identidades das suas vítimas | Fonte: Relatório Anual de Segurança 2024, Check Point Software

O trabalho da Check Point – divulgado esta quarta-feira por ocasião da CPX 2024, a conferência anual de cibersegurança da empresa cuja edição para o mercado EMEA decorre esta semana em Viena, na Áustria – pinta um cenário preocupante, em que os atacantes adquirem vulnerabilidades desconhecidas (conhecidas tecnicamente por zero-day) no mercado negro que podem custar “alguns milhares de dólares” ou chegar “aos 2,5 milhões de dólares”. “As estimativas dos pagamentos reais de resgates podem ser difíceis, mas é seguro assumir que, pelo menos em alguns casos, mais do que cobrem” esse custo inicial.

Em Portugal, o flagelo do ransomware ganhou maior expressão mediática em janeiro de 2022, quando um grupo de hackers autodenominado Lapsus$ conseguiu invadir e bloquear os sistemas informáticos do grupo Impresa, dono da SIC, tornando inacessíveis os sites e arquivos da estação televisiva, mas também do jornal Expresso. Só que o problema dos ciberataques ganharia ainda mais atenção poucas semanas depois, quando um ciberataque derrubou as redes da Vodafone Portugal, impactando, direta e indiretamente, muitos milhões de portugueses.

Apesar do aumento do risco de ciberataque, o relatório da Check Point mostra algumas empresas estão mais expostas do que outras: “Os setores da educação, governo [setor público e militar] e saúde continuam a ser os principais alvos de ciberataques”, avança também a Check Point, que estima que, a nível mundial, as instituições de ensino sejam alvo de 2.046 tentativas de ataque por semana, em média. Ainda assim, é uma redução de 12% face a 2022.

No setor público, o número de tentativas semanais também desceu no ano passado face ao ano anterior, na ordem dos 4%. Mas subiu 3% na saúde, 8% nas comunicações e 22% no comércio de retalho ou grossista, que, no entanto, ocupa apenas a oitava posição entre os setores mais expostos (ver gráfico seguinte).

Os setores mais expostos a ciberataques

Número médio de tentativas de ataque por semana por organização em cada setor em 2023 e variação face a 2022 | Fonte: Relatório Anual de Segurança 2024, Check Point Software

Outra conclusão que se pode retirar do relatório anual da Check Point é que todo o cuidado é pouco quando se usa o email. Nos dias de hoje, as comunicações por esta via são ubíquas, mas os atacantes também sabem disso. Por isso, se em 2018 o email era o protocolo de distribuição usado em apenas 33% dos ataques, em comparação com os 67% da web, em 2023 o cenário foi o inverso: 88% dos ataques usaram o email como vetor inicial, contra apenas 12% do protocolo web, de acordo com dados da empresa israelita.

Analisando os dados mais detalhadamente, conclui-se que os ficheiros HTML, seguidos dos PDF, foram o tipo de ficheiro mais usado pelos atacantes para propagar software malicioso por email. Em contrapartida, na web, o risco centralizou-se, sobretudo, nos ficheiros executáveis (.exe) descarregados da internet, embora não tenham sido os únicos. É, contudo, um método que está a cair em desuso, asseguram os peritos da Check Point.

Por fim, quanto às motivações, na perspetiva da vice-presidente de research da Check Point, Maya Horowitz, o ano passado mostrou que os hackers, cada vez mais, não querem apenas dinheiro mas procuram também “reconhecimento”. A especialista destaca igualmente o aumento dos casos de hacktivismo, isto é, quando existem causas “sociais ou políticas” a motivarem esses ataques. “Este tipo de ataque, outrora uma ferramenta dos ativistas individuais, está agora a ser usado por governos como uma forma de atacar os adversários indiretamente”, afirma a responsável, lembrando que foi o que se sucedeu antes da invasão da Ucrânia pela Rússia ou do conflito entre o Israel e o Hamas.

O ECO viajou para Viena (Áustria) a convite da Check Point.

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