Bruxelas avisa que OE2025 não cumpre todas as recomendações por manter apoio aos combustíveis

Comissão Europeia aprova Plano de Médio Prazo português, mas considera que o Orçamento do Estado (OE2025) não está totalmente alinhado com as recomendações, devido à manutenção dos apoios na energia.

A Comissão Europeia considera que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) apresentada pelo Governo não está totalmente alinhada com as recomendações do executivo comunitário. Em causa está o facto de Portugal não ter eliminado gradualmente todas as medidas de apoio de emergência à energia até este inverno, nomeadamente o desconto nos combustíveis. Bruxelas também nota que o Governo não apresentou medidas para aumentar a sustentabilidade do sistema de pensões.

Numa avaliação divulgada esta terça-feira, no âmbito do Pacote do Outono do Semestre Europeu, a Comissão Europeia considera que a despesa líquida prevista na proposta orçamental do próximo ano se enquadra dentro dos limites máximos, assim como o Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo, que foi entregue pelo Ministério das Finanças ao abrigo das novas regras orçamentais europeias.

No entanto, Bruxelas entende que a proposta apresentada pelo Governo português não cumpre todas as recomendações, por não prever o fim das medidas de apoio à energia antes do inverno de 2024-2025: “As medidas de apoio energético que estão atualmente previstas continuarem em vigor não parecem estar direcionadas à proteção das famílias e empresas mais vulneráveis e à preservação dos incentivos à poupança energética”, lê-se no documento específico sobre Portugal.

Estas considerações já tinham sido feitas pela Comissão em novembro do ano passado e Bruxelas tem vindo a insistir, em múltiplas ocasiões, para que Portugal ponha fim aos apoios aos combustíveis para as famílias e empresas. Recentemente, o executivo comunitário destacou pela negativa medidas como o congelamento da taxa de carbono, que faz parte do preço dos combustíveis como a gasolina e o gasóleo.

Este ano, o Governo já descongelou esta taxa três vezes, mantendo, contudo, uma suspensão parcial da sua atualização (atualmente, a taxa de carbono está nos 81 euros por tonelada de CO2, abaixo dos 83,524 euros que seriam aplicáveis em 2024 caso esta não estivesse de todo congelada). No entanto, no passado dia 8 de novembro, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, garantiu que não irão existir mais descongelamentos da taxa de carbono este ano nem em 2025.

Perante a insistência da Comissão em exigir o fim destas medidas, Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, e Paolo Gentiloni, comissário europeu com a pasta da Economia, foram confrontados, numa conferência de imprensa, com o facto de o fim destas medidas poder resultar numa subida vertiginosa dos preços dos combustíveis em Portugal. Os responsáveis não responderam diretamente à pergunta, mas lembraram que se trata de uma “recomendação horizontal” e de um “compromisso” assumido por todos os Estados-membros.

“Atualmente, vemos que os preços da energia estabilizaram e desceram. Não vemos que este tipo de medidas seja, de certo modo, uma forma direcionada de gastar o dinheiro dos contribuintes e, certamente, existem outras formas mais direcionadas de gastar esse dinheiro, que é o que recomendamos aos Estados-membros”, considerou Dombrovskis.

Por sua vez, Gentiloni recordou que os apoios energéticos foram introduzidos depois da invasão da Ucrânia pela Rússia e no contexto de uma espiral inflacionista: “Claro que agora a inflação está em trajetória descendente – não muito baixa em Portugal, devo dizer – mas isto foi um compromisso comum ao nível da UE e é por isso que há esta recomendação horizontal de cortar as medidas extraordinárias tomadas durante a crise energética”, afirmou.

Entretanto, o ministro das Finanças português, Joaquim Miranda Sarmento, reagiu numa conferência de imprensa no Parlamento, onde esta terça-feira continua a ser discutido o OE2025 na especialidade, para rejeitar o fim imediato do apoio aos combustíveis no ISP: “Nós iremos analisar. Neste momento, o Governo não tem nenhuma decisão sobre isso. Entendemos que é importante manter o preço dos combustíveis baixo”, assumiu o governante.

A Comissão Europeia insiste que Portugal deve substituir os apoios gerais à energia por medidas direcionadas aos mais vulneráveis. Um deles é o desconto aplicado aos combustíveis. O Governo português já reagiu, rejeitando o fim imediato deste apoio, mas afirmando que irá analisar os apelos de Bruxelas.

Este renovado alerta de Bruxelas consta do pacote de avaliações do executivo comunitário às propostas de Orçamento do Estado e dos Planos Nacionais Estrutural de Médio Prazo dos países da União Europeia (UE), sendo que Luxemburgo e Malta estão na mesma situação que Portugal, ou seja, também não respeitam todas as recomendações, pelos mesmos motivos. Ainda assim, a Comissão entende que a despesa líquida projetada pelo Governo português no OE2025 está “dentro dos limites máximos”.

Não é o único apelo que a Comissão Europeia faz a Portugal. O executivo comunitário recomenda que o país “melhore a eficácia do sistema fiscal, em particular reforçando a eficiência da sua administração e reduzindo carga administrativa associada, e que tome medidas para garantir a sustentabilidade orçamental do sistema de pensões”.

A Comissão Europeia entende que o OE2025 descreve medidas para aumentar a digitalização e automatização de processos na Autoridade Tributária e Aduaneira, “mas não reporta nenhumas medidas concretas” relativamente à sustentabilidade da Segurança Social.

Plano de Médio Prazo em linha com o recomendado

A avaliação da Comissão divulgada esta terça-feira, parte do Pacote do Outono do Semestre Europeu, obedece a novos parâmetros, sendo a primeira que se rege pelas novas regras orçamentais da UE. Assim, os projetos de planos orçamentais para 2025 apresentados são vistos sob a lupa dos Planos de Médio Prazo, ou seja, Bruxelas examina se representam os primeiros passos adequados para os implementar. Deste modo, centra-se no crescimento das despesas líquidas em 2024 e 2025.

Neste contexto, a Comissão Europeia considerou também, esta terça-feira, que as previsões de Portugal inscritas no Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo, entregue pelo Governo a Bruxelas a 11 de outubro, cumprem os requisitos e a trajetória de referência média de 3,6% definida para o país. A trajetória plurianual das despesas líquidas definida por Bruxelas para Portugal é de, em média, 3,6% entre 2025 e 2028: em 2025 de 4,1%; em 2026 de 3,6%; em 2027 de 3,4% e em 2028 de 3,3%. No documento português, o Governo compromete-se a cumprir a média.

Embora o teto para o crescimento da despesa líquida em 2025 e 2026 se fixe acima dos valores definidos, em 2027 e 2028 reduz-se fortemente. No entanto, ao ser calculada como uma média a quatro anos (período do plano) permite que a despesa seja mais elevada em determinado período e no seguinte mais reduzida. Sendo calculada em percentagem do PIB, será também influenciada pelo crescimento da economia. De acordo com as regras, a trajetória pode ter um desvio de até 0,3 pontos percentuais do PIB e em termos acumulados até 0,6 pontos.

O executivo comunitário deu ainda luz verde aos planos dos restantes Estados-membros, à exceção dos Países Baixos – propôs que o Conselho recomendasse uma trajetória de despesas líquidas consistente com os objetivos técnicos que tinha recomendado em julho – e da Hungria – cujo plano ainda está a ser avaliado. Mas, por considerar que os 20 países cumprem os requisitos, recomenda então ao Conselho que aprove o valor líquido da trajetória de despesas incluído nesses planos.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h21)

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PSOE e Sumar envolvem seguradoras para acabar com a “ADSE” de Espanha

O Governo espanhol quer desviar funcionários públicos do sistema privado de saúde e ressuscitar impostos sobre os seguros para financiar o sistema público. É contestado em todas as frentes.

O Governo espanhol e os partidos que o apoiam querem desviar os recursos gastos no setor privado para financiar o sistema público de saúde. Para além da oposição parlamentar, arrisca uma grande manifestação em Madrid a 14 de dezembro com muitos dos 1,5 milhões funcionários públicos, descontentes por perderem o benefício de usufruírem de seguro de saúde privado complementar ao estatal.

Em primeiro lugar, PSOE e Sumar, os principais partidos que suportam o Governo de Espanha, propuseram no Parlamento espanhol o fim a isenção do imposto sobre os prémios dos seguros de saúde (IPS). A ideia foi chumbada nas Cortes espanholas na passada semana com 163 votos a favor do PSOE, Sumar e partidos de esquerda e 185 contra, incluindo o PP e Vox.

Em causa estava a contribuição de 8% de IPS de que seguros de vida, seguros de saúde e acidentes pessoais e outros considerados de interesse pelo Estado, estavam isentos. A proposta do partido de extrema-esquerda Sumar era acabar com esta isenção nos seguros de saúde, dirigindo a receita prevista de 750 milhões de euros ao Sistema Nacional de Saúde, organismo congénere do português SNS.

A isenção de IPS de alguns seguros tinha sido uma das primeiras medidas do Governo socialista de Zapatero logo em 2004. A medida agora proposta pelo Sumar fazia parte de um pacote atual de propostas que visavam aumentar a receita fiscal, para reforçar o sistema público de saúde em Espanha.

Guerra com seguradoras e funcionários públicos

Noutra frente, o Governo espanhol ameaça terminar na prática com a Mutualidad General de FuncionariosCivilesdel Estado (MUFACE), a “ADSE” espanhola, que beneficia 1,5 milhões de funcionários públicos e de empresas e entidades estatais, dispensando as seguradoras de saúde que complementam o serviço de saúde e integrando os funcionários públicos no sistema geral.

A Muface é financiada pelo Estado – o Governo espanhol aponta para 2.681 milhões de euros anuais – e pelos próprios funcionários, com valores entre os 294 e os 732 euros por ano, numa média de 478 euros. Esta contribuição é obrigatória, ao contrário da portuguesa ADSE que é facultativa desde 2009. O valor pago pelos funcionários públicos portugueses é de 3,5% sobre o salário bruto pelo que a 432 euros anuais da média espanhola corresponderia a um salário de 881 euros mensal.

Para complementar os serviços públicos, o Governo espanhol lançaria um concurso aberto a seguradoras privadas. Neste momento são Asisa, Adeslas e DKV as prestadoras deste serviço. No concurso, a decorrer, foi proposto às seguradoras um aumento do pagamento do prémio de 17,2%, mas as companhias só se interessam em 40% e começaram a avisar os segurados que estarão de saída do negócio até ao próximo dia 1 de fevereiro.

Não se apresentando aos concursos, a DKV, por exemplo, afirmou não estar disponível para perder 77 milhões de euros em dois anos com a proposta do Governo.

Em resposta, Mónica García, ministra espanhola da Saúde indicada pelo Sumar, assegurou que o Sistema Nacional de Saúde está preparado para dar serviço aos mutualistas e que “estaria orgulhosíssima de o dar também aos funcionários públicos”.

Esta medida, segundo a Fundação IDIS, organização do setor privado de saúde, aumentaria o gasto público em saúde em 1.214 milhões de euros por ano, teria de se aumentar 4 mil camas ao sistema, haveria um incremento de 166% nas listas de espera e aumentaria em 2% o número de consultas.

Perante esta negociação a Central Sindical Independiente y de Funcionarios (CSIF), o sindicato mais representativo das administrações públicas, dirigiu-se aos ministérios da Função Pública e da Saúde para pedir explicações sobre o futuro da Muface.

A CSIF rejeita frontalmente esta possibilidade de terminar o Muface e integrar o sistema público, emitindo um comunicado em que afirma não vai aceitar uma decisão unilateral do Governo sobre esta questão. Para assegurar o seu ponto, a CSIF promete manifestações, greves inclusivamente uma de toda a Função Pública.

Uma grande manifestação já está a ser convocada para 14 de dezembro em frente à sede da Muface, em Madrid.

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Consórcio da Mota-Engil vence obras no Humberto Delgado

Contrato para o arranque das obras de alargamento do aeroporto Humberto Delgado será assinado amanhã. Mota-Engil, Vinci, Alves Ribeiro e HCI serão as construtoras.

A ANA – Aeroportos de Portugal selecionou o consórcio composto pela Mota-Engil, Vinci, Alves Ribeiro e HCI Construções para as obras de alargamento do Humberto Delgado, apurou o ECO junto de fonte ligada ao processo. A assinatura do contrato para a empreitada, que ronda os 300 milhões de euros, está agendada para amanhã, quarta-feira.

A intervenção no Humberto Delgado inclui a ampliação do terminal 1, alterações na pista com a construção de entradas múltiplas e saídas rápidas e a criação de uma placa de estacionamento no Aeródromo de Figo Maduro, cujo perímetro passará a integrar a concessão da ANA, mediante uma compensação a pagar ao Estado.

As obras, que deverão estar concluídas em 2027, permitirão aumentar o número de movimentos de aeronaves na Portela de 38 para 45 por hora, elevando o número de passageiros para entre 40 e 50 milhões.

Está previsto que o auto de consignação das obras seja assinado amanhã, pelas 10h00, no Aeroporto Humberto Delgado, com a presença do ministro das Infraestruturas. Há cerca de duas semanas o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, reiterou que esse passo seria dado ainda em novembro. “É público que até ao final deste mês, já o tínhamos anunciado, a ANA Aeroportos vai assinar o auto de consignação das obras do aeroporto Humberto Delgado”, afirmou à margem de uma cerimónia em Sines, no distrito de Setúbal.

O Governo aprovou em maio a resolução de Conselho de Ministros que determina a realização pela ANA de um plano de investimentos faseado para o Humberto Delgado, dando sequencia a uma resolução aprovada pelo anterior Governo.

Alem das obras na Portela, a resolução determina ainda a implementação pela NAV Portugal de “um plano de expansão da capacidade do espaço aéreo de Lisboa com vista a atingir 45 movimentos, por hora, com possibilidade de acrescerem outros dois por tráfego aéreo de/para o aeródromo municipal de Cascais”.

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Município de Barcelos requalifica escola por 11 milhões de euros com fundos do PRR

O projeto e a autorização para o lançamento do concurso público de execução da empreitada da Escola de Barcelinhos foram aprovados nesta segunda-feira pela autarquia de Barcelos.

A Câmara Municipal de Barcelos vai avançar com a reabilitação e ampliação da Escola Secundária de Barcelinhos, num investimento de 11 milhões de euros, no âmbito de uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O projeto e a autorização para o lançamento do concurso público de execução da empreitada foram aprovados nesta segunda-feira, o que, sustenta o presidente da câmara, “prova que a Educação é uma aposta forte e profunda” da autarquia.

Este projeto surge no âmbito da Carta Educativa municipal, visando a qualificação da rede escolar e otimização dos recursos, por forma a garantir condições para o exercício de uma educação de qualidade no concelho, explana a autarquia.

O autarca Mário Constantino Lopes considera que “a melhoria significativa dos edifícios escolares aumenta e potencia a possibilidade de mais alunos prosseguirem o Ensino Superior e assim ficarem mais dotados para singrarem na vida ativa”.

A melhoria significativa dos edifícios escolares aumenta e potencia a possibilidade de mais alunos prosseguirem o Ensino Superior e assim ficarem mais dotados para singrarem na vida ativa.

Mário Constantino

Presidente da Câmara Municipal de Barcelos

Além da requalificação e ampliação do estabelecimento escolar, esta empreitada visa ainda a aquisição e instalação de equipamentos. No exterior, as obras contemplam a requalificação dos pavimentos, infraestruturas – abastecimento de água e sistemas de drenagem –, envolvente vegetal e áreas permeáveis.

Na Escola Secundária de Barcelinhos estudam 631 estudantes, 165 alunos/as do 3.º ciclo do Ensino Básico e 466 alunos/as do Ensino Secundário/Profissional, contabiliza o município.

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EDP denuncia mudança de centenas de contratos sem autorização do cliente por mês

  • Capital Verde
  • 26 Novembro 2024

A Endesa admite "situações pontuais" de transferência de contratos sem autorização do cliente. O regulador reconhece a prática, mas não aponta números ou empresas em concreto.

A EDP afirma que todos os meses tem recebido denúncias de cerca de 100 clientes que passam por situações de mudança de contrato sem terem dado qualquer autorização para que exista esta transferência, avança o Observador.

Num caso acompanhado pelo referido jornal, a cliente acusa a empresa de ter “acedido indevidamente” aos seus dados pessoais — nome, morada e número de identificação fiscal — para celebrar dois “contratos abusivos”, tendo sido surpreendida pela informação de troca de utilizador.

A Endesa confirmou o caso, e admite “situações pontuais” neste âmbito, e explica que este caso concreto “pode estar relacionado com as entidades com que colabora na captação de clientes”. Em oposição, a EDP afirma que estes casos são “infelizmente, recorrentes” e envolvem diferentes empresas do setor.

Já a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos diz ter conhecimento de casos de práticas comerciais “desleais” e “mudanças involuntárias”, mas não avança um número concreto nem que empresas são alvo de denúncias.

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Porto aumenta taxa turística em 50% a partir de domingo

Porto aumenta de dois para três euros taxa municipal turística a partir de 1 de dezembro. Pretende fazer face à despesa associada à atual procura por parte dos turistas.

A partir do próximo domingo, os alojamentos da cidade do Porto passam a aplicar três euros de taxa municipal turística, anunciou esta terça-feira o município liderado pelo independente Rui Moreira. “Procura ser uma contribuição para a sustentabilidade do Porto enquanto destino turístico, ao mesmo tempo que promove uma melhoria da qualidade de vida da população residente”, explana a autarquia.

 

De forma a suportar a despesa associada à procura atual por parte dos turistas, os alojamentos da cidade passam, a partir de 1 de dezembro, a aplicar o novo valor da taxa municipal turística. Dos anteriores dois euros, cada noite dormida no Porto vai passar a custar três euros por pessoa”, detalha a câmara portuense num comunicado. A alteração desta taxa foi aprovada por maioria, no dia 19, na Assembleia Municipal do Porto.

O município refere ainda que “a taxa municipal turística é devida em contrapartida das atividades e investimentos realizados, direta e indiretamente, com a atividade turística na cidade, através da resposta do município à pressão resultante no espaço urbano, designadamente nas infraestruturas e equipamentos públicos, na necessidade de reforço da limpeza urbana, da segurança de pessoas e bens, da rede de transportes públicos e das condições de mobilidade”.

A taxa turística é cobrada no Porto desde março de 2018 com o propósito de criar receita para “mitigar a pegada turística que se verifica na habitação, na limpeza e na mobilidade”, assinalou o autarca Rui Moreira, aquando do arranque da medida.

A partir de domingo, a taxa de três euros será paga por cada pessoa com mais de 13 anos, por noite, até um máximo de sete noites seguidas, com exceção de estadas motivadas por atos médicos, situações de despejo ou desalojamento. Não pagam igualmente esta taxa os portadores de deficiência, peregrinos em albergues, instalação temporária pelos organismos sociais públicos ou deslocados por razões de conflito nos países de origem.

Todas as questões relacionadas com a aplicação do novo valor poderão ser colocadas pelos agentes económicos do setor através da plataforma da taxa municipal turística.

Desde 2018 e até abril de 2024 “foram liquidados 75,8 milhões de euros” com esta taxa, calcula o município ao ECO/Local Online. Só de janeiro a abril deste ano, a autarquia arrecadou 6,6 milhões de euros, qualificando o desempenho de “muito positivo face aos 5,8 milhões de euros de 2023” em igual período, o que se traduz em mais 13,8% de receitas. Contas feitas, a taxa gerou 19,2 milhões de euros em 2023, mais 4,2 milhões do que em 2022.

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COP das Finanças “insuficiente” dificulta vitória na próxima conferência

Apesar de o grande objetivo de investimento ter triplicado, é criticada a ambição e a falta de clareza quanto aos meios para o atingir. A próxima COP terá de revisitar estas questões antes de avançar.

A COP das Finanças parece ter deixado um rasto de desilusão no que diz respeito ao seu principal objetivo: a definição de uma nova meta de financiamento climático. No final das negociações, ficou o compromisso da angariação de 300 mil milhões de euros anuais, o triplo do valor que estava em causa anteriormente. Mas várias questões se levantam quanto a este novo desígnio, desde a distância a que fica das verdadeiras necessidades até às suas fontes.

O ambiente de discórdia foi patente durante as negociações, marcadas pela saída abrupta do plenário de um grupo de representantes das nações mais vulneráveis, em protesto, por considerarem que as suas posições não estavam a ser devidamente consideradas. Se este grupo tivesse mantido a intransigência, a COP29 poderia ter sido palco de um cenário que se havia verificado apenas uma vez em três décadas de conferência: o colapso da linha principal de negociações.

Acabou por se fechar o maior compromisso financeiro que alguma vez foi assinado no âmbito das Conferências do Clima das Nações Unidas, e o triplo do objetivo anterior, num contexto de elevada inflação e tensões geopolíticas, e após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, uma voz do lado oposto da batalha pelo ambiente. Um avanço, nestas circunstâncias, poderia ser considerado uma vitória, mas não foi o que aconteceu. “Um número redondo num papel escrito já de madrugada para responder à pressão da comunicação social e de alguns países”, é como Rodrigo Tavares, professor catedrático convidado na Nova SBE especializado em Finanças Sustentáveis, olha para o grande número que saiu das negociações da COP29.

[Objetivo de 300 mil milhões de dólares é] um número redondo num papel escrito já de madrugada para responder à pressão da comunicação social e de alguns países.

Rodrigo Tavares

Professor de Finanças Sustentáveis na Nova SBE

Nas reações que se conheceram imediatamente após o resultado, está de facto patente uma insatisfação generalizada. “Esperava um resultado mais ambicioso”, concedeu o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia, também assume que era desejável uma maior ambição, e a líder da delegação do Parlamento Europeu para a COP29, Lídia Pereira, concorda que há que “ir ainda mais longe na COP30”. ”Pouco ambicioso e insuficiente” e “muito abaixo das responsabilidades históricas”, acusa a associação ambientalista Zero. Uma “ilusão ótica”, afirmou o enviado especial da Índia, Chandni Raina, em representação dos países em desenvolvimento.

O ceticismo justifica-se porque, explica Rui Tavares, por mais que se tenha registado um avanço, os objetivos de financiamento climático não atingiram as expectativas, nem relativamente ao valor a ser desembolsado, nem sobre o método de transferência desse capital, nem sobre os mecanismos de monitorização dessas transferências.

O acordo final não é explícito, por exemplo, sobre se os 300 mil milhões de euros devem ser doados aos destinatários – os países em desenvolvimento – na forma de subvenções ou de empréstimos. Esta última forma é de difícil gestão por parte destes países, que muitas das vezes se encontram já endividados. E contribuições de instituições multilaterais, como o Banco Mundial, deverão contar para este bolo, em vez de este montante ser da responsabilidade exclusiva dos orçamentos dos Estados mais ricos. Para mais, acrescenta Rodrigo Tavares, “o valor também não contabiliza os efeitos da inflação”.

Em paralelo, “a discrepância entre os valores acordados e as estimativas das necessidades reais, destaca a urgência de esforços adicionais e de compromissos financeiros mais ambiciosos”, acrescenta o economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Rosa. As organizações não-governamentais apontavam a fasquia de um bilião como a quantia correspondente à soma das necessidades climáticas estimadas nos principais relatórios das Nações Unidas.

Fica ainda mal resolvida a questão dos doadores. O objetivo era aumentar a base de Estados financiadores, para que os países mais ricos partilhassem a “conta” climática com economias emergentes que possuem condições financeiras e a sua quota-parte de emissões relevantes, como é o caso da China e da Arábia Saudita. Contudo, o documento final afirma apenas que se “encoraja os países em desenvolvimento a efetuarem contribuições, incluindo através da cooperação Sul-Sul, numa base voluntária”. “A China continuará também a ser reconhecida como um país em desenvolvimento [tal como previsto na classificação das Nações Unidas], apesar de ser a segunda maior economia do mundo”, critica Rodrigo Tavares.

Este acordo dá-nos pelo menos alguma segurança de que em 2025, ano para o qual estávamos sem regra, há um valor definido.

Angela Lucas

Consultora do Center for Responsible Business da Universidade Católica

O valor final acordado, assinala Susana Viseu, consultora em matérias de transição climática e fundadora da organização não governamental Business as Nature, que esteve presente nas últimas seis COP, deriva precisamente da questão de não haver um alargamento dos contribuidores, num contexto em que financiadores como a Europa e os Estados Unidos estão a braços com fenómenos de populismo, que dificultam o ímpeto sustentável, e despesas crescentes na área da segurança. Além de que a recente eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos torna a contribuição futura deste país “uma incógnita”. Angela Lucas, consultora do Center for Responsible Business da Universidade Católica, acrescenta que “idealmente, haveria um roadmap mais definido de quem pagaria o quê, como e quando“, mas os países, a título individual, podem sempre assumir as suas contribuições, ressalva.

No texto final, há ainda a menção ao objetivo de uma angariação anual de fundos de 1,3 biliões de dólares, mas esta já considerando todas as fontes disponíveis, o que inclui o investimento privado. É necessário agora “convencer as empresas”, assinala Susana Viseu, balançando que existe uma forma mais “impositiva” de o fazer, através da aplicação de taxas sobre as empresas com maiores emissões. Não olha apenas para os produtores de petróleo, mas também aos seus clientes, os setores que consomem combustíveis fósseis de forma intensiva. “Não se pode por todo o ónus nos petroestados. Eles existem porque o mercado existe”, refere. Por outro lado, deve atuar-se pela via do incentivo. “Tem de se pensar em mecanismos que tragam de forma mais efetiva as empresas para este financiamento“, pontua.

O atraso nos prazos impostos para os objetivos financeiros é também notório. No início das negociações procurava-se refrescar a meta de financiamento a partir de 2025. No entanto, o acordo desta conferência impõe que os compromissos assumidos sejam concretizados não obrigatoriamente a partir dessa data mas sim “até 2035”. Ou seja, no limite, pode-se atingir o valor acordado apenas uma década após o esperado. Do lado positivo, Angela Lucas sublinha que “este acordo dá-nos pelo menos alguma segurança de que em 2025, ano para o qual estávamos sem regra, há um valor definido”. E vinca que, arrastar até à próxima década o atingir deste objetivo “seria defraudar as expectativas”.

Tem de se pensar em mecanismos que tragam de forma mais efetiva as empresas para este financiamento.

Susana Viseu

Consultora na área de transição climática e fundadora da Business as Nature

Susana Viseu, depois de seis anos a marcar presença nestas conferências, realça contudo que nem tudo é sobre o acordo final. Apesar de também não o considerar “suficiente”, afirma que as COP continuam a ter um papel importante não só ao colocarem o tema na agenda — “sem este momento, a situação corria sérios riscos de regredir” — mas também porque há um movimento paralelo que tem vindo “a crescer cada vez mais”: os acordos bilaterais e multilaterais que estão a ser firmados.

Mercado de carbono ganha os aplausos

No meio do descontentamento quanto à questão financeira, há contudo espaço para aplaudir outro avanço destas negociações: a formalização do mercado de carbono global que estava preconizado no acordo de Paris. Este foi um passo dado em Baku que mereceu o elogio da ministra do Ambiente portuguesa e da eurodeputada Lídia Pereira.

Este era tido como um mecanismo muito relevante para promover as reduções das emissões”, refere Angela Lucas, que em Portugal é também promotora do Fundo Land, focado na reflorestação. A ideia é que exista um mercado global, supervisionado pelas Nações Unidas, para que países e empresas possam negociar créditos de carbono entre si, independentemente dos mercados de carbono regionais que já existem, e mesmo que tenham que haver alguns ajustes para casar cada um dos níveis.

“Agora começa a fase seguinte, a de implementação e regulamentação do Mecanismo de Crédito do Acordo de Paris (PACM, na sigla em inglês), o nome oficial desse mercado mundial”, aplaude Rodrigo Tavares, que considera esta uma conquista “francamente positiva”.

Em contrapartida, a associação ambientalista Zero alerta para o risco de manchar a credibilidade deste sistema com “falhas” como a falta de clareza das consequências no caso de incumprimento do armazenamento e redução do carbono, e como se garantem os esforços no muito longo prazo. Além disso, “arriscamo-nos a aceitar créditos de carbono de projetos com fraca qualidade e sem a devida integridade, o que é inadmissível”, critica a associação.

Na opinião de Angela Lucas, um “ponto crítico” é precisamente como vai ser feita uma “contabilidade rigorosa” dos créditos. Fica também em aberto se este mercado terá em conta a responsabilidade histórica pelas emissões poluentes, um fardo que pesaria sobretudo sobre os países mais ricos. Susana Viseu aguarda com expectativa que os créditos globais não sejam apenas de carbono, e que se criem também créditos relacionados com a biodiversidade e a utilização de energias limpas.

COP30 começa com o pé esquerdo

Tendo em conta o ponto insatisfatório no qual terminou esta COP, a próxima, que terá lugar no Brasil, em Belém, não terá o caminho facilitado. “Para que a próxima conferência seja bem-sucedida, será necessário um esforço conjunto para alinhar os compromissos financeiros com as necessidades reais dos países em desenvolvimento, garantindo também a melhoria eficaz dos acordos estabelecidos”, defende Paulo Rosa.

Angela Lucas conta que o “bolo” de 300 mil milhões de dólares vai voltar a ser posto em causa, e a discussão reaberta. “O compromisso financeiro de Baku acaba por dificultar o caminho” para que se possam reduzir as emissões de carbono, considera. Rodrigo Tavares concorda que o Brasil “terá muito trabalho pela frente”, já que terá de concluir a questão do financiamento climático ainda “antes de chegar ao ponto central”, que é o de garantir que os países apresentem Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) ambiciosas e alinhadas com os objetivos de descarbonização do planeta.

Para que a próxima conferência seja bem-sucedida, será necessário um esforço conjunto para alinhar os compromissos financeiros com as necessidades reais dos países em desenvolvimento, garantindo também a melhoria eficaz dos acordos estabelecidos.

Paulo Rosa

Economista Sénior do Banco Carregosa

E, ao que parece, os dilemas até já começaram. O governo brasileiro está a ter dificuldades em selecionar o presidente da COP30 e o Climate Change High-Level Champion, os dois principais cargos, denuncia Rodrigo Tavares. Além disso, realça, “Belém não tem, manifestamente, condições logísticas para receber uma cimeira desta envergadura”. Na edição deste ano, o número de participantes inscritos ultrapassou os 32.000.

Mas há ainda outra questão a levantar em relação ao Brasil como organizador. É que, pela quarta vez consecutiva, a COP vai ter lugar num Estado cuja economia é altamente apoiada pela produção de petróleo.

Durante a conferência deste ano, o Presidente do país que a recebeu, o Azerbaijão, chegou mesmo a afirmar que “o petróleo e o gás natural são dádivas de Deus”. No rescaldo do evento, a ministra Maria da Graça Carvalho concedeu ainda que o “bloqueio dos países produtores de combustíveis fósseis” não permitiu um maior avanço nas negociações, em particular no que diz respeito à mitigação. E este não é, de todo, o único relato da dificuldade acrescida que se nota quando os grandes produtores estão à mesa: “Há definitivamente um desafio em conseguir uma maior ambição quando se está a negociar com os sauditas”, queixou-se o conselheiro climático dos EUA, John Podesta, citado pela Reuters.

É preciso ter presente que o Brasil, tendo querido afirmar-se como líder climático, teve no ano passado como maior exportação o petróleo“, relembra Angela Lucas, embora considere que a discussão não pode fazer-se sem estes Estados, e que a presidência da COP serve para promover a discussão junto dos menos interessados.

Por outro lado, assinala Susana Viseu, “o Brasil está com vontade de tornar esta COP marcante“, e já sugeriu, inclusivamente, que fosse criada uma comissão independente, que trabalhasse na esfera de influência do secretário-geral das Nações Unidas, e que pudesse ir preparando o encontro durante o ano inteiro, e manter-se mesmo no ativo ao longo das próximas COP, evitando que os compromissos assumidos acabem por “se esbater” Sobre os resultados do próximo ano, conclui: “Confiante é um bocado demais, mas estou otimista“.

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“Pensa bem, oferece melhor”, desafia a Sonae Sierra em campanha de Natal protagonizada por Madalena Abecasis

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  • 26 Novembro 2024

Cruzando a criatividade e o humor com dados reais sobre os comportamentos de consumo dos portugueses, o spot identifica os perfis de comportamentos típicos na época natalícia.

A Sonae Sierra, gestora de centros comerciais como o NorteShopping, o Vasco da Gama, o Colombo e o CascaiShopping, apela neste Natal a um consumo consciente, refletido e planeado. A influenciadora Madalena Abecasis é a protagonista da campanha que tem “Pensa bem, oferece melhor” como claim.

Cruzando a criatividade e o humor com dados reais sobre os comportamentos de consumo dos portugueses, o spot identifica os perfis de comportamentos típicos na época natalícia e os estereótipos mais comuns, os quais foram foram interpretados por Madalena Abecasis.

O “teleguiado” (que depende de instruções de terceiros para escolher presentes), o “fica para mim” (que escolhe presentes com base nos seus próprios gostos, assumindo que, se a pessoa não gostar, fica para si), o “influencer” (que prioriza a estética dos presentes para que possa fazer um unboxing nas redes sociais), o “deixa tudo para dia 24” (que deixa as compras para a última hora) ou o “talão de troca” (que compra qualquer coisa, sem refletir, porque, se a pessoa não gostar, pode trocar) são algumas das personagens que ganham vida na campanha.

“A campanha ‘Pensa bem, oferece melhor’ demonstra a estratégia de marketing dos centros comerciais geridos pela Sonae Sierra em aliar insights de consumo a uma abordagem criativa e emocional, potenciando o engagement com o público-alvo e reforçando os valores da marca. Esta iniciativa integra uma comunicação omnicanal e contribui para uma mensagem de sustentabilidade e reflexão no ato de consumo“, diz Joana Moura e Castro, diretora de marketing ibéria da Sonae Sierra, citada em comunicado.

O objetivo passou por incentivar as pessoas a refletirem sobre o ato de escolher e oferecer presentes que sejam realmente apreciados, tendo em conta que 42% dos portugueses não utilizam os presentes que recebem e que três milhões recebem presentes de que não gostam, avança-se em nota de imprensa.

Assinada pela Born e com produção da Mother, a campanha marca presença nos canais digitais dos centros, em vídeo, com declinações em key visuals, que serão amplificadas em indoor (mupis, conteúdos interativos e ativações) e no digital (site, newsletters, redes e marketing de influência). A comunicação é ainda feita por Madalena Abecasis, nas suas redes sociais, até ao Natal.

O Atrium Saldanha, Albufeira Terrace, AlgarveShopping, ArrábidaShopping, CascaiShopping, Centro Colombo, Centro Vasco da Gama, CoimbraShopping, Estação Viana Shopping, Fórum Barreiro, GaiaShopping, GuimarãeShopping, MaiaShopping, MadeiraShopping, NorteShopping, Nova Arcada, Parque Atlântico e o ViaCatarina Shopping integram a campanha.

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Banqueiros arrasam Parlamento com fim da comissão de amortização do crédito da casa

“É absolutamente irracional”, considera BCP. “A partir daqui estou à espera de tudo”, ataca BPI. Banqueiros arrasam Parlamento na proposta para o fim da comissão de amortização do crédito da casa.

“É absolutamente irracional”. “A partir daqui estou à espera de tudo”. “É uma quebra de confiança”. “O prejuízo é dos clientes”.

Os líderes dos principais bancos em Portugal arrasaram o Parlamento por causa da proposta do PS para acabar ou limitar a comissão de amortização do crédito da casa com taxa variável e fixa, medida que deverá ser aprovada no âmbito do Orçamento do Estado para 2025.

“É uma forma de dar respostas imediatas e simples para problemas que têm muito maior complexidade. Quando é assim, por regra, está errado”, considerou o CEO do BCP, Miguel Maya, na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios.

“É absolutamente irracional, ao contrário do que se pede aos agentes económicos. Tenho muita dificuldade em entender situações como esta”, acrescentou.

Para o presidente do BPI, a medida representará “uma quebra de confiança” em relação ao legislador e pede a intervenção do regulador. “Estamos a operar de uma forma, no BPI temos uma grande oferta de taxa fixa. O regulador vai ter de olhar para isto. (…) A partir daqui estou à espera de tudo”, lamentou João Pedro Oliveira e Costa.

Pedro Castro e Almeida, do Santander Totta, frisou que a discussão sobre este tema não deveria ser feita ao nível do Orçamento do Estado. “Deveria ser um processo normal em que se ouviria o supervisor, a associação do setor para se perceber do que esta em causa e o impacto que pode ter no mercado”.

Por outro lado, lembrou que o valor cobrado na amortização antecipada do crédito não se destina a remunerar um serviço do banco, “mas compensar o banco por uma perda com o vencimento de um empréstimo com taxa fixa”.

Já o presidente da Caixa notou que medidas como esta se devem à atual fragmentação política e do Parlamento. “Atualmente legisla-se sobre tudo por regulamento porque têm medo que os decretos-lei sejam avocados pela Assembleia da República”, disse Paulo Macedo, lamentando que se concentre todas as medidas estratégicas no âmbito do Orçamento do Estado.

Todos fizeram questão de referir que a medida afetará sobretudo as famílias porque os bancos deixaram de disponibilizar oferta de crédito para a compra de casa com taxa fixa.

A proposta do PS visa acabar com as comissões na amortização antecipada do crédito à habitação com taxa variável, enquanto a banca poderá cobrar 0,5% sobre o capital amortizado antecipadamente no caso de empréstimos com taxa fixa.

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Estrangeiros investiram mil milhões no imobiliário português durante o verão

Investimento direto estrangeiro em Portugal cresceu 33% durante o terceiro trimestre. No final de setembro, o stock de IDE representava 70% do PIB português (196,5 mil milhões de euros).

O investimento direto estrangeiro (IDE) em Portugal ascendeu a 5,6 mil milhões de euros durante o terceiro trimestre deste ano, o que equivale a um crescimento de 33% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado sobretudo pelos europeus (4,8 mil milhões).

De acordo com os dados publicados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP), neste valor relativo às transações de IDE em julho, agosto e setembro estão incluídos mil milhões de euros referentes a investimento imobiliário.

Nos três meses fortes do verão, detalha ainda a nota de informação estatística, os rendimentos de IDE pagos a não residentes totalizaram 4,1 mil milhões de euros, superando em 300 milhões de euros o montante gerado no período homólogo.

Por outro lado, as transações de investimento direto de Portugal no exterior (IPE) dispararam 65% no terceiro trimestre, para 3,3 mil milhões de euros, com o BdP a destacar o “investimento realizado por investidores portugueses em entidades residentes em países do continente europeu”.

No final de setembro, o stock de investimento direto do exterior representava 70% do PIB português (196,5 mil milhões de euros), ao passo que o montante aplicado pelos operadores portugueses no estrangeiro equivalia a 26% do PIB (71,5 mil milhões de euros).

“Desde 2008 que ambos os stocks têm aumentado, embora a ritmos diferentes: o IDE mais do que duplicou entre o final de 2008 e o terceiro trimestre de 2024, enquanto o IPE cresceu 32%. Quando medidos em percentagem do PIB, o peso do IDE aumentou 25 pontos percentuais, mas o peso do IPE reduziu-se quatro pontos percentuais”, contabiliza o BdP.

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Marktest lança ranking mensal de podcasts

O serviço pode ser subscrito por todos os operadores de podcasting a operar no mercado nacional. Bauer Media, a Impresa, o Observador e a Renascença Multimédia integram o estudo.

A audiência dos podcasts vai começar a ser auditada pela Marktest. A empresa que mede as audiências de rádio e também de sites, vai lançar o Pod_Scope, um serviço de medição de áudio digital, agregado mensalmente num ranking. A Bauer Media, a Impresa, o Observador e a Renascença Multimédia integram o estudo.

O serviço será aberto à subscrição de todos os operadores de podcasting a operar no mercado nacional, que utilizem plataformas de distribuição com os requisitos técnicos necessários e adiram aos critérios IAB de contabilização de podcasts, explica a empresa.

Para cada podcast, além dos dados de caracterização (género temático, publisher e número de novos episódios lançados desde o ranking anterior), o Pod_Scope Rank apresentará mensalmente os resultados obtidos durante esse período para as métricas principais que servirão de base ao ranking: downloads acumulados do mês; downloads médios por semana; elisteners (equipamentos/apps) médios por semana, descreve a Marktest.

Este lançamento é um marco importante para o mercado de áudio em Portugal. Com o Pod_Scope Rank teremos uma medição independente e auditada para o universo dos podcasts, o que trará mais informação e conhecimento sobre estas plataformas para todos os players da indústria dos media”, diz citado em comunicado José Manuel Oliveira, CEO da Marktest.

O objetivo é que esta medição auditada contribua para conhecer em maior detalhe a dimensão e o valor deste mercado de áudio digital, “assumindo-se como uma fonte indispensável de informação para todo o mercado: publishers, criadores de conteúdos e todo o público consumidor de podcasts”.

De acordo com dados da Marktest, 23% da população portuguesa já consome podcasts, hábito que tem vindo a crescer.

 

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Salsa portuguesa entra na Índia com gigante da moda Lyskraft

Marca de vestuário detida pela Sonae, que tem quase 200 lojas, emprega 1.200 pessoas e fatura 180 milhões, estreia-se em Nova Deli num dos maiores centros comerciais da região.

Três meses depois de abrir a primeira loja na Jordânia, a Salsa Jeans, que emprega 1.200 pessoas e faturou 180 milhões de euros em 2023, dos quais 70% nos mercados internacionais, acaba de entrar na Índia. Este primeiro espaço comercial fica situado no Ambience Mall Vasant Kunj, em Nova Deli, um dos maiores centros comerciais da região com 1,2 milhões de metros quadrados.

A marca de vestuário portuguesa passa a estar presente na Coyu, loja multimarca do grupo de moda indiano Lyskraft, especialista na gestão de marcas internacionais. Através do formato de wholesale, conta “aproveitar o conhecimento e a experiência local do parceiro para melhor compreender e responder as preferências do consumidor indiano”.

Detida a 100% pelo grupo Sonae, que em 2016 começou por comprar metade da participação à família Vila Nova e há quatro anos adquiriu a restante à outra acionista (Wonder Investments), a marca especializada em denim e que tem a base industrial em Famalicão detém atualmente mais de 190 lojas próprias e franchisadas, das quais 61 em Portugal, e vende também através de 1.200 espaços multimarca, além do canal online.

“A Índia é, no panorama mundial atual, um dos países mais dinâmicos, com uma população jovem e uma procura crescente por moda de qualidade. Estarmos presentes em Nova Deli, no centro de uma das maiores regiões metropolitanas do mundo, abre-nos uma oportunidade única de nos ligarmos a um número crescente de consumidores”, refere Hugo Martins, CEO da Salsa Jeans, citado em comunicado.

Criada em 1994 – quatro anos depois abriu a primeira loja no Norteshopping (Matosinhos) e em 2002 a primeira fora do país, em Espanha –, a marca Salsa está incorporada na Zeitreel, a unidade de negócio da Sonae para o setor da moda. Integra também a Mo ou a Zippy, tendo em 2023 registado uma quebra de 4% nas vendas, para 371 milhões de euros, prejudicada pela retração do consumo propiciada pelo disparo da inflação.

Em abril do ano passado, a Salsa Jeans anunciou um investimento de sete milhões de euros na fábrica de Ribeirão, no concelho de Vila Nova de Famalicão (distrito de Braga), onde nasceu em 1987 a empresa têxtil, que começa no desenvolvimento do produto e das coleções, e se estende até à lavagem e acabamentos.

Além da substituição de todas as máquinas num período de dois anos e da reformulação da área da investigação e desenvolvimento (I&D), o projeto de investimento previa a instalação de soluções para aumentar a eficiência energética – como painéis fotovoltaicos na unidade industrial – e o aumento da capacidade produtiva, que rondava então um milhão de calças por ano.

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