Associação Empresarial do Minho alarga influência na região com nova sede em Viana do Castelo

Com a abertura de instalações em Viana do Castelo, a organização liderada por Ramiro Brito pretende estreitar os laços com os associados do Alto Minho.

Ramiro Brito, presidente da AEMinho, e Luís Nobre, autarca de Viana do Castelo, na inauguração na nova sede AEMinho

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho), sediada em Braga, inaugurou na quarta-feira uma sede em Viana do Castelo, com o objetivo de “garantir uma aproximação aos associados do Alto Minho”, de acordo com um comunicado enviado às redações.

O presidente da AEMinho, Ramiro Brito, olha para este novo espaço como uma “materialização da visão da AEMinho: uma aproximação clara e cooperante entre os distritos de Braga e Viana do Castelo”. “É o ponto de partida para uma aproximação às empresas do Alto Minho e, também, para a união de uma região económica que é, factualmente, um motor da economia do país”, refere o também CEO do Grupo Érre.

É o ponto de partida para uma aproximação às empresas do Alto Minho e, também, para a união de uma região económica que é, factualmente, um motor da economia do país.

Ramiro Brito

Presidente da Associação Empresarial do Minho

Ramiro Brito, que sucedeu a Ricardo Costa no final de abril, encara ainda estas novas instalações como uma “oportunidade para estreitar laços com os associados da região do Alto Minho, unir as empresas, fomentar o desenvolvimento e o crescimento empresarial”.

Por sua vez, Luís Nobre, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo realçou o dinamismo empresarial da região e a relevância na economia minhota: “Viana do Castelo é uma cidade com um dinamismo económico multissetorial e com um enorme potencial”. O autarca mostrou-se alinhado com a visão da AEMinho da região como um todo, incluindo Braga e Viana do Castelo.

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⛽ Combustíveis vão ficar mais caros na próxima semana. Gasóleo sobe dois cêntimos e a gasolina 2,5 cêntimos

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,562 euros por litro de gasóleo simples e 1,684 euros por litro de gasolina simples 95.

Os combustíveis vão ficar mais caros na próxima semana. O gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá subir dois cêntimos e a gasolina 2,5 cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,562 euros por litro de gasóleo simples e 1,684 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent à sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, os preços do gasóleo subiram 0,6 cêntimos e da gasolina desceram 0,3 cêntimos. O diesel acabou por subir ligeiramente mais do que o esperado pelo mercado e a gasolina acabou descer bastante menos.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está esta sexta-feira, a subir 1,69% para os 78,93 dólares por barril, mas caminha para um forte ganho semanal em torno dos 9%, com as perspetivas de uma ofensiva armada disseminada por mais países do Médio Oriente.

“Embora o Irão tenha ‘salvado a face’ com ataque de rockets contra Israel na terça-feira, crescem os receios de que Israel possa ter como alvo as infraestruturas petrolíferas iranianas na sua resposta, o que poderia provocar mais retaliações, arrastando países vizinhos para o conflito”, disse Ashley Kelty, analista da Panmure Gordon, citada pela Reuters.

Os militares israelitas atacaram Beirute com novos ataques aéreos contra o grupo armado libanês Hezbollah e os EUA estão a analisar a possibilidade de apoiar os ataques israelitas às instalações petrolíferas do Irão como retaliação ao ataque com mísseis de Teerão contra Israel, disse o Presidente Joe Biden na quinta-feira. Uma declaração que fez os preços do crude disparar 5%.

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Marca Portugal com força e reputação “moderada”, segundo a OnStrategy

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  • 4 Outubro 2024

Os atributos com avaliações mais baixas e vulneráveis são os de ambiente político, governo e ética, segurança e apoio na saúde, relevância internacional, liderança e visão e ambiente económico.

A força e reputação da marca Portugal são avaliadas como “moderadas”, tanto pelo público interno como externo. Numa escala de 100 pontos, a marca Portugal regista uma avaliação moderada (62,6 pontos) junto do público interno, tendo registado uma subida de 0,1 pontos em relação a 2023, mas um decréscimo de 0,1 e de 0,7 pontos relação a 2022 e 2021, respetivamente.

junto do público externo, a avaliação da marca Portugal também “moderada”, sobe para 60,9 pontos, tendo registado uma evolução positiva e consistente ao longo dos últimos anos, nomeadamente de de 0,8 pontos em relação a 2023, 3,0 pontos em relação a 2022 e 3,9 pontos em relação a 2021.

Os dados são do estudo “Força e Reputação da marca Portugal”, desenvolvido pela consultora OnStrategy, tendo o trabalho de campo decorrido durante o primeiro semestre de 2024. O estudo foi realizado junto do público interno e externo do país (em 25 países), dividido em ‘cidadãos comuns’, estudantes, quadros empresariais, empresários, investidores, emigrantes e turistas.

“Em linhas gerais, os resultados consolidados de todos os atributos e de todos os stakeholders são em termos globais semelhantes e neste momento já não se verifica a evidência passada que apontava para dois países distintos numa perspetiva interna e numa perspetiva externa. A avaliação externa tende a aproximar-se da que se regista internamente, por via de uma tendência de quebra aos olhos internos e de crescimento do ponto de vista externo”, refere a consultora, em comunicado.

No panorama interno, a OnStrategy destaca os profissionais (0,4) e os investidores (0,3) enquanto stakeholders que dão continuidade a uma tendência de crescimento positiva. Por outro lado, emigrantes e cidadãos são os mais críticos em relação ao país, registando as avaliações mais baixas, enquanto os estudantes e os emigrantes são os que mostram uma tendência de retração (0,5 pontos e 0,3 pontos, respetivamente).

O estudo realça também o crescimento positivo dos atributos de exposição e comunicação internacional e de relevância internacional (que crescem 3,4 pontos e 2,4 pontos, respetivamente). Em tendência negativa surge a segurança e apoio na saúde (6,5 pontos), o estilo de vida e ambiente social (1,2 pontos), admiração (0,6 pontos), ambiente económico (0,5 pontos) e qualidade de produtos e serviços (0,3 pontos).

Entre os atributos avaliados, valores, cultura, tradições e beleza são os que recolhem melhor avaliação (ambos com 86,9 pontos), superando em cerca de 20 pontos o terceiro atributo melhor avaliado, que é estilo de vida e ambiente social, com 66,4 pontos.

Já os atributos com avaliações mais baixas e vulneráveis são os de ambiente político (42,9 pontos), governo e ética (47,1 pontos), segurança e apoio na saúde (47,3 pontos), relevância internacional (47,6 pontos), liderança e visão (48,0 pontos) e ambiente económico (51,4 pontos).

Já para o público externo, praticamente todos os stakeholders registam um crescimento na avaliação que fazem sobre o país – profissionais (1,7 pontos), turistas (1,3 pontos), investidores (1,0 pontos), estudantes (0,5 pontos) – sendo que apenas os cidadãos mostram uma retração na avaliação, numa diminuição em 0,4 pontos. Entre os stakeholders destacam-se os turistas, com uma avaliação de 65,2 pontos.

No que respeita aos atributos avaliados, os que recolhem melhor avaliação são a beleza (81,0 pontos), valores, cultura e tradições (79 pontos) e estilo de vida e ambiente social (73,6 pontos), surgindo depois a notoriedade e familiaridade (67,2 pontos). A análise destaca o crescimento positivo de atributos como exposição e comunicação internacional (em 5,9 pontos), relevância internacional (4,7 pontos), inovação e diferenciação (4,3 pontos).

Os atributos que registam avaliações mais baixas são os de relevância internacional (43,9 pontos), exposição e comunicação internacional (47,8 pontos), liderança e visão (52,2 pontos), inovação e diferenciação (54,1 pontos), ambiente económico (55,9 pontos), segurança e apoio na saúde (55,9 pontos), ambiente económico (57,7 pontos) e governo e ética (58,0 pontos).

Entre os países auditados, além de Portugal, encontra-se a Alemanha, França, Itália, Espanha, Polónia, Países Baixos, Grécia, Bélgica, Suécia, Austria, Dinamarca, Reino Unido, Suiça, China, India, EUA, Brasil, México, Japão, Africa do Sul, Argentina, Canadá, Angola, Moçambique e Emirados Árabes.

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Lídia Pereira preside à delegação do Parlamento Europeu na COP29

Eurodeputada levará consigo um conjunto de propostas, entre as quais o objetivo de aumentar o tecto de financiamento sustentável global, atualmente nos 100 mil milhões de euros.

A eurodeputada do PSD Lídia Pereira vai presidir a delegação que vai representar o Parlamento Europeu na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), que decorre entre 11 e 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão. Mohamed Chahim, eurodeputado pelos socialistas, será o vice-presidente.

A decisão consta de uma resolução aprovada no Parlamento Europeu, esta quarta-feira, na qual são destacadas as prioridades do bloco para a próxima COP. Entre elas, consta a ambição de adotar um novo objetivo de financiamento climático global com vista a reforçar a meta global de 100 mil milhões de dólares anuais.

A contribuição para o financiamento da ação climática é uma parte importante do Acordo de Paris de 2015. O acordo fixou um objetivo de 100 mil milhões de dólares por ano no que respeita à contribuição dos países desenvolvidos para o financiamento internacional da ação climática até 2025, mas até ao momento só a União Europeia cumpriu as metas.

O foco desta nova meta será de garantir um apoio financeiro adequado aos países mais vulneráveis às alterações climáticas, especialmente na adaptação e mitigação dos impactos de secas, cheias e crises hídricas, questões cada vez mais críticas na agenda global. Embora não esteja definido, para já, o valor que será colocado em cima da mesa, a eurodeputada esclarece ao ECO que a ideia será abordar o tema com as restantes delegações internacionais.

“Não estamos a discutir ainda valores em concreto porque a ideia é, mais que um valor redondo, fazer uma verdadeira avaliação das necessidades”, explica Lídia Pereira ao ECO.

Certo é que a resolução do Parlamento Europeu reflete a posição dos 27 sobre o alargamento da base de doadores internacionais. Segundo a resolução, a União Europeia irá defender na COP que “todos os países, em função das suas capacidades financeiras, incluindo economias emergentes como a China, a Índia ou a Arábia Saudita, contribuam para o novo objetivo de financiamento climático“, lê-se no comunicado.

Se queremos um compromisso global efetivo, as grandes economias emergentes precisam estar à altura das suas responsabilidades”, cita o comunicado as declarações da deputada do PSD.

Além do financiamento, a resolução do Parlamento Europeu sublinha a necessidade de maior investimento em tecnologias limpas e inovação, de se avançar com um progresso contínuo no cumprimento das metas de redução de emissões e ainda a definição de metas claras para 2040, que informem os compromissos climáticos até 2035. Contudo, as negociações internas sobre a magnitude desses cortes de emissões ainda estão em curso.

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Autoridade da Concorrência dá ok preliminar à compra da Nowo pela Digi

Autoridade liderada por Nuno da Cunha Rodrigues aprovou na terça-feira um projeto de decisão que autoriza a Digi a comprar a Nowo, num negócio de 150 milhões de euros.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aprovou esta semana um projeto de decisão que autoriza a compra da Nowo pela Digi, confirmou ao ECO fonte oficial do regulador.

A notícia foi inicialmente dada pelo Expresso, que cita o presidente daquela autoridade. Nuno da Cunha Rodrigues afirmou ao semanário que o projeto de decisão foi aprovado a 1 de outubro, mas que a decisão final ainda depende da “audiência de interessados”.

A Digi, uma nova operadora de telecomunicações com origem na Roménia, emergiu no dia 2 de agosto como a compradora da Nowo, a quarta maior operadora do país, à espanhola Lorca JVco, que também é acionista da MásOrange no país vizinho, por 150 milhões de euros.

Este negócio surgiu depois de a AdC, no dia 4 de julho, ter proibido a Vodafone de comprar a Nowo, por entender que a concentração levaria a “aumentos significativos de preços, reforço do poder de mercado, reforço das barreiras à entrada e reforço das condições de equilíbrio cooperativo da indústria”.

Se a fusão da Nowo com a Vodafone suscitou muitas dúvidas ao regulador, o ECO sabe que o negócio entre os romenos e os espanhóis dificilmente terá o mesmo desfecho. O cenário de viabilização da concentração torna-se ainda mais provável com a aprovação de um projeto de decisão pela AdC que vai nesse mesmo sentido.

A Digi tem estado nos últimos dois anos a construir redes de fibra ótica e 5G no país, depois de ter investido mais de 67 milhões de euros em 2021 na compra de licenças à Anacom. Agora, a empresa está obrigada por lei a lançar serviços comerciais até ao final de novembro.

Na entrevista ao Expresso, Nuno da Cunha Rodrigues considerou que a Digi trará “um efeito desafiante ao setor”, através de “mais concorrência”. A compra da Nowo poderá ainda ser determinante para a Digi ter acesso a conteúdos e poder lançar-se no mercado com uma oferta completa que inclua televisão.

Embora sem direito a parecer vinculativo, a Anacom, o regulador das comunicações, também foi consultada pela AdC no âmbito deste processo. No dia 24 de setembro, o organismo presidido por Sandra Maximiano considerou que a operação em causa “pode eventualmente ter efeitos pró-concorrenciais” no setor e “contribuir positivamente para o reforço da capacidade de a Digi exercer pressão concorrencial relevante” sobre empresas como a Meo, Nos e Vodafone.

Dias antes, a 19 de setembro, também a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) confirmou não se opor à compra da Nowo pela Digi, considerando que a fusão “não coloca em causa os valores da liberdade de expressão, do pluralismo e da diversidade de opiniões”.

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Autoridade da Concorrência autoriza Siemens a comprar Adacap Portugal, fornecedora da Novartis

  • Lusa
  • 4 Outubro 2024

Autoridade da Concorrência considera que a aquisição "não cria entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste".

A Autoridade da Concorrência não se opõe à operação de concentração decorrente da compra da Adacap Portugal pela Siemens Healthineers por esta não criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, foi anunciado.

Em 06 de setembro, a Siemens Healthineers notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da aquisição do controlo exclusivo sobre a Adacap Portugal, que fornece serviços de investigação e desenvolvimento para a Novartis.

A Siemens Healthineers é maioritariamente detida pela Siemens AG e “fornece soluções e serviços de saúde a nível mundial, divididos em quatro segmentos de negócios: imagiologia; diagnóstico; Varian; e terapias avançadas”, segundo resume a AdC.

Já a Adacap Portugal é uma “empresa de direito nacional, parte integrante dos Ativos Adacap, que, no seu conjunto, fabricam e distribuem produtos de imagiologia/diagnóstico, mediante radioligandos, utilizados por hospitais para imagiologia por Tomografia por Emissão de Positrões (PET), graças à sua rede de ciclotrões”.

Fornecem ainda serviços de radiomarcação através das suas radiofarmácias e certos serviços de investigação e desenvolvimento para a Novartis.

Neste processo, a “operação de concentração consiste na aquisição, pela Siemens Healthineers AG, do negócio europeu de fabrico de produtos de imagiologia mediante radioligandos do Grupo Novartis, compreendendo a aquisição de todas as ações de diversas sociedades detidas pela Advanced Accelerator Applications, SA (Adacap), incluindo, em Portugal, a sociedade Advanced Accelerator Applications Portugal Unipessoal Lda. (Adacap Portugal)”, explica a AdC.

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Defesa de Orlando Figueira alega nulidade do processo e prescrição de crimes

  • Lusa
  • 4 Outubro 2024

A advogada defende a“ilegalidade da prisão” do antigo procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) condenado a uma pena de seis anos e oito meses.

A defesa do ex-procurador Orlando Figueira alega a nulidade do processo e a prescrição de crimes na Operação Fizz para justificar os pedidos de libertação imediata do antigo magistrado que deu entrada na quarta-feira na prisão de Évora.

Reiterando a “ilegalidade da prisão” do antigo procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) condenado a uma pena de seis anos e oito meses, a advogada Carla Marinho adiantou à Lusa já ter enviado pedidos de “habeas corpus” para a primeira instância logo no dia da detenção e na também na quinta-feira, aguardando ainda a subida do documento ao Supremo Tribunal de Justiça para ser analisado.

“Essa petição foi apresentada com base na ilegalidade da prisão por se considerar que tal ocorre assente em facto que a lei não permite, isto é, decorre ainda prazo de recurso do despacho proferido a 01 de fevereiro de 2024, o que impede o cumprimento de mandados de detenção”, afirmou a mandatária, explicando que esse despacho está relacionado com a nulidade do processo, na qual entende que houve violação do princípio do juiz natural.

Além deste despacho, a advogada de Orlando Figueira contestou também a emissão e execução do mandado de condução à prisão do ex-procurador, ao declarar que também não foi dado prazo ao arguido para impugnar uma decisão de 01 de outubro e que está relacionada com a suposta prescrição de crimes pelos quais foi condenado em 2018.

Em causa estão os crimes de violação do segredo de justiça e de falsificação de documento. “Sendo questões que incidem sobre os direitos das pessoas, são passíveis de recurso. A prisão só pode operar quando já não há direito de recurso, ou seja, as decisões são definitivas, o que não sucedeu. É a violação da lei e da Constituição”, sublinhou, insistindo que “não há trânsito em julgado”.

Orlando Figueira foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) logo ao início da manhã de quarta-feira, sendo conduzido de seguida ao Estabelecimento Prisional de Évora. Já em fevereiro deste ano o ex-procurador foi levado para a cadeia de Évora (que acolhe reclusos que exerceram funções em forças de segurança ou pessoas que necessitam de especial proteção), tendo sido libertado três dias depois por estar então ainda pendente um recurso no Tribunal Constitucional (TC).

Contudo, o TC pronunciou-se entretanto, abrindo caminho a um ponto final na batalha jurídica de quase seis anos para evitar que a condenação de Orlando Figueira transitasse em julgado.

Orlando Figueira foi condenado, em dezembro de 2018, pelo Tribunal Criminal de Lisboa, a uma pena de prisão efetiva de seis anos e oito meses por corrupção, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documento, tendo sido dado como provado que recebeu mais de 760 mil euros do ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, em troca de favores nos processos que visavam o então governante angolano no DCIAP.

A acusação do MP português contra Manuel Vicente por corrupção ativa, branqueamento de capitais e falsificação de documento foi separada dos autos da Operação Fizz e enviada para as autoridades judiciárias de Angola, onde, volvidos anos, o caso está ainda numa fase embrionária.

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Taxas à importação de carros elétricos chineses vão mesmo avançar. Portugal e mais 11 países abstêm-se na votação

Proposta foi votada esta sexta-feira. Portugal e mais 11 Estados-membros deverão ter-se abstido e cinco votado contra, mas proposta está em condições de avançar. Taxas chegam aos 45%.

As novas taxas da União Europeia (UE) sobre a importação de carros elétricos chineses vão mesmo avançar, depois de a proposta da Comissão Europeia ter sido votada, esta sexta-feira. Apesar de os resultados não serem públicos, a Euronews revela que Portugal e 11 Estados-membros abstiveram-se de votar e cinco países, um deles a Alemanha, votaram contra.

“A proposta da Comissão Europeia de instituir direitos de compensação definitivos sobre as importações de veículos elétricos provenientes da China obteve hoje o apoio necessário dos Estados-Membros da UE para a adoção de direitos aduaneiros. Este facto representa mais um passo no sentido da conclusão do inquérito antissubvenções da Comissão”, lê-se no comunicado divulgado esta sexta-feira.

Estando agora em condições de avançar, os Estados-membros deverão adotar a partir de novembro novas taxas sobre a importação de veículos elétricos chineses, às quais acrescem os 10% atualmente em vigor. Isto significa que, na prática, alguns fabricantes de automóveis chineses serão em breve confrontados com taxas aduaneiros superiores a 45% quando tentarem introduzir os seus produtos no mercado da União Europeia.

A taxa mais elevada, 35,3%, será aplicada aos modelos elétricos produzidos pela SAIC Motor Corporation, uma das maiores produtoras de automóveis na China, e aos restantes produtores que não colaboraram na investigação anti subsídios levada a cabo pelo executivo comunitário, em 2023.

Seguem-se os produtores de automóveis eléctricos na China que embora tenham colabordo no inquérito não foram visados individualmente, tendo sido aplicada uma taxa adicional de 20,7%. Já os veículos da Geely serão taxados em 18,8%, e os da BYD em 17%.

Além dos modelos chineses, também os carros produzidos pela Tesla na China serão visados pelos novos imposto da União Europeia. No entanto, a penalização será mais leve, 7,8%.

Segundo a Euronews, além de Portugal, também a Bélgica, a República Checa, a Grécia, a Espanha, a Croácia, o Chipre, o Luxemburgo, a Roménia, a Suécia e a Finlândia ficaram de fora da votação. Embora a maioria dos 27 Estados-membros se tenham abstido de votar, o facto de representarem, no seu conjunto, 31,36% da população da União Europeia, faz com que esta abstenção não tenha força o suficiente para bloquear a proposta. Para a sua aprovação 10 Estados-membros que representam 45,99% da população da UE, incluindo a França e a Itália, votaram a favor. Perante este cenário, os regulamentos da UE permitem que a Comissão avance com a proposta.

Já a Alemanha, juntamente com a Hungria, Malta, Eslovénia e Eslováquia, votaram contra. O posicionamento do chanceler alemão Olaf Scholz já era esperado, uma vez que nos últimos dias Berlim lançou vários apelos ao executivo comunitário para que reconsiderasse a proposta por receios de uma guerra comercial com Pequim. Espanha chegou a assumir a mesma posição, mas no final optou por abster-se da votação.

Da China será expectável algum tipo de retaliação, e a própria Comissão Europeia está ciente disso. Na mesma nota, o executivo comunitário informa que os dois blocos “continuam a trabalhar arduamente para explorar uma solução alternativa totalmente compatível com a Organização Mundial do Comércio (OMC)”.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer escusou-se a fazer comentários sobre uma eventual retaliação chinesa, frisado que “as negociações entre os dois agentes estão a decorrer no sentido de encontrar uma solução que vá em linha com a OMC”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h12)

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Regras de transferência de jogadores da FIFA violam lei da UE, diz justiça europeia

  • ECO
  • 4 Outubro 2024

Em causa está a tentativa de contratação do jogador francês Lassana Diarra por um clube belga. TJUE considera que as regras em vigor podem dificultar a liberdade de circulação dos futebolistas.

As atuais regras de transferência da FIFA não respeitam as leis da União Europeia (UE). A deliberação foi tomada esta sexta-feira pelo Tribunal de Justiça da UE (TJUE) a propósito de um caso que remonta a 2014 e que envolve o antigo jogador francês Lassana Diarra, nomeadamente a sua tentativa de contração pelo clube belga Charleroi.

De acordo com o Regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores (RSTP) da FIFA, um jogador que rescinda um contrato antes do seu termo “sem justa causa” é responsável pelo pagamento de uma indemnização ao clube. Quando o jogador se junta a um novo clube, este é solidariamente responsável pelo pagamento dessa indemnização.

No entanto, numa nota divulgada, o TJUE considera que “as regras em questão são suscetíveis de dificultar a liberdade de circulação dos futebolistas profissionais que pretendam desenvolver a sua atividade, indo trabalhar para um novo clube”.

Perante esta realidade, os juízes do TJUE consideram que as regras sujeitam os jogadores e os clubes que os pretendem contratar “a riscos jurídicos significativos, a riscos financeiros imprevisíveis e potencialmente muito elevados”, bem como a “riscos desportivos consideráveis”, que, no seu conjunto, “são suscetíveis de dificultar a transferência internacional dos referidos jogadores”.

No que respeita ao direito da concorrência, o Tribunal de Justiça declara que as regras têm por objetivo restringir, “ou mesmo impedir”, a concorrência transfronteiriça que poderia existir entre todos os clubes de futebol profissional estabelecidos no bloco.

O caso de Diarra remonta a 2013. O jogador francês tinha assinado um contrato de quatro anos com o Lokomotiv Moscovo nesse ano, que foi rescindido um ano depois, após Diarra ter ficado insatisfeito com alegados cortes salariais.

O antigo jogador do Arsenal, Chelsea e Real Madrid alegou que a sua procura de um novo clube, e a tentativa de contratação pelo Charleroi, foi dificultada pelas regras que estipulam que qualquer nova equipa seria solidariamente responsável com ele pelo pagamento de uma indemnização ao Lokomotiv.

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Filipa Franco entra na nova administração da Parpública. Nuno Pereira da Cruz vai liderar Assembleia Geral

Filipa Franco entra para o conselho de administração como vogal executiva para o mandato 2024-2026, enquanto Nuno Pereira da Cruz é o novo presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Filipa Franco

A Parpública informou esta sexta-feira, em comunicado à CMVM que foram eleitos, com efeitos a 1 de outubro de 2024, dois novos membros titulares dos órgãos sociais. Filipa Franco entra para o conselho de administração como vogal executiva para o mandato 2024-2026, enquanto o advogado Nuno Pereira da Cruz é o novo presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Filipa Franco, que entre 2017 e 2021 assumiu o cargo de head of listing na Euronext Lisbon, sendo responsável pela promoção do mercado de capitais em Portugal e acompanhamento das empresas cotadas, entra na nova equipa liderada por Joaquim Cadete, que substituiu José Realinho de Matos, afastado em agosto.

Este era o nome que faltava para completar a nova administração da Parpública, comandada agora pelo antigo diretor do mestrado de Finanças da Católica Lisbon School of Economics. João Pinhão regressa ao cargo de administrador financeiro da Parpública, que desempenhou entre 2020 e 2023, quando saiu para CFO da Companhia das Lezírias. Da equipa fazem ainda parte João Ferreira, que vem da Mercer Portugal, e Cristina Carvalho, jurista da Estamo e antiga sócia da sociedade de advogados CMS – Rui Pena, Arnaut.

Licenciada em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, Filipa Franco era até agora gestora e consultora nas áreas da mobilidade elétrica, do setor financeiro e do mercado de capitais, e dá aulas na pós-graduação de Análise Financeira e no MBA do lisboeta ISEG.

Foi também diretora de Corporate Finance do Banco EFISA e subdiretora de Corporate Finance do Banco de Investimento Global (BIG). Entre 2012 e 2015, durante o Governo de Pedro Passos Coelho, foi adjunta do secretário de Estado das Finanças, tendo estado envolvida em vários processos de privatização e concessão de serviços públicos.

Parpública gere participações do Estado em 19 empresas

A Parpública, sociedade de capitais públicos criada em 2000 e sucessora da Partest, concentra as participações empresariais do Estado. Atualmente tem sob a sua alçada as participações em 19 empresas, oito das quais com controlo exclusivo: Estamo (gestora dos ativos imobiliários do Estado), Florestgal, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, a exploração agropecuária e florestal Companhia das Lezírias, o Circuito do Estoril, a Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores (SIMAB), a Fundiestamo e a Sagesecur (Sociedade de Estudos, Desenvolvimento e Participação em Projetos de Investimento Valores Mobiliários).

Já a participação na Águas de Portugal é de 81%, seguindo-se a CVP, que gere o Hospital da Cruz Vermelha em Lisboa (45%) e a falida Inapa com 44,89%. As participações geridas pela Parpública em outras empresas incluem a Galp Energia (8,02%), a MGI Capital (5%), o Instituto de Habitação e de Reabilitação Urbana (4,77%) e a Lisnave – tanto a divisão de estaleiros navais como de infraestruturas navais (2,97% e 2,08%, respetivamente).

É também de destacar a TAP, com uma participação de 1%, um dos dossiês mais ativos, nomeadamente numa altura em que se espera que o Governo avance com a privatização da companhia aérea. Na lista encontra-se ainda uma participação de 0,25% nos CTT – conhecida no início deste ano, embora tenha ocorrido entre 2020 e 2021 por ordem do anterior Governo -, assim como na Nos, ainda que a dimensão desta última não seja detalhada.

(Notícia em atualização)

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Negociação coletiva cresce e garante aumento salarial de 6,9%

Foram publicados 706 instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho em 2023, mais 201 do que há um ano. É mais um ano de recuperação depois do recuo causado pela pandemia. Salários aceleram.

Num ano marcado por uma “extensa reforma” da lei do trabalho, a negociação coletiva cresceu. Em 2023 foram publicados mais 201 instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho do que em 2022, o correspondente a um salto de quase 40%. O balanço é publicado esta sexta-feira pelo Centro de Relações Laborais, que também dá conta de que a contratação coletiva garantiu aumentos salariais de 6,9% no último ano. Mas grande parte desse reforço foi absorvida pela inflação.

“Portugal termina o ano de 2023 com um crescimento dos instrumentos de regulamentação coletiva (706) face a 2022 (505)”, lê-se no sumário executivo do relatório que está a ser apresentado esta sexta-feira de manhã no Ministério do Trabalho.

Aliás, o Centro de Relações Laborais analisou o período compreendido entre 2010 e o último ano e destaca que 2023 foi mesmo o melhor ano em termos de instrumentos de regulamentação coletiva publicados. “Os melhores anos da série são 2010, 2019, 2022 e 2023, respetivamente 534, 524, 505 e 706 instrumentos”, realça o estudo agora conhecido.

Por outro lado, os aumentos salariais garantidos pela negociação coletiva aceleraram no último ano. Em 2022, os salários tinham crescido 5,5%, neste âmbito. Já em 2023, dispararam 6,9%.

Ainda assim, em termos reais, a subida dos vencimentos foi de apenas 0,1% face a 2022, quando no ano anterior o aumento real tinha sido de quase 4%. Ou seja, grande parte do aumento nominal dos ordenados acabou por ser absorvida pela inflação em 2023.

O nível de crescimento nominal dos salários foi elevado (6,9%), mas, em termos reais, baixou significativamente (0,1%) face a 2022.

Centro de Relações Laborais

Também no que às remunerações diz respeito, o estudo divulgado nota que em 2023 o período médio de eficácia das tabelas salariais foi de 19,7 meses, o que corresponde a uma “descida assinalável comparativamente ao ano anterior (29,5 meses em 2022)”.

Já em linha com um relatório divulgado no verão pelo mesmo centro, com um período de análise mais alargado, conclui-se que em 2023 as convenções coletivas tiveram as condições salariais como um dos seus grandes focos. É de assinalar, contudo, que as cláusulas remuneratórias “raramente se cingem à definição da retribuição e por profissões“, sublinha o Centro de Relações Laborais.

Além do salário base, a negociação coletiva abrangeu a remuneração do trabalho suplementar, do trabalho por turnos e da isenção de horário, bem como os prémios e as regras de progressão.

“Em 2023, as diversas vias de valorização salarial do trabalhador são, de facto, um ponto importante da negociação coletiva, dada a multiplicidade de atualizações remuneratórias que podem conduzir à valorização salarial do trabalhador”, é salientado, assim, na análise apresentada esta manhã.

Dez convenções debruçam-se sobre direito a desligar

O direito a desligar está na lei do trabalho desde o arranque de 2022. Tem ainda fraca expressão na negociação coletiva, mas já começa a dar sinais de vida.

De acordo com o relatório do Centro de Relações Laborais, dez convenções debruçaram-se em 2023 sobre este tema. “Com a particularidade de, em todas elas, o tema ser disciplinado pela primeira vez“, destaca-se.

Por outro lado, quanto ao teletrabalho, o estudo agora publicado observa de que em 2023 foram “17 as primeiras convenções e revisões globais que disciplinam as condições de prestação de trabalho” neste regime.

“No essencial, a lei determina o recorte da figura do teletrabalho, permitindo a definição por regulamento interno da empresa das atividades e das condições em que a adoção do teletrabalho poderá ser aceite e prevê, ainda, a celebração de acordo escrito com o trabalhador, onde deve constar um conjunto de elementos de natureza operativa que possibilita a aplicação do regime à situação concreta”, sublinha o Centro de Relações Laborais.

A análise adianta também que “é digno de nota a pluralidade de soluções convencionais encontradas em 2023“, no que diz respeito aos modelos que combinam trabalho presencial e remoto. “Os modelos híbridos são muito frequentes“, salientou, na apresentação desta manhã, Paula Agapito, coordenadora executiva do referido centro.

Outro tema presente na contratação coletiva de 2023 foi o descanso, com 32% das convenções a regularem o período de férias. “Há várias modalidades dentro da matriz habitual. Cumpre assinalar o papel da negociação coletiva num conjunto de majorações atribuídas para além dos 22 dias úteis de férias concedidos pela lei“, enfatizam os especialistas do Centro de Relações Laborais.

Quanto ao impacto das dezenas de alterações feitas no ano passado à lei do trabalho na negociação coletiva, às autoras do estudo esclareceram, na sessão que decorreu no Ministério do Trabalho, que procuraram apurar esse efeito, mas chegaram à conclusão que não tinha sido significativo, no que diz respeito ao conteúdo da contratação coletiva.

Ministra destaca “soluções inovadoras” na negociação coletiva

A ministra do Trabalho considera que “não é de estranhar” que a chamada Agenda do Trabalho Digno ainda não tenha tido grandes reflexos na contratação coletiva. Maria do Rosário Palma Ramalho destaca, porém, que foram encontradas “soluções inovadoras” na negociação coletiva, que merecem destaque.

Por exemplo, a negociação entre sindicatos e empregadores relativamente aos sistemas complementares de segurança social, identificou a governante, que notou que estas soluções são particularmente importantes tendo em conta que “os valores das pensões são baixíssimos”.

Por outro lado, no que diz respeito ao teletrabalho, Palma Ramalho atirou que o regime previsto na lei do trabalho olha para este regime como “um sucedâneo do trabalho presencial”. “Está desfasado da realidade e as convenções coletivas regulam o trabalho híbrido“, salientou.

O Governo está ativamente empenhado na promoção coletiva e até em retirar alguns condicionalismos que ela tem tido. Não o fará, contudo, sem ser pela via da Concertação Social.

Maria do Rosário Palma Ramalho

Ministra do Trabalho

A ministra do Trabalho afirmou que estes são “pontos em que se evidencia a capacidade de inovação da negociação coletiva“.

Palma Ramalho aproveitou também para sublinhar que “o Governo está ativamente empenhado na promoção coletiva e até em retirar alguns condicionalismos que ela tem tido“. “Não o fará, contudo, sem ser pela via da Concertação Social“, garantiu.

Notícia atualizada às 11h08

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Fundo espanhol compra shoppings em Loures, São João da Madeira e Seixal por 176,5 milhões

  • Lusa
  • 4 Outubro 2024

LoureShopping (Loures), 8ª Avenida (São João da Madeira) e Rio Sul (Seixal) passam para as mãos fundo de investimento imobiliário espanhol Castellana Properties, que pagou 176,5 milhões de euros.

LoureShopping (Loures), 8ª Avenida (São João da Madeira) e Rio Sul (Seixal). O fundo de investimento imobiliário espanhol Castellana Properties fechou esta sexta-feira a compra das empresas proprietárias de três centros comerciais no país por 176,5 milhões de euros.

A operação, realizada através da subsidiária portuguesa Caminho Propício, foi financiada maioritariamente com 108,4 milhões de euros em empréstimos de curto prazo concedidos pelo fundo Vukile Property Fund, disse a Castellana Properties em comunicado enviado à bolsa de Madrid.

Em troca, a partir de janeiro de 2025, 20% das ações da Caminho Propício serão detidas pela RMB Investments and Advisory Proprietary, uma empresa constituída na África do Sul e que faz parte do grupo de serviços financeiros FirstRand.

A Castellana Properties celebrou ainda um contrato de financiamento hipotecário com o Banco Santander Totta no valor de 72,5 milhões de euros, com a duração de cinco anos e taxa de juro fixa em condições de mercado.

A operação conta ainda com a participação do Banco BPI, da Caixa Geral de Depósitos e da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.

Com este acordo, a Castellana Properties sublinhou que está a diversificar as suas fontes de financiamento.

O LoureShopping está localizado em Loures e conta com mais de 29 mil metros quadrados, enquanto a 8ª Avenida fica em São João da Madeira e tem uma área de quase 22 mil metros quadrados e a Rio Sul está localizada no Seixal e tem mais de 23.500 metros quadrados.

A Castellana Properties possui centros comerciais e galerias. O fundo conta atualmente com 15 ativos que totalizam 373.815 metros quadrados distribuídos pelas várias regiões de Espanha.

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