Media Capital propôs à Digi compromisso de comprar publicidade na TVI

A dona da TVI revela que propôs à Digi o compromisso de esta investir em publicidade na TVI no lançamento, visto que a nova operadora alegava não ter capacidade de pagar o exigido pelos canais.

A Media Capital propôs à Digi que canalizasse para a TVI parte do seu investimento inicial em publicidade durante o lançamento da operadora em Portugal. Segundo o grupo de media, a proposta foi feita numa fase inicial das negociações para integrar os seus canais na grelha de televisão da Digi, tendo sido proposta como contrapartida após a Digi alegar que não tinha capacidade de pagar o preço exigido pelo licenciamento dos canais.

As duas empresas acabaram por entrar em rutura, levando a Digi a apresentar contra a Media Capital uma queixa na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), no dia 26 de fevereiro de 2024, conforme noticiou o ECO esta semana. Nela, acusa a dona da TVI de adotar um “comportamento abusivo” e de exigir a “subordinação da celebração do contrato de distribuição televisiva” a “uma prestação suplementar não relacionada com o objeto do contrato”.

O ECO tentou apurar o teor dessa “prestação suplementar” junto da Digi e da Media Capital. “Na fase inicial das negociações, a Digi alegou não ter capacidade financeira para pagar os custos de licenciamento pedidos pela TVI. Sabendo que a Digi teria que fazer publicidade à sua marca para lançar os seus serviços, a TVI reagiu propondo que a Digi se comprometesse a canalizar para a TVI parte desse seu investimento inicial na marca”, esclareceu fonte oficial do grupo que também é responsável pela CNN Portugal.

Segundo a deliberação da ERC, as duas empresas negociaram a distribuição dos canais entre 7 de novembro de 2022 e 29 de janeiro de 2024, dia em que “os contactos formais” cessaram após “uma viva e infrutífera troca de argumentos, por via eletrónica”. Uma audiência conciliatória realizada no dia 9 de abril de 2024 nas instalações da ERC também não permitiu, com a mediação do regulador, resolver o diferendo.

Até onde foi possível averiguar, as negociações com a Media Capital não terão sido retomadas e a Digi também ainda não conseguiu assegurar na sua futura grelha televisiva os canais do grupo Impresa, incluindo a SIC e SIC Notícias, depois de as negociações terem ficado retidas na fase contratual, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.

Outra fonte disse que ainda não existe contrato assinado com a RTP e o ECO também sabe que não existirá nenhum contrato assinado com a Medialivre, que detém a CMTV, um dos canais mais vistos da grelha de televisão paga em Portugal. Existirá, contudo, um acordo com pelo menos uma empresa que tem canais no cabo.

Contactada, a Impresa respondeu que as negociações entre as partes só a elas dizem respeito, sem avançar mais detalhes. A RTP e a Medialivre não quiseram fazer comentários.

Na fase inicial das negociações, a Digi alegou não ter capacidade financeira para pagar os custos de licenciamento pedidos pela TVI. Sabendo que a Digi teria que fazer publicidade à sua marca para lançar os seus serviços, a TVI reagiu propondo que a Digi se comprometesse a canalizar para a TVI parte desse seu investimento inicial na marca.

Fonte oficial da Media Capital

Digi em “negociações” para “maximizar os benefícios para os consumidores”

Já a Digi alegou não poder responder às perguntas do ECO, “devido à sua especificidade”. Mas fonte oficial enviou uma declaração onde confirma “negociações estratégicas” em “benefício” dos consumidores.

“Na Digi, estamos empenhados em oferecer a melhor e mais completa gama de serviços ao mercado, em linha com os restantes operadores, e para isso estamos a desenvolver todos os esforços possíveis. As nossas iniciativas passam por negociações estratégicas, conduzidas através dos canais adequados, sempre com o objetivo de maximizar os benefícios para os consumidores portugueses. A nossa missão é disponibilizar uma oferta vantajosa e competitiva, respondendo às necessidades do mercado de forma eficaz e eficiente”, disse fonte oficial da Digi Portugal.

As afirmações da Digi Portugal são particularmente relevantes. Depois de um comentário publicado no ECO a 9 de maio de 2022, esta foi a segunda declaração de fonte oficial da nova operadora no mercado português.

As nossas iniciativas passam por negociações estratégicas, conduzidas através dos canais adequados, sempre com o objetivo de maximizar os benefícios para os consumidores portugueses.

Fonte oficial da Digi Portugal

Media Capital “levará até às últimas instâncias” diferendo com Digi

Voltando à Media Capital — controlada pelo empresário Mário Ferreira, que também é acionista do ECO –, a dona da TVI e da CNN Portugal acusa a Digi de ter pretendido, nas negociações, “impor as condições de entrega dos canais da TVI”. Salienta também que “levará até às últimas instâncias judiciais a discussão sobre em que condições deverá entregar os seus canais à Digi”.

Em causa está a existência, ou não, de uma obrigação de as televisões entregarem os seus canais às operadoras, a troco de uma “remuneração adequada”, como refere a Lei da Televisão. A ERC não deu provimento à queixa da Digi contra a Media Capital, considerando que “não se encontram especificados quaisquer serviços de programas televisivos sujeitos a obrigações de transporte ou de entrega em redes de comunicações eletrónicas”, e remeteu o assunto para a Autoridade da Concorrência. Contactada, fonte oficial deste regulador ainda não respondeu.

Já a Media Capital disse, no âmbito do processo que decorreu na ERC, que não tem “a obrigação de entrega do sinal do canal TVI (e muito menos de qualquer outro canal do grupo)”. Porém, em abril de 2023, numa consulta pública promovida pela Anacom sobre o prolongamento da licença da Televisão Digital Terrestre (TDT) à Meo, queixou-se de que existe uma obrigação de entrega do sinal da TVI, “por estar na TDT”, que lhe retira poder negocial com as operadoras.

“A TVI, por estar na TDT, é sujeita à obrigação de must-deliver [entrega]; não é difícil de entender que o facto de ter essa obrigação sobre si limita significativamente a TVI na sua capacidade negocial com as plataformas de TV paga, na medida em que estas se fazem valer da obrigação de entrega do sinal que impende sobre a TVI para baixar significativamente o valor pago por esse sinal”, lê-se na pronúncia da Media Capital enviada à Anacom no dia 13 de abril de 2023.

“Essa circunstância é comprovada pelo facto de essas plataformas pagarem ao Grupo Media Capital mais pelo sinal da CNN do que pelo sinal da TVI, quando esta última tem cinco vezes mais audiência do que aquela”, apontou ainda a empresa.

Questionada sobre estas declarações, fonte oficial da Media Capital admitiu ao ECO que a Lei da Televisão determina uma obrigação de entrega dos canais “aos distribuidores de televisão paga”, mas diz que a considera “anacrónica”, pois a TDT serve “menos de 1% dos lares em Portugal”.

“Os operadores de canais televisivos não têm alternativa, para distribuir os seus canais, a entregar o seu sinal aos distribuidores de televisão paga, a única questão que se põe é o preço a que o entregam”, reconhece a dona da TVI.

“Desde então, nas muitas reuniões tidas com dois presidentes da Anacom, dois presidentes da ERC, dois ministros das Infraestruturas e um ministro da Cultura, a TVI, juntamente com a SIC e com a RTP, justificou a necessidade de eliminação desta obrigação. Todos os responsáveis concordaram com a justificação, mas apontaram as dificuldades de uma revisão da Lei da Televisão, mais ainda depois do fim da maioria absoluta no Parlamento”, acrescenta fonte oficial.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 11 Julho 2024

O presidente da NAV vai ao parlamento no mesmo dia em que o Governo leva taxa mínima de IRC sobre multinacionais a Conselho de Ministros. Lá fora, os investidores ficaram a conhecer dados da economia.

No dia em que o presidente da NAV será ouvido pelos deputados, o Governo leva a taxa mínima de IRC sobre multinacionais a Conselho de Ministros. O Banco de Portugal divulga dados do mercado de crédito e começa uma greve de 24 horas dos trabalhadores da Carris. Lá fora, os investidores ficam a conhecer dados da economia dos EUA.

Banco de Portugal divulga dados do mercado de crédito

O Banco de Portugal prepara-se para divulgar o relatório de acompanhamento dos mercados de crédito relativo a 2023, no qual é feito um balanço da evolução dos mercados do crédito à habitação e hipotecário e também do crédito aos consumidores. Já o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar dados relativos ao volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas nos serviços de maio deste ano.

Presidente da NAV será ouvido no Parlamento

O presidente da NAV Portugal será ouvido pelos deputados no âmbito do requerimento do Grupo Parlamentar do CDS-PP que visa “esclarecer se houve ingerência política na distribuição de dividendos e resultados transitados” nas três empresas públicas envolvidas na redução artificial da dívida pública no ano passado. A audição está prevista para as 15h00 na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

Governo leva taxa mínima de IRC sobre multinacionais a Conselho de Ministros

O Governo vai aprovar, no Conselho de Ministros desta quinta-feira, a transposição da diretiva europeia que impõe a taxa mínima obrigatória de IRC de 15% sobre as multinacionais que faturam mais de 750 milhões de euros, segundo anunciou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, esta quarta-feira no Parlamento.

Dados da economia dos EUA são divulgados

O Departamento do Comércio dos EUA vai divulgar o índice de preços dos consumidores e dados dos rendimentos reais relativos a junho de 2024. Além disso, o presidente e diretor-executivo da Reserva Federal de Atlanta, nos EUA, Raphael Bostic, irá discursar num painel no âmbito de uma cimeira sobre a diversidade.

Greves dos trabalhadores da Carris

Os trabalhadores da Carris vão fazer greve de 24 horas esta quinta-feira, por falta de resposta por parte do Conselho de Administração da Carris e da Câmara Municipal de Lisboa à sua exigência de aumento geral dos salários, redução do horário de trabalho, entre outras reivindicações. Prossegue esta quinta-feira a greve dos trabalhadores das empresas do Grupo EDP, assim como dos CTT.

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Multinacionais em início de atividade escapam a taxa mínima de 15% durante cinco anos

Proposta de lei prevê a isenção do imposto complementar durante os primeiros cinco anos de aplicação. Objetivo é não prejudicar grupos em início de atividade internacional.

Os grupos de multinacionais e grandes grupos nacionais com faturação a partir de 750 milhões de euros em fase inicial de atividade ficam excluídos da aplicação do imposto complementar da tributação mínima de 15% durante os primeiros cinco anos. A regra está prevista na proposta de lei do Governo, que entrou em consulta pública na quarta-feira ao final do dia.

A proposta de lei do Executivo que transpõe a diretiva comunitária 2022/2523, de 14 de dezembro de 2022, prevê que uma inovação introduzida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) face à Comissão Europeia.

O regime obriga as multinacionais e grandes grupos a apurarem a taxa de tributação efetiva aplicável a cada uma das jurisdições onde têm presença. Após isso, compara-se com a taxa mínima de imposto de 15%. Caso o limiar mínimo de tributação nessa jurisdição não seja atingido, o Estado onde a entidade-mãe do grupo está sediada pode cobrar o diferencial de imposto.

No entanto, de acordo com o diploma, o imposto complementar devido por uma entidade-mãe final é “igual a zero”, relativamente a cada exercício fiscal, que termine dentro do prazo de cinco anos após o início do primeiro exercício fiscal em que o grupo de empresas multinacionais passe a estar abrangido pelo regime.

Ademais, estabelece que a isenção do imposto complementar durante cinco anos também se aplica nos casos em que o grande grupo nacional ainda não estava abrangido pelo regime, mas que passou a estar devido à subida da sua faturação.

O Governo estipula também que, caso a entidade-mãe final do grupo de empresas multinacionais não esteja localizada em Portugal, o total do imposto complementar desse grupo “é reduzido a zero relativamente a cada exercício fiscal, que termine dentro do prazo de cinco anos”, em que se considere que o grupo de empresas multinacionais se encontra na fase inicial da atividade internacional.

Segundo a proposta, considera-se que um grupo de empresas multinacionais se encontra na fase inicial da atividade internacional se, relativamente a cada exercício fiscal incluir entidades constituintes localizadas em não mais do que seis jurisdições e a soma do valor contabilístico líquido dos ativos tangíveis de todas as suas entidades constituintes (com exceção das localizadas na jurisdição de referência) não for superior a 50 milhões de euros.

O início do período de cinco anos “coincide com o início do primeiro exercício fiscal em que o grupo de empresas multinacionais passe a estar abrangido, em função dos limiares de rendimentos e exercícios fiscais”.

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Multinacionais escapam a coimas do imposto mínimo de 15% até 2028

Coimas pela falta de entrega de documentos ou falha nos prazos variam entre cinco mil e 100 mil euros, acrescida de 5% por cada dia de atraso no cumprimento da obrigação.

As grandes multinacionais vão escapar a coimas do regime de tributação mínima de 15% até aos exercícios fiscais que se iniciem até 2026 e terminem antes de 2028, de acordo com o diploma que entrou, esta quarta-feira, em consulta pública.

A proposta de lei prevê que a coima por infrações ao regime, como a falta de entrega ou entrega fora do prazo legal, ou a omissão de determinados elementos, não se aplica até “ao exercício fiscal que se inicie até 31 de dezembro de 2026 e termine antes de 1 de julho de 2028”.

Para isso, terá de concluir-se que “a entidade agiu de boa-fé, suportada numa interpretação plausível do presente regime e tendo tomado as medidas adequadas a um correto cumprimento das suas obrigações, ou que a infração não resulte numa redução do montante de imposto complementar devido nesse ou em exercícios”.

As coimas pela falta de entrega de documentos ou falha nos prazos variam entre cinco mil e 100 mil euros, acrescida de 5% por cada dia de atraso no cumprimento dessa obrigação. Já as omissões ou inexatidões que não constituam crime tributário nem contraordenação prevista no Regime Geral das Infrações Tributárias (RGIT) são puníveis com uma coima de 500 euros a 23.500 euros.

O diploma prevê que cada grupo de empresas multinacionais ou grande grupo nacional, bem como as respetivas entidades constituintes, deverão efetuar os cálculos necessários à aplicação do regime, nomeadamente os relativos à determinação do resultado líquido admissível, dos impostos abrangidos, da taxa de imposto efetiva ou do imposto complementar relativamente a cada jurisdição, na mesma moeda em que sejam apresentadas as respetivas demonstrações financeiras consolidadas, independentemente de qual seja a moeda local da jurisdição em causa.

Após o apuramento da taxa de tributação efetiva aplicável a cada uma das jurisdições onde o grupo tem presença, compara-se com a taxa mínima de 15%. Caso o limiar mínimo de tributação nessa jurisdição não seja atingido, o Estado onde a entidade-mãe do grupo está sediada pode cobrar o diferencial de imposto.

O documento entrou em consulta pública na quarta-feira, prolongando-se o prazo até ao final de julho. Em causa está a transposição obrigatória da diretiva europeia 2022/2523, de 14 de dezembro de 2022, baseada nas regras-modelos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com o objetivo de combater o planeamento fiscal agressivo e tentar proporcionar condições de concorrência equitativas para as empresas a nível global, que o anterior Governo não chegou a entregar ao Parlamento.

A tributação mínima de 15% para grandes grupos nacionais e interacionais que operem em Portugal e tenham uma faturação igual ou superior a 750 milhões de euros irá aplicar-se já ao exercício fiscal deste ano, embora a primeira obrigação declarativa apenas tenha de ser entregue em junho de 2026. O novo regime prevê exceções na sua aplicação e também algumas regras transitórias, excluindo, por exemplo, empresas com uma receita média inferior a 10 milhões de euros e um resultado líquido inferior a um milhão de euros.

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Tributação mínima de 15% das multinacionais aplica-se já ao exercício fiscal deste ano

Imposto obrigatório sobre grupos com faturação acima de 750 milhões vai aplicar-se ao ano económico de 2024, mas obrigação declarativa apenas tem de ser entregue em 2026, e abrange até 2.800 empresas.

A tributação mínima de 15% para grandes grupos nacionais e internacionais, que operem em Portugal e tenham uma faturação igual ou superior a 750 milhões de euros, irá aplicar-se já ao exercício fiscal deste ano, embora a primeira obrigação declarativa apenas tenha de ser entregue em junho de 2026. O regime deverá abranger, em Portugal, entre 2.700 a 2.800 entidades, com a maioria a ser uma empresa cuja entidade-mãe não é portuguesa, segundo informações recolhidas pelo ECO junto de uma fonte do Ministério das Finanças.

O novo regime, que o Governo quer ter aprovado em setembro ou outubro deste ano, prevê também algumas regras transitórias, excluindo, por exemplo, situações em que a receita média das entidades de um grupo é inferior a 10 milhões de euros e têm um resultado líquido inferior a um milhão de euros, de acordo com o diploma que entrou em consulta pública na quarta-feira ao final da tarde.

Em causa está a transposição obrigatória da diretiva europeia, baseada nas regras-modelos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com o objetivo de combater o planeamento fiscal agressivo e tentar proporcionar condições de concorrência equitativas para as empresas a nível global.

O novo regime (II Pilar) prevê uma série de passos. O primeiro de todos é que cada país analise as entidades que estão na sua jurisdição e compreenda quais têm tributação efetiva acima ou abaixo dos 15%, com base nas suas receitas consolidadas.

Ou seja, exige aos grupos de empresas multinacionais ou grandes grupos nacionais o cálculo da taxa efetiva de imposto sobre o rendimento pago em cada uma das jurisdições onde o grupo está presente. Quando for inferior a 15% (caso em que se considera estar em causa uma jurisdição de baixa tributação), os Estados podem liquidar um imposto complementar até este limiar, que será pago pela entidade-mãe do grupo económico.

Regime obriga aos grupos de empresas multinacionais ou grandes grupos nacionais o cálculo da taxa efetiva de imposto sobre o rendimento pago em cada uma das jurisdições onde o grupo está presente. Quando for inferior a 15% os Estados podem liquidar um imposto complementar até este limiar, que será pago pela entidade-mãe do grupo económico.

Isto pode ocorrer pela via do imposto complementar nacional qualificado mínimo, em regra para as entidades localizadas na jurisdição, ou pela via da regra da inclusão de rendimentos ou regra dos lucros insuficientemente tributados, para as entidades do grupo não localizadas na jurisdição.

O regime estipula que um grupo multinacional localizado num Estado-membro é obrigado a aplicar a regra da inclusão de rendimentos à sua parte do imposto complementar relativamente às entidades do grupo sujeitas a baixa tributação, quer estejam localizadas dentro ou fora da União.

Já a regra dos lucros insuficientemente tributados funciona como “um mecanismo de reforço” da anterior regra, nos casos em que a totalidade do imposto complementar relativo a entidades sujeitas a baixa tributação não tenha sido cobrado pelas entidades-mãe através da aplicação da regra anterior. O diploma enquadra também o novo imposto complementar nacional qualificado português (ICNQ-PT), aplicado sobre os lucros excedentários de todas as entidades constituintes sujeitas a baixa tributação localizadas em Portugal.

O diploma segue de perto as regras da OCDE, que em abril introduziu alterações, levando a que o Executivo só agora avance com a transposição da diretiva, pondo fim ao atraso que vinha do final do ano passado, depois Comissão Europeia ter dado dois meses a Portugal, Espanha, Chipre, Letónia, Lituânia e Polónia para o fazerem.

Regime deverá abranger, em Portugal, entre 2.700 a 2.800 entidades, com a maioria a ser uma empresa cuja entidade-mãe não é portuguesa, segundo informações recolhidas pelo ECO junto de uma fonte do Ministério das Finanças.

As regras vão aplicar-se aos exercícios fiscais deste ano, mas a primeira obrigação declarativa das empresas só terá de ser entregue em junho de 2026, e não em 2025, porque é preciso garantir uma harmonização. Ainda assim, o delay entre o facto tributário e a declaração mantém-se nos anos seguintes. Isto é, em 2027 as empresas entregam a declaração de 2025, em 2028 a de 2026, e assim sucessivamente.

A consulta pública do projeto prolonga-se até ao final de julho, para ser enviado ao Parlamento no início da nova sessão legislativa. De acordo com fonte governamental, o objetivo é que sendo aprovado, em setembro ou outubro possa estar em condições de entrar em vigor.

Exclusões e regras transitórias

O diploma prevê algumas regras de aplicação transitória, podendo existir alguns cálculos simplificados nos primeiros anos, indicou fonte conhecedora do processo ao ECO, e algumas exceções.

Considerando algumas situações específicas, o regime prevê a exclusão de rendimentos com base nos custos associados aos empregados e no valor dos ativos tangíveis. Neste âmbito, estipula uma disposição transitória em que a exclusão relativa aos salários de uma entidade constituinte localizada numa jurisdição igual a 5% dos seus gastos salariais elegíveis é substituída por uma percentagem de 9,8% em 2024, de 9,6% em 2025, de 9,2% em 2027, de 9% em 2028, de 8,2% em 2029, reduzindo-se sucessivamente, até 5,8% e 2032.

Já a exclusão relativa aos ativos tangíveis de uma entidade constituinte localizada numa jurisdição é igual a 5% do valor contabilístico dos ativos tangíveis elegíveis por esta detida, sendo substituída por 7,8% em 2024, por 7,6% em 2025, por 7,4% em 2026, por 7,2% em 2027, por 6,6% e 2029, por 6,2% em 2030, reduzindo-se a cada ano, até 5,4% em 2032.

O diploma prevê também regras específicas para empresas que se encontrem em fase inicial da atividade internacional, assim como uma exclusão de rendimentos provenientes de grandes grupos nacionais durante um período transitório.

Prevê ainda a exclusão de minimis para as empresas com uma receita média inferior a dez milhões euros e uma média de resultado inferior a um milhão de euros em Portugal.

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O tempo de espera para consultas externas em Madrid foi reduzido em 9 dias desde janeiro

  • Servimedia
  • 11 Julho 2024

A evolução dos tempos de espera nas lista de espera da Comunidade de Madrid em maio mostra uma diminuição generalizada desde janeiro, de acordo com o portal da lista de espera do governo regional.

Assim, quase a meio do ano, o atraso na obtenção de uma primeira consulta com um médico especialista no sistema público de saúde foi reduzido em 9 dias, de 68,92 dias no início de 2024 para 59,97 no quinto mês. Para além desta descida notável, os tempos de espera para exames de diagnóstico também diminuíram nos últimos meses (de 63,32 dias em janeiro para 60 dias em maio); e para operações não urgentes (de 50,90 para 48 dias).

De acordo com os últimos dados oficiais, Madrid continua a ser a comunidade autónoma com o menor tempo de espera para uma cirurgia (a média nacional em dezembro de 2023 era de 128 dias em média) e uma das mais rápidas para consultas externas (em média, um espanhol espera 101 dias por uma primeira consulta com um especialista).

Mesmo assim, a extensa rede de hospitais da Comunidade de Madrid produz dados muito díspares em termos de tempos de espera, e a experiência do doente pode variar consideravelmente consoante o centro escolhido.

PACIENTES EXTERNOS

Os valores oficiais de maio indicam que quatro hospitais do CAM registaram atrasos de um mês, metade da média regional, nas consultas externas. É o caso do Hospital Universitário Geral de Villalba, cuja média se situa em 27,42 dias, e do Infanta Elena, com 29,82 dias.Torrejón (30,23 dias) e Rey Juan Carlos (30,34 dias) também se destacam pela rapidez. É de salientar que a Fundación Jiménez Díaz, um hospital de alta complexidade, ocupa o primeiro lugar na sua categoria para uma primeira consulta com um especialista, com uma média de 32,41 dias.

Os centros de Madrid com maior acumulação de dias para consultas externas foram La Paz (82,84 dias) e Ramón y Cajal (89 dias), ambos de alta complexidade. O Príncipe de Astúrias, com 93,12 dias, foi o hospital que registou a maior demora neste domínio.

CIRURGIAS NÃO URGENTES

No caso da lista de espera cirúrgica do mês de maio, o hospital Collado Villalba voltou a registar a menor demora de toda a Comunidade de Madrid, com uma média de 12,34 dias para operações não urgentes como cataratas, adenoamigdalectomia ou artroscopia do joelho, para citar alguns exemplos. Seguiu-se-lhe de perto, tal como no domínio das consultas externas, o Hospital Universitário Infanta Elena, de baixa complexidade, com uma média de 15,74 dias.

Por outro lado, a Fundación Jiménez Díaz, com 22 dias, voltou a ser, em maio, o centro de alta complexidade com menor demora cirúrgica. O Santa Cristina, com 23,86 dias, e o Rey Juan Carlos, com 27,33 dias, ambos com menos de um mês, também estavam no topo do ranking da rede hospitalar pública de Madrid. Em contrapartida, o Hospital Universitário Príncipe das Astúrias voltou a acumular a maior demora do CAM no domínio das operações, com 73 dias.

EXAMES DE DIAGNÓSTICO

Por último, nos exames de diagnóstico, os hospitais que ofereceram os melhores valores foram o Torrejón (11,85 dias), o Central de la Cruz Roja San José y Santa Adela (14,14 dias) ou o Infanta Elena (19,44 dias), todos eles com menos de 20 dias.

Por outro lado, outros seis hospitais ofereceram exames de diagnóstico em menos de um mês, como o Niño Jesús (24,41 dias), Villalba (24,55 dias), Rey Juan Carlos (27 dias), Santa Cristina (29,10 dias), Puerta de Hierro (29,20 dias) e Fundación Jiménez Díaz (29,53 dias). Nesta ocasião, as esperas para a realização de exames de ressonância magnética ou de ecografia, por exemplo, ultrapassaram os três meses nos hospitais Infanta Sofía (98,62 dias), Infanta Cristina (112,62 dias) e Hospital Universitario del Sureste (120,61 dias).

 

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Diplomados ainda têm melhores salários, mas vantagem face a quem tem menos estudos está a encolher

Trabalhadores com ensino superior ainda ganham mais do que aqueles que só fizeram ensino secundário, mas vantagem tem estado a diminuir. Em 2023 foi de 49%. Em 2011 era de mais de 70%.

Ainda vale a pena ir para a universidade? Os trabalhadores mais qualificados continuam, sim, a ganhar salários mais expressivos do que quem se fica pelo ensino secundário, mas essa vantagem tem vindo a encolher. De acordo com um estudo divulgado esta quarta-feira pela Fundação José Neves, no último ano os diplomados receberam mais 49%. Há pouco mais de uma década, a diferença ultrapassava os 70%.

Os trabalhadores mais qualificados são os que beneficiam de maiores retornos salariais. O ganho salarial de ter o ensino superior face ao ensino secundário foi, para a população entre os 18 e os 64 anos, de 49% em 2023″, é sublinhado no estudo “Estado da Nação: educação, emprego e competências em Portugal”.

“Não obstante, este valor tem vindo a cair na última década“. Em maior detalhe, e como mostra o gráfico abaixo, em 2011 os diplomados ganhavam mais 71% do que quem tinha apenas o ensino secundário. Quer isto dizer que em 12 anos essa diferença estreitou-se em 22 pontos percentuais.

Por outro lado, olhando apenas para a população mais jovem (dos 25 aos 34 anos), a vantagem salarial do ensino superior face ao ensino secundário foi de 34% em 2023, o que corresponde a um aumento assinalável face ao ano anterior.

“Assiste-se a uma recuperação, nesta faixa etária, do decréscimo verificado em 2021-2022. Embora não tenha sido suficiente para contrariar a tendência decrescente que tem vindo a desenhar-se desde, pelo menos, 2011, permitiu regressar a valores superiores aos de 2019“, explica a Fundação José Neves.

De modo global, os salários praticados em Portugal registaram uma “ligeira recuperação” (de 0,5%), em termos reais, no último ano, nota ainda a Fundação José Neves.

Ainda assim, uma vez que os ordenados não conseguiram acompanhar os níveis históricos de inflação nos últimos anos, o salário médio em termos reais foi inferior em 2023 ao registado em 2021 e “praticamente igual ao de 2020”.

O estudo agora conhecido destaca, além disso, que o aumento ligeiro do salário real “esconde diferenças entre grupos de indivíduos consoante as suas qualificações”. Em concreto, enquanto os trabalhadores com o ensino básico beneficiaram de um aumento de 1,2% em termos reais, a remuneração média dos diplomados do ensino superior cresceu 0,5% em termos reais. Já os trabalhadores com o ensino superior viram os salários cair 0,6% em termos reais em 2023.

Quanto às diferenças entre as faixas etárias, há a destacar que os mais jovens tiveram o “maior crescimento salarial em 2023”: 3,9% em termos reais e 10% em termos nominais. “Os jovens diplomados do ensino superior foram os que beneficiaram da maior variação do salário real, que cresceu 7%, fixando-se em 1.180 euros, o valor mais elevado desde 2012″, detalha a Fundação José Neves.

Ainda assim, os jovens ganham, regra geral, menos do que a população em geral, independentemente do seu nível de qualificações.

Quem está mais ameaçado pela IA?

A inteligência artificial (IA) tornou-se um tema quente do mercado de trabalho, mas o seu impacto não será uniforme entre setores e trabalhadores. Segundo o novo estudo da Fundação José Neves, os efeitos desta tecnologia no cenário português serão “complexos e multifacetados“, sendo que há trabalhadores que estão em vulnerabilidade elevada (podem vir a ser substituídos), enquanto outros verão as suas funções apenas complementadas (vulnerabilidade baixa).

“Em Portugal, as mulheres e os trabalhadores com níveis de educação mais elevado são os grupos em que a IA poderá ter um impacto maior. Em ambos os casos, a percentagem de trabalhadores que apresentam uma exposição elevada à IA e cujas tarefas podem ser substituídas pela IA é superior”, salienta a Fundação José Neves.

No caso específico das mulheres, 15,1% estão em profissões que podem ser substituídas por IA. Em contraste, só 9,4% dos homens estão nessa situação. “Em termos etários, o grupo com maior vulnerabilidade elevada está na faixa dos 25 aos 34 anos, onde a percentagem de trabalhadores nessa categoria é de 14,7%”, é acrescentado.

Outro dado relevante é que são os trabalhadores com salários acima dos dois mil euros quem poderá estar mais vulnerável aos desafios trazidos pela IA. É certo que, nesse grupo, esta tecnologia pode aumentar significativamente a produtividade, mas prevê-se que 26,3% desses empregos estejam em vulnerabilidade elevada.

Já por setores, são os trabalhadores no setor das atividades financeiras e de seguros, das atividades de informação e de comunicação e das atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares que apresentam maior vulnerabilidade. Por outro lado, no setor da educação, a IA apresenta-se com o índice de complementaridade mais elevado: 25,7% dos empregos estão em vulnerabilidade baixa, já que podem ser complementados, mas não substituídos por tecnologia.

Portugal mais atrativo para as tecnológicas?

Feito o diagnóstico do mercado de trabalho português, a Fundação José Neves avança com uma série de recomendações, nomeadamente a de se criarem condições para que o país se torne mais atrativo para as empresas na área das altas tecnologias, bem como de se estimular a digitalização das empresas e a adoção de modelos híbridos de trabalho, “com o intuito de aumentar a produtividade e os salários” e de se desenvolverem estratégias para mitigar a vulnerabilidade das profissões à inteligência artificial.

A fundação defende ainda que deve ser promovida a formação contínua e a requalificação profissional para adaptar os trabalhadores às novas realidades tecnológicas e que devem ser desenvolvidos mecanismos de apoio às empresas e aos trabalhadores na transição digital.

Quanto à educação, a fundação recomenda a promoção do ensino profissional e o incentivo à transição dos alunos do ensino profissional para o ensino superior. “Criar iniciativas que aproximem as instituições de educação e formação do mercado de trabalho, de modo a ajustar a oferta educativa e formativas às suas reais necessidades”, sublinha ainda o estudo divulgado esta quarta-feira, que aconselha, por fim, a implementar estratégias com vista à recuperação dos resultados do PISA 2022.

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Prazo para matrículas do 2.º ao 5.º anos prolongado até 12 de julho

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Problemas técnicos levam a constrangimentos no acesso ao Portal de Matrículas. Não é a primeira vez que Governo adia prazo para renovação de matrículas pelo mesmo motivo.

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação prolongou até sexta-feira o prazo para a renovação das matrículas do 2.º ao 5.º anos face a constrangimentos no acesso ao Portal das Matrículas, avançou o gabinete de Fernando Alexandre.

Os equipamentos de refrigeração do centro de dados da Fundação para a Computação Cientifica Nacional (FCCN) sofreram problemas técnicos. Por isso, “equipamentos do Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE) ali instalados sofreram avarias, algumas das quais em equipamentos que garantem a autenticação de utilizadores, tal como acontece com o Portal das Matrículas.”, detalhou o ministério.

Visto que o constrangimento foi registado no último dia para renovar as matriculas dos alunos do 2.º ao 5.º anos, o ministério da Educação “decidiu prorrogar o prazo até dia 12 de julho, sexta-feira, a pedido do IGeFE e após garantia de que a situação está normalizada.”

Esta não é a primeira vez que o Governo prolonga os prazos para a renovação das matrículas devido a problemas de acesso ao portal para esse efeito. O prazo para a renovação das matrículas do 6.º ao 9.º anos já havia sido prolongado duas vezes.

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Investigador João Pedro Monteiro nomeado diretor interino do Museu Nacional do Azulejo

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

O investigador e historiador iniciou funções de direção do museu em 18 de junho. "É uma escolha segura, pois trata-se do quadro mais antigo do museu", disse o presidente da MMP.

O investigador João Pedro Monteiro foi nomeado diretor interino do Museu Nacional do Azulejo (MNAz), em Lisboa, confirmou à agência Lusa fonte da empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP). A nomeação foi anunciada na página do museu na rede social Facebook durante a tarde e confirmada à Lusa pela MMP, indicando que o investigador e historiador nomeado iniciou funções de direção do MNA em 18 de junho.

Técnico superior do museu desde 1988, onde foi responsável pelo Departamento de Investigação, João Pedro Monteiro sucede ao historiador de arte Alexandre Pais, nomeado em maio pelo Ministério da Cultura para presidente da MMP. “É uma escolha segura, pois trata-se do quadro mais antigo do museu, com formação sólida na temática do azulejo e com obra reconhecida dentro e fora da instituição”, justifica Alexandre Pais, presidente da MMP, numa declaração enviada à agência Lusa por correio eletrónico.

Nascido em 1962, João Pedro Monteiro é licenciado em História, fez uma pós-graduação em Arte Património e Restauro e o Curso de Alta Direção em Administração Pública do Instituto Nacional de Administração (INA).

No Departamento de Investigação do MNA, desenvolveu projetos na área da azulejaria e faiança portuguesas que resultaram em exposições temporárias, e comissariou exposições de divulgação do azulejos português, no país e no estrangeiro, segundo os dados biográficos divulgados.

Entre outras exposições comissariou a “Real Fábrica de Louça, ao Rato” (2003) e “António Capucho. Retrato do homem através da coleção. Cerâmica portuguesa do século XVI ao século XX” (2005). Colaborou no projeto de exposição documental itinerante “A Arte do Azulejo em Portugal”, a convite do Instituto Camões (2000).

No estrangeiro, comissariou, no Brasil, “As Coleções do Museu Nacional do Azulejo de Lisboa” (2008), na Galeria de Arte do Serviço Social da Indústria (SESI), em São Paulo, e “Figuras e Padrões. A encomenda do azulejo em Portugal do século XVI à atualidade” (2010), no Museu Óscar Niemeyer, em Curitiba. Em Espanha, foi o comissário da mostra “El azulejo en Portugal. Lugar de encuentro de culturas” (2009), na Fundação Mercedes Calles y Carlos Ballestero, em Cáceres.

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Reservas de sangue estão abaixo dos valores de outros anos

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

As reservas dos hospitais e no Instituto Português do Sangue da Transplantação situam-se entre os oito e 39 dias.

As reservas de sangue estão com valores mais baixos do que em períodos homólogos de outros anos, uma situação que o Instituto Português do Sangue da Transplantação (IPST) considera invulgar para esta altura e que atribui à covid-19.

As reservas de sangue e componentes sanguíneos apresentam, nesta altura do ano, valores mais baixos do que em períodos homólogos de anos anteriores”, adiantou o IPST à agência Lusa, salientando, porém, que se trata de uma gestão dinâmica, que depende do número de colheitas realizadas diariamente e das necessidades dos hospitais.

Segundo o instituto, as reservas dos hospitais e no IPST situam-se entre os oito e 39 dias, e entre os três e 39 dias, considerando apenas a reserva de concentrados eritrocitários do instituto, sendo os grupos sanguíneos em que se regista uma maior carência o “A positivo”, o “O positivo”, o “O negativo” e o “A negativo”.

Trata-se de “uma situação invulgar para esta época do ano”, salientou o IPST, ao recordar que existe sazonalidade na dádiva de sangue, sendo tradicionalmente os períodos de maior carência os meses de janeiro e fevereiro, devido às infeções respiratórias, e o mês de agosto, devido ao período de férias dos dadores regulares.

“A atual situação de carência, que surgiu este ano mais cedo, parece explicar-se pelo aumento de infeções respiratórias neste período, nomeadamente infeções por covid-19, e à ausência dos dadores regulares para período de férias”, adiantou o instituto. Os hospitais portugueses precisam, em média, de 1.100 unidades de sangue por dia para tratar os doentes.

Os componentes sanguíneos têm uma validade limitada (no concentrado eritrocitário é de 42 dias e de cinco a sete dias para as plaquetas), razão pela qual a sua necessidade é permanente, realçou o IPST. “Diariamente apelamos à população em geral, ao cidadão e aos dadores de sangue, em particular, para a necessidade permanente de sangue”, referiu o instituto, ao realçar que a sustentabilidade desta atividade requer uma presença diária nas redes sociais, uma utilização regular dos meios de comunicação social e a melhor articulação com o movimento associativo.

Entre 2021 e maio de 2024, o IPST enviou aos dadores de sangue regulares aproximadamente 14 milhões de mensagens SMS, cerca de 3,5 milhões por ano, por considerar que esta é a forma mais direta de contacto e o meio que mais fideliza os dadores para realizarem novas dádivas.

As condições essenciais para elegibilidade para a dádiva são ter mais de 18 anos (a primeira dádiva após os 60 anos depende de critério médico), peso igual ou superior a 50 quilos e estar saudável. Em comunicado, a Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES), perante a atual situação das reservas, apelou a “todas as pessoas saudáveis e aos habituais dadores” dos grupos mais em falta para efetuarem as suas dádivas.

Esta situação não costuma acontecer tão cedo nesta altura do ano, pensamos que se deve ao aumento das infeções respiratórias que nesta altura do ano não são habituais, nomeadamente casos de Covid”, referiu Alberto Mota, presidente da federação citado no comunicado. A FEPODABES disse ainda estranhar como o IPST está “neste momento a trabalhar”, ao salientar que “nada comunica aos seus parceiros” sobre a situação das reservas, numa altura em vários hospitais nacionais se têm queixado da redução de dádivas de sangue.

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Allianz reforça campanha para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris

  • ECO Seguros
  • 10 Julho 2024

Fernando Pimenta, campeão do mundo de canoagem na vertente olímpica K1 1.000 metros, está em destaque nesta campanha, que dá cor a rua perto de uma das principais praças de Lisboa.

A Allianz, seguradora oficial dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024, estendeu a lona azul da sua marca a patrocinar o evento a um dos edifícios da rua Braamcamp, junto à Praça Marquês de Pombal, uma das mais importantes praças de Lisboa, avançou a seguradora em comunicado.

Luís Ferreira, Head of Legal, Compliance & CEO office da Allianz Portugal, José Francisco Neves, Chief Operating Officer & Chief Marketing Officer da Allianz Portugal, Fernando Pimenta, atleta olímpico e embaixador da Allianz, Teresa Brantuas, CEO da Allianz Portugal e Gonçalo Melo, Director of Costumer Care & Parcerias

Fernando Pimenta, campeão do mundo de canoagem na vertente olímpica K1 1.000 metros, está em destaque nesta campanha. O embaixador da marca diz estar agradecido “a toda a família Allianz Portugal por este momento, por, como disseram, ‘Olimpizar’ Lisboa e Portugal, por pensarem e fazerem diferente”.

Esta iniciativa surge no âmbito da campanha que a seguradora tem vindo a desenvolver desde o início do ano em diferentes meios audiovisuais como televisão, cinema, imprensa, rádio, meios digitais e outdoors.

Nota que a Allianz Portugal detém 6,4% da quota de mercado de seguros no primeiro trimestre, registando uma subida ligeira face ao que registou no mesmo período no ano passado (6,1%). A seguradora é a quarta maior a operar em Portugal, tendo subido uma posição face a 2023.

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Plataforma digital de prestação de serviços da Fidelidade chega a Aveiro

  • ECO Seguros
  • 10 Julho 2024

Para assinalar o alargamento da plataforma a uma nova cidade, o serviço Fixo está com uma campanha promocional com desconto de 50% no primeiro serviço. Campanha limitada aos primeiros 100 aderentes.

A plataforma digital de prestação de serviços do Grupo Fidelidade, FIXO, chega agora a Aveiro. Segundo o comunicado lançado pela companhia, a intenção do grupo desde o lançamento da plataforma em Lisboa foi alargar o serviço a outras regiões.

Daniel Riscado, Head do Center for Transformation da Fidelidade considera que “novos modelos de negócio como o FIXO contribuem para reforçar a aposta do Grupo Fidelidade na inovação”.

“Quando lançámos o FIXO em 2021, exclusivamente na área metropolitana de Lisboa, a nossa intenção sempre foi alargar a oferta do serviço a outras regiões do país. A consolidação nas regiões onde estamos presentes, juntamente com a chegada a Aveiro, representa mais um passo importante, na medida em que novos modelos de negócio como o FIXO contribuem para reforçar a aposta do Grupo Fidelidade na inovação”, afirmou Daniel Riscado, Head do Center for Transformation.

Para assinalar o alargamento da plataforma a uma nova cidade, o serviço Fixo está com uma campanha promocional com desconto de 50% no primeiro serviço, com o uso do código de desconto OLAAVEIRO (até um máximo de 20 euros de desconto). Nota que esta campanha está limitada aos primeiros 100 aderentes.

A Fixo é uma plataforma digital e serviços de casa, onde o cliente escolhe o serviço que pretende e vê imediatamente o seu preço. De seguida, introduz a morada para onde precisa que esse serviço seja prestado, agenda o mesmo e procede ao respetivo pagamento.

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