Lisboa sobe 17 posições e é a 100.ª cidade mais cara para expatriados

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Junho 2024

Valorização do euro, maior resiliência e aumento dos preços da habitação e subida dos preços dos serviços e alojamento justificam subida de Lisboa no ranking anual da Mercer.

Lisboa subiu 17 posições no ranking global da consultora Mercer sobre as cidades mais caras para trabalhadores expatriados, ocupando agora o 100.º lugar numa lista que compara o custo de vida de 226 cidades de todo o mundo. A nível europeu, a capital portuguesa mantém-se na 39.ª posição em que já se encontrava na edição do ano anterior.

A análise da Mercer de 2023 posicionava Lisboa como a 117.ª cidade mais cara para expatriados, oito posições abaixo face ao ano anterior, quando ocupava o 109.º lugar, uma queda de 26 lugares relativamente à classificação de 2021. A subida registada este ano, porém, não significa necessariamente um aumento ou um decréscimo do custo de vida em termos absolutos, significa apenas que se tornou mais cara ou mais barata em relação a outras cidades no ranking.

Ainda assim, o aumento de 17 posições da capital portuguesa pode ser explicado por alguns fatores específicos. Ao ECO, Tiago Borges, career business leader da Mercer Portugal, dá como exemplo a ligeira valorização do euro face a outras moedas, “o que levou a um aumento geral nas classificações das cidades europeias”.

Entre os fatores que justificam particularmente o movimento de Lisboa incluem-se, segundo o responsável, “a maior resiliência e até o aumento dos preços da habitação em comparação com outras geografias comparáveis, bem como o crescimento dos preços dos serviços de alojamento e restauração impulsionado pelo constante influxo de turistas em Portugal, e especialmente em Lisboa”.

Este ano, a lista — elaborada a partir da comparação entre o custo de mais de 200 itens, incluídos nas categorias de habitação, transporte, alimentação, vestuário, produtos domésticos e entretenimento –, continua a ser liderada por Hong Kong, a que se segue outra cidade asiática: Singapura.

Hong Kong é a cidade com o custo de vida mais elevado para trabalhares expatriados, segundo o ranking da Mercer relativo a 2024Freepik

Zurique, Genebra e Basileia, três cidades localizadas na Suíça, completam o ‘top 5’ das metrópoles com um custo de vida mais elevado a nível mundial, seguindo-se outra cidade suíça no sexto lugar, Berna. As restantes cidades do ‘top 10’, por ordem decrescente, são Nova Iorque (Estados Unidos), Londres (Reino Unido), Nassau (Bahamas) e Los Angeles (Estados Unidos).

Entre as cidades mais caras no contexto europeu encontram-se também Copenhaga (11.ª posição), Viena (24.ª posição), Paris (29.ª posição) e Amesterdão (30.ª posição), segundo o ranking da consultora, que é concebido para ajudar multinacionais e governos a determinar estratégias de compensação para os seus trabalhadores expatriados.

Por outro lado, a capital bielorrussa, Minsk, é a cidade mais barata do continente europeu para expatriados, ocupando a 212.ª posição na análise da Mercer. Sarajevo (203.ª posição), Escópia (198.ª posição), Cracóvia (175.ª posição) e Breslávia (169.ª posição) são outras cidades europeias com custos mais baixos.

Todas as cidades norte-americanas estão classificadas nas 100 primeiras posições, com sete cidades entre as 20 primeiras, enquanto a capital do Uruguai, Montevidéu (42.º lugar), é a cidade mais cara para trabalhadores estrangeiros na América do Sul. Na 58.ª posição, Sydney é a cidade mais cara da região do Pacífico, ultrapassando Noumea, na Nova Caledónia (60.ª posição), e o Dubai (15.ª posição) é a cidade mais cara do Médio Oriente.

No continente africano, as cidades mais caras são Bangui (14.ª posição), na República Centro-Africana, Djibuti (18.ª posição), capital do país com o mesmo nome, e Djamena (21.ª posição), no Chade. Lagos (225.ª posição), na Nigéria, desceu 178 lugares desde o ano passado, sendo esta a maior alteração por comparação com o ano anterior. Esta mudança deve-se sobretudo às flutuações cambiais, incluindo as repetidas desvalorizações da moeda local.

Custo da habitação e inflação entre principais fatores

Se, por um lado, o aumento do custo com habitação que se observa em diversas cidades tornou a mobilidade num desafio para as organizações, por outro, a inflação elevada está a diminuir o poder de compra e a exercer pressão sobre as políticas de compensação. De acordo com a Mercer, esta conjuntura “deverá dificultar a atração e retenção de talentos-chave”, podendo levar a um aumento dos “custos com benefícios/remunerações” e dos “custos operacionais” e à criação de “limitações à mobilidade dos colaboradores”.

“Os desafios do custo de vida têm um impacto significativo ao nível da mobilidade nas empresas multinacionais e nos seus colaboradores”, assinala o career business leader da Mercer Portugal, citado em comunicado. O responsável defende que as organizações estejam atentas “às tendências e que tenham em conta o feedback dos colaboradores, de forma a que possam gerir eficazmente o impacto destas questões”.

Ao mesmo tempo, Tiago Borges nota também que a subida do custo de vida leva a que os trabalhadores repensem as suas rotinas e reduzam despesas, “podendo mesmo obrigar a um esforço adicional para que consigam satisfazer as suas necessidades básicas”. Face a estes desafios, admite que as empresas reconsiderem a compensação associada à mobilidade, apontando como exemplos que passem a “incluir ou reforçar apoios à habitação, prestar serviços de apoio ou explorar estratégias alternativas de atração e retenção de talento”.

(Notícia atualizada às 11h43 de terça-feira, 18 de junho, com declarações de Tiago Borges sobre subida de Lisboa no ranking)

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Crédito ao consumo acelera 9% para recorde de 2,7 mil milhões até abril

Famílias pediram mais dinheiro ao banco para comprar carro, equipar a casa e através do cartão de crédito. Crédito ao consumo supera os 2,7 mil milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano.

Os bancos e financeiras concederam mais de 2,7 mil milhões de euros de crédito ao consumo nos primeiros quatro meses do ano, um valor mais elevado desde pelo menos 2013, quando começa a série estatística do Banco de Portugal.

Em comparação com o mesmo período de 2023, o montante de novos aos consumidores registou um salto de 9%, ainda que o ambiente de taxas de juro elevadas esteja a provocar um abrandamento da procura de crédito à habitação e também nas empresas.

Desde 2020, ano da pandemia, que se mantém a tendência de crescimento, acelerando novamente este ano depois da subida mais ténue no ano passado, mostra os dados do supervisor divulgados esta segunda-feira.

Crédito ao consumo acelera

Fonte: Banco de Portugal

Todos os segmentos do crédito ao consumo subiram neste período, mas o grande motor tem sido o crédito automóvel, tendo aumentado 13,5%, representando 37% do total do montante concedido para o consumo neste período. Nos outros segmentos, o crédito pessoal aumentou 5,2% para 1,24 mil milhões de euros e o crédito concedido por cartões ou linhas de crédito subiu 10,7%.

No caso do crédito para a compra de carro, as famílias pediram um montante total de 1,02 mil milhões de euros entre janeiro e abril deste ano. Os montantes concedidos através de locação financeira ou ALD aumentaram 6%, enquanto o crédito automóvel com reserva de propriedade e outros aumentou tanto nos novos (+8% para 209,2 milhões) como usados (15% para 787,0 milhões).

Em relação ao cartão de crédito, os empréstimos por esta via ascenderam a mais de 480 milhões até abril.

Quanto ao crédito pessoal, grande parte foi concedido sem finalidade específica, para o lar ou consolidado, atingindo os 1,19 mil milhões de euros no mesmo período (+5,3% em termos homólogos), enquanto foram canalizados 46,8 milhões para a finalidade educação, saúde, entre outros (+4,7%).

(Notícia atualizada às 11h49)

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Portugal com oito entradas em shortlist no Festival de Cannes

As oito entradas em shortlist no mais importante festival de criatividade do mundo foram conseguidas através de seis trabalhos da Bar Ogilvy, Dentsu Creative, Judas, Havas e Coming Soon.

São oito as entradas portuguesas em shortlist no Cannes Lions International Festival of Creativity. Os seis trabalhos, que permitiram as oito nomeações, foram desenvolvidos pela Bar Ogilvy (três), Dentsu Creative (dois), Judas (um), Havas (um) e Coming Soon (um). As shortlists de algumas categorias ainda não foram divulgadas.

Na categoria de Digital Craft (Data Visualisation), a Bar Ogilvy conseguiu chegar a shortlist com o trabalho “The Endangered Typeface”, campanha lançada pela ANP (Associação Natureza de Portugal) que trabalha com a WWF (World Wide Fund for Nature), em parceria com o Jardim Zoológico. A Jungle Corner Production Company foi a produtora envolvida na campanha.

Já a Dentsu Creative, com o trabalho “Improbable Housemates“, para a Meo, conseguiu duas nomeações em Direct – Consumer Services/Business to Business e Single-market Campaign. O projeto pretende ajudar a mitigar o problema do alojamento universitário bem como da solidão entre os mais velhos em Portugal.

Também dentro da categoria de Direct, e também para a Meo, a Bar Ogilvy alcançou duas entradas em shortlist nas categorias de Use of Broadcast e Use of Humour com o trabalho “Filhos do Euro“, numa campanha de apoio à seleção nacional mas também de apelo à natalidade.

Já na categoria de Entertainment e subcategoria de Brand Partnerships, Sponsorships & Collaborations, também o trabalho “A Liga das Ligas“, que contou com a criatividade da Judas, integra a shortlist. Na iniciativa “A Liga das Ligas”, a Liga Portugal Betclic cedeu o seu naming em todos os materiais de comunicação e emissões televisivas a nove ligas durante a 27ª jornada do campeonato (Liga Portuguesa de Profilaxia Social, Liga Portuguesa Contra o Cancro, Liga Portuguesa Contra a SIDA, Liga Renascer, Liga Portuguesa dos Direitos do Animal, Liga Nacional Contra a Fome, Liga dos Bombeiros Portugueses, Liga para a Proteção da Natureza e Liga dos Combatentes).

O mesmo feito foi conseguido na subcategoria de Diversity & Inclusion in Sport pela Coming Soon, através do trabalho “Surfing Through The Odds“, um documentário protagonizado pela ONG SOMA e produzido pela Betclic e Shutterstock para combater desigualdade de género e racial através do surf em São Tomé.

Na categoria de Brand Experience & Activation Lions, o trabalho “Look For Freddom“, da Havas para a Amnistia Internacional, também integra o conjunto de trabalhos em shortlist, na subcategoria de Social Behaviour & Cultural Insight. Na campanha, as burcas afegãs são transformadas em outras peças de roupa, num sinal representativo da liberdade e dos direitos das mulheres.

A divulgação dos melhores trabalhos publicitários a nível mundial nas diferentes categorias do festival decorre até dia 21 de junho.

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EDP Renováveis inaugura segundo parque eólico na Grécia

  • Lusa
  • 17 Junho 2024

Com capacidade de 35 MW e seis turbinas eólicas, parque deverá, anualmente, reduzir as emissões dióxido de carbono em cerca de 50.000 toneladas e produzir 71 gigawatts-hora de energia.

A EDP Renováveis (EDPR) anunciou esta segunda-feira que inaugurou o parque eólico Erimia, o seu segundo projeto de energia renovável na Grécia, com capacidade de 35 megawatts (MW) e que deverá produzir 71 gigawatts-hora (GWh) de energia por ano.

O parque, na região de Malesina, conta com seis turbinas eólicas e deverá, anualmente, reduzir as emissões dióxido de carbono em cerca de 50.000 toneladas e fornecer o equivalente ao necessário para mais de 18.000 famílias na região.

O parque Erimia, cujo valor do investimento não foi anunciado, junta-se ao parque Livadi, inaugurado em 2021, e eleva para 80 MW a capacidade instalada no país mediterrânico.

“A Grécia é um país onde investimos de forma sustentável e segura, apoiados pelo seu notável progresso nas políticas energéticas. Este projeto reflete a nossa dedicação em contribuir para um futuro mais limpo”, afirmou o responsável da EDPR na Grécia, Dionysios Andronas, citado em comunicado.

A EDPR conta com um portfólio de mais de 100 MW de projetos em construção, incluindo parques eólicos e solares e de armazenamento de energia.

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Facebook destronado por WhatsApp após nove anos a liderar como rede social

  • Lusa
  • 17 Junho 2024

O Digital News Report 2024 destaca uma "pequena quebra na utilização de todas as redes, sem exceção, quer em termos gerais quer para fins informativos".

O Facebook foi destronado pelo WhatsApp como a rede social mais utilizada em geral, depois de nove anos na liderança, de acordo com o relatório Reuters Digital News Report 2024, hoje divulgado.

Após nove anos a figurar como a rede social mais utilizada em geral, o Facebook (64%) foi destronado pela app de mensagens WhatsApp (65%), também ela propriedade da Meta, refere o 13.º relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ).

“A plataforma de streaming Youtube, propriedade da Google, é utilizada por 59% dos respondentes, o Instagram por 51% e o Facebook Messenger por 41%”, segundo as conclusões do estudo. A rede social TikTok, propriedade da empresa chinesa ByteDance, é utilizada por 22%.

“No entanto o Facebook, continua a ser a plataforma mais usada para consumo de notícias (35%), seguida pelo Whatsapp (23%), Youtube e Instagram (com a mesma percentagem 21%)”, enquanto o X (ex-Twitter) “é usado apenas por 11%, para fins gerais e 6% para consumo de notícias”, segundo o estudo.

Destaque para uma “pequena quebra na utilização de todas as redes, sem exceção, quer em termos gerais quer para fins informativos, não só entre os mais velhos como também entre os jovens”.

Apesar de não ter havido qualquer tipo de mudança na configuração metodológica do Digital News Report 2024, face aos anos anteriores, “e sendo esta uma tendências geral, identificada em praticamente todos os 47 mercados em estudo, há duas razões que podem justificar esta diminuição: as relacionadas com o uso, nomeadamente a saturação/aborrecimento com este tipo de plataforma e razões de mercado, com a crescente fragmentação das audiências e, por consequência, das redes, bem como uma mudança na estratégia das plataformas”, refere o relatório.

Em termos de fontes de notícias das redes sociais, “há diferenças entre as redes, com o TikTok a destacar-se como a rede em que os utilizadores mais têm os seus pares como fontes (55%), seguida pelo Facebook (44%).

Já no X é dada maior atenção a atores políticos (51%) a marcas de notícias ou jornalistas alternativos (47%). Portanto, a rede TikTok é rede onde a comunicação social menos tende a ser utilizada como fonte de notícias (23%), sendo importante salientar que estamos a falar de redes em que as marcas de notícias têm diferentes graus de presença e estratégias comunicacionais”.

O Reuters Digital News Report 2024 (Reuters DNR 2024) é o 13.º relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o 10.º a contar com informação sobre Portugal. Em 2024 participaram 47 mercados de notícias, Portugal incluído.

Enquanto parceiro estratégico, o OberCom — Observatório da Comunicação colaborou com o RISJ na conceção do questionário para Portugal, bem como na análise e interpretação final dos dados.

O inquérito foi realizado em 47 mercados: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polónia, Croácia, Roménia, Bulgária, Grécia, Turquia, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Taiwan, Tailândia, Singapura, Austrália, Canadá, Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, México, Marrocos, Nigéria, Quénia e África do Sul.

O trabalho de campo foi realizado no final de janeiro/início de fevereiro.

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Mais de um terço dos jovens portugueses veem eventos desportivos ilegalmente

  • Lusa
  • 17 Junho 2024

O streaming é apontado como o método mais popular de acesso a conteúdos televisivos ilícitos: 58% da pirataria na UE ocorre através de transmissão e 32% através de download.

Cerca de 17% dos cidadãos portugueses acederam ou transmitiram conteúdos de fontes digitais ilegais para ver eventos desportivos, percentagem que sobe para os 34% entre os jovens dos 15 aos 24 anos, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira.

A nível europeu, o estudo do Instituto da Propriedade Intelectual da UE (EUIPO) revelou “tendências significativas” relacionadas com a pirataria online de eventos desportivos ao vivo, com 12% do total da população a aceder ou transmitir conteúdos a partir de fontes ilegais online.

“A Bulgária é o país onde esta prática é mais comum na UE, com 21% do total de inquiridos a admitirem ter utilizado fontes ilegais online para assistir a eventos desportivos, seguida da Grécia (20%), da Irlanda (19%), de Espanha (19%) e do Luxemburgo (18%)”, detalha.

Segundo o estudo, os cidadãos mais jovens, entre os 15 e os 24 anos, referiram ter acedido ilegalmente a eventos desportivos ‘online’ a uma taxa duas vezes superior à da população total.

A Bulgária volta a destacar-se, sendo o país em que os jovens mais acedem a transmissões desportivas ilícitas (47%), muito acima da média da UE de 27%, seguida de Espanha, da Grécia (ambas com 42%), da Eslovénia (39%) e da Irlanda (34%).

O streaming é apontado como o método mais popular de acesso a conteúdos televisivos ilícitos: 58% da pirataria na UE ocorre através de transmissão e 32% através de download.

Mas as transmissões ilegais não afetam apenas os eventos desportivos: se considerada a pirataria em todos os meios de comunicação social na UE, abrangendo todos os tipos de conteúdos (incluindo desportivos), o EUIPO estima que sejam gerados anualmente 1.000 milhões de euros de receitas ilegais.

Numa altura em que decorre o Campeonato Europeu de Futebol e se avizinham outros grandes eventos desportivos como a Volta a França ou os Jogos Olímpicos de Paris, o diretor executivo do EUIPO, citado num comunicado, destaca que “é crucial jogar ‘limpo’, tanto para os jogadores em campo, como para os espetadores em casa”.

“Os direitos de propriedade intelectual subjacentes a estes eventos protegem e reforçam as nossas experiências enquanto adeptos, apoiam os nossos atletas e inspiram futuros campeões europeus e mundiais. Ao assistir às emissões oficiais e ao comprar produtos licenciados, asseguramos que os nossos desportos amadores continuam a prosperar durante as gerações vindouras”, afirma João Negrão.

No desporto, para além dos direitos de transmissão envolvidos nos grandes eventos, a propriedade intelectual está um pouco por todo o lado: Desde os icónicos anéis olímpicos, aos nomes e imagem dos atletas de topo, ao equipamento desportivo dos competidores ou às mascotes e artigos oficiais dos eventos.

De acordo com o Painel de Avaliação da Propriedade Intelectual e da Juventude do EUIPO, uma média de 10% dos jovens da UE admite ter comprado intencionalmente equipamento desportivo falso, sendo esta prática mais comum entre os jovens gregos, onde o número chega aos 18%.

Cerca de 8% dos jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos adquiriram deliberadamente equipamento desportivo falso através da Internet.

Os cálculos do EUIPO indicam que as vendas de equipamentos desportivos falsificados na UE causam uma perda total estimada de 851 milhões de euros por ano — o que equivale a 11% do total de vendas no setor.

A França, Áustria e Países Baixos registam as perdas monetárias mais elevadas, totalizando centenas de milhões de euros cada, mas, proporcionalmente, a Roménia, a Lituânia e a Hungria são os países que mais sofrem, com a contrafação de equipamento desportivo a representar até 20% do total das perdas de vendas em cada país.

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Governo aprova despesa de 24 milhões para licenças digitais de manuais escolares

Estão englobados todos os alunos do ensino público abrangidos pela medida de gratuitidade dos manuais escolares.

O Conselho de Ministros autorizou a realização da despesa relativa à aquisição de licenças digitais de manuais, no ano letivo de 2023-2024, distribuídas a todos os alunos do ensino público abrangidos pela medida de gratuitidade dos manuais escolares, até ao montante global de 24,2 milhões de euros.

“O desenvolvimento das competências digitais em todos os níveis de ensino é um objetivo prioritário do XXIV Governo Constitucional. O acesso a manuais escolares digitais por alunos e professores é uma condição necessária para o desenvolvimento dessas competências e para a promoção da igualdade de oportunidades de acesso a uma educação de qualidade”, lê-se na resolução, que entra em vigor esta segunda-feira.

Os encargos financeiros resultantes da presente resolução são satisfeitos por verbas inscritas no orçamento, para 2024, do Instituto de Gestão Financeira da Educação.

O Ministério da Educação decidiu levar a cabo um projeto de substituição de manuais em papel por livros digitais, que começou de forma gradual em 2020/2021. O projeto dos manuais digitais arrancou em dez escolas escolas em diferentes contextos geográficos.

No entanto, a decisão de trocar os livros por manuais digitais não agrada alguns pais e professores que fizeram uma petição a pedir o regresso dos manuais em papel. O abaixo-assinado defendia que os livros em papel são “recursos mais saudáveis e eficazes para todas as crianças”, lembrando que as crianças e adolescentes já passam tempo excessivo em frente a ecrãs, com consequências negativas para a sua saúde.

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Custos horários de mão-de-obra sobem 5,5% na União Europeia no arranque do ano. Portugal acima da média

  • ECO
  • 17 Junho 2024

No primeiro trimestre, os custos horários de mão-de-obra subiram 5,1% na Zona Euro e 5,5% na UE, face ao período homólogo, segundo o Eurostat. Portugal está acima da média.

No primeiro trimestre, os custos horários de mão-de-obra subiram 5,1% na Zona Euro e 5,5% na União Europeia (UE), face ao período homólogo, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat. Portugal está acima da média, com os custos nominais de trabalho por hora trabalhada a subirem 6,2%, ainda que tenha abrandado face ao trimestre anterior, quando cresceram 6,3%.

Há duas grandes componentes nesses custos: os salários e os outros encargos. No que diz respeito aos ordenados, no arranque do ano estes subiram 5,3% na área da moeda única e 5,8% no bloco comunitário face ao período homólogo.

Ora, no último trimestre do ano passado estes custos tinham aumentado 3,2% e 3,9%, respetivamente, o que significa que aceleraram no início deste ano tanto na Zona Euro como na UE.

Quanto a Portugal a tendência foi inversa. Entre janeiro e março, os custos nominais de trabalho por hora trabalhada subiram, em termos homólogos, 6,2%. Em comparação, a variação registada no trimestre anterior foi de 6,3%, ou seja, em território nacional os custos abrandaram no arranque do ano. Ainda assim, essa subida de 6,2% foi superior tanto à média comunitária como à da área da moeda única, adiantam os dados do Eurostat.

As maiores subidas do custo do trabalho, em termos homólogos, foram na Roménia (16,4%), Bulgária (15,8%) e Croácia (15,3%). Já as menores subidas, em termos homólogos, foram registadas na Bélgica (2,3%), Dinamarca (2,5%) e França (2,7%).

(Notícia atualizada pela última vez às 11h15)

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Mais de 46 mil professores efetivos querem mudar de escola

  • ECO
  • 17 Junho 2024

Há agrupamentos dos quais vão sair mais de 90 docentes, sendo as zonas do Norte e Centro as mais afetadas por esta realidade. Excesso de trabalho será o principal motivo.

Há 46.088 docentes que, no concurso interno de professores para o próximo ano letivo, concorreram para sair das escolas onde estão a lecionar, avança o Diário de Notícias (acesso pago). Este número representa um aumento de 37% face ao concurso anterior, em 2022, cujo número de pedidos de mudança foi de 33.700. Embora haja motivos variados, o excesso de trabalho é a principal causa apontada pelos professores.

São sobretudo agrupamentos das zonas Norte e Centro do país que mais professores vão perder. Só no Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado, em Vila Nova de Famalicão, e no Agrupamento de Escolas de Vilela, em Paredes, mais de 90 docentes do quadro de escola (em cada um) concorreram para sair.

Ao DN, a porta-voz do movimento Missão Escola Pública, Cristina Mota, disse acreditar que o modelo de gestão está por detrás desta realidade, enquanto uma docente a lecionar na zona de Braga acrescenta a retirada de poder de decisão aos professores como outro motivo. As mudanças das regras de aposentação (anteriormente, os professores tinham direito a aposentar-se mais cedo por terem um horário alargado) e a falta de redução de horário são outras razões, além do excesso de trabalho que destas decorrem.

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13 startups nacionais rumam à Collision em Toronto

As startups participantes já levantaram, no total, cerca de 18 milhões de euros e empregam mais de 200 colaboradores.

Goparity, TakeCarbon ou Ahau Software são três das 13 startups nacionais que marcam presença na edição deste ano da Collision, cimeira que decorre em Toronto, no Canadá, até 20 de junho. Destas, cinco fazem parte do programa Business Abroad, da Startup Portugal. As startups participantes já levantaram, no total, cerca de 18 milhões de euros e empregam mais de 200 colaboradores. Esta é a última edição da Collision. A cimeira será substituída no próximo ano neste mercado, pela Web Summit, em Vancouver, a primeira com esta designação a realizar-se na América do Norte.

“A Startup Portugal vê o fim do Collision e a nova Web Summit em Vancouver no próximo ano como uma opção natural e legítima desta organização. O Canadá tem sido visto, pelas startups portuguesas que participam nas missões Business Abroad da Startup Portugal, como uma possível porta de entrada para o mercado da América do Norte e dos EUA. A futura Web Summit Vancouver poderá consolidar e trazer novas oportunidades neste campo”, considera António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, em declarações ao ECO, quando instado a comentar o anúncio feito na semana passada pela organização liderada por Paddy Cosgrave.

Nesta última edição da Collision, Portugal é representado por 13 startups, das quais cinco através do programa Business Abroad da Startup Portugal — caso da Naoris Protocol, Goparity, Enline, TakeCarbon e Ahau Software –, sete vão à cimeira através da parceria com a Lisboa Unicorn Capital — EdgenAI; iLof; iTRecruiter; Oddsgate; Synexis; The Carbon Games e a WiseWorld — e uma, a Brandy IM, marca presença de forma independente.

O Canadá tem sido visto, pelas startups portuguesas que participam nas missões Business Abroad da Startup Portugal, como uma possível porta de entrada para o mercado da América do Norte e dos EUA. A futura Web Summit Vancouver poderá consolidar e trazer novas oportunidades neste campo.

António Dias Martins

Diretor executivo da Startup Portugal

“Termos 13 startups portuguesas no Collision é novamente uma demonstração clara da vitalidade e do potencial de inovação do nosso diversificado ecossistema. O programa Business Abroad, desenvolvido pela Startup Portugal, continua a desempenhar um papel central na internacionalização das nossas startups, facilitando a sua entrada e expansão em mercados globais, sendo este um movimento indispensável e a planear desde o momento zero, atendendo à dimensão do mercado nacional”, salienta António Dias Martins, citado em comunicado.

O responsável da Startup Portugal será um dos oradores portugueses no evento, bem como com Margarida Figueiredo, da Câmara Municipal de Lisboa (CML), e Paulo Rosado, CEO do “unicórnio” Outsystems, na cimeira que reúne no Canadá duas mil empresas de 130 países, mil investidores, e mais de 40 mil pessoas na assistência.

“A Unicorn Factory Lisboa, como impulsionadora do ecossistema empreendedor da cidade, tem um papel fundamental em levar o nome de Lisboa, a Unicorn Capital, para eventos como a Collision. Acreditamos que esta participação abrirá portas para novas parcerias e investimentos nas nossas startups”, afirma Margarida Figueiredo, diretora municipal de Economia e Inovação da CML, citada em comunicado

As startups participantes já levantaram, no total, cerca de 18 milhões de euros e empregam mais de 200 colaboradores.

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João Manso Neto reconduzido como CEO da Greenvolt

  • Lusa
  • 17 Junho 2024

Decisão tomada na passada sexta-feira, 14 de junho, reconduz empresário na liderança da energética para o mandato de 2024.

A Greenvolt Energias Renováveis, S.A. anunciou esta segunda-feira a recondução de João Manso Neto como presidente executivo da empresa para o mandato de 2024.

Em comunicado, a empresa refere que a nomeação de João Manso Neto para o mandato de 2024 foi tomada por deliberação do Conselho de Administração, no passado dia 14 de junho.

Na nota, a Greenvolt refere ainda que foram constituídas duas comissões especializadas do Conselho de Administração para o mesmo mandato.

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Pressionado por Bruxelas, Governo está a finalizar proposta de lei do IRC mínimo

  • ECO
  • 17 Junho 2024

Executivo conta aprovar iniciativa em breve no Conselho de Ministros para evitar que Bruxelas avance com ação no TJUE contra Portugal. Finanças reveem proposta deixada por Medina.

O Ministério das Finanças diz que está “em fase de finalização” a proposta de lei para transpor a diretiva europeia relativa às novas regras do IRC mínimo de 15% sobre os lucros das maiores multinacionais, prevendo que seja aprovada em breve em Conselho de Ministros, avança o Público (acesso condicionado). O texto legislativo seguirá para o Parlamento, que tem reserva sobre esta matéria, por estar em causa a tributação dos lucros das empresas.

A transposição da reforma fiscal, desenhada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e o G20, para o direito nacional deveria ter acontecido até 31 de dezembro de 2023. Porém, o anterior Governo não conseguiu avançar com uma proposta dentro deste prazo, o que levou a Comissão Europeia a desencadear um processo de infração em janeiro. Como o problema persistia em meados de maio, deu dois meses a Portugal para o resolver, ameaçando avançar com uma ação no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) por incumprimento do direito europeu.

De acordo com o jornal, a equipa tutelada pelo ministro Joaquim Miranda Sarmento procedeu “a uma revisão e atualização do anteprojeto de proposta de lei” sobre as regras do IRC mínimo (a serem aplicadas às grandes multinacionais, com receitas superiores a 750 milhões de euros por ano) deixado pelo Executivo de António Costa, para incorporar as orientações administrativas entretanto atualizadas pela OCDE no final de 2023 e a “versão consolidada dos comentários às regras modelo”, que foi publicada pela organização já em abril deste ano.

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