Fundo da Noruega reduz exposição a ações portuguesas. EDP é a maior aposta
Maior fundo do mundo, com 1,7 biliões de euros sob gestão, detinha participações em dez cotadas nacionais no final de 2024, menos três que no ano anterior. Já exposição à dívida pública disparou.
O fundo soberano da Noruega, que é o maior investidor do mundo com 1,7 biliões de euros sob gestão, detinha, no final de 2024, 1,74 mil milhões de dólares (1,64 mil milhões de euros) investidos em ações e dívida nacionais. Trata-se de uma descida de cerca de 13% face aos cerca de dois mil milhões investidos em Portugal no final de 2023, justificada pelo desinvestimento em ações da bolsa nacional e pela evolução negativa dos títulos da EDP, apesar de o Norges Bank até ter reforçado a participação na elétrica.
As ações continuam a ser o maior investimento do Norges Bank em Portugal, segundo mostram os dados anuais divulgados esta manhã pelo fundo soberano da Noruega, que fechou o ano passado com um lucro de 213 mil milhões à boleia das tecnológicas. O fundo detinha, a 31 de dezembro de 2024, 1.185,1 milhões de dólares (1.135,8 milhões de euros) em títulos cotados na bolsa lisboeta, um número que compara com 1.738,5 milhões de dólares no final do ano anterior.
O Norges Bank era acionista, no final de 2024, de dez empresas portuguesas: BCP, Corticeira Amorim, CTT, EDP e EDP Renováveis, Galp Energia, Jerónimo Martins, Nos, REN e Sonae. Da carteira de ações detidas em Portugal saíram, no último ano, Altri, Ibersol e Mota-Engil.
A EDP continua a ser a principal aposta do fundo na bolsa lisboeta. O Norges Bank reforçou a sua posição na elétrica, passando a controlar 5,62% do capital da empresa, acima dos 4,67% detidos um ano antes. A participação avaliada no final do ano em 752,3 milhões de dólares é, ainda assim, inferior à posição de 983,5 milhões no final de 2023, fruto da forte desvalorização (32,14%) registada pela empresa ao longo do último ano.
Já a EDP Renováveis, a subsidiária da elétrica, recolheu menos investimento do Norges Bank, com o fundo a diminuir a sua participação no capital da empresa para 0,37%, abaixo dos anteriores 0,66%.
À exceção da EDP, o título onde mais reforçou a posição, o Norges Bank apenas aumentou a sua participação no capital da Nos, de 1,08% para 1,25%, e na Corticeira Amorim, de 0,67% para 0,72%. Em todas as outras empresas onde investe, as participações reduziram-se, com especial enfoque no BCP e na Jerónimo Martins.
No caso do BCP, o fundo da Noruega aproveitou a escalada das ações do banco no último ano para arrecadar algumas mais-valias, diminuindo a sua participação de 2,43% para 1,13%. Já a posição na Jerónimo Martins caiu de 1,36% para apenas 0,48% do capital da retalhista e a posição nos CTT caiu de 1,5% para 0,66% (5,1 milhões).
A Galp Energia é o segundo maior investimento em Portugal. A participação de 1,39% vale 172,7 milhões de dólares (164,86 milhões de euros), um valor em linha com o registado no ano anterior, apesar da posição inferior, face aos 1,44% detidos no final de 2023.
Os investimentos na REN e Sonae também desceram, com as participações a recuarem de 1,53% e 1,33% para 1,38% e 1,2%, respetivamente.
Investimento em dívida pública dispara
Ao contrário das ações nacionais, que captaram menos interesse por parte do Norges Bank, a exposição às Obrigações do Tesouro disparou. O fundo detinha 224,6 milhões de dólares (215,3 milhões de euros) investidos em dívida pública portuguesa, um valor que compara com pouco mais de 8,4 milhões no final de 2023.
Mas os investimentos do Norges Bank em dívida nacional não se fica pela exposição às obrigações soberanas. O fundo detém ainda uma posição de 133 milhões de euros aplicados em títulos de dívida do Novobanco, até 77,3 milhões do Santander ou 14,5 milhões em obrigações da Região Autónoma dos Açores. Na carteira de dívida constam ainda investimentos em títulos da EDP e BPI.
No total, o fundo soberano da Noruega detinha, no final de 2024, 583,3 milhões de dólares (559 milhões de euros) em obrigações emitidas por entidades nacionais. Trata-se de mais do dobro dos cerca de 235 milhões de euros no ano anterior.
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