Presidente do BPI defende continuidade de Centeno no Banco de Portugal. “Tem uma cabeça independente”

Mário Centeno "fez um grande trabalho" no Banco de Portugal, "é um grande agregador e tem uma cabeça independente", elogiou Oliveira e Costa, para quem a sua "continuidade seria algo positivo".

O presidente executivo do BPI defende a continuidade de Mário Centeno como governador do Banco de Portugal. “Fez um grande trabalho, é um grande agregador e tem uma cabeça independente“, afirmou João Pedro Oliveira e Costa.

Aprecio bastante o atual governador, quer em termos pessoais e profissionais“, começou por dizer o líder do BPI depois de questionado sobre se o Governo devia manter Mário Centeno à frente do supervisor bancário e cujo mandato termina em julho.

Segundo João Pedro Oliveira e Costa, Mário Centeno tem um “discurso mobilizador” e goza de “grande prestígio nacional” que beneficia o país. Elogiou a sua independência. “Foi bastante incisivo no tema dos depósitos e no tema do crédito à habitação”.

Tivemos a ganhar com Mário Centeno como governador. A sua continuidade seria algo positivo“, frisou ainda.

Ainda assim, “se não for Mário Centeno” o próximo governador do Banco de Portugal, “cá estaremos para receber outra pessoa”, acrescentou João Pedro Oliveira e Costa. “O Banco de Portugal tem perto de 130 anos e viveu com todo o tipo de pessoas, umas melhores e outras piores. Mas está lá, com uma estrutura forte, pesada. A estabilidade não é de uma pessoa”, comentou ainda sobre se uma mudança no regulador bancário poderia trazer alguma instabilidade.

Juros dos depósitos baixos? “Não somos um serviço público”

Questionado sobre a rapidez com que os bancos estão a baixar os juros dos depósitos em contraste com a lentidão que mostraram ao subir as taxas, João Pedro Oliveira e Costa disse que “é a lei da oferta e da procura a funcionar” e atirou: “Não somos um serviço público”.

“O tema dos depósitos é uma questão concorrencial. Quando sentimos maior pressão, nós aumentamos significativamente as taxas de depósitos. Quando sentimos que a pressão era menor, fomos ajustando os preços”, explicou.

“Nós crescemos nos depósitos no ano passado. Se fossemos pouco competitivos, as pessoas teriam procurado alternativas”, referiu.

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