Exclusivo CEO do Novobanco aponta IPO para junho ou setembro

Numa mensagem enviada aos trabalhadores, Mark Bourke diz que a entrada em bolsa do Novobanco, confirmada esta quinta-feira, pode ocorrer "no final do segundo trimestre ou no final do terceiro".

O CEO do Novobanco disse esta quinta-feira aos trabalhadores que a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) pode ocorrer “no final do segundo trimestre ou no final do terceiro trimestre deste ano”.

Na mensagem interna a que o ECO teve acesso, enviada no dia em que confirmou oficialmente o avanço da operação, Mark Bourke faz ainda depender a entrada em bolsa das “condições do mercado”.

“Este é um marco importante e o tiro de partida oficial para uma jornada que temos vindo a preparar ao longo dos últimos dois anos”, considera o irlandês. Mas “embora este seja um passo importante, o timing efetivo do IPO está ainda dependente das condições do mercado”, acrescenta.

Ora, “se as condições forem favoráveis, as janelas de mercado prováveis são o final do segundo trimestre ou o final do terceiro trimestre deste ano”, diz o líder executivo do banco. “Em qualquer caso, o nosso objetivo continua a ser o de estarmos totalmente preparados e registarmos um desempenho sólido trimestre após trimestre”, conclui.

Leia a mensagem na íntegra:

"Apenas uma breve mensagem para vos dar nota de que o Banco recebeu indicação formal da Nani Holdings (Lone Star) para iniciar o processo de Oferta Pública Inicial (IPO). Este é um marco importante e o tiro de partida oficial para uma jornada que temos vindo a preparar ao longo dos últimos dois anos.

Embora este seja um passo importante, o timing efetivo do IPO está ainda dependente das condições do mercado. Se as condições forem favoráveis, as janelas de mercado prováveis são o final do segundo trimestre ou o final do terceiro trimestre deste ano. Em qualquer caso, o nosso objetivo continua a ser o de estarmos totalmente preparados e registarmos um desempenho sólido trimestre após trimestre.

Obrigado pelos vossos esforços e empenho contínuos.”

Mark Bourke, CEO do Novobanco

Mensagem interna enviada aos trabalhadores

Pontapé de saída no IPO

Esta quinta-feira, o Novobanco revelou, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que a Lone Star, através da Nani Holdings, deu “instrução formal” à administração para, em conjunto com os acionistas Estado e Fundo de Resolução, avançar com os preparativos para um IPO.

O processo de “implementação do IPO” (oferta pública inicial) vai decorrer “nos próximos meses” e já foi comunicado também ao Fundo de Resolução (FdR) e ao Estado português, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, de acordo com o mesmo comunicado.

A Nani Holdings é o veículo através do qual o fundo americano Lone Star controla 75% do capital do banco que resultou do colapso do antigo Banco Espírito Santo (BES).

Na quarta-feira, a Bloomberg noticiou que o Novobanco escolheu o Bank of America, o Deutsche Bank e o JPMorgan Chase para organizar esta operação. Mas indicou que outros bancos poderão ainda ser chamados ao processo.

Esta decisão surge na sequência do fim antecipado do acordo de capital contingente em dezembro passado, processo que desbloqueou 1,3 mil milhões de euros em dividendos e abriu a porta à Lone Star para avançar com o processo de venda do banco.

No âmbito do IPO, que poderá ocorrer já em maio, está previsto que Lone Star e Estado vendam uma participação entre 25% e 30% do Novobanco. Enquanto isso, também tem estado em cima da mesa uma venda direta a um concorrente.

Nos últimos dias falou-se no eventual interesse da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e BPI (detido pelo Caixabank), sendo que uma operação de concentração teria de ser avaliada pela Autoridade da Concorrência, como sublinharam recentemente o governador e ex-governador do Banco de Portugal, Mário Centeno e Carlos Costa, respetivamente.

Com uma participação de 13,54%, o Fundo de Resolução disse esta semana no Parlamento que pretende “gerar receita” e que irá contratar um assessor financeiro para auxiliar no processo que será liderado pela Lone Star.

Outros 12,46% são detidos pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). Ao ECO, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou que “o normal é que o Estado venda a participação no Novobanco” se a “oportunidade surgir”.

O Novobanco registou lucros de 610,4 milhões de euros até setembro e apresenta os resultados anuais no próximo dia 6 de março.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h40)

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