Caixa confirma que está a analisar “hipótese” Novobanco. Macedo “preocupado” se for comprado por espanhóis
Paulo Macedo assume que já tem ideia das condições necessária ter "um interesse mais decisivo" no Novobanco e considera que um IPO não será um fator "impeditivo".
O CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD) confirmou que está interessado no Novobanco. “Estamos a analisar essa hipótese”, admitiu Paulo Macedo esta quinta-feira, referindo que ficaria “preocupado” se fosse comprado por um banco espanhol.
“Temos uma ideia das condições que seriam necessárias da nossa parte para haver algum interesse mais decisivo”, revelou o gestor aos jornalistas durante a apresentação dos resultados – a Caixa registou lucros recorde de 1,74 mil milhões de euros no ano passado.
Mais tarde explicou que está a analisar “o que faz um fit e o que faz redundância” numa eventual aquisição do Novobanco, isto depois de questionado sobre se poderia estar interessado numa parte do negócio, nomeadamente no crédito às empresas.
Paulo Macedo frisou que “interessam operações que possam gerar sinergias com a Caixa e gerar valor, e que o total seja o somatório das partes” e insistiu que quer manter o banco público com “relevância” no mercado.
A este propósito, mandou uma farpa à concorrência, nomeadamente espanhola. “Se me preocupa que vá parar a mãos estrangeiras? Ouvi o presidente do Santander a dizer que estaria preocupado que venha parar à Caixa. Fico mais preocupado se a banca espanhola ficar com 45% do mercado”, disse.
“IPO não é impeditivo”
Paulo Macedo considerou ainda que se o Novobanco avançar para a bolsa, através de uma oferta pública inicial (IPO), tal movimento não impede o interesse de outros bancos.
“Se entrar em bolsa, não vejo que se torne impeditivo de alguma coisa. Há vários pressupostos. E não me parece que a Lone Star avance para bolsa se não tiver o destino final do comprador”, atirou o gestor.
Recusou comentar as declarações do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal. Miranda Sarmento havia dito que a gestão da Caixa tinha total autonomia se quiser avançar para o Novobanco.
“Penso que foi claro”, referiu Paulo Macedo. Já Mário Centeno alertou para as implicações sistémicas dessa eventual operação. “Se houvesse alguma coisa a transmitir, transmitiria”, disse.
Novobanco vale 5 mil milhões? “Caixa pode valer 16 mil milhões”
Paulo Macedo também não quis comentar o eventual preço que a Lone Star está a pedir pelo Novobanco, na ordem dos cinco mil milhões de euros.
Mas não perdeu a oportunidade para lançar nova bicada: “Se aplicássemos os múltiplos que tenho visto nos jornais, a Caixa teria um valor entre nove mil milhões e 16 mil milhões de euros“.
Confrontado com o excesso de capital que o banco público dispõe neste momento, com um rácio superior a 20%, Paulo Macedo destacou que “não há muitas aplicações em que o Estado faça melhor do que esta”.
“Com esta alocação em que um terço vai para dividendo e um terço vai para impostos, parece-me que não há uma questão de rentabilidade, mas das melhores alocações”, disse.
(Notícia atualizada às 18h32)
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