“Negócio” da venda da Azores Airlines será nefasto para trabalhadores, diz SITAVA

  • Lusa
  • 22 Março 2025

Venda Azores Airlines será "o fim do grupo SATA" e "nefasto para os trabalhadores", diz o SITAVA.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) reafirmou hoje que o “negócio” de alienação da SATA Internacional – Azores Airlines será “o fim do grupo SATA” e “nefasto para os trabalhadores”.

Em comunicado publicado na página da internet, a direção do SITAVA reafirma que “o negócio da venda da SATA Internacional será nefasto para os trabalhadores [da] SATA, para a Região Autónoma dos Açores, para a diáspora e, no geral, para todos os açorianos”.

Serão os trabalhadores [da] SATA e todos os açorianos, a pagar a dívida que a SATA Internacional acumulou, resultado das demais ingerências das sucessivas administrações, e dos caprichos dos diversos Governos Regionais até à data”, aponta.

A posição do SITAVA surgiu após o Governo Regional açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) ter considerado que estão reunidas as condições para manter o processo de privatização da companhia aérea e deliberado que o mesmo “deve prosseguir”.

“O agrupamento New Tour/MS Aviation [NT/MS], concorrente ao processo de privatização da SATA Internacional, demonstrou disponibilidade para, em fase de negociação, melhorar financeiramente a sua proposta, aumentando o preço global para 15,2 milhões de euros e reforçando o critério de contribuição para o reforço da capacidade financeira da SATA“, disse, na sexta-feira, o vice-presidente do executivo regional, Artur Lima.

O governante adiantou que o conselho de administração da SATA, “voltou a requerer uma nova orientação quanto ao seguimento a dar” ao processo do concurso.

Segundo Artur Lima, a administração da empresa deu conhecimento que “a 28 de fevereiro de 2025, o agrupamento NT/MS apresentou um requerimento no qual prestou ao conselho de administração da SATA, informações sobre a identidade das pessoas singulares, de nacionalidade portuguesa – Carlos Manuel Antunes Tavares Dias e Paulo José Angélica Pereira da Silva -, que, caso venha a ser apresentada uma proposta melhorada, integrarão o agrupamento NT/MS”.

O agrupamento de empresas “informou ainda que a soma das participações sociais que virão a ser detidas pelos dois novos elementos totalizará 49% do capital social da sociedade que virá a deter a participação da SATA Internacional”.

No comunicado, o SITAVA exige que o Governo Regional tenha “uma posição de verdadeira responsabilidade social para com todos os trabalhadores [da] SATA e para com todos os açorianos, na defesa intransigente dos interesses dos Açores e do serviço público prestado” pela companhia área.

Segundo o sindicato, “apesar de todos os alertas”, quer o executivo quer a atual administração do grupo SATA, mantêm a intenção de “entregar o futuro dos trabalhadores nas mãos de um consórcio” que “deixa sérias dúvidas acerca das suas verdadeiras intenções”.

O conselho de administração da empresa remete-se ao silêncio, “deixando os trabalhadores totalmente à deriva”, lamenta.

O consórcio Newtour/MS Aviation saudou na sexta-feira a decisão do conselho de administração da SATA em dar início às negociações com vista à aquisição da companhia aérea Azores Airlines e diz estar “totalmente empenhado no sucesso da operação”.

“Nesta nova etapa, em que vão ser discutidos os termos da compra da companhia aérea por parte da Newtour/MS Aviation, juntam-se ao agrupamento Carlos Tavares e Paulo Pereira”, lê-se num comunicado enviado às redações.

O consórcio referiu que “a entrada de reputados e experientes gestores reitera a vontade do agrupamento de responder às dificuldades que a companhia aérea enfrenta, valorizando o seu potencial estratégico”.

Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

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