Ministério Público alerta para burlas com criptomoedas promovidas em anúncios
Ministério Público adiantou que recebido denúncias deste tipo de burla com muita frequência e que as plataformas relacionadas com crime estão ligadas a "atividade criminosa organizada".
O Ministério Público (MP) alertou esta terça-feira para burlas relacionadas com criptomoedas que são promovidas através de anúncios na internet, que levam as vítimas a depositar dinheiro em supostos investimentos.
Em comunicado, o Ministério Público adiantou que têm sido recebidas denúncias deste tipo de burla com muita frequência e que as plataformas relacionadas com este tipo de crime “são manifestações de uma atividade criminosa organizada, de grande dimensão e natureza internacional”.
Neste caso, as vítimas são convencidas a fazer investimentos em criptomoedas com a promessa de enorme rentabilidade e reduzido risco financeiro associado. “Muitas delas são páginas fraudulentas e não pertencem, nem são geridas por qualquer intermediário financeiro legítimo e autorizado”, explicou o MP.
As páginas fraudulentas são construídas “com a finalidade de convencer as vítimas de que o investimento é muito proveitoso”, mas os “agentes criminosos recebem as quantias entregues pelas vítimas e não mais as devolvem”, acrescentou o Ministério Público. Estas páginas, muitas vezes, conseguem imitar páginas de jornais e simulam notícias com pessoas conhecidas, como políticos, empresários ou desportistas, “a quem imputam opiniões muito elogiosas sobre o mecanismo de investimento que publicitam”.
As pessoas que visitam os sites fraudulentos, muitas vezes através de anúncios, são levadas a indicar o seu endereço de email e número de telemóvel e, a partir desse momento, começam os contactos “muito agressivos”, em que são apresentadas alegadas plataformas financeiras. As vítimas são depois convencidas a transferir dinheiro para os supostos investimentos, que normalmente rondam os 250 euros.
Após este pagamento, é dado à vítima um código de acesso a uma página reservada, que é onde a suposta conta está a ser gerida. Nessa página, a vítima começa a ver gráficos que a levam a pensar que o seu investimento está a valorizar e que já teve um elevado ganho financeiro. O objetivo é que seja investido ainda mais dinheiro, que pode atingir as dezenas de milhares de euros.
Nos casos em que as vítimas pretendem levantar os valores que alegadamente investiram, são informados de que terão de pagar taxas e que ficarão a perder caso façam o levantamento. Caso a vítima já não tenha mais dinheiro para investir e queira mesmo receber o seu dinheiro, o ponto de contacto desaparece e deixa de estar contactável.
O Ministério Público alertou ainda para o facto de este tipo de atividade, com criptomoedas, ser feito apenas por entidades autorizadas para o efeito e registadas na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, cuja lista está disponível para consulta.
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