Festas de Lisboa marcadas por fortes perturbações nos autocarros e metro

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

Transportes em Lisboa, naquele que é conhecido como o dia mais longo na cidade devido às festividades do Santo António, vão sofrer perturbações devido à greve da Carris e ao plenário noturno do Metro.

Os transportes em Lisboa, naquele que é conhecido como o dia mais longo na cidade devido às festividades do Santo António, vão sofrer esta quinta-feira perturbações devido à greve de 24 horas da Carris e ao plenário noturno do Metro.

Depois de uma primeira semana com paralisações parciais, os trabalhadores da Carris voltam aos protestos com uma greve durante 24 horas — todo o período de trabalho –, reivindicando a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, já a concretizar-se em 2025.

Por seu turno, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa mantêm agendado o plenário geral, entre as 21h15 e as 2h30 de sexta-feira, mesmo depois de as organizações sindicais terem sido chamadas na terça-feira, feriado de 10 de junho, para uma reunião com o Conselho de Administração da empresa.

Assim, o Metropolitano de Lisboa vai suspender a circulação e encerrar todas as estações a partir das 20h00 de quinta-feira devido à realização de um plenário de trabalhadores, revelou a empresa em comunicado, considerando a iniciativa dos sindicatos “inédita e inusitada”.

A empresa concluiu “não estarem reunidas as condições operacionais mínimas e as necessárias condições de segurança para a manutenção da rede em funcionamento”, tendo em conta o expectável “aumento exponencial da procura” e “as comunicações de ausência já apresentadas pelos trabalhadores”.

Apelou também, no comunicado, às organizações sindicais e aos trabalhadores para que reagendem a realização do plenário, tendo em conta “os impactos desproporcionados causados e não havendo urgência ou tema que implique a realização do plenário nesta ocasião”.

O presidente da Câmara de Lisboa considerou “inaceitável” ter sido avisado do plenário dos trabalhadores do Metropolitano “24 horas antes” e decidiu que a Carris seja gratuita a partir das 18h00, aguardando resposta de ajuda da Carris Metropolitana.

“Em primeiro lugar, parece-me inconcebível que o presidente da Câmara seja avisado, na noite anterior, às oito da noite, que há um plenário, portanto não é uma greve, há um plenário que vai parar toda a circulação do metro”, disse Carlos Moedas em declarações à Lusa.

O autarca frisou que saber 24 horas antes da realização do plenário não possibilita “haver serviços mínimos”, já que não é uma greve e vai prejudicar os lisboetas “na noite mais importante da cidade”, véspera de Santo António.

Carlos Moedas referiu que teve de “pensar rapidamente em alternativas” e, além da Carris, contactou a Carris Metropolitana, que opera na Área Metropolitana de Lisboa, para que “possam ajudar”.

Parece-me inconcebível que o presidente da Câmara seja avisado, na noite anterior, às oito da noite, que há um plenário, portanto não é uma greve, há um plenário que vai parar toda a circulação do metro.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara de Lisboa

De acordo com a Fectrans — Federação dos Sindicatos de Transportes e Telecomunicações, na reunião com o Metropolitano, a empresa reformulou a sua proposta sobre o subsídio de refeição que será apresentada em plenário.

“Após um conjunto de tentativas [da parte da empresa] de justificação das razões de não terem resolvido em tempo útil os problemas que o Metropolitano vai sucessivamente criando aos seus trabalhadores (…) as organizações sindicais replicaram que a única forma deste plenário poder vir a ser suspenso seria a resolução imediata de todos os assuntos pendentes”, lê-se numa nota sindical.

Já os sindicatos representativos dos trabalhadores da Carris (que opera o serviço público rodoviário da cidade de Lisboa e também elétricos e ascensores de rua) convocaram uma paralisação de duas horas no início e no fim de cada turno entre 2 e 6 de junho e de 24 horas para esta quinta-feira, tendo sido decretados serviços mínimos por um tribunal arbitral.

Além de serem obrigatórios serviços como o transporte exclusivo de deficientes ou os postos médicos da empresa, têm de funcionar “em 50% do seu regime normal” as carreiras 703, 708, 717, 726, 735, 736, 738, 751, 755, 758, 760 e 767.

Em 13 de maio, o Sindicato Nacional de Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT) explicou que o acordo sobre as atualizações salariais não implicaria o encerramento do processo negocial e que, juntamente com a empresa, iria constituir “grupos de trabalho com vista, nomeadamente, à redução do horário de trabalho de forma faseada para as 35 horas semanais”.

Segundo o sindicato, já se tinha conseguido reduzir a prestação de trabalho efetivo para cerca de 37 horas e 30 minutos semanais, “facto que só foi assumido por todos os envolvidos nesse processo algum tempo depois”, tendo-se realizado em 30 de abril a primeira reunião do grupo de trabalho criado para a redução da prestação de trabalho efetivo para as 35 horas semanais.

A Carris está sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa desde 2017 e os trabalhadores são representados por várias estruturas sindicais, como o SNMOT, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP), o Sitra – Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, o Sitese – Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços e o ASPTC – Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris e Participadas.

(Notícia atualizada às 13h33 com informação de que o serviço da Carris será gratuito)

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