Exclusivo Plano para Gigafábrica de IA em Sines prevê criar 270 empregos
Projeto do Banco de Fomento para atrair para Portugal um mega 'data center' europeu de inteligência artificial (IA) poderá representar quatro mil milhões de euros de investimento.
A construção de uma Gigafábrica de inteligência artificial (IA) em Sines é uma ideia que ainda não saiu do papel, e que ainda depende da ‘vontade’ da Comissão Europeia. Mas o plano português, encabeçado pelo Banco de Fomento, prevê que a construção se possa iniciar já em abril do próximo ano, caso seja escolhido, numa área total de 28 mil metros quadrados, e empregar diretamente cerca de 270 pessoas a tempo inteiro, de acordo com informações recolhidas pelo ECO.
Tal como noticiou o ECO esta sexta-feira, a instituição liderada por Gonçalo Regalado entregou ao EuroHPC uma proposta de candidatura com empresas privadas para um investimento que poderá totalizar os quatro mil milhões de euros, valor que abrange a compra de 100 mil processadores Nvidia H100, com um preço unitário estimado de 22 mil euros cada um, instalados em 12.500 servidores com uma capacidade de 90 MW dos servidores — que sobe para 115 MW se contabilizado o consumo energético adicional.
O objetivo é acelerar significativamente os esforços de desenvolvimento de soluções de IA em áreas como as telecomunicações, saúde e biotecnologia, oceanos e defesa, mas também energia e aeroespacial. O treino de novos modelos avançados de IA exige capacidades massivas de computação, razão pela qual a Comissão Europeia decidir avançar com este processo.
Assim, a Gigafábrica de IA em Sines poderia oferecer um serviço de treino de modelos pago à hora de computação e um serviço de suporte para operações cloud. Isto além do que viesse a ser exigido por Bruxelas em termos de disponibilização da infraestrutura, enquanto coinvestidor.
Para tal, serão necessários recursos humanos. O ECO sabe que as necessidades de pessoal estão estimadas em cerca de 270 profissionais a tempo inteiro, a esmagadora maioria pessoas altamente qualificadas, mas não só. Incluem-se aqui 20 analistas de segurança e 20 engenheiros programadores, mas também 40 seguranças.
Sines, onde amarram vários cabos submarinos relevantes e onde está a ser construído o mega centro de dados da Start Campus, é apresentado pelo consórcio como uma “localização claramente vantajosa” devido ao investimento já em curso e à possibilidade de uso de água do mar para arrefecimento das máquinas.
Se este plano for aprovado, e merecer o patrocínio financeiro da Comissão Europeia (está previsto as Gigafábricas operarem em regime de Parceria Público-Privada), o plano de negócios prevê que o projeto perca 400 milhões de euros no primeiro ano e outros 550 milhões em 2027, devendo atingir o breakeven em 2029, ano em que está previsto o primeiro lucro de 60 milhões de euros. Se tudo correr como o previsto, o lucro do projeto poderá alcançar 300 milhões em 2035.
Não foi possível confirmar a lista completa das entidades envolvidas no consórcio nacional, mas entre elas estarão empresas como a Altice, Nos, Bial, Hovione, Sonae, Microsoft e Defined AI, bem como o Instituto Superior Técnico, a Universidade do Porto, o CEiiA, o Center for Responsible AI e a Fundação Champallimaud.
Importa recordar que no Programa do Governo, discutido e aprovado esta semana na Assembleia da República, estão previstos incentivos públicos para atrair data centers para Portugal. O país é visto no setor como um destino alternativo com potencial para este tipo de investimentos.
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