Companhias aéreas suspendem ou reduzem voos para Médio Oriente

  • Lusa
  • 14:19

Air France, Transavia, Lufthansa, Aegean Airlines, Air Canada e Singapore Airlines estão entre as companhias que suspenderam ou reduziram voos para cidades como Telavive, Beirute ou Dubai.

As companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas suspenderam ou reduziram os voos para o Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e aos bombardeamentos dos EUA contra este último país.

A entrada de Washington no conflito, lançado uma semana antes por Israel contra o Irão, suscitou o receio de represálias contra os interesses dos Estados Unidos no Médio Oriente, nomeadamente as bases militares nas monarquias do Golfo.

Europa

Os serviços da Air France para a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos foram suspensos pelo menos até terça-feira, anunciou esta segunda-feira a companhia aérea francesa, prolongando a suspensão da sua rota Paris – Telavive até 14 de julho.

Os voos para Beirute e Telavive operados pela Transavia, a companhia aérea de baixo custo do grupo Air France-KLM, foram suspensos até 30 de junho e 7 de setembro, respetivamente, disse esta segunda-feira um porta-voz da companhia à AFP.

A British Airways, que cancelou os voos no domingo entre o aeroporto londrino de Heathrow e os aeroportos do Dubai e de Doha, depois de os Estados Unidos terem bombardeado instalações nucleares no Irão, declarou que tencionava efetuar as suas rotas “normalmente” a partir de agora.

Em 18 de junho, o grupo alemão Lufthansa, que inclui igualmente a Swiss, a Austrian e a ITA, anunciou que prolongava até 3 de junho a suspensão dos seus voos para o Médio Oriente, nomeadamente para Beirute, até 30 de junho, e para Amã e Erbil (Iraque) até 11 de julho. Os serviços para Telavive e Teerão foram suspensos até, pelo menos, 31 de julho, tendo o grupo especificado que os seus aviões não utilizarão o espaço aéreo dos países afetados pelo conflito.

A transportadora grega Aegean Airlines cancelou todos os seus voos para Telavive até 12 de julho, bem como todas as suas rotações para Beirute, Amã e Erbil (Iraque) até 28 de junho.

Na Turquia, a Pegasus anunciou a suspensão de todos os seus voos para o Irão até 30 de julho e para o Iraque, a Jordânia e o Líbano até 30 de junho. Quanto à Turkish Airlines, de acordo com o sítio web do aeroporto de Istambul, a companhia aérea tem vindo a servir Amã nos últimos dias. No entanto, todos os voos para Bagdade e Damasco continuam cancelados e não há voos disponíveis para Teerão até 1 de julho.

América do Norte

A United Airlines avisou os seus clientes de que os voos programados de e para o Dubai entre 18 de junho e 3 de julho podem ser “afetados” e ofereceu aos clientes uma troca de bilhetes sem custos adicionais em determinadas condições, devido à “agitação no Médio Oriente”.

A companhia aérea norte-americana tinha adotado a mesma medida para Telavive, de 13 de junho a 1 de agosto, com a possibilidade de escolher outro destino.

A Air Canada anunciou que tinha “suspendido temporariamente” o seu serviço diário direto para o Dubai a partir de Toronto a partir de 18 de junho e avisou que poderia ter de prolongar esta suspensão. As viagens com escala na Europa através de uma companhia aérea terceira continuam a ser possíveis, de acordo com a sua ferramenta de reservas em linha.

A American Airlines, por seu lado, autorizou os seus clientes a alterarem gratuitamente as suas reservas para Doha para as viagens inicialmente previstas de 19 de junho a 20 de julho.

Ásia

A Singapore Airlines anunciou o cancelamento de oito voos para o Dubai, dois por dia, de domingo a quarta-feira. “A situação continua fluida e outros voos (da companhia aérea) entre Singapura e Dubai podem ser afetados”, advertiu a transportadora no seu sítio web.

Contas de desinformação usam IA para amplificar narrativas

Uma onda de desinformação online composta por contas “super-disseminadoras” de falsas notícias recorrendo a Inteligência Artificial (IA) acumulou mais de 100 milhões de visualizações desde que Israel começou a ofensiva militar no Irão.

O canal de televisão britânico BBC analisou uma série de vídeos desinformativos criados com IA que acumularam mais de 100 milhões de visualizações em diversas plataformas, que pretendiam ostentar “as capacidades militares do Irão, ao lado de clipes falsos que mostravam as consequências de ataques a alvos israelitas”.

Contas pró-Israel também compartilharam desinformação online, principalmente fazendo recircular clipes antigos de protestos e reuniões no Irão”, de forma a mostrar uma imagem de dissidência entre o Governo e o apoio entre os iranianos à campanha militar de Israel.

Uma organização especializada na análise de imagens contactada pela BBC descreveu o volume de desinformação virtual como “surpreendente”. “Certas contas tornaram-se ‘super-disseminadoras’ de desinformação, sendo recompensadas com um crescimento significativo em contagem de seguidores”, lê-se na informação veiculada, acrescentando que algumas destas contas recorrem ao uso de nomes aparentemente oficiais, de forma a aumentar uma suposta credibilidade.

As contas analisadas pelo meio de comunicação difundiam imagens geradas por IA que parecem tentar aumentar o sucesso da reposta do Irão aos ataques de Israel. Por exemplo, uma imagem com 27 milhões de visualizações mostrava dezenas de mísseis a cair sobre a capital de Israel, Telavive.

Outra publicação alegava mostrar um F-35 israelita abatido pelas defesas aéreas, quando na verdade o vídeo pertencia a um videojogo de simuladores de voo, fazendo com que a publicação fosse removida, apesar de contar com mais de 21,1 milhões de visualizações.

À BBC Verify, a diretora de investigação do grupo de analistas Get Real, Emmanuelle Saliba, afirmou: “A torrente de desinformação marcou ‘a primeira vez que vimos a IA generativa ser usada em escala durante um conflito’”.

A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada em meados de junho por bombardeamentos israelitas contra território iraniano, levando à retaliação de Teerão. O conflito, que já fez centenas de mortos e feridos de ambos os lados, assumiu uma nova dimensão com os bombardeamentos pelos Estados Unidos de várias instalações nucleares iranianas, incluindo o complexo de Fordo.

Fordo, que tem capacidade de enriquecimento de urânio a 60%, segundo os especialistas, fica localizado a cerca 100 quilómetros a sul de Teerão, cuja área metropolitana tem uma população de 14 milhões de pessoas.

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