Montenegro diz que procurará consensos políticos “se possível” com PS e Chega
Montenegro reiterou que não fará qualquer "acordo parlamentar permanente" nem com a segunda força política, o Chega, nem com a terceira, dizendo ter sempre rejeitado um bloco central com o PS.
O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que procurará consensos políticos “se possível” com PS e Chega em simultâneo, mas admitiu que o partido liderado por André Ventura tem posições de “maior regulação” em matérias como a segurança ou imigração.
Em entrevista à RTP, gravada em Bruxelas, na véspera de um Conselho Europeu, Luís Montenegro reiterou que não fará qualquer “acordo parlamentar permanente” nem com a segunda força política, referindo-se ao Chega, nem com a terceira, dizendo ter sempre rejeitado um bloco central com o PS.
“O povo português quis que a orientação principal da política governativa fosse o nosso programa. Mas o povo também quis que nós fôssemos acertando com as forças políticas da oposição, nomeadamente com as que têm maior representação, o PS e o Chega, os termos em que uma ou outra política deve ser objeto de aproximação. Se possível com os dois”, afirmou.
Se tal não for possível, Montenegro admitiu que procurará aproximações “com aquele que estiver mais disponível para poder salvaguardar os compromissos que assumiu com os eleitores”.
“Há vários compromissos que são comuns aos três partidos e há outros que são comuns entre a AD e o PS e outros que são comuns entre a AD e o Chega“, apontou.
Nas áreas de soberania, como a Defesa, defendeu que o Governo irá procurar “o maior consenso possível”, tal como na segurança ou na imigração, onde considerou existir “um relativo consenso na sociedade portuguesa”.
O primeiro-ministro defendeu que “houve uma evolução do PS relativamente à imigração” na anterior legislatura, dizendo esperar que este partido “não se coloque de fora” de uma aproximação que considerou estar a ser feita em relação às posições do Governo PSD/CDS-PP.
“É verdade que o Chega tem algumas posições que são mais extremadas do que as nossas, e nós naturalmente não chegaremos a esse ponto, mas não me custa nada reconhecer que é um partido que tem apresentado pontos de vista que, de uma forma genérica, se enquadram em mais regulação e mais capacidade de integração”, afirmou.
Montenegro defendeu que, se for possível “uma abrangência maior em sede parlamentar”, tal corresponderá “à vontade política do povo português” e “a uma estabilidade nas políticas fundamentais para os próximos anos”.
“Quanto maior for o apoio, maior garantia de a política poder ter continuidade”, disse.
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