Rendibilidade das empresas recua no 1.º trimestre para 9,3%
Uma análise setorial assinala que a rendibilidade do ativo teve descidas mais expressivas na eletricidade, gás e água (-1,8 p.p.) e nas sedes sociais (-1,5 p.p.), para 8,6% e 6,8%.
A rendibilidade das empresas portuguesas recuou 0,2 pontos percentuais no primeiro trimestre, em termos homólogos, para 9,3%, enquanto a autonomia financeira cresceu 1,5 pontos e manteve um máximo de 18 anos, divulgou esta sexta-feira o Banco de Portugal (BdP).
“No primeiro trimestre de 2025, a rendibilidade das empresas – medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo – foi de 9,3% (9,4% no quarto trimestre de 2024 e 9,5% no período homólogo)”, referem as estatísticas das empresas da central de balanços.
Face a estas reduções ligeiras, o BdP considera, em comunicado, que não foram registadas “variações significativas nos últimos seis trimestres”. Uma análise setorial assinala que a rendibilidade do ativo teve descidas mais expressivas na eletricidade, gás e água (-1,8 p.p.) e nas sedes sociais (-1,5 p.p.), para 8,6% e 6,8%.
Nas sedes sociais, o BdP atribui esta diminuição a menores resultados das subsidiárias e na eletricidade, gás e água ao aumento dos custos de produção (gás e eletricidade). Também as indústrias tiveram uma descida de 0,9 p.p. em termos homólogos, para 10,2%.
Em sentido inverso, as empresas dos transportes e armazenagem (1,4 p.p. para 14,7%) e construção (1,0 p.p. para 8,7%) apresentaram os maiores aumentos homólogos, em parte devido ao aumento dos resultados brutos. O comércio subiu 0,2 p.p. e os outros serviços 0,1 p.p., para 10,0% e 8,9%, respetivamente.
No total entre as empresas privadas, a rendibilidade foi positiva, mas recuou 0,3 p.p. em termos homólogos, para 9,3%. Por sua vez, nas empresas públicas, a rendibilidade cresceu 0,4 p.p. em termos homólogos, para 7,1%.
No capítulo da autonomia financeira, medida pelo peso do capital próprio no total do ativo, esta não se alterou em cadeia, mas subiu 1,5 p.p. face ao 1.º trimestre do ano passado, mantendo o máximo desde o início da série, em 2006 e prolongando a série de subidas que se iniciou no terceiro trimestre de 2020.
Dentro do setor privado, face ao trimestre homólogo, a autonomia financeira, que reflete a retenção de resultados pelas empresas, subiu em todos os setores – com exceção das sedes sociais (em que se manteve nos 60,8%) –, para um valor global de 45,8%. Em relação ao ano anterior, destacaram-se as subidas na eletricidade e água (2,3 p.p., para 43,7%), outros serviços (1,8 p.p. para 46,1%) e nas indústrias (1,7 p.p., para 50,0%).
Entre as empresas públicas, a autonomia financeira cresceu de 37,1% até março de 2024, para 37,7% nos primeiros três meses deste ano. A autonomia financeira das pequenas e médias empresas subiu 1,9 p.p., para 46,3% e nas grandes empresas 1,1 p.p., para 40,9%. O peso dos financiamentos obtidos no total do ativo recuou de 27,6% para 26,8% em termos homólogos durante o primeiro trimestre deste ano, enquanto os custos dos financiamentos obtidos aumentaram de recuaram para 4,7% em termos homólogos.
A cobertura dos gastos de financiamento das empresas, uma “medida de pressão financeira que quantifica o número de vezes que o EBITDA gerado pelas empresas é superior aos seus gastos de financiamento” aumentou de 7,1 vezes para 7,2 vezes.
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