Totta lucra menos até junho com margem a cair quase 20%
Santander Portugal registou lucros de 503,9 milhões de euros no primeiro semestre, menos 8% em termos homólogos, com o resultado a ser penalizado pelo impacto da descida dos juros.
O Santander Portugal (antigo Totta) lucrou 503,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano, menos 8% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi penalizado pela descida das taxas de juro, que levou a margem a cair quase 20%.
A margem financeira — que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos — caiu 19,3%, para 695,7 milhões de euros, pressionado pela inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) desde o verão passado
“É um resultado que reflete a descida dos juros mas reflete também um banco sustentável e uma base para crescermos nos próximos anos”, explicou o CEO Pedro Castro e Almeida durante a conferência de imprensa, sublinhando que lidera o banco mais rentável do sistema: fechou a primeira metade do ano com uma rentabilidade dos capitais próprios de 32,9%, uma subida de 7,3 pontos percentuais face há um ano — o que se deve “à normalização” dos capitais próprios.
A subida de 6% das comissões amparou um pouco a queda da margem, mas não evitou a queda de 14,2% do produto bancário para 954,8 milhões de euros.
Para o resultado contou ainda uma base de custos que o Santander diz estarem controlados, crescendo “apenas” 0,5% para 258,8 milhões. O rácio de eficiência observou um aumento de quatro pontos percentuais para 27,1%.
A descida dos resultados e da margem dá-se num momento muito favorável no que diz respeito à concessão de crédito. A carteira de empréstimos do Santander Portugal cresceu 10% para 51,7 mil milhões de euros. Castro e Almeida notou que está a assistir a uma redução da procura de crédito da parte das empresas por conta da incerteza das tarifas. No crédito à habitação, a procura acelera: a carteira avançou 6,5%. “O mercado da habitação está quente na Europa e muito quente em Portugal. (…) Começa a ficar insustentável para os portugueses viverem em Portugal. Já falámos disto há um ano e a situação piorou”, adiantou o gestor.
Um dos fatores que está a impulsionar o crédito para a compra de casa é a medida da garantia pública para os jovens, no âmbito da qual o Santander já concedeu mais de 470 milhões de euros.
No que toca aos depósitos, também cresceram de forma expressiva: subida de 5,7% no primeiro semestre para 38,5 mil milhões de euros. Os recursos fora de balanço aumentaram quase 9%.
Compra do TSB no Reino Unido tira horas à família
Castro e Almeida foi um dos escolhidos para liderar a equipa responsável pela integração do britânico TSB no grupo. Questionado sobre se prejudica as suas funções enquanto líder em Portugal, o gestor frisou que mantém o nível de “responsabilidade e dedicação” em relação ao Totta, mas admitiu que a parte familiar saiu afetada.
“O que ficou prejudicado foi as horas dedicadas à família”, afirmou Pedro Castro e Almeida que revelou que continua a morar em Portugal, apesar do trabalho extra em Inglaterra.
O gestor explica a escolha do seu nome para liderar o projeto do TBS com a experiência que teve noutros processos de integração, designadamente o Banif e Popular, e na transformação do Santander Portugal.
“É perfeitamente natural que eu ou outros quadros possam ser chamados para outros projetos. Isso tem sido uma nota positiva e um orgulho ver muitos portugueses envolvidos em projetos do grupo”, disse, aludindo à promoção do administrador financeiro, Manuel Preto, à administração do grupo para o cargo de diretor de contabilidade a nível global.
“Dos cinco quadros de topo do grupo ter um português pela primeira vez é muito saudável”, assinalou.
(Notícia atualizada às 12h06)
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