Fundos ESG retomam saldo positivo no trimestre. Europa volta ao ‘verde’
Depois de uma 'debandada' sem precedentes nos fluxos financeiros em relação a fundos de sustentabilidade, registada no primeiro trimestre de 2025, no segundo houve uma recuperação.
Entre abril e junho, registou-se uma reviravolta nos fundos com foco em sustentabilidade a nível global. Depois de um balanço negativo recorde, entre as entradas e saídas, no primeiro trimestre de 2025, a Europa voltou ao “verde” e os resultados globais também.
“Os fundos sustentáveis a nível global registaram um ganho líquido de 4,9 mil milhões de dólares no segundo trimestre de 2025 — uma recuperação notável desde o saldo negativo recorde de 11,8 mil milhões do último trimestre“, escreve a Morningstar, no seu mais recente relatório de balanço do investimento em sustentabilidade, relativo ao segundo trimestre.

Neste período a Europa atraiu 8,6 mil milhões de dólares em investimento novo, em contraste com um saldo negativo de 7,3 mil milhões de dólares dos três meses anteriores. No primeiro trimestre do ano, o Velho Continente registou, pela primeira vez, um saldo negativo nestes fundos.
“Apesar das complexidades geopolíticas, tensões comerciais crescentes e mais recuos no ESG” que se registaram no segundo trimestre, a Morningstar aponta como fator adjuvante o facto de a incerteza perante as regras anti-greenwashing lançadas pelo regulador dos mercados europeu ter diminuído.
Igualmente positivo foi o contributo do Canadá, que registou fluxos positivos na ordem dos 162 milhões. Os fluxos para a Ásia, exceto o Japão, apesar de positivos, caíram para os 2 mil milhões de dólares, quando no trimestre passado fecharam nos 2,3 mil milhões de dólares.
Já os Estados Unidos mantêm a tendência de retirada, pelo 11.º trimestre consecutivo: o saldo de abril a junho foi 5,7 mil milhões de euros negativos. O Japão contrariou a tendência igualmente negativa que mantinha desde meados de 2023, embora só tenha conseguido um saldo positivo em 13 milhões.

Em junho, o total de ativos de fundos sustentáveis colocou-se, desta forma, 10% acima do trimestre anterior, chegando aos 3,5 biliões de dólares. A Europa apresenta a clara liderança: 85% do bolo global, seguida pelos Estados Unidos, com 10%. Entre as gestoras de fundos, é a Blackrock que domina, detendo 466 mil milhões de dólares em ativos que integram fundos sustentáveis e ETF.
O ‘rebranding’ continua
No segundo trimestre também se registaram mais lançamentos de fundos focados na sustentabilidade que no trimestre anterior, num total de 72, face aos 57 de janeiro a março.
600 fundos com nomes relacionados com ESG alteraram-no no trimestre, um novo recorde.
Na Europa, o renomear de fundos atingiu um novo recorde no segundo trimestre. Foram cerca de 600 os fundos cujos nomes foram alterados no último trimestre, contribuindo para um total de 1346 fundos nos últimos 18 meses. Destes 785 deixaram cair termos relacionados com ESG, 458 trocaram termos mas mantendo-se dentro deste universo e, em contrapartida, 103 adicionaram termos ESG.
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