Espanha retira embaixadora de Telavive

  • Lusa
  • 15:59

Israel anunciou que duas ministras espanholas estão proibidas de entrar no país: a do Trabalho e uma das vices do executivo, Yolanda Díaz, e a da Juventude, Sira Rego. Ambas são do partido Somar.

O Governo de Espanha considerou esta segunda-feira inaceitável que Israel proíba a entrada de duas ministras espanholas no país e retirou a embaixadora em Telavive, chamando-a a Madrid “para consultas”.

“Perante as caluniosas acusações a Espanha e as inaceitáveis medidas contra dois membros do Governo”, o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, chamou a Madrid a embaixadora de Espanha em Telavive, Ana María Solomon, “para consultas”, disseram fontes oficiais do Executivo, citadas por vários meios de comunicação social espanhóis.

O Governo de Israel, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, acusou Espanha de “antissemitismo institucionalizado” e considerou que “o corrupto Governo de [Pedro] Sánchez” tenta “distrair a atenção” de “escândalos de corrupção mediante contínuos ataques anti-israelitas e antissemitas” e “lidera uma linha hostil anti-israelita, com uma retórica desenfreada e cheia de ódio”.

Israel anunciou também que duas ministras espanholas estão proibidas de entrar no país, a do Trabalho e uma das vices do executivo, Yolanda Díaz, e a da Juventude, Sira Rego. Ambas são do Somar, o partido de esquerda que está na coligação de Governo de Espanha com os socialistas de Pedro Sánchez, e Sira Rego é ainda filha de um palestiniano.

“É evidente que Díaz, líder extremista do Somar, se está a aproveitar da debilidade política do presidente Sánchez e o está a arrastar, passo a passo, a implementar a sua visão anti-israel e antissemita”, escreveu Gideon Saar, num comunicado publicado nas redes sociais e citado pelas agências de notícias espanholas.

A ministra Sira Rego “exigiu à União Europeia que rompa todos os vínculos com Israel e lhe imponha sansões em todos os níveis”, além de ter apoiado as “violentas manifestações” contra a equipa israelita que está a participar na volta a Espanha em bicicleta, justificou Saar. “Serão tomadas decisões adicionais posteriormente”, após consulta com o primeiro-ministro de Israel, Benjamín Netanyahu, avisou ainda o ministro Gideon Saar.

Israel reagiu assim depois de Pedro Sánchez anunciar, esta manhã, nove medidas para tentar “travar o genocídio em Gaza, perseguir os executores e apoiar a população palestiniana”, incluindo o embargo total e efetivo ao comércio de armas com Israel.

Entre outras medidas anunciadas pelo líder do Governo de Espanha, estão um reforço de apoios à Autoridade Palestiniana, à ajuda humanitária para Gaza ou à agência da ONU para os refugiados da Palestina (UNRWA), assim como proibição de entrada em Espanha “de todas aquelas pessoas que participem de forma direta no genocídio, na violação dos Direitos Humanos e nos crimes de guerra na Faixa de Gaza”.

Dirigentes do Somar consideraram insuficientes estas medidas, que se juntam a outras adotadas por Espanha nos últimos dois anos, como o reconhecimento do Estado da Palestina, em maio de 2024, e defenderam a retirada da embaixadora espanhola de Telavive. A guerra em curso no território palestiniano de Gaza foi iniciada quando o movimento islamita Hamas atacou solo israelita, a 7 de outubro de 2023, causando 1.200 mortos e fazendo 251 reféns.

A retaliação de Israel já fez mais de 64 mil mortos entre os palestinianos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU. No mês passado, a ONU declarou uma situação de fome em algumas zonas do enclave palestiniano.

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