Endividamento das famílias sobe 7,3% em um ano. É o maior aumento em 15 anos

O volume de endividamento das famílias superou novamente a barreira dos 167 mil milhões de euros ao final de quase 14 anos, e contabilizou o crescimento homólogo mais elevado desde dezembro de 2010.

A banca continua a abrir os cordões à bolsa para financiar a economia. Segundo dados do Banco de Portugal, divulgados esta segunda-feira, “em julho o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) aumentou 1,2 mil milhões de euros, para 848,2 mil milhões de euros.”

Entre os agentes que mais têm recorrido à banca estão as famílias, com “o endividamento dos particulares subiu 1,1 mil milhões de euros, essencialmente perante os bancos, por via do crédito à habitação.”

Esta dinâmica traduz-se num crescimento homólogo de 7,34%, que coloca o stock de endividamento dos particulares acima dos 167 mil milhões de euros pela primeira vez desde março de 2011. Mas não é só em termos de stock que o recorde foi batido.

Há 21 meses consecutivos que a taxa de crescimento homólogo do endividamento das famílias tem subido, contabilizando em julho o maior aumento dos últimos 15 anos (desde o início da série do Banco de Portugal).

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Mas o panorama de crescimento do endividamento da economia nacional estende-se muito além das famílias. O endividamento do setor público, por exemplo, subiu mil milhões de euros, principalmente por conta do investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa de longo prazo, enquanto o setor privado registou um aumento mais contido de cerca de 200 milhões de euros, refere o Banco de Portugal

Uma das particularidades dos dados de julho reside no comportamento divergente entre empresas e famílias, no setor privado. Enquanto o endividamento dos particulares subiu 1,1 mil milhões de euros, essencialmente por via do crédito à habitação junto dos bancos, o endividamento das empresas privadas diminuiu cerca de 900 milhões de euros.

Esta redução da dívida empresarial resultou principalmente de uma “uma amortização de títulos de dívida de longo prazo que estavam na posse de não residentes (700 milhões de euros)”, refere o Banco de Portugal em comunicado. Ainda assim, em termos homólogos, o endividamento das empresas privadas cresceu 2% relativamente a julho de 2024, uma ligeira desaceleração face aos 2,6% registados em junho.

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