Exclusivo Maven e Purrmi criam ‘Pet hub’ no Porto e querem acolher novas pet techs
As duas pet techs nacionais estão juntas num hub na Baixa do Porto e querem acolher mais startups do setor no espaço com cerca de 250 metros quadrados.
São portugueses, cofundadores de pet techs e acabaram por se conhecer em Berlim numa conferência internacional. Anos depois, a Maven e a Purrmi abrirem no Porto um ‘Pet Hub’ e estão à procura de mais startups com foco nos patudos para se juntar.
“Em 2019, conheci o João [Campaniço, cofundador e CEO da Purrmi] em Berlim, numa conferência internacional de pet tech. É quase irónico termo-nos cruzado fora quando vivemos num país tão pequeno. Com a Purrmi a instalar-se no Porto e a Maven Pet já cá sediada, tornou-se natural criarmos um Pet Hub na cidade”, explica Guilherme Coelho, cofundador e CEO da Maven Pet, ao ECO.
Com cerca de 250 metros quadrados de área, com capacidade para acolher cerca de 80 pessoas, o Pet Hub na Baixa do Porto — “espaço versátil para encontros, talks, workshops e cotrabalho, com salas de reunião e área multiusos para demonstrações focadas em pet health e tecnologia/IA” — já tem as equipas das duas pet techs, cerca de 20 pessoas, a trabalhar “lado a lado”.
“No espaço existem competências clínicas (médicos-veterinários) e tecnológicas (dados/IA, produto, hardware/IoT), permitindo troca contínua de conhecimento que tanto é preciso em ambiente startup”, descreve Guilherme Coelho, cofundador da Maven Pet, startup que desenvolveu uma solução (AI-Vet) que permite, através de um sensor na coleira, detetar alterações na saúde de cães e gatos numa fase precoce, permitindo aos tutores e veterinários atuar o mais cedo possível.

A pet tech, que tem entre os fundadores Virgílio Bento (cofundador e CEO da unicórnio Sword Health, levantou em setembro do ano passado quatro milhões de euros — elevando para nove milhões de dólares (cerca de 8,2 milhões de euros) o capital levantado desde a sua criação em 2021 — para reforçar a sua expansão nos Estados Unidos e preparar a entrada no mercado nacional.
Desde a ronda, há pouco mais de um ano, a equipa cresceu para 20 elementos (a sua maioria em Portugal), tendo em Portugal a startup fechado uma parceria com a rede de lojas Zu, da Sonae; a tecnologia IA foi reforçada — “hoje conseguimos fazer leitura [através do sensor] das flutuações da frequência cardíaca, respiratória, ingestão de água, coçar” — tendo a startup sentido uma maior procura e crescimento no b2c, adianta Guilherme Coelho.
Sinergias com pet techs
A ligação à Purrmi no mesmo espaço surgiu de forma “orgânica”, diz. A startup cofundada por João Campaniço está a investir na sua unidade de produção de comida para gatos “100% natural” a Norte, em Guilhabreu, no concelho de Vila do Conde, perto da zona da Maia.
Ao todo são cerca de 150 mil euros, a executar até 2026, de um total de 600 mil que acabou de levantar para alimentar a sua expansão internacional, a iniciar “no primeiro semestre de 2026, com entrada gradual nos mercados de Itália, França e Norte da Europa”, como adiantou recentemente ao ECO o CEO.
Maior presença a Norte que acabou por consolidar a ideia de estar no hub. O mesmo, explica, Guilherme Coelho, junta no mesmo espaço “competências clínicas (médicos-veterinários) e tecnológicas (dados/IA, produto, hardware/IoT), permitindo troca contínua de conhecimento que tanto é preciso em ambiente startup”.
“Queremos ligar clínica, dados e produto para que as sinergias aconteçam diretamente em Portugal, acelerar projetos de saúde animal e promover estudos conjuntos entre equipas e parceiros. Estamos já a discutir a realização do maior estudo de nutrição em tempo real a nível mundial, que deverá arrancar no primeiro trimestre de 2026″, adianta.
Em última análise, “o objetivo é crescer mais rápido em conjunto, aproveitando o know-how de cada organização e, ao mesmo tempo, criar conhecimento setorial que hoje não existe na indústria“, e ao mesmo tempo tirar partido das sinergias criadas quando “juntamos Clínica (Veterinários) com Data Scientist e conseguimos trazer inovação e tecnologia para um mercado quase estagnado nesse sentido”.
Nos planos, está ainda investigação aplicada — com “estudos conjuntos que permitem avançar a informação na indústria veterinária” —, a realização de eventos e workshops técnicos sobre IA aplicada, wearables, triagem remota e nutrição, e a aceleração de equipas e produtos. “Maven Pet e Purrmi cobrem o ciclo early stage de uma startup. Poder partilhar essa experiência permite a outra empresas crescerem mais rápido“, aponta Guilherme Coelho.
Uma experiência e sinergias que querem estender a outras startups do setor. “O hub está aberto a mais startups e parceiros em saúde e bem-estar animal (diagnóstico remoto, telesaúde, seguros, nutrição, hardware/IoT, analytics). Procuramos equipas que queiram partilhar, testar, investigar e aprender aqui, no ecossistema português”, detalha o CEO da Maven.
As candidaturas de interesse são “avaliadas de forma contínua pela Maven Pet e Purrmi”.
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