OpenAI lança Atlas, um browser com o ChatGPT integrado de raiz
A união entre o ChatGPT e um navegador tradicional permite realizar tarefas contextuais e dar ordens contextuais ao chatbot, que passa a ser capaz de "ver" o que o utilizador está a ver.
Navegar na internet na companhia do ChatGPT vai tornar-se mais fácil. A OpenAI lançou esta terça-feira um novo browser desenhado para incorporar de raiz a popular ferramenta de inteligência artificial (IA) generativa. O resultado é uma nova forma de aceder à web, em que o chatbot é capaz de “ver”, responder e até agir com base na informação que está a ser consultada, sem ser necessário alternar entre janelas no computador.
Nesta fase, dizemos computador e não telemóvel porque o ChatGPT Atlas, como é chamado o novo browser, só está disponível no macOS, o sistema operativo dos computadores da Apple. Para quem tem computadores Windows e para os telemóveis, mesmo iPhones, será necessário esperar mais um pouco, mas a empresa já prometeu que estes sistemas serão suportados em breve.
Não é necessário ter uma conta paga do ChatGPT. A OpenAI decidiu disponibilizar o ChatGPT Atlas a todos os utilizadores, incluindo os clientes empresariais. Para tal, é necessário que o administrador da conta principal da empresa autorize essa utilização.

“Com o Atlas, o ChatGPT pode acompanhá-lo em qualquer lugar na web — ajudando-o diretamente na janela onde se encontra, compreendendo o que está a tentar fazer e realizando tarefas por si, tudo isto sem necessidade de copiar e colar ou sair da página. A memória do ChatGPT está integrada, permitindo que as conversas se baseiem em interações anteriores e em detalhes guardados, para o ajudar a concretizar novas tarefas”, explica a OpenAI no comunicado em que anuncia a novidade.
Para exemplificar, a empresa indica que passa a ser possível, através da integração no Atlas, pedir ao ChatGPT tarefas como: “Encontra todas as ofertas de emprego que estive a consultar na semana passada e cria um resumo das tendências do setor para que eu me possa preparar para as entrevistas.”
Outra capacidade que passa a ser desbloqueada por esta novidade é a possibilidade de usar o modo “agente” do ChatGPT dentro do próprio navegador. Neste modo, ao invés de dar apenas resposta escrita ou por voz ao pedido do utilizador, o chatbot é capaz de executar ele mesmo a tarefa, como reservar ele próprio uma mesa num restaurante — pelo menos em teoria, pois o resultado ainda é limitado e há muita coisa intuitiva para os humanos que o programa ainda não é capaz de fazer.
“O seu browser é o lugar onde todo o seu trabalho, ferramentas e contexto se juntam. Um navegador criado com o ChatGPT aproxima-nos de um verdadeiro super assistente que compreende o seu mundo e o ajuda a alcançar os seus objetivos”, refere a OpenAI.

Browsers com IA levantam novos riscos
Apesar de a OpenAI estar a liderar esta nova vaga de IA generativa, e de ter sido a principal empresa responsável por a desencadear em novembro de 2022, o ChatGPT Atlas não é pioneiro neste tipo de plataforma. A empresa tem vindo a enfrentar concorrência: em julho, por exemplo, a Perplexity, uma empresa de IA generativa que congrega num mesmo serviço os modelos da OpenAI e os de outros fornecedores, anunciou o lançamento do Comet, outro browser com IA.
Só que a chegada deste tipo de soluções também tem sido alvo de controvérsia, por introduzir novas vulnerabilidades e riscos de cibersegurança. Recentemente, a Perplexity esteve debaixo de fogo depois de se ter descoberto que o assistente de IA integrado no Comet poderia facilmente ser “enganado” e levado a roubar os dados pessoais do próprio utilizador por qualquer pessoa através de um simples comentário num post numa rede social.
Com estas apostas, as empresas de IA tentam ainda concorrer com o dominante Chrome, da Google, de longe o mais usado em todo o mundo. Uma nova fase da corrida à IA generativa, em que a própria Google está presente com as ferramentas de IA que disponibiliza sob a chancela Gemini.
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