Candidato à Azores Airlines acusa SATA de impedir discussão da estratégia com trabalhadores
Agrupamento diz que o futuro da Azores Airlines "está preso num colete de forças, criado pela Administração da SATA Holding" e que o "objetivo aparente" é "impedir a privatização".
O consórcio Newtour/MS Aviation, único candidato à privatização da Azores Airlines, acusa a administração do Grupo SATA de não a autorizar a discutir com os trabalhadores o seu projeto estratégico para a companhia aérea que assegura as ligações internacionais e para o continente do arquipélago.
“O Agrupamento Newtour/MS Aviation considera inaceitável a postura bloqueadora do Conselho de Administração da SATA Holding, S.A., que tem erguido sucessivos condicionalismos ao diálogo e, consequentemente, impedido os trabalhadores de conhecerem a verdadeira situação da empresa“, afirma num comunicado divulgado esta sexta-feira.
Segundo o consórcio, foi solicitada “autorização formal para dialogar com os trabalhadores, sindicatos e seus representantes, mas não viu o pedido autorizado”.
“Na prática, a Administração da SATA está a impedir uma conversa factual e transparente entre quem trabalha na empresa e quem a quer adquirir“, acusa.
A Newtour/MS Aviation refere que o compromisso de confidencialidade do processo de privatização impede “conversas, negociações, condições e qualquer outro facto ou informação relacionado com a transação que não seja público, bem como qualquer informação desenvolvida de forma independente pelo Beneficiário [o agrupamento], ou em seu nome, no âmbito da transação, independentemente de ter sido divulgada antes, após ou na data do presente Compromisso de Confidencialidade”.
O futuro da Azores Airlines está preso num colete de forças, criado pela Administração da SATA Holding, com o objetivo aparente de impedir a privatização. E essa responsabilidade deve ser assumida.
O consórcio defende, no entanto, que “a intenção do Agrupamento Newtour/MS Aviation, que tem respeitado a reserva que um processo desta natureza exige, nunca foi partilhar informação com estranhos, mas sim com os trabalhadores da Azores Airlines, a quem não pode ser negado o direito à verdade”.
“O futuro da Azores Airlines está preso num colete de forças, criado pela Administração da SATA Holding, com o objetivo aparente de impedir a privatização. E essa responsabilidade deve ser assumida”, afirma ainda o consórcio, o único aceite pelo júri para a aquisição de 76% da Azores Airlines.
O agrupamento tem agora até 10 de novembro para entregar uma proposta final ao júri para a privatização.
A SATA anunciou a 19 de setembro um prejuízo de 44,2 milhões de euros no primeiro semestre, quase idêntico aos 45 milhões registados no mesmo período de 2024. A Azores Airlines, a transportadora do grupo que está a ser privatizada, conseguiu um EBITDA positivo de 300 mil euros, mas prejuízos de 41,1 milhões, mais elevados que no primeiro semestre de 2024.
Face à difícil situação de tesouraria da companhia aérea, o Governo Regional dos Açores autorizou no final de setembro a SATA Air Açores a contrair novos empréstimos de tesouraria até 40 milhões de euros.
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