Ministro da Economia assegura que Bosch vai garantir direitos dos trabalhadores em lay-off
O secretário de Estado da Economia contactou "a Bosch, que assegurou que vai garantir os direitos de todos os trabalhadores e que estes estão disponíveis para trabalhar", avançou o ministro.
O ministro da Economia assegurou que a Bosch vai garantir todos os direitos dos 2.500 trabalhadores que foram colocados em lay-off na sequência da falta de chips. Castro Almeida garantiu que a Bosch vai “continuar a suportar os encargos com os trabalhadores”.
Durante a discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2026, Manuel Castro Almeida disse que o Governo contactou a empresa esta quinta-feira, mas também na quarta e recebeu a garantia da empresa e dos trabalhadores de que assim que a falta de chips for resolvida a empresa retomará a laboração.
“O secretário de Estado da Economia contactou ontem e hoje a Bosch, que assegurou que vai garantir os direitos de todos os trabalhadores e que estes estão disponíveis se e quando houver o material necessário para trabalhar”, disse Castro Almeida.
O lay-off da Bosch na fábrica de Braga vai arrancar em novembro e poderá prolongar-se até abril de 2026, afetando cerca de 2.500 trabalhadores dos 3.300 que emprega em Braga. O Partido Comunista acusou a empresa de atirar para a “Segurança Social os custos das suas opções de gestão”.
“No ano de 2024, a Bosch Portugal auferiu lucros na ordem dos 2,4 mil milhões de euros, registando um crescimento de 18% na unidade de Braga, a maior do país. Foi o terceiro ano consecutivo em que a fasquia dos dois mil milhões de euros de lucros foi superada”, destaca o Grupo Parlamentar do PCP, num documento onde questionou o Governo, por intermédio do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, sobre a situação na fábrica.
No entanto, Castro Almeida garantiu que a Bosch vai “continuar a suportar os encargos com os trabalhadores”. “Não há ninguém mais interessado em retomar a atividade”, assegurou.
Castro Almeida fez questão de sublinhar que a Bosch, “felizmente”, “não tem um problema de quebra de mercado ou falta de clientes”, mas apenas de “falta de um produto que pode ficar interrompido durante algum tempo”.
“Há uma leitura de relativa tranquilidade sobre o futuro da empresa e dos trabalhadores de uma empresa de referência em Portugal e na Europa”, disse Castro Almeida.
A Bosch justificou os ajustes no tempo de produção com a escassez de componentes e por isso as suas equipas estão “em contacto próximo com a Nexperia, um dos fornecedores de componentes eletrónicos, assim como com os clientes afetados e outros fornecedores e subfornecedores”, disse a empresa em comunicado.
Embora o regime de lay-off tenha duração de seis meses, a Bosch garante estar pronta a retomar a “produção nas áreas afetadas assim que os componentes eletrónicos chegarem”. “Assim que este problema for resolvido, a produção em Braga deverá regressar à normalidade, permitindo-nos fabricar para servir os nossos clientes.
Fonte oficial da Bosch avançou ao ECO que a situação afeta apenas a fábrica de Braga porque é aquela que está ligada à produção e comercialização de componentes eletrónicos e multimédia para veículos. Por isso, a Autoeuropa vai fazendo atualizações regulares relativamente à sua capacidade de manter a fábrica de Palmela a laborar.
(Notícia atualizada com mais informação)
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