Ministério encara buscas na TAP “com normalidade” e está “concentrado no corrente processo de privatização”
Ministério das Infraestruturas não foi alvo das buscas realizadas esta manhã pela Polícia Judiciária num inquérito que investiga suspeitas de crime na privatização de 2015.
O Ministério das Infraestruturas e Habitação encara “com normalidade” as diligências feitas esta terça-feira pela Polícia Judiciária num inquérito que investiga suspeitas de crime na venda de 61% da TAP em 2015. Afirma também que “continuará a assegurar” que o processo de privatização em curso decorra com integridade”.
“O Ministério das Infraestruturas e Habitação está absolutamente concentrado no corrente processo de privatização da TAP, cujo prazo para a apresentação de Propostas de Intenção de compra finda no próximo dia 22 de novembro”, afirma o ministério liderado por Miguel Pinto Luz numa nota enviada ao ECO. “Não nos compete comentar processos ou diligências judiciais, mas antes encará-los com normalidade“, acrescenta.
Toda a colaboração com as autoridades competentes será garantida e o Estado português continuará a assegurar que o processo decorra com integridade.
O ministério assinala que o processo de privatização em 2015 foi “escrutinado pelo Tribunal de Contas e pela Assembleia da República, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. O escrutínio é essencial num Estado de Direito e devemos encará-lo como elemento essencial de uma democracia saudável e moderna”.
Assegura também que toda a colaboração com as autoridades competentes será garantida e que “continuará a assegurar” que o atual processo de privatização “decorra com integridade”.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas esta terça-feira de manhã na TAP, no Grupo Barraqueiro e em duas dezenas de outros locais, incluindo escritórios de advogados e sociedades de revisor oficial de contas. O Ministério das Infraestruturas afirmou ao ECO que não foi um dos alvos.
Segundo o Ministério Público, as diligências da “Operação Voo TP789” visam a obtenção de prova respeitante a factos participados ao Ministério Público em dezembro de 2022 e relacionados com a aquisição pelo agrupamento Atlantic Gateway, à Parpública, de 61% do capital social da TAP SGPS e da subsequente capitalização daquela entidade com fundos provenientes de um financiamento acordado, em momento prévio à aquisição, entre a Airbus e a sociedade DGN Corporation (acionista da Atlantic Gateway)”.
“Uma operação como a privatização da TAP implica candidaturas, implica interesse de vários candidatos. Quanto menor for a dúvida sobre o que se passou, sobretudo há muito tempo, melhor para a posição de Portugal“, acrescentou.
Em causa estão factos suscetíveis de configurar a eventual prática de crimes de administração danosa, de participação económica em negócio, de corrupção passiva no setor privado, de fraude fiscal qualificada e de fraude à Segurança Social qualificada.
O Presidente da República também reagiu ao início da tarde às buscas. “Eu vi que há investigação relativamente à decisão de 2015. É um tema que já tinha sido falado. Depois durante muito tempo deixou de ser falado. É vantajoso para a privatização da TAP, em geral, que tudo o que há a investigar seja investigado cabalmente e rapidamente”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Contactada, a TAP disse que “não comenta processos judiciais e colabora sempre com as autoridades em todas e quaisquer investigações”.
O Grupo Barraqueiro confirmou em comunicado as buscas na sede da empresa, e “manifesta total confiança e tranquilidade na sua intervenção no processo de privatização da TAP, não existindo qualquer motivo de preocupação relativamente às diligências em curso”.
(notícia atualizada às 14h15)
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