Exclusivo Miranda Sarmento na pista de fora para liderar o Eurogrupo

Belga é o favorito na corrida à liderança do grupo informal de ministros das Finanças da Zona Euro. Grego também está a fazer campanha. Ministro português pode ser o ‘outsider’ nesta corrida.

ECO Fast
  • Joaquim Miranda Sarmento está na 'short-list' do Partido Popular Europeu (PPE) para a liderança do Eurogrupo, após a saída de Pascal Donohoe, com a eleição marcada para 11 de dezembro.
  • O belga Vincent Van Peteghem é considerado o favorito, mas a candidatura do grego Kyriakos Pierrakakis pode complicar a situação e equilibrar forças.
  • Se Miranda Sarmento for eleito, a candidatura de Mário Centeno à vice-presidência do BCE poderá perder força, alterando o cenário político na Zona Euro.
Pontos-chave gerados por IA, com edição jornalística.

Joaquim Miranda Sarmento é um dos três nomes na ‘shortlist’ do Partido Popular Europeu (PPE) para a liderança do Eurogrupo, cargo que acabou de ficar disponível com a saída de Pascal Donohoe para o Banco Mundial. O ECO sabe que o nome português surge como uma espécie de ‘outsider’ no seio do PPE, da mesma família política de Donohoe e do belga Vincent Van Peteghem, que é apontado como ‘super favorito’ para presidir ao grupo informal de ministros das Finanças da Zona Euro. Mas o processo ainda está em aberto, por várias razões.

A eleição do próximo presidente do Eurogrupo – o vencedor terá de garantir uma maioria simples entre os 20 ministros das Finanças deste grupo informal – terá lugar daqui a duas semanas, na reunião marcada para o dia 11 de dezembro, curiosamente quando arrancará o processo para escolher o próximo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e no qual Mário Centeno alimenta fortes expectativas. Mas as novidades deverão ser conhecidas já esta sexta-feira, o prazo para a submissão das candidaturas ao cargo que já foi ocupado por… Centeno.

O vice primeiro ministro e ministro das Finanças belga, Vincent Van Peteghem, está “virtualmente escolhido” pelo PPE, que quer manter o lugar. De acordo com as fontes consultadas pelo ECO, o seu peso político próprio deverá ser suficiente para ultrapassar o desconforto causado pelo facto de a Bélgica se manter reticente em relação à mobilização de recursos russos (em grande parte congelados no país) para ajudar a Ucrânia. Ainda assim, há quem não veja a eleição do belga como garantida.

Nos bastidores, o grego Kyriakos Pierrakakis, também do PPE, tem estado em campanha ativa e à procura de apoios com vista a uma candidatura capaz de equilibrar as forças com Van Peteghem e que pode baralhar as contas. E tem no primeiro-ministro grego um peso relevante dentro da família popular.

É neste cenário que o nome de Miranda Sarmento poderá emergir como uma solução de compromisso no seio do PPE para desbloquear um eventual impasse neste processo, sabe o ECO. O Ministério das Finanças não respondeu às questões colocadas pelo ECO sobre se o ministro aceitaria candidatar-se ao cargo caso as circunstâncias e as condições lhe permitissem boas chances de ser eleito. Outra fonte próxima do ministro limita-se a constatar: “A decisão é do PPE”, que tem a maioria dos ministros das Finanças do euro. Certo é que Sarmento não está em campanha, como estão os seus homólogos belga e grego, encontra-se em ‘stand by‘, à espera de uma decisão.

Além do currículo, Miranda Sarmento teria a seu favor a boa imagem que o país conquistou nos últimos anos em termos de finanças públicas: Portugal é dos poucos na Zona Euro que apresenta um saldo orçamental positivo e uma trajetória de descida da dívida pública. Poucos ministros poderão dizer o mesmo.

Na situação de o lugar de presidente do Eurogrupo pertencer a Miranda Sarmento, a candidatura de Mário Centeno à vice-presidência do BCE perderia margem na lógica de distribuição de lugares europeus pelos Estados-membros, destacou uma das fontes consultadas pelo ECO.

Embora longe do protagonismo que teve durante a pandemia, o presidente do Eurogrupo mantém um papel relevante na preparação e condução das reuniões dos ministros das Finanças da Zona Euro e na representação do Eurogrupo em instâncias internacionais, desde o G7 até às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial.

Atualmente, a liderança do Eurogrupo está a ser exercida de forma interina pelo ministro das Finanças cipriota, Makis Keravno, e a quem caberá a condução do processo de eleição do próximo presidente.

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