Exportações para os EUA tombam quase 7% até setembro

Vendas de bens para os EUA recuam 6,8% nos primeiros nove meses do ano, mas o impacto das tarifas parece estar a dissipar-se aos poucos. Mercado americano mantém-se como o 4.º principal para Portugal.

As exportações de bens para os EUA tombam quase 7% desde o início do ano, mas as relações comerciais com o mercado americano parecem encaminhar-se para uma tendência de normalização após o forte impacto das tarifas de Trump, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nos primeiros nove meses do ano, as vendas de bens para os EUA diminuíram 6,8% para 3,74 mil milhões de euros, tratando-se de uma queda menos pronunciada do que aquela que Portugal registava no final do primeiro semestre (-8,1%).

A mesma tendência de estabilização parece estar a verificar-se nas importações de bens dos EUA, que registaram um aumento de 8,4% até setembro (totalizando os 1,86 mil milhões de euros), depois de terem estado a acelerar mais de 14,3% na primeira metade do ano.

Em abril, Donald Trump lançou o comércio internacional num profundo ambiente de incerteza ao anunciar tarifas aos seus parceiros comerciais até 50%. O Presidente americano chegou a propor taxas alfandegárias de 30% para produtos europeus, mas chegou a um acordo com a União Europeia no final de julho para a aplicação de tarifas de 15%.

Segundo o INE, as empresas portuguesas estão a ter mais dificuldade em vender sobretudo Combustíveis e lubrificantes, com as vendas para os EUA a tombarem 33,6% entre janeiro e setembro em comparação com o mesmo período do ano passado. As exportações de Máquinas e outros bens de consumo e de Material de transporte recuam 10,3% e 5,5%, respetivamente.

Já as importações de Máquinas e outros bens de capital e de Fornecimentos industriais aumentaram mais de 40% neste período.

Embora o mercado americano se tenha mantido como o 4.º principal para Portugal, o seu peso tem diminuído este ano, representando 6,2% das exportações de bens (em comparação com 6,7% em 2024 e 2,2% das importações (2,1%).

Peso das transações com EUA 2018-2025

Fonte: INE; 2025 com dados até setembro

Saldo da balança cai 400 milhões

Apesar de tudo, Portugal continua a apresentar uma relação comercial positiva com os EUA no que toca ao saldo. Até setembro, entre vendas e compras de bens no mercado americano, a economia nacional registava um superávite de 1,89 mil milhões de euros.

Ainda assim, trata-se de um saldo inferior ao que tinha no mesmo período do ano passado, quando o mesmo atingia os 2,3 mil milhões — ou seja, deu-se uma queda de 400 milhões de euros neste período.

O INE dá conta de “alguma recuperação” no terceiro trimestre, em que o saldo foi de 601,7 milhões de euros, melhorando em relação ao saldo de 557,5 milhões do trimestre anterior.

(Notícia atualizada às 11h52)

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