Haitong: “Oferta da EDP é oportunista”
Analistas consideram que a melhor forma de tirar partido da OPA sobre a EDP Renováveis passa por aumentar exposição à EDP, que tem a faca e o queijo na mão. "Oferta é oportunista", diz Haitong.
Para o Haitong, a melhor forma de os investidores ganharem com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis EDPR 0,00% passa por aumentar a exposição à casa-mãe EDP EDP 0,00% . Os analistas do banco de investimento reviram em alta o preço-alvo da elétrica liderada por António Mexia, porque está em posição de vantagem na sua subsidiária. Quanto à EDP Renováveis, os riscos de liquidez recomendam cautela.
“É uma oferta oportunista, que tira partido do recente mau desempenho da EDP Renováveis e da disponibilidade de fundos após o negócio da Naturgas. A EDP paga um prémio baixo, que não captura o valor fundamental nem o potencial de crescimento da EDP Renováveis”, diz o analista Jorge Guimarães que assina a nota de investimento publicada esta quinta-feira. “Contudo, uma vez que a EDP é o único comprador potencial no mercado e já detém 77,5% da empresa, consideramos que tudo o que precisa é de esperar“, reforça.
A EDP está a oferecer 6,8 euros por cada ação que ainda não detém na EDP Renováveis, numa oferta que será financiada pelos proveitos registados com a venda da Naturgas por 2.591 milhões de euros.
"É uma oferta oportunista, que tira partido do recente mau desempenho da EDP Renováveis e da disponibilidade de fundos após o negócio da Naturgas. A EDP paga um prémio baixo, que não captura o valor fundamental nem o potencial de crescimento da EDP Renováveis. Contudo, uma vez que a EDP é o único comprador potencial no mercado e já detém 77,5% da empresa, consideramos que tudo o que precisa é de esperar.”
Tanto os analistas como os acionistas consideram que a contrapartida é baixa. Mas, apesar de a evolução das ações da EDP Renováveis sugerir uma expectativa do mercado para uma melhoria da oferta, esse cenário é pouco provável aos olhos do Haitong, que alerta para o risco de sobrar pouco da cotada liderada por Manso Neto no mercado após a OPA.
“A EDP indicou a possibilidade de pedir a retirada da EDP Renováveis da bolsa se atingir 90% dos direitos de voto. Embora não seja tão fácil, esta possibilidade lembra os investidores acerca do risco de liquidez na EDP Renováveis”, diz o banco de investimento.
Neste cenário, é a EDP quem surge em posição de superioridade. O que leva o Haitong a considerá-la preferida para “jogar com os drivers da EDP Renováveis, tanto drivers fundamentais como drivers técnicos”.
Assim, o preço-alvo da EDP é revisto em alta dos 3,4 euros para 3,55 euros, o que confere um potencial de valorização de 15,5% face ao fecho de quarta-feira, “refletindo o negócio da Naturgas, uma maior avaliação de mercado da EDP Renováveis e também um ajuste das estimativas”. Mantém a recomendação de “Compra” sobre a EDP. Já a EDP Renováveis vê a sua avaliação revista em baixa, dos 7,9 euros para os 6,8 euros, o mesmo que oferece a EDP.
“Acreditamos que a EDP Renováveis deverá transacionar mais ou menos em linha com o preço da oferta e, tendo em conta a nossa opinião de baixa probabilidade de uma revisão em alta da oferta, embora não haja alterações na nossa avaliação, baixamos a recomendação para “Neutral” com um preço alvo revisto para 6,8 euros, em linha com a contrapartida da oferta”, justifica o Haitong.
As ações da EDP avançam esta quinta-feira 0,55% para 3,09 euros. A EDP Renováveis regista uma alta de 0,19% para os 6,91 euros, ou seja, 10 cêntimos acima da OPA.
EDP avança na bolsa
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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