BCE prepara-se para reduzir estímulos para metade

Economistas só esperam que banco central comece a subir juros em 2019 mas a questão principal é outra. BCE deverá anunciar na quinta-feira que vai cortar estímulos para metade no próximo ano.

O Banco Central Europeu (BCE) deverá reduzir para metade o montante de aquisições de dívida mensais no próximo ano, reduzindo a capacidade do programa à espera que taxa de inflação volte para níveis sustentáveis, revela uma sondagem da Bloomberg junto de economistas.

O conselho de governadores do banco central da Zona Euro volta a reunir esta semana e em cima da mesa estarão discussões em torno da redução dos estímulos monetárias com o quantitative easing. Este programa passa atualmente pela compra de obrigações do governo na ordem dos 60 mil milhões de euros por mês, como forma de dar força aos preços na região. Os economistas esperam que Mario Draghi, presidente da instituição, anuncie um prolongamento deste programa por mais nove meses para lá de dezembro deste ano, engordando o balanço do BCE para cerca de 2,5 biliões de euros.

Uma decisão sobre o chamado tapering deverá ser anunciada esta quinta-feira, em Frankfurt, depois de mais uma reunião de política monetária da autoridade monetária do euro. Em relação à taxa de juro, os economistas não antecipam grandes novidades — um anúncio de subida das taxas do BCE apanharia os mercados de surpresa dado que o mercado só espera que isso acontece em 2019.

“Não tem havido vozes dissidentes no BCE quanto à necessidade de baixar a escala de compras”, referiu Maxime Sbaihi, economista da Bloomberg. “A questão não tem tanto a ver com o ‘se’ eles vão reduzir mas antes com os detalhes de ‘como’ irão fazer esta redução”, acrescenta o especialista.

"Não tem havido vozes dissidentes no BCE quanto à necessidade de baixar a escala de compras. A questão não tem tanto a ver com o ‘se’ eles vão reduzir mas antes com os detalhes de ‘como’ irão fazer esta redução.”

Maxime Sbaihi

Economista da Bloomberg

Os membros do conselho de governadores do BCE estão a considerar um corte no ritmo mensal de compras para pelo menos metade dos atuais 60 mil milhões de euros por mês a partir de janeiro. Ainda que baixem o poder de fogo da bazuca, o banco central deverá deixar o sinal de que pode voltar a intensificar a sua participação no mercado em caso de alguma perturbação que afaste a taxa de inflação do seu objetivo.

“O conselho está preocupado com uma agressiva redução dos estímulos possa provocar danos nas condições financeiras, especialmente deixando o euro ainda mais valorizado”, frisou Kristian Toedtmann, economista da Dekabank.

O euro perde terreno face ao dólar nas primeiras horas desta segunda-feira, mas desde o início do ano valoriza mais de 10% contra a moeda norte-americana.

"O conselho está preocupado com uma agressiva redução dos estímulos possa provocar danos nas condições financeiras, especialmente deixando o euro ainda mais valorizado.”

Kristian Toedtmann

Economista da Dekabank

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