Resultados da Altice Portugal agravam-se em 2018. Meo recupera receita ao longo do ano

O lucro antes de impostos e as receitas da Altice Portugal recuaram em 2018 face ao ano anterior. Mas foram quatro trimestres seguidos de crescimento, depois de um fim de ano atribulado em 2017.

A Altice Portugal fechou 2018 com um resultado financeiro pior do que o obtido no ano anterior, apesar de ter recuperado gradualmente as receitas ao longo do ano.Paula Nunes/ECO

A Altice Portugal viu o lucro antes de impostos cair 11% para 840,1 milhões de euros e as receitas totais derraparem 3,1% no ano passado, apesar da estratégia de expansão da rede de fibra ótica no país e da manutenção do investimento na aquisição de novos clientes por parte da dona da Meo.

Ao longo de 2018, a empresa liderada por Alexandre Fonseca viu os resultados financeiros agravarem-se, numa altura marcada por forte concorrência no setor. Ainda assim, o ano foi de contínua melhoria das receitas, trimestre após trimestre, depois do atribulado fim de ano em 2017, que levou o grupo a decretar o fim das compras e a vender ativos para reduzir a dívida avultada.

Em 2018, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Altice Portugal caiu mais de 11%, para 840,1 milhões de euros. O valor já tem em conta a adoção de novas normas contabilísticas IFR15 e compara com os 949,1 milhões de euros registados em 2017.

Neste período, a empresa registou receitas totais de 2.074,5 milhões de euros. O montante representa uma queda de 3,1% quando comparado com os proveitos totais de 2.141,7 milhões de euros que a Altice Portugal obteve no anterior.

Apesar do agravar dos resultados anuais, o ano terminou com sinais de recuperação para a dona da Meo, com as receitas no último trimestre de 2018 a crescerem pela quarta vez consecutiva e a fixarem-se em 526 milhões de euros, uma subida de 0,2% em cadeia. Esta melhoria é explicada com os “níveis de angariação mais elevados”, uma melhor taxa de desligamento e o crescimento da receita obtida com cada novo cliente.

Já o EBITDA do quarto trimestre caiu cerca de 12% em cadeia, ou 13,8% em termos homólogos, “refletindo a perda de margem bruta, especialmente no segmento empresarial”, e do aumento dos “custos operacionais de angariação, de marketing e de rede”, explica a empresa.

“O sucesso e o investimento sustentável em termos de infraestruturas, a nova estratégia comercial e a melhoria na qualidade do serviço ao cliente, conduzida pela Altice Portugal durante o ano de 2018, contribuíram para a obtenção de melhores resultados operacionais, levando a empresa a atingir números recorde em termos de taxas de desligamento e de angariação de novos clientes”, defende a empresa na mesma nota.

Ao nível europeu, o grupo Altice ATC 0,00% fechou 2018 com um EBITDA ajustado de 5,1 mil milhões de euros e receitas totais de quase 14,3 mil milhões de euros. Os resultados da empresa também pioraram em relação ao ano de 2017, incluindo em França, o principal mercado da companhia.

Fibra à venda, com mais casas ligadas

A equipa de Alexandre Fonseca continuou a investir na expansão da rede de fibra ótica da Meo durante o quarto trimestre do ano passado, um dado que se conhece numa altura em que a Altice Portugal está à procura de um comprador para esta infraestrutura.

Nos três últimos meses de 2018, a rede de fibra ótica da empresa foi expandida a 120 mil novas casas em Portugal. A “autoestrada de informação” da Altice Portugal (expressão muito usada pelo presidente executivo da empresa) tem já 4,49 milhões de casas passadas, segundo os mais recentes números oficiais.

Indicadores que são conhecidos numa altura em que decorre o processo de venda da rede de fibra da Meo. A empresa quer alienar parte deste ativo a um investidor externo, uma operação que lhe permitirá reduzir a dívida e reforçar o foco nas operações core, ou seja, o negócio das telecomunicações. E já há vários interessados.

A ideia do grupo fundado por Patrick Drahi é replicar em Portugal o negócio anunciado em França. A Altice France fez o mesmo com a fibra ótica da operadora SFR, tendo encaixado 1,8 mil milhões de euros com a venda de uma posição de 49,99% no negócio a um consórcio da Allianz e da Axa. A operação deverá ser concluída ainda neste primeiro semestre.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h51)

Cotação da Altice na bolsa de Amesterdão

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