Exclusivo Administração da Pharol abdica de até 20% do salário após despromoção na bolsa

Conselho de Administração liderado por Luís Palha da Silva decidiu reduzir em até 20% o seu próprio salário, depois de a Pharol ter sido despromovida do principal índice bolsista português.

O Conselho de Administração da Pharol decidiu abdicar de até 20% do seu próprio vencimento, depois de a empresa ter sido despromovida da primeira liga da bolsa de Lisboa, apurou o ECO junto de duas fontes familiarizadas com o assunto. A antiga holding da PT vai ainda mudar-se do edifício Amoreiras Square, em Lisboa, para uma localização financeiramente mais acessível, de forma a reduzir as despesas.

Estas informações foram comunicadas pelo presidente executivo da Pharol, Luís Palha da Silva, na última assembleia geral de acionistas da companhia, que decorreu em 25 de março, apurou o ECO. Duas semanas antes, a Euronext Lisbon confirmava que a Pharol era uma das quatro empresas que iriam deixar o PSI-20, a par da Ibersol, Ramada e Novabase. A saída efetivou-se em 21 de março, com a mudança de nome do índice para PSI, quatro dias antes da referida reunião de acionistas da Pharol.

Ora, nessa reunião, Palha da Silva informou os acionistas da decisão do Conselho de Administração de levar a cabo uma redução do próprio vencimento, no limite de 20%, de forma temporária. A administração entende que, apesar de os custos terem vindo a encolher nos últimos anos, ainda existe alguma margem de “compressibilidade”. A opção terá sido acompanhada pelos restantes órgãos sociais da Pharol, sendo que a empresa também tem vindo a reduzir o número de efetivos.

Contactada pelo ECO, fonte oficial da Pharol respondeu que “é a convicção de todos os órgãos sociais de que é preciso um claro alinhamento com os interesses dos acionistas”. No ano passado, as ações da empresa desvalorizaram quase 40%, enquanto o índice de referência nacional subiu 13,7% no mesmo período.

Em 2021, Luís Palha da Silva recebeu 324.660 euros como CEO da Pharol em remuneração fixa e 64.729 euros em remuneração variável, de acordo com o último relatório de governo da sociedade. Os restantes administradores receberam 35 mil euros em remuneração fixa cada um, à exceção de Jorge Cardoso, que recebeu 8.750 euros, e da administradora que representa o Novobanco, Ana Ferreira Dias, pela qual a Pharol pagou 28.700 euros diretamente ao banco.

A Pharol resultou da queda da antiga Portugal Telecom, por causa da exposição ao Grupo Espírito Santo (GES). Já foi a maior acionista da Oi, a operadora brasileira que ficou com os ativos da Meo, vendidos em 2015 à Altice de Patrick Drahi. A posição da Pharol na Oi foi entretanto diluída para 5,28%.

Atualmente, além de gerir esta participação, a Pharol tenta recuperar o dinheiro investido pela PT em dívida da Rioforte, uma subsidiária do GES, no valor de 897 milhões de euros. Com mais de 16,5 milhões de euros em caixa no final de 2021, fechou o ano com um resultado líquido negativo de quase 2,4 milhões de euros. Gastou pouco mais de 1,3 milhões de euros em salários, uma redução de cerca de 10% face aos 1,45 milhões gastos em 2020.

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