Parlamento mantém convite para que von der Leyen apresente nova Comissão amanhã

Mesmo perante um impasse político na Eslovénia e uma mudança de última hora em França, em Estrasburgo a expectativa é de que novo colégio seja anunciado esta terça-feira.

Mesmo perante um impasse político na Eslovénia e uma reviravolta inesperada em França, o Parlamento Europeu espera que Ursula von der Leyen apresente a sua proposta para o colégio de comissários na próxima terça-feira, 17 de setembro. A garantia foi dada esta segunda-feira pela porta-voz do hemiciclo em Estrasburgo que garantiu que os eurodeputados estão “preparados para dar início” ao processo de formação do novo executivo.

“Amanhã, pelas 9h da manhã, está prevista uma conferência extraordinária de líderes na qual a presidente eleita Ursula von der Leyen foi convidada a apresentar a estrutura e portefólios da nova Comissão à presidente do Parlamento [Europeu] e aos líderes parlamentares”, declarou Delphine Colard, no Parlamento Europeu, esta segunda-feira, afastando qualquer cenário de um segundo adiamento.

No entanto, não é garantido que Ursula von der Leyen tenha à disposição 26 nomes para anunciar.

Na Eslovénia, a diplomata Marta Kos – o nome proposto pelo governo em substituição do candidato Tomaž Vesel, a pedido de von der Leyen – ainda aguarda confirmação do Parlamento daquele país. E em Paris, após a demissão de Thierry Breton como representante de França na Comissão Europeia e candidato a um segundo mandato, ainda não é claro se o substituto Stéphane Séjourné chegará também a integrar o próximo colégio por ser alguém desafia as ambições de von der Leyen de uma Comissão paritária. Neste momento, a proposta para a futura Comissão conta com 10 mulheres (uma delas, Maria Luís Albuquerque) e 17 homens.

Assim, e com pelo menos um nome em falta, von der Leyen poderá ser obrigada a fazer ajustes e anunciar apenas a orgânica e portefólios do futuro executivo, sem que tenha nomes associados às pastas.

Em Bruxelas, essa hipótese não é confirmada nem descartada. Na conferência de imprensa desta manha, Arianna Podesta frisou que o “processo está a decorrer” e deixou claro que “24 horas é muito tempo no mundo da política”, aludindo ao impasse político em Liubliana.

Estamos na mesma situação de sexta-feira, a Presidente espera estar em condições de anunciar o Colégio amanhã”, respondeu Podesta.

A porta-voz do Parlamento Europeu também não entrou em detalhes sobre o que espera do anúncio de amanhã, mas sublinhou que “o convite [para a apresentação do colégio] serve para a apresentação da estrutura e portefólios da nova Comissão”, detalhando que a presidente “ficará encarregue de fornecer os detalhes necessários aos grupos parlamentares que permitam dar início ao processo”.

“O Parlamento está preparado mas precisa que os elementos sejam formalmente anunciados e transmitidos. Está nas mãos da Comissão”, disse Colard. Só após a apresentação da orgânica do próximo executivo e depois de terem sido entregues “todos os elementos e documentação necessária” dos candidatos, nomeadamente, currículos, declaração de interesses e cartas de missão da Comissão, é que a agenda relativamente às audições no Parlamento Europeu “ficará mais clara”, anunciou a porta-voz.

Recorde-se que a presidente da Comissão Europeia é responsável pela escolha e pela atribuição das diferentes pastas tendo em conta a dimensão geográfica do país, as competências dos candidatos e, atualmente, o género após nomeações feitas pelos países. As negociações entre os Estados-membros e Bruxelas estão a decorrer desde julho para a atribuição dos pelouros com maior relevância. Embora ainda esteja tudo em aberto, Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, deverá estar na corrida para uma pasta económico-financeira.

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Vereadores do PS querem travar voos noturnos e aumento de capacidade da Portela

Vereadores socialistas entregaram proposta para que o município interponha uma providência cautelar a travar o aumento do número voos e exigir uma avaliação ambiental.

Os vereadores do PS na Câmara Municipal de Lisboa entregaram esta sexta-feira uma proposta para que o município avance com uma providência cautelar para impedir o aumento de capacidade do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) aprovado pelo Governo e determine que as obras a realizar na infraestrutura conduzam à eliminação dos voos noturnos.

A proposta, que surge após uma reunião publica com especialistas, organizações não governamentais, associações de moradores e ambientalistas, pede que “o Município de Lisboa avance de imediato com uma providência cautelar que previna o aumento do número de voos no AHD, evitando passar de 38 para 45 movimentos por hora e de 34 para 40 a 45 milhões de passageiros”, aprovado pelo Conselho de Ministros em maio.

Os vereadores socialistas contestam também o entendimento do Governo de que as obras a realizar na Portela dispensam a realização de uma Avaliação de Impacte Ambiental (AIA). Pedem, por isso, “que seja denunciado o incumprimento do regime jurídico de AIA à Procuradoria-Geral da República“.

A proposta visa ainda que o município aja “judicialmente” contra a ANA por incumprimento do Plano de Ação do Ruído 2018- 2023, acusando a concessionária de não ter realizado obras de insonorização em habitações ou equipamentos, não salvaguardando a saúde pública de centenas de milhares de pessoas”. Defende também que as obras previstas para otimização da operação na Portela “devem implicar, assim que possível, uma eliminação nos voos noturnos atualmente realizados”.

Os socialistas consideram que é necessário elaborar um estudo que avalie “os impactes diversos da exploração do Aeroporto de Lisboa, incidindo nos diversos focos de poluição identificados, incluindo os níveis de ruído e emissões existentes e efluentes produzidos, contemplando a incidência do tráfego atual na saúde pública, no bem-estar e no ambiente”. Propõe ainda que o município seja dotado “de um sistema complementar, autónomo, de medição dos níveis de ruído e emissões atmosféricas (incluindo partículas e micropartículas), com incidência na zona de influência do AHD”.

Para os vereadores Inês Drummond, Pedro Anastácio e Cátia Rosas, “Carlos Moedas não pode continuar a demitir-se das suas responsabilidades nem empurrar os lisboetas para ‘a porta da ANA’, quando lhe compete ser o último garante da legalidade e da salvaguarda dos interesses e do bem-estar dos lisboetas”, afirmam em comunicado.

A proposta pretende ainda que o município reconheça que “os impactes negativos da operação aeroportuária se repercutem com maior intensidade – na saúde, na qualidade vida e no bem-estar – sobre um conjunto muito significativo de pessoas que residem e trabalham em Lisboa, expostos a um conjunto variado de riscos – exposição à emissão de partículas ultrafinas pelos aviões, emissão de CO2, exposição ao ruído, para lá das recomendações da OMS”.

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Gás de botija subiu cerca de 1 euro desde que Governo iniciou descongelamento da taxa de carbono

Os revendedores de combustíveis calculam que a parcela do preço na qual se inclui a taxa de carbono já subiu, pelo menos, um euro desde que o Governo iniciou o descongelamento desta taxa.

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) critica o descongelamento da taxa de carbono que, refere, não estar a ser feito de forma gradual. A consequência, alerta, é um aumento dos preços não só do gasóleo e da gasolina mas também do gás em garrafa. No caso da botija mais usada, o preço já subiu cerca de um euro desde que o Governo iniciou o descongelamento.

O descongelamento da atualização da taxa de carbono tem sido tudo menos feito de forma gradual, ao contrário do que resulta do diploma legal”, entende a associação. De acordo com a mesma fonte, o Governo atualizou a taxa de carbono por três vezes. A primeira, a 26 de agosto, a segunda a 9 de setembro e a terceira a 16 de setembro, sempre no sentido ascendente.

“Esta subida da taxa de carbono tem um forte impacto nos preços finais dos combustíveis que são pagos pelo consumidor final”, alerta a ANAREC, ressalvando que “a subida da taxa de carbono reflete-se ainda com maior incidência no preço do GPL [gás de petróleo liquefeito] engarrafado”, ou seja, no gás de botija.

No caso desta última fonte de energia, “estamos a falar de um aumento de cerca de 1 euro, em menos de mês, com o Governo a planear continuar este aumento“, calculam os revendedores. Atualmente, uma garrafa de gás das mais utilizadas pelas famílias portuguesas (13 quilogramas, butano) paga 3,16 euros de ISP [Imposto sobre os Produtos Petrolíferos], no qual já está incluída a taxa de carbono, informa a associação. No entanto, antes de o Governo dar início ao descongelamento, a mesma garrafa pagava 2,22 euros de ISP (taxa de carbono incluída).

No que diz respeito aos combustíveis líquidos, as três atualizações da taxa de carbono já resultam, em média, num impacto acumulado de 7,5 cêntimos no preço do gasóleo e de 6,9 cêntimos no preço da gasolina. “A ANAREC apela ao Governo que reveja a sua posição quanto ao descongelamento gradual da atualização da taxa de carbono, com particular foco no GPL engarrafado”, apela, por fim, a associação, no comunicado enviado às redações.

Como argumento, a associação entende que para além de se promover uma fiscalidade verde e amiga da descarbonização, ” é igualmente importante assegurar que uma grande parte da população continue a conseguir aquecer a sua casa, a cozinhar os seus alimentos e a manter a sua higiene, em zonas do país onde não há outra alternativa que não o GPL engarrafado”.

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Governo disponível para NAV estudar alternativas nas aterragens e descolagens em Lisboa

  • Lusa
  • 16 Setembro 2024

A administração da NAV disse ter “condições para fazer um estudo no sentido de perceber se era possível introduzir alterações ao sistema de aterragem e descolagem dos aviões”, diz autarca.

O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira disse esta segunda-feira que o ministro das Infraestruturas concordou em pedir à NAV Portugal para “estudar alternativas” ao sistema de rotas de aterragem e descolagem dos aviões em Lisboa.

A administração da NAV – Navegação Aérea de Portugal, segundo explicou à Lusa Fernando Paulo Ferreira (PS), disse ter “condições para fazer um estudo no sentido de perceber se era possível introduzir alterações ao sistema de aterragem e descolagem dos aviões”, mas necessitava “que fosse o Governo a dar essas indicações” à empresa que gere a navegação no espaço aéreo português.

“Daí ter pedido audiência ao senhor ministro das Infraestruturas, que foi sensível à nossa argumentação e então comprometeu-se a mandar a NAV fazer este estudo”, acrescentou.

O autarca de Vila Franca de Xira, que se reuniu com o ministro Miguel Pinto Luz na quinta-feira, admitiu que começa a aparecer “uma luz ao fundo do túnel” para se conseguir “minorar os impactos” da alteração feita em maio nas rotas de aterragem e descolagem no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

“A NAV tinha-me dito que são estudos complexos, porque tem a ver com a segurança aérea e tem também um conjunto de outras autoridades, nomeadamente europeias”, salientou Fernando Paulo Ferreira, que compreende a complexidade dos estudos, mas espera que comecem o mais depressa possível para

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Defesa de Salgado invoca caso de ex-banqueiro alemão para impedir julgamento

Em 24 de Junho de 2024, o tribunal alemão considerou que o ex-banqueiro de 82 anos, Christian Olearius, não podia ser sujeito a um julgamento penal, em razão do seu débil estado de saúde.

Do ponto de vista técnico-jurídico, alguém na posição de Ricardo Salgado, ex-homem forte do BES, é considerado “unfit to stand trial”. Ou seja: não se encontra em condições de ser sujeito a julgamento. Esta é a posição da defesa do arguido que enfrenta, a 15 de outubro, a primeira sessão de julgamento do processo BES. Ricardo Salgado está acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

Na contestação – a que o ECO/Advocatus teve acesso – enviada pelos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squillace ao tribunal, é referido o exemplo de um dos casos judiciais mais mediáticos da Alemanha, conhecido como o processo Cum-Exem, que o ex-banqueiro Christian Olearius, ex-Presidente e CEO do banco alemão M.M. Warburg com 82 anos, foi acusado no maior caso de suposta fraude fiscal perante a Justiça alemã de cerca de 280 milhões de euros.

“Em 24 de Junho de 2024, o tribunal alemão considerou que o arguido Christian Olearius não podia ser sujeito a um julgamento penal, em razão do seu débil estado de saúde. E, acrescente-se, esta decisão foi proferida pelo Tribunal de Bona não apenas na sequência de um requerimento da defesa nesse processo (conhecido como o processo “Cum-Ex”), mas também na sequência de uma promoção do próprio Ministério Público no sentido da decisão judicial que veio a ser proferida”, pode ler-se no documento de quase 900 páginas.

“Note-se que esta decisão foi, precisamente, proferida por um Tribunal alemão à luz da lei penal alemã, que é, precisamente, que a lei que contém os pilares da lei penal portuguesa e na qual a lei portuguesa está baseada”, dizem os advogados. Em particular, na referida decisão de 24 de Junho de 2024, o Tribunal Regional de Bona considerou que o arguido Christian Olearius não podia continuar a ser sujeito a julgamento, em razão do seu estado de saúde, por força do artigo 206 do Código de Processo Penal alemão que prevê que o Tribunal não deve prosseguir o julgamento caso se verifique algum impedimento ou obstáculo processual. “56. Ora, entre os obstáculos ou impedimentos processuais, deve incluir-se, precisamente, o facto de o estado de saúde débil do arguido não lhe permitir enfrentar o julgamento, nomeadamente atendendo à sua duração e complexidade, conforme foi atestado por perícia médica realizada ao arguido Christian Olearius. A solução legal à luz do direito português é, exatamente, a mesma, até, repita-se, porque o sistema penal português está baseado no Direito Alemão”.

O ex-chefe do banco privado alemão MM Warburg, acusado de 15 crimes de evasão fiscal grave, acabou por ver as acusações contra si retiradas devido a questões de saúde. Em causa transferências de ações num curto espaço de tempo – aproveitando uma lacuna na lei – entre as partes na altura do pagamento dos dividendos, a fim de receberem reembolsos de impostos que não tinham efetivamente pago. Acredita-se que as perdas do Tesouro alemão tenham sido na ordem de 280 milhões de euros (300 milhões de dólares), durante o período 2006-2011. Em 2021, o tribunal federal alemão decidiu que estes métodos constituíam uma infração penal.

Salgado e a doença de Alzheimer

Ricardo Salgado sofre de Alzheimer, estando atualmente no segundo grau mais grave da doença, com “dependência de terceiros para algumas atividades básicas”. Depois desta fase, passará para a “dependência total”. O relatório médico, a que o ECO/Advocatus teve acesso, foi assinado por um psiquiatra, neurologista e neuropsicólogo, peritos independentes nomeados exclusivamente pelo INML.

Assim, a perícia confirmou o que, até agora, foi alegado pela defesa de Ricardo Salgado nos diversos processos pendentes – como a Operação Marquês, caso BES e o processo EDP – e conclui que as declarações que Salgado possa fazer em tribunal estão comprometidas. A avaliação “neuropsicológica realizada no examinando é compatível e concorda com a que nos foi facultada e está enquanto prova documental junto aos autos”, dizem os peritos, referindo-se ao relatório feito pelo neurologista de Salgado, Joaquim Ferreira, pedido pela defesa e que foi junto aos vários processos do arguido.

A defesa do banqueiro tem vindo a insistir que, nos últimos dois anos, ao longo dos vários processos que envolvem o seu cliente – BES/GES, Marquês e caso EDP – que fosse pedida uma perícia médica independente ao INML, de forma a que se confirmasse a doença que foi diagnosticada pelo neurologista do ex-banqueiro. Os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce já tinham juntado aos autos o parecer do neurologista Joaquim Ferreira, que atestou “um diagnóstico final e definitivo”, confirmando que o antigo líder do Grupo Espírito Santo (GES) tem Doença de Alzheimer apresentando “um agravamento progressivo das limitações cognitivas e motoras”.

A equipa dos advogados de defesa invocam ainda um caso de janeiro de 2024, em que o Tribunal do Wisconsin extinguiu o
processo-crime contra o antigo Cardeal Theodore McCarrick, precisamente porque considerou que este arguido era “unfit to stand trial”, em virtude da sua doença de demência, que o impediu assistir na sua própria defesa e exercer a sua defesa.

O julgamento do processo BES/GES vai começar no próximo dia 15 de outubro, no Campus da Justiça, segundo um despacho da juíza Helena Susano, que agendou ainda uma reunião preparatória com os advogados para 25 de setembro.

O julgamento do processo-crime Universo Espírito Santo vai arrancar mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014, e tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

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Embraer vai receber 135 milhões de euros de indemnização da Boeing

  • Lusa
  • 16 Setembro 2024

A Boeing irá pagar um "valor bruto de USD 150 milhões para a Embraer” por rescisão unilateral de um acordo de fusão das operações de aviação comercial das duas empresas.

A Embraer informou esta segunda-feira que receberá 150 milhões de dólares (135 milhões de euros) como indemnização da Boeing num processo relacionado com a rescisão unilateral de um acordo de fusão das operações de aviação comercial das duas empresas.

Segundo facto relevante divulgado aos acionistas pela Embraer no Brasil, em relação aos procedimentos de arbitragem pendentes com a Boeing houve decisão em favor de um acordo “celebrado recentemente entre as partes, [no qual] a Boeing irá pagar o valor bruto de USD 150 milhões para a Embraer”.

Em 2018, a Boeing e a Embraer anunciaram um acordo de fusão da área de aviação comercial das duas empresas e a criação de uma joint venture (nova empresa comum) avaliada à época em 4,2 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros, na cotação atual), da qual a fabricante norte-americana assumiria o controlo, com 80% do capital, e a fabricante brasileira ficaria com 20% do capital.

Dois anos depois do anúncio do acordo, porém, a Boeing cancelou o negócio unilateralmente sob a alegação de que a fabricante brasileira não tinha atendido as condições necessárias previstas. Já a Embraer afirmou que a fabricante norte-americana desistiu do negócio devido a problemas financeiros.

O impasse levou à abertura de um processo arbitral, no qual a Embraer pediu reparações do investimento feito para separar os departamentos que ficariam com a nova empresa e o fabrico de aeronaves, das divisões de defesa e aviação executiva, que seriam mantidos sob controlo da fabricante brasileira.

Numa nota emitida hoje, a Boeing confirmou o fim do processo de arbitragem com a Embraer. “Estamos satisfeitos por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer. De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira”, disse a empresa norte-americana.

A Embraer é fabricante e líder mundial de aeronaves comerciais com até 150 lugares e tem mais de 100 clientes em todo o mundo. A empresa brasileira mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.

Em Portugal, a Embraer mantém-se acionista da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, com 65% do capital, em Alverca.

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Cristina Ferreira é o novo rosto dos casinos Betano

  • + M
  • 16 Setembro 2024

A apresentadora e diretora de entretenimento e ficção da TVI é a nova embaixadora da marca de apostas desportivas e casino online. A parceria está a ser revelada através de uma campanha multimeios.

Cristina Ferreira é a nova embaixadora de casino da Betano, marca que dá a conhecer a parceria através de uma campanha, já com a presença da apresentadora e diretora de entretenimento e ficção da TVI. Com planeamento de meios da Mediagate, a campanha vai estar em televisão, out of home, digital e imprensa.

“A Cristina Ferreira é a figura maior do entretenimento em Portugal, enquanto a Betano é a melhor escolha para quem procura divertir-se através do jogo responsável. Com a fantástica colaboração da Another Circus, Trix, Notable e da própria Cristina, criámos uma campanha diferente e inesperada. Termos a Cristina como nossa embaixadora é mais um passo muito sólido na afirmação da marca Betano como a melhor alternativa de entretenimento“, refere José Almeida, marketing manager da Betano Portugal, citado em comunicado.

“A marca Betano, em Portugal, tem vindo a ser premiada sucessivamente, como reconhecimento da sua cada vez maior globalização e do seu foco na tecnologia e nos recursos humanos, procurando aliar o entretenimento de milhões de clientes em todo o mundo a um jogo responsável. Une-nos o entretenimento — o que decidi fazer na minha vida profissional — e deixa-me orgulhosa associar-me a uma marca que se coloca ao lado dos três maiores clubes de futebol, o desporto preferido dos portugueses, bem como tantos outros dos mais importantes eventos desportivos mundiais”, acrescenta Cristina Ferreira.

Em maio, a plataforma de apostas desportivas, presente em Portugal há cinco anos, apresentou uma nova imagem. Na altura, José Almeida, marketing manager da Betano Portugal, explicou ao +M a estratégia por detrás do rebranding da patrocinadora oficial do Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal, feito com o objetivo de dotar a marca de um caráter mais moderno e alinhado com a linguagem das grandes marcas mundiais.

Já no final de agosto foi tornado público que a marca vai patrocinar a Liga Europa e Liga Conferência a nível global. A parceria tem início na presente época e estende-se até à temporada 2026/2027.

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Taxa sobre plásticos gera receitas de 7,2 mil milhões na UE em 2023. Portugal contribuiu com 195 milhões

  • Lusa
  • 16 Setembro 2024

Portugal teve uma contribuição líquida de 195 milhões de euros, ficando em nono lugar de uma tabela liderada por França e Alemanha e com a Itália em terceiro.

A taxa sobre plásticos originou 7,2 mil milhões de euros de receitas para o orçamento da UE em 2023, quantificou esta segunda-feira o Tribunal de Contas Europeu (TCE), alertando para problemas com os dados sobre este recurso próprio.

Num relatório da auditoria ao recurso próprio introduzido em 2021, o TCE destaca que a Comissão Europeia deve assinalar riscos que afetam a qualidade dos dados e definir um calendário para “resolver as dificuldades que impedem cada país de estimar os resíduos gerados” utilizando os dois métodos: o da abordagem baseada nas embalagens colocadas no mercado e na baseada na análise dos resíduos.

Bruxelas deve ainda propor a harmonização da definição de plástico em todos os textos que regem o recurso próprio baseado nos plásticos, tendo o TCE verificado que nem todos os Estados-membros usam a mesma. Portugal teve uma contribuição líquida de 195 milhões de euros, ficando em nono lugar de uma tabela liderada por França (1.564 milhões de euros) e Alemanha (1.423), com Itália em terceiro (855 milhões).

Luxemburgo (12 milhões de euros), Malta (dez milhões) e Chipre (cinco milhões de euros) foram os Estados-membros que menores contribuições líquidas fizeram para este recurso próprio. Segundo dados de 2021, a taxa de reciclagem de embalagens de plástico era de 41% na média da UE e de 38% em Portugal, que reportou a Bruxelas 428,1 milhões de quilos de resíduos de embalagens de plástico produzido e 163 milhões de quilos reciclados.

Os recursos próprios são as principais fontes de receitas do orçamento da UE, tendo, em janeiro de 2021, sido introduzido um novo recurso próprio baseado nos resíduos de embalagens de plástico não reciclados gerados pelos Estados-membros. O objetivo da criação do recurso auditado era diversificar as fontes de receitas da UE e contribuir para os seus objetivos ambientais.

Em 2023, as receitas do recurso próprio baseado nos plásticos ascenderam a 7,2 mil milhões de euros, o que corresponde a 4,0% das receitas totais da UE.

 

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Coimbra inaugura primeiro espaço do país dos Bairros Comerciais Digitais

  • Lusa
  • 16 Setembro 2024

O projeto @BaixaCoimbra teve um investimento de 1,236 milhões de euros, o terceiro maior montante a nível nacional.

Coimbra inaugurou esta segunda-feira o primeiro espaço do país no âmbito dos Bairros Comerciais Digitais, criando assim, na Baixa, um local físico para implementação do projeto focado na componente digital previsto para esta zona histórica da cidade.

O projeto @BaixaCoimbra, financiado no âmbito dos Bairros Comerciais Digitais pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi desenvolvido em consórcio pela Câmara Municipal de Coimbra, pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e pela CoimbraMaisFuturo, contemplando um investimento de 1,236 milhões de euros, o terceiro maior montante a nível nacional.

O plano, que deverá estar implementado até o final de 2025, prevê a utilização de ferramentas digitais para gerar uma nova forma de relacionamento entre os comerciantes, os consumidores e o espaço público, contemplando, ainda, a criação de uma identidade visual comum.

A Casa do Bairro é o “motor de funcionamento” do @BaixaCoimbra, estando situada na Travessa das Canivetas, na Baixa da cidade, disse o vereador do Empreendedorismo, Investimento e Emprego da Câmara Municipal de Coimbra, Miguel Fonseca, na sessão de inauguração. O local, “que é estratégico, no Beco das Canivetas, no coração de Coimbra”, irá ser “um ponto charneira”, onde vão concentrar-se as principais atividades que este projeto tem, acrescentou.

Na ocasião, foi também apresentada a figura do Gestor do Bairro, Rosa Gonçalves, que funcionará como elo entre os comerciantes e o consórcio, sendo ela a responsável pela gestão diária e implementação do plano. Aos jornalistas, Rosa Gonçalves esclareceu que, na Casa do Bairro, os comerciantes poderão encontrar, “principalmente, uma equipa que está a trabalhar com e para eles”, uma “equipa técnica para dar todo o apoio”.

Agora, após a inauguração do espaço, “a primeira medida será conhecer pessoalmente todos os comerciantes da Baixa”, revelou, sublinhando que a era digital é uma ferramenta para dinamização local e que as lojas físicas não deixarão de existir. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, por sua vez, afirmou que o “projeto dos Bairros Comerciais Digitais é absolutamente essencial”, acrescentando que “o ventrículo esquerdo do coração da Baixa vai começar a bombar com mais força, alegria, energia e perspetivas de futuro”.

“Hoje é um dia marcante, porque é o culminar de todo um trabalho que foi desenvolvido até agora pela Câmara e pelos nossos parceiros, no sentido de dar um salto transformador na Baixa de Coimbra”, sustentou. “Faz parte do nosso Plano Marshall para a Baixa e é um dos aspetos mais relevantes, é a transformação digital da Baixa, é fazer a Baixa chegar a todo o mundo”, acrescentou, frisando que o plano só terá êxito se “os comerciantes colaborarem ativamente”.

O @BaixaCoimbra está inserido na área da Baixa, num total de 24,5 hectares com 836 estabelecimentos comerciais e de serviços, e pretende capacitar os comerciantes desta zona para outras formas de venda para além da física, nomeadamente a digital e a híbrida. Entre as medidas previstas, referência, designadamente, para a criação de uma plataforma de venda online (‘marketplace’) e a criação de uma identidade visual comum, assim como ações de formação/capacitação dos comerciantes.

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Manifesto dos 50+50+50 querem que novo PGR não seja do Ministério Público

Os subscritores do Manifesto dos 50+50+50 sugerem que o sucessor da atual titular da investigação criminal seja alguém fora do Ministério Público e que tenha uma cultura de "prestação de contas". 

Os subscritores do Manifesto dos 50+50+50 “por uma Reforma da Justiça em Defesa do Estado de Direito Democrático”, lançado em maio, propõem publicamente que o Governo e o Presidente da República tenham em conta dez critérios na escolha do próximo ou próxima procurador-geral da República (PGR). E chegam mesmo a sugerir que o sucessor da atual titular da investigação criminal seja alguém fora do Ministério Público e que tenha uma cultura de “prestação de contas”.

O mandato de Lucília Gago termina a 11 de outubro mas ainda não são conhecidos que nomes poderão ser propostos por Luís Montenegro a Marcelo Rebelo de Sousa.

Os promotores do manifesto sugerem ao Governo, que irá propor o nome, e ao Presidente da República, que o nomeará, “que a escolha do mais alto responsável [pelo MP] seja cuidadosa” envolvendo “as consultas indispensáveis a que possa merecer o mais amplo consenso possível”.

A tónica do grupo de personalidades com nomes sonantes é o da independência do próximo PGR face a “elementos de natureza corporativa” que “desvirtuam” a missão do Ministério Público (MP), na sua “capacidade, vontade e o sentido de dever” para “dirigir efetivamente o MP” e, também, numa “cultura da prestação de contas” que não delegue “a responsabilidade de informar e esclarecer a opinião pública sempre que necessário”.

A lista é composta por nomes como Leonor Beleza, Rui Rio, Augusto Santos Silva, Daniel Proença de Carvalho, Teresa Pizarro Beleza, Maria de Lourdes Rodrigues, Isabel Soares, David Justino, Eduardo Ferro Rodrigues, Fernando Negrão, Vítor Constâncio, António Vitorino, José Pacheco Pereira, Maria Manuel Leitão Marques, Paulo Mota Pinto, Vital Moreira, António Barreto, João Caupers, Correia de Campos, Álvaro Beleza, António Monteiro, Diogo Feio, Mota Amaral, Sobrinho Simões, entre outros.

E que este “respeite e faça respeitar os prazos constitucionais e legais, nomeadamente quando está em causa a liberdade individual”. Esperam que elimine “práticas que têm desvirtuado a nobilíssima missão do Ministério Público e prejudicado severamente a sua credibilidade e eficácia”, como “o uso ilegal ou abusivo dos meios mais intrusivos de investigação” como buscas domiciliárias e escutas telefónicas, o arrastamento indefinido dos inquéritos, as violações sistemáticas do segredo de justiça ou “o conluio com o ‘jornalismo’ especulativo e sensacionalista”. E consideram crucial que o novo líder do MP “seja portador de uma cultura dos direitos fundamentais” e que garanta o “total respeito pelos princípios e regras do Estado de Direito” e pelo que dispõe a Constituição.

Os promotores do Manifesto sublinham também a necessidade de o futuro PGR dar “garantias de combater quaisquer atos ou riscos de desrespeito” da natureza hierárquica da magistratura do Ministério Público por parte de “elementos ou estruturas internas” do MP. E que o próximo procurador-geral “compreenda, aceite e valorize os contributos e sugestões provenientes dos meios profissionais, da academia, das forças políticas e sociais, da opinião pública e do conjunto da sociedade civil”.

Em síntese, o manifesto deseja uma personalidade que “compreenda a necessidade de uma reforma da Justiça que a torne mais eficiente, mais simples, mais célere, menos custosa e mais respeitadora dos direitos humanos”. E esperam que esta personalidade compreenda a importância, no contexto de uma reforma, da “melhoria substancial do quadro legal e organizacional e do padrão de atuação do Ministério Público”.

Lucília Gago foi ao Parlamento no passado dia 11 de setembroFILIPE AMORIM/LUSA

Quais são os 10 critérios, em concreto?

  1. Seja portador de uma cultura dos direitos fundamentais que garanta total respeito pelos princípios e as regras do Estado de Direito, e, particularmente, pelo que dispõe a nossa Constituição;
  2. Compreenda a necessidade de uma reforma da Justiça que a torne mais eficiente, mais simples, mais célere, menos custosa e mais respeitadora dos direitos humanos, e compreenda a importância, no contexto de tal reforma, de uma melhoria substancial do quadro legal e organizacional e do padrão de atuação do Ministério Público;
  3. Compreenda, aceite e valorize os contributos e sugestões provenientes dos meios profissionais, da academia, das forças políticas e sociais, da opinião pública e do conjunto da sociedade civil, como propostas inteiramente legítimas, válidas e úteis para a reforma necessária, nunca assumindo, face a elas, uma atitude sistemática de indiferença, hostilidade, negação, desconfiança ou menosprezo;
  4. Conhecendo bem o sistema de justiça e, dentro dele, a missão, funcionamento e desempenho do Ministério Público, esteja, porém, liberto(a) de quaisquer vínculos de subordinação ou cumplicidade com os elementos de natureza corporativa que desvirtuam aquela missão e prejudicam aquele funcionamento e desempenho, podendo e devendo, se essa for condição necessária ou favorável de independência pessoal, ser oriundo(a) de fora daquela magistratura;
  5. Seja inteiramente fiel ao que dispõe a Constituição e a Lei sobre a autonomia do Ministério Público e a sua natureza de magistratura hierarquizada, dando garantias de combater quaisquer atos ou riscos de desrespeito por estes princípios, por parte de elementos ou estruturas internas a essa magistratura;
  6. Consequentemente, tenha a capacidade, a vontade e o sentido de dever indispensáveis ao cumprimento da sua obrigação fundamental como Procurador(a)-Geral, a qual é dirigir efetivamente o Ministério Público, assumindo também a responsabilidade de informar e esclarecer a opinião pública sempre que necessário, nunca “delegando” tal responsabilidade em associações ou personalidades sem legitimidade para tal;
  7. Tenha a cultura da prestação de contas, essencial numa sociedade democrática, e, em particular, compreenda que a interação com o Parlamento, a produção tempestiva, nos prazos legais, dos relatórios de atividade e outros instrumentos de informação e escrutínio público, são, não limitações à autonomia do Ministério Público, mas antes, seus alicerces e fatores de desenvolvimento;
  8. Respeite e faça respeitar, no âmbito das suas competências, os prazos constitucionais e legais, nomeadamente quando está em causa a liberdade individual, e, desde logo, o prazo constitucional de 48 horas para que uma pessoa detida seja presente ao juiz, ato que não pode ser confundido, como infelizmente se tem amiúde verificado, com a simples identificação;
  9. Faça do seu mandato uma oportunidade bem-sucedida para eliminar práticas que têm desvirtuado a nobilíssima missão do Ministério Público e prejudicado severamente a sua credibilidade e eficácia, tais como o uso ilegal ou abusivo dos meios mais intrusivos de investigação (como buscas domiciliárias e escutas telefónicas), o arrastamento indefinido dos inquéritos, as violações sistemáticas do segredo de justiça, o conluio com o “jornalismo” especulativo e sensacionalista;
  10. E que seja, sempre, um(a) defensor(a) do Estado de direito e da Justiça democrática, e do importantíssimo papel, no seu quadro, do Ministério Público, designadamente enquanto titular da ação penal, assim como de todos os magistrados e demais funcionários que asseguram diariamente, geralmente com elevada competência e profissionalismo, esse papel.

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Fernando Lança Martins transita para a PwC e assume a liderança da equipa de Contencioso Tributário

O novo reforço do escritório de advogados da consultora PwC, Fernando Lança Martins, vai assumir a liderança da equipa de Contencioso Tributário.

O escritório de advogados da PwC reforçou a equipa com Fernando Lança Martins, que assume a liderança da área de Contencioso Tributário. O advogado transita da Cuatrecasas.

Para Cristina Cabral Ribeiro, legal lead partner da PwC, a admissão de Fernando Lança Martins na equipa de Legal da PwC vem acrescentar conhecimento e experiência, sendo um “passo relevante na estratégia de consolidação e crescimento da oferta de serviços legais pela PwC, baseada na oferta multidisciplinar em que o contencioso tributário, em conjunto com a componente técnica altamente especializada das áreas da fiscalidade da PwC, representam uma oferta profundamente distintiva no panorama nacional”.

Fernando Lança Martins é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e pós-graduado em Fiscalidade pelo ISEG. Com cerca de 17 anos de experiência em contencioso tributário, tem centrado a sua atividade no acompanhamento de inspeções tributárias, e na representação de clientes em litígios perante a Administração Tributária, perante os Tribunais portugueses e perante o Tribunal de Justiça da União Europeia, referentes a todo o tipo de impostos diretos e indiretos, taxas de regulação e em matérias de fiscalidade internacional e fiscalidade da União Europeia

 

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Madrid critica declarações “absolutamente infelizes” de Nuno Melo sobre Olivença

  • Lusa
  • 16 Setembro 2024

O delegado do Governo de Espanha na região da Extremadura considerou "fora de lugar e absolutamente infelizes" as declarações de Nuno Melo sobre Olivença.

O delegado do Governo de Espanha na região da Extremadura disse esta segunda-feira que Olivença é espanhola com uma origem e passados portugueses, a que os seus habitantes não renunciam, e defendeu a promoção da singularidade da localidade.

José Luis Quintana, que falava com jornalistas em Badajoz, lembrou ainda que Portugal e Espanha, ao assinarem os respetivos tratados de adesão à União Europeia, acordaram e reconheceram que “não se podem reclamar os limites de cada país nos tribunais internacionais”. Para o representante do governo espanhol na região autónoma da Extremadura, onde fica localizada Olivença, “é claro que o município é espanhol, embora não renuncie de nenhuma forma às suas origens e passado portugueses”.

Jose Luis Quintana lembrou que há mais de mil pessoas em Olivença que têm dupla nacionalidade e afirmou que os habitantes do município se sentem orgulhosos do seu passado. O delegado do Governo de Espanha (liderado pelo Partido Socialista, PSOE) defendeu “avanços na singularidade de Olivença como espanhola com passado histórico português”.

Jose Luis Quintana comentou assim as declarações sobre Olivença do ministro da Defesa de Portugal, Nuno Melo, na sexta-feira. O presidente da câmara de Olivença, Jose González Andrade, presente no mesmo evento de hoje em Badajoz, considerou infelizes e deslocadas as declarações de Nuno Melo e sublinhou que o próprio ministro “foi consciente” disso mesmo e posteriormente esclareceu que são uma posição pessoal que não vincula o Governo português.

Para o autarca, o ministro não pode “fazer este tipo de declarações sobre polémicas esquecidas” e disse que os habitantes de Olivença “sabem onde estão, orgulhosos do seu passado português” e afastados “de discursos anacrónicos que só pretendem dividir e levantar muros onde há muito tempo há pontes”. González Andrade acrescentou que as relações de Portugal e Espanha são atualmente excelentes e por isso considerou especialmente “fora de lugar e absolutamente infelizes” as declarações de Nuno Melo.

“Em Olivença sabemos onde estamos e também nos sentimos orgulhosos desse passado português. A cidade tem mais de oito séculos de história desde a sua fundação e durante mais de cinco fomos portugueses. Evidentemente, isso reflete-se na localidade, reflete-se no caráter de quem lá vive e reflete-se noutras singularidades que nos tornam únicos na Península Ibérica”, acrescentou, revelando que gosta de dizer que Olivença é “a capial ibérica”.

Para o autarca, a relação de Portugal com Espanha e o caso de Olivença são um exemplo de diálogo e de mistura de culturas “que é preciso aproveitar de forma positiva” e não com discursos que dividem ou reavivam polémicas. Também esta segunda, em Mérida, a presidente do governo regional da Extremadura, María Guardiola, disse que o debate sobre Olivença não está em cima da mesa e realçou as boas relações entre Portugal e Espanha.

A líder da Junta da Extremadura, que é do Partido Popular (PP, direita), disse que Olivença é espanhola desde 1801 e “vai continuar a ser”. María Guardiola destacou a seguir a relação “fantástica” da Extremadura com Portugal, como provam as últimas décadas em termos de cooperação transfronteiriça.

“Avançámos mais como parceiros europeus e irmãos do que nos últimos séculos”, afirmou, citada pela agência de notícias EFE e a rádio COPE. Sobre as declarações de Nuno Melo, afirmou que é uma opinião pessoal do ministro e líder do CDS-PP. “Não a partilho e na Extremadura vamos continuar a defender a espanholidade de Olivença”, acrescentou.

Nuno Melo afirmou na sexta-feira, na cerimónia comemorativa do Dia do Regimento de Cavalaria N.º 3 (RC3), em Estremoz, que “Olivença é portuguesa, naturalmente, e não é provocação nenhuma”. “Aliás, por tratado, Olivença deverá ser entregue ao Estado português”, continuou Nuno Melo em resposta aos jornalistas.

Posteriormente, escreveu na rede social X que a posição que expressou é pessoal e que “não vincula o Governo” (PSD/CDS-PP, liderado por Luís Montenegro). Olivença, com cerca de 12 mil habitantes, é uma cidade na zona raiana reivindicada por direito por Portugal, desde o tratado de Alcanizes, em 1297, mas que Espanha anexou e mantém integrada na província de Badajoz, na comunidade autónoma da Extremadura, apesar de ter reconhecido a soberania portuguesa sobre a cidade quando subscreveu o Congresso de Viena, em 1817.

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