As réplicas do sismo nas redes sociais. Como as marcas reagiram

Num abalo sem feridos ou prejuízos, o sismo que se fez sentir em Portugal foi aproveitado pelas marcas para pontuarem nas redes sociais. As publicações são marcadas por humor e trocadilhos.

A semana começou marcada pelo registo de um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter durante a madrugada de segunda-feira. Sem o registo de vítimas ou de grandes danos, o fenómeno geológico foi aproveitado por várias marcas para comunicarem nas redes sociais, fazendo trocadilhos, piadas ou, noutros casos, para aproveitarem e divulgarem informação didática.

O acontecimento foi desde logo aproveitado, por exemplo, pela Sagres. Num período em que as férias chegam ao fim para muitas pessoas, a marca de cerveja diz que “não era preciso um abanão de realidade assim”.

O Pingo Doce, por seu turno, aproveitou para publicitar a sua app e uma das suas funcionalidades.

Publicando uma foto do ator José Condessa, a Netflix comentou que a mesma “é capaz de causar um tremor de terra superior a 5.3 na escala de Richter”, numa clara alusão ao sismo sentido esta segunda-feira.

Numa altura marcada pelo regresso às aulas – período de vendas bastante relevante para várias marcas – a Staples aproveitou o fenómeno para promover os seus descontos em material escolar que também “abalam” Portugal.

Já a Meo, perguntou, num reel se os seus seguidores também sentiram o abalo. Este foi também o formato adotado pelo Grupo Ageas que publicou um reel com a famosa personagem Mr. Bean, numa postura “perplexa”, acompanhada pela frase “quando acordas a tremer e não sabes se o seguro da casa cobre sismos”.

A RFM também aproveitou o evento no seu programa Café da Manhã, lançando a “Música do Terramoto”.

No caso da Control, e sendo já a marca reconhecida nas redes sociais por aproveitar os assuntos do momento para comunicar, os internautas questionaram-se e fizeram também piadas quando a marca fez um post (de certo já agendado) que não estava de todo relacionado com o assunto que marcou o dia.

“É Agosto. A malta do marketing está de férias 🤣🤣 #ripterramoto” ou “o estagiário não sentiu o tremor dentro dele” foram alguns dos comentários feitos à publicação, aos quais se juntaram até outras marcas, como a Betclic Portugal, que comentou “não tínhamos apostas para falharem uma destas… 😢”.

A marca de preservativos não se ficou e aproveitou para “pontuar” a dobrar nas redes sociais, com uma publicação que conjugava tanto o fenómeno do sismo como uma resposta aos internautas que esperavam pela publicação.

 

A Durex também não perdeu a oportunidade de comunicar e publicou uma imagem de um produto, fazendo um trocadilho com o seu nome e a “intensidade” sísmica.

De uma forma mais didática, a Agriloja explicou, em várias imagens, como as pessoas devem reagir perante um sismo, fazendo diversas recomendações.

Outros exemplos de marcas que também aproveitaram o sismo para fazerem publicações nas redes sociais:

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ouro em máximos com perspetivas da Fed e tensões geopolíticas

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

As expectativas de um corte das taxas de juro nos Estados Unidos e as tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia conduziram o preço da onça a níveis recorde de 2.531 dólares na semana passada.

O preço do ouro tem vindo a subir e atingiu máximos históricos ao superar os 2.500 dólares, o que se deve às expectativas face a um corte de juros nos EUA e também às tensões geopolíticas.

O preço do ouro está novamente em máximos, apoiado pelo comportamento das yields e do dólar americano que têm vindo a recuar fortemente“, tendo em conta que, “no caso do dólar, só este mês já desvalorizou mais de 3%, enquanto as yields a 10 anos já recuaram mais de 7%”, sinaliza o analista da Xtb Henrique Tomé à Lusa.

A contribuir para as valorizações do ouro está também a incerteza geopolítica no Médio Oriente: “ainda que não esteja a ser o principal driver, tem um papel também importante”.

O preço do ouro registou um máximo histórico na semana passada, ao atingir 2.531 dólares a onça, e tem estado a negociar em valores próximos dessa marca.

Como indica também David Finger, Fund Manager na Allianz Global Investors, à Lusa, “a principal razão para a subida acentuada do ouro é a expectativa de uma política monetária menos rigorosa por parte da Reserva Federal“.

Segundo o analista, “as pressões inflacionistas mais baixas e o arrefecimento da economia nos EUA dão alguma margem para cortes no final de 2024”, nomeadamente tendo em conta os últimos comentários do presidente da Fed, Powell, que projetaram uma perspetiva pacífica.

“Além disso, o ouro está a beneficiar de tensões geopolíticas mais elevadas, uma vez que é utilizado como uma exposição estabilizadora na gestão de carteiras em tempos de crise (Ucrânia, Médio Oriente)”, destaca o analista, acrescentando ainda que os bancos centrais estão a “aumentar as suas reservas de ouro para diversificar as exposições cambiais”.

A principal razão para a subida acentuada do ouro é a expectativa de uma política monetária menos rigorosa por parte da Reserva Federal.

David Finger

Fund Manager na Allianz Global Investors

Esta última tendência também é destacada por James Luke, Fund Manager de Metais na Schroders, que escreve numa nota de análise que “o agravamento das tensões entre os Estados Unidos e a China, e as sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022, levaram os bancos centrais a comprarem um volume recorde de ouro como ativo de reserva monetária”.

O analista identifica ainda outra tendência: “os investidores ocidentais, cujas vendas não foram suficientes para travar os preços recorde do ouro, são outro participante importante que poderá passar de vendedor a comprador nos próximos trimestres”.

Quanto ao que se pode esperar para os próximos tempos, a Schroders considera mesmo que a dinâmica atual pode “desencadear um dos mais fortes mercados em alta desde que o Presidente Nixon pôs fim à possibilidade de converter dólares americanos em ouro, em novembro de 1971“, escreve numa nota de análise.

“Com os preços do ouro a atingirem em média 2.200 dólares por onça no acumulado do ano, e a nossa opinião de que a inflação dos custos deverá abrandar consideravelmente, esperamos assistir a uma expansão muito forte das margens e à geração de fluxos de caixa à medida que o ano avança. Pensamos que o fluxo de caixa intenso e a disciplina financeira se tornarão difíceis de ignorar e, com o tempo, começarão a mudar as opiniões menos positivas”, reitera James Luke, Fund Manager de Metais na Schroders, que assina a nota.

Henrique Tomé aponta que “as perspetivas futuras são animadoras, uma vez que se espera que os fatores (USD e yields) que têm estado a contribuir para as atuais subidas, possam continuar a sua tendência descendente, devido às expectativas de reduções das taxas de juro por parte da Reserva Federal Americana”.

“Além disso, a massa monetária é um fator importante e que influencia também o comportamento dos metais preciosos: não só o ouro, como também a prata”, salienta o analista.

James Luke também considera que “a mudança das tendências geopolíticas e fiscais prepara o terreno para uma procura sustentada de ouro, e empresas de extração de ouro podem estar a preparar-se para uma recuperação significativa“.

[A dinâmica atual pode] desencadear um dos mais fortes mercados em alta desde que o Presidente Nixon pôs fim à possibilidade de converter dólares americanos em ouro, em novembro de 1971

James Luke

Fund Manager de Metais na Schroders

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PRR

Nenhum comerciante recebeu ainda o voucher para digitalizar negócio

  • ECO
  • 27 Agosto 2024

Meta do PRR prevê que 12.500 empresas sejam apoiadas ao abrigo das "aceleradoras de comércio digital” até ao final de setembro. Mas, até agora, nenhuma recebeu o voucher de 2.000 euros.

O apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinado à digitalização do comércio das pequenas e médias empresas (PME), através de um voucher de 2.000 euros, ainda não chegou a qualquer negócio, avança o Jornal de Notícias. A meta inscrita no PRR pressupõe que pelo menos 12.500 empresas sejam apoiadas pela medida até 30 de setembro, um prazo que o país está, assim, em risco de não cumprir.

Este atraso deve-se, em parte, à demora na elaboração do catálogo de serviços digitais disponíveis para as empresas. Embora o Ministério da Economia garanta que o mesmo “já está disponível”, só foi concluído há um mês e ainda não chegou às associações empresariais, que são os organismos que fazem a ponte entre o Governo e os comerciantes. Outro problema prende-se ainda com a plataforma de submissão de documentos e despesas, que só foi criada em abril deste ano e funcionou deficientemente até há um mês.

A meta do comércio digital, que até setembro do próximo ano prevê apoiar pelo menos 25 mil empresas, foi considerada “crítica” pela Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR. A entidade liderada por Pedro Dominguinhos fala em “situações preocupantes de escassez de liquidez” nas associações empresariais e “mal-estar junto das empresas”, o que pode levar “ao abandono do projeto”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Zero defende fim dos voos noturnos no aeroporto de Lisboa

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

Só nas últimas duas semanas, a associação ambientalista detetou no Aeroporto Humberto Delgado 115 voos noturnos acima do permitido por uma lei que remonta a 2004.

A associação ambientalista Zero defendeu esta terça-feira a proibição de voos noturnos no aeroporto de Lisboa, entre as 0h30 e as 5h00, a partir do verão de 2025, alertando para a poluição sonora provocada pelas aeronaves.

Em comunicado, a Zero refere que, nas últimas duas semanas, foram registadas no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, 115 voos acima do permitido.

De acordo com uma portaria de 2004, está estabelecido o máximo de 91 movimentos aéreos semanais e 26 diários entre a 0h00 e as 6h00. Aquela portaria estabelece ainda que a autorização de movimentos aéreos durante o período noturno está condicionada aos níveis de ruído das aeronaves utilizadas.

“Nas duas últimas semanas foram contados pela Zero no referido período, com base em informação pública disponibilizada pela ANA Aeroportos, 139 movimentos aéreos (mais 48 que o permitido) na semana compreendida entre 12 e 18 de agosto e 158 movimentos aéreos (mais 67) na semana decorrida entre os dias 19 e 25 do mesmo mês, violando os limites estabelecidos na legislação que abriu lugar a exceções em 2004”, sublinha a Zero.

A associação ambientalista indica ainda que, no dia 20 deste mês, foram registados 33 movimentos aéreos entre as 0h00 e as 6h00, “transgredindo o máximo diário permitido pela exceção à lei geral”.

“O último número conhecido quanto ao valor global das coimas aplicadas nestes casos é de apenas 52.400 euros em 2022, o que é desprezável face aos 206 milhões de euros em custos para a saúde pública que foram apurados em 2019 pelo Grupo de Trabalho da Assembleia da República no âmbito do Estudo e Avaliação do Tráfego Noturno do Aeroporto Humberto Delgado”, refere a Zero.

Face a esta situação, a associação defende um conjunto de medidas, nomeadamente a instauração de um período sem voos agendados entre as 0h30 e as 5h00, “com flexibilidade para movimentos com atraso poderem ocorrer até à meia-noite e meia”.

“Perante a gravidade da situação, a Zero quer que as autoridades apliquem as conclusões do grupo de Trabalho que analisou os voos noturnos no Aeroporto de Lisboa, garantindo que, num primeiro passo, no verão de 2025 sejam totalmente proibidas as operações de aterragem e descolagem no Aeroporto Humberto Delgado no período entre a meia-noite e meia e as cinco da manhã”, sublinha a nota.

A Zero defende, ainda, a “obrigatoriedade, por parte do gestor da infraestrutura, da publicação mensal do número de pessoas afetadas por níveis de ruído noturno acima dos 45 decibéis e a definição de uma estratégia para o cumprimento da lei do ruído.

A associação pretende, igualmente, a “aplicação de uma taxa de ruído aos voos, em função das suas emissões sonoras”, assim como a revisão das coimas por violação da legislação”.

“De acordo com o contador da Zero, presente na página zero.ong, os custos do não encerramento do Aeroporto Humberto Delgado estão já perto dos dez mil milhões de euros desde 2015, ano em que a infraestrutura deveria ter sido encerrada”, indica a associação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Digitalização do comércio, IRS e Saúde

  • ECO
  • 27 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Até agora, nenhuma empresa recebeu o apoio de 2.000 euros, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para investir na digitalização do negócio ao abrigo das “aceleradoras de comércio digital”. A receita do IRS deve superar as previsões inscritas no Orçamento do Estado, mesmo com o alívio adicional do imposto para este ano. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Nenhum comerciante recebeu ainda o voucher para digitalizar negócio

O apoio do PRR destinado à digitalização do comércio das pequenas e médias empresas (PME), através de um voucher de 2.000 euros, ainda não chegou a qualquer negócio. Este atraso deve-se, em parte, à demora na elaboração do catálogo de serviços digitais disponíveis para as empresas. Embora o Ministério da Economia garanta que o mesmo “já está disponível”, só foi concluído há um mês e ainda não chegou às associações empresariais, que são os organismos que fazem a ponte entre o Governo e os comerciantes. A meta inscrita no PRR pressupõe que pelo menos 12.500 empresas sejam apoiadas pela medida até 30 de setembro, um prazo que o país está, assim, em risco de não cumprir.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Mesmo com novo alívio, receita de IRS deve superar previsões

As novas tabelas de retenção na fonte já publicadas, em que o Governo abdica ainda este ano de 650 milhões de euros, podem, mesmo assim, não impedir o Estado de arrecadar mais receitas com o IRS do que o previsto no Orçamento do Estado para 2024. Em contabilidade pública, estimava-se uma diminuição da receita do imposto em 0,4% no fluxo de caixa das Administrações Públicas, de 76,1 milhões de euros, para 18.071,3 milhões de euros, mas só na primeira metade do ano já se observa uma subida homóloga de 5%, ou seja, mais 324,5 milhões de euros. A este ritmo, sem recuo no emprego ou novas medidas, seria possível encaixar mais 896 milhões de euros em receita do imposto do que há um ano.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Especialistas querem lei que regule partilha de dados de saúde com privados

Investigadores da área da saúde defendem que o projeto-piloto do Registo de Saúde Eletrónico único só deve avançar depois de o Parlamento legislar sobre a matéria, considerando que só assim se conseguirá assegurar um modelo de governação e regulamentação específica sobre como será feita a partilha dos dados dos utentes entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os privados. O projeto está a ser preparado com base na aprovação, em abril deste ano, do regulamento do Espaço Europeu de Dados de Saúde, que estabelece regras sobre a forma como estes dados serão partilhados e que terão de ser cumpridas em toda a Europa a partir de 2026.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Regras de resistência a sismos são mais leves para reabilitar edifícios

O nível de exigência para reabilitar edifícios antigos — nomeadamente, antes de 1958, ano do primeiro regulamento antissísmico — é “um bocadinho mais baixo” do que para construir novos, segundo um especialista da Ordem dos Engenheiros (OE), que realça, porém, que não há “um mundo de diferença” entre as normas. Humberto Varum admite que as regras menos apertadas colocam questões de segurança, mas só se a reabilitação for feita “sem olhar para a segurança sísmica”. Porém, há cada vez menos espaço para que isso ocorra, assegura.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Governo estuda novos apoios após queixa de discriminação com fundos

O Governo está a avaliar a possibilidade de vir a lançar novos avisos em resposta a uma queixa de alegada discriminação do setor privado no acesso a fundos europeus destinados a instituições de Ensino Superior. Em causa está um aviso, lançado no final de julho, que visa a criação e melhoria de infraestruturas e a criação de Cursos Técnicos Superiores Profissionais na região Norte, com uma dotação total de 10,5 milhões de euros, que pode ser revista em alta “até ao limite de 30,5 milhões”. No entanto, apenas instituições públicas podem candidatar-se.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dona da Temu afunda 28,5% em bolsa após alertar para quedas nos lucros

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

Cofundador da Pinduoduo, dona da plataforma de comércio eletrónico Temu, avisou que "o elevado crescimento das receitas não é sustentável e que uma tendência de queda da rendibilidade é inevitável".

A gigante chinesa do comércio eletrónico Pinduoduo caiu 28,51% na bolsa Nasdaq em Nova Iorque depois da operadora da plataforma internacional Temu ter alertado para uma tendência de queda dos lucros.

“Os resultados deste trimestre mostram que o elevado crescimento das receitas não é sustentável e que uma tendência de queda da nossa rendibilidade é inevitável”, disse o cofundador e presidente do grupo, Lei Chen, numa conferência com analistas.

Embora o volume de negócios da Pinduoduo tenha crescido 86% face ao ano anterior no segundo trimestre, fixando um novo recorde com 97,1 mil milhões de yuan (12,2 mil milhões de euros), o valor ficou abaixo das previsões dos analistas: 99,9 mil milhões de yuan.

O resultado líquido superou as expectativas ao atingir 32 mil milhões de yuan (4,02 mil milhões de euros), depois de ter crescido 144%. Os especialistas esperavam que fosse de cerca de 27,5 mil milhões de yuan.

“O crescimento dos lucros nos trimestres anteriores não deve ser utilizado como um guia de longo prazo (…). À medida que entramos numa nova fase de investimento, quero deixar claro aos nossos investidores que o nosso processo terá uma tendência descendente gradual a partir do terceiro trimestre, e que haverá flutuações ou recuperações no curto prazo”, disse Lei.

O executivo aludiu ainda às “incertezas consideráveis” derivadas da concorrência cada vez mais intensa e às “rápidas mudanças no ambiente externo”, que se traduzem em que as operações da Pinduoduo “serão cada vez mais afetadas por fatores externos ao negócio”.

Os resultados deste trimestre mostram que o elevado crescimento das receitas não é sustentável e que uma tendência de queda da nossa rendibilidade é inevitável.

Lei Chen

Cofundador e presidente da Pinduoduo

Na China, a empresa compete com rivais poderosos como a Alibaba ou a JD.com por um crescimento cada vez mais difícil, dada a desaceleração da procura a nível doméstico.

A Temu expandiu rapidamente a sua presença em 75 países, incluindo em Portugal, após o seu lançamento em setembro de 2022 e concorre com rivais chineses como a Shein, TikTok Shop ou a filial internacional da Alibaba, AliExpress, dando-se a conhecer pela oferta de produtos com preços muito baixos.

A Temu enfrenta atualmente o escrutínio das autoridades da União Europeia (UE) ou dos Estados Unidos, que ponderam impor taxas alfandegárias a este tipo de plataformas chinesas que vendem a preços baixos.

A imprensa chinesa atribui ainda a queda das ações ao desinteresse dos investidores, depois de Lei ter descartado planos de recompra de ações ou de distribuição de dividendos nos próximos anos, garantindo que a Pinduoduo ainda necessita de mais capital por estar numa “fase de investimento”.

“Precisamos de investir pacientemente na saúde da plataforma a longo prazo (…). Manteremos o nosso compromisso com investimentos pacientes, mesmo que os lucros a curto prazo sejam afetados”, observou Lei.

O outro cofundador da Pinduoduo, Colin Huang Zheng, é o homem mais rico da China, de acordo com o índice de milionários da Bloomberg, divulgado no início de agosto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado paga 474 euros por criança às instituições do programa de creches gratuitas

Valor significa mais 13,80 euros do que no ano letivo de 2022 e 2023. Programa abrange atualmente mais de 100 mil crianças e quase duas mil instituições.

O Estado paga atualmente 473,80 euros por criança de mensalidade às instituições abrangidas pelo programa de creches gratuitas, conhecido como “Creche Feliz”. O valor significa mais 13,80 euros do que no ano letivo de 2022 e 2023, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Dados do Ministério tutelado por Rosário Palma Ramalho, enviados aos deputados, indicam que o programa abrange atualmente 1.998 instituições, sendo 1.511 da rede solidária, 472 da rede aderente e 15 da rede pública. Do total, o concelho de Lisboa regista o maior número de creches aderentes (110), seguido por Sintra (60) e Vila Nova de Gaia (50).

No total estão abrangidas pelo programa “Creche Feliz” 100.124 crianças, sendo que mais de seis mil têm 0 anos, 34.624 têm um ano, 41.283 dois anos, 15.464 têm três anos e 24 têm quatro anos. O concelho com o maior número de crianças abrangidas é Lisboa (7.074), seguido por Braga (2.333), Oeiras (2.313), por Loures (2.295) e Cascais (2.089).

Face à identificação de constrangimentos em alguns territórios, tendo por base a procura e oferta da resposta social creche, têm sido exploradas todas as possibilidades de colocação de crianças em creches“, refere o Ministério, salientando que uma das razões que levou o Governo à criação do Grupo de Trabalho para a Generalização do Acesso à Educação de Infância “foi a necessidade de se realizar um diagnóstico da rede existente de estabelecimentos de creche e de jardim de infância, na rede nacional da educação pré-escolar e no seu seio com particular urgência em agrupamentos de escolas e entidades do setor social e solidário”.

Neste sentido, o Governo sinaliza que “só quando o cruzamento desta informação com os pedidos de gratuitidade estiverem estabilizados será possível aferir as necessidades reais, bem como a realização de um planeamento e alargamento da resposta creche nos territórios pela lista de espera daí resultante”.

A medida aplica-se a crianças nascidas antes de 1 de setembro de 2021, abrangidas pelos 1º e 2º escalões de rendimentos da comparticipação familiar, nas creches da rede social e solidária. A medida aplica-se também a todas as crianças nascidas a partir de 1 de setembro de 2021, inclusive, que frequentem as respostas sociais – creches, creches familiares, da rede solidária –, bem como amas da Segurança Social e creches da rede lucrativa e pública que integrem a bolsa de creches aderentes.

A Segurança Social assume a totalidade da comparticipação das famílias, estando incluídas as despesas de atividades e serviços habitualmente prestados pelas creches (nutrição, atividades pedagógicas, lúdicas e de motricidade, entre outras), alimentação, incluindo dietas especiais mediante prescrição médica, processo de inscrição, renovação e seguros e o prolongamento de horário e extensão semanal.

De fora ficam “as despesas com atividades extra projeto pedagógico, de caráter facultativo, que as instituições pretendam desenvolver e nas quais os pais ou representantes legais inscrevam as crianças, assim como a aquisição de fraldas, fardas e uniformes escolares, bem como serviços de transporte e outros de natureza facultativa”, de acordo com informação da Segurança Social.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dow Jones renova máximos em dia verde em Wall Street. Investidores ansiosos com lucros da Nvidia

  • ECO
  • 27 Agosto 2024

Ao longo desta terça-feira, 27 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

#24 As férias de Cristina Pimentel. “Pausa na rotina” dos autocarros

A presidente da STCP aproveita a “breve pausa” para voltar a livros de Paul Auster e Rentes de Carvalho, e a “mudança de ambiente e distância” para refletir “com tempo” sobre os transportes públicos.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Embora tente “não estar demasiado presente” durante as férias, a presidente da STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto refere que “desligar totalmente é sempre difícil” quando a empresa que lidera presta um serviço de 24 horas durante os 365 dias do ano. Vai aproveitar a “breve pausa” para voltar a livros de Paul Auster e Rentes de Carvalho, e também para “refletir um pouco, com tempo” sobre os desafios dos transportes públicos.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Procuro aproveitar o tempo de férias para avançar nos livros que tenho em mãos e que não raras vezes são releituras de livros que me marcaram e aos quais gosto de voltar. Levarei na bagagem Paul Auster e Rentes de Carvalho. Dois autores que não me canso de ler e de reler. Não sendo espectadora assídua de séries de televisão, aproveito o verão para me manter apenas atualizada assistindo, quando possível, a programas de atualidade e ouvindo podcasts sobre a atualidade nacional e internacional.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Desligar totalmente é sempre difícil se considerarmos que a STCP presta um serviço de 24 horas durante os 365 dias do ano. Mas procuro não estar demasiado presente, mantendo, no entanto, o contacto necessário para assuntos mais urgentes ou apoio pontual num ou outro projeto em curso.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

As pausas na nossa rotina e no nosso dia-a-dia, a mudança de ambiente e a distância, apresentam-se sempre como bons momentos para refletir sobre o trabalho realizado e sobre os projetos e objetivos que temos em mãos. Priorizo o momento em que a empresa se encontra e aproveito a breve pausa das férias para refletir um pouco, com tempo, sobre os desafios que temos pela frente e que nos propusemos alcançar.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

Numa empresa em que a atividade é constante, sem pausas, diria que os temas que marcarão a denominada rentrée são aqueles que tem vindo a marcar o nosso desempenho e a nossa atividade até à data. O setor dos transportes públicos de passageiros tem assistido a uma enorme transformação nos últimos anos apresentando-se cada vez mais como um setor fundamental para o desenvolvimento sustentável das cidades, o que nos obriga a atuar em várias frentes e projetos distintos sem perdermos o nosso foco no cliente e na qualidade do serviço que prestamos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angola rendeu mais de 700 milhões ao BPI na última década

Um terço dos lucros de 2,2 mil milhões de euros que o banco português acumulou nos últimos dez anos veio do Banco de Fomento de Angola.

O Banco de Fomento Angola (BFA) rendeu mais de 700 milhões de euros ao BPI na última década, tendo contribuído para um terço dos lucros de 2,2 mil milhões que o banco português acumulou entre 2014 e 2023, de acordo com as contas feitas pelo ECO.

O Estado angolano já deu o pontapé de saída para a venda do BFA através de uma oferta pública inicial (IPO) na bolsa de Luanda com vista a alienar uma participação de 15% detida pela operadora de telecomunicações pública Unitel, que detém uma posição maioritária de 51,9%.

A operação será aproveitada pelo BPI, que não faz comentários sobre o tema, para reduzir a sua exposição a Angola, algo que tem procurado fazer nos últimos anos para responder às exigências do Banco Central Europeu (BCE).

Segundo o Jornal Económico, o banco português deverá vender também uma participação de 15% do capital do BFA no IPO. O negócio poderá representar um encaixe de mais de 100 milhões de euros em face da avaliação de 340 milhões que o BPI assume no seu balanço em relação à posição de 48,1% que detém na instituição angolana.

Sempre que foi questionado sobre este tema, o CEO João Pedro Oliveira e Costa nunca deixou de sublinhar a rentabilidade da operação angolana, apesar da necessidade de vender. E assim é.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Desde 2014, o BFA entregou aproximadamente 722,8 milhões de euros ao BPI, representando 33% dos lucros de 2,19 mil milhões que o banco detido pelos espanhóis do Caixabank acumulou neste período de dez anos.

Entre 2014 e 2018, o BPI recebeu 370 milhões através da apropriação dos resultados gerados pelo BFA em função da percentagem de capital detida no banco angolano – era de 50,1% até vender 2% à Unitel em 2017.

A partir de 2019, o BPI passou a assumir a participação de 48,1% no BFA como um investimento meramente financeiro e a contabilizar nos seus resultados os dividendos recebidos de Angola, que ascendem a 306,8 milhões de euros até 2023.

Desde 2020 que o banco português deixou de estar representado nos órgãos sociais do BFA, atualmente liderado por Luís Roberto Gonçalves (CEO) e Maria do Carmo Bernardo (chair).

Com ativos totais de 3,9 mil milhões de euros e 2,9 milhões de clientes, o banco em Angola emprega mais de 2.600 trabalhadores, tem quase 200 balcões e nos últimos três anos apresentou rentabilidades de 30% em relação aos capitais próprios. Até junho, o banco português lucrou 327 milhões de euros, com Angola a lucrar 41 milhões.

Caso esta operação se concretize, a estrutura acionista do BFA ficará assim composta: a Unitel passará a deter 36,9%, o BPI reduz a sua posição para 33,1% e 30% do capital estará disperso na bolsa. O BPI é detido integralmente pelos espanhóis do Caixabank.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alívio extra nos descontos do IRS dá poupança superior a 300 euros por mês. Veja as simulações

Um trabalhador casado, com dois filhos, a ganhar 2.000 euros retinha 306 euros. Em setembro e outubro, vai estar isento, passando a entregar ao Estado 288 euros nos meses seguintes.

As novas tabelas de retenção na fonte em sede de IRS, a vigorar para setembro e outubro, vão dar uma poupança extraordinária que poderá atingir os 306 por mês no caso de um trabalhador dependente casado e com dois filhos com um salário bruto de 2.000 euros, de acordo com as simulações da EY para o ECO. No acumulado dos dois meses, este contribuinte ganha 612 euros. A partir de novembro, passa a descontar 288 euros mensais, ou seja, menos 19 euros do que em agosto.

O mecanismo, aprovado esta segunda-feira pelo Governo, permite refletir a redução do imposto, aprovada pelo Parlamento para o conjunto do ano de 2024 e compensar os contribuintes pelo IRS a mais retido de janeiro a agosto, aplicando excecionalmente taxas mais baixas nestes dois meses. Assim, em setembro e outubro, e de forma pontual, salários brutos até 1.175 euros estarão livres de retenção, quando até agosto descontavam 114,68 euros por mês, uma vez que esta isenção se aplicava até aos 934 euros, no caso de um solteiro sem filho.

Nas pensões, não haverá lugar a retenção na fonte até aos 1.202 euros para um solteiro, divorciado, viúvo ou casado (dois titulares), quando até aqui este reformado descontava a partir dos 838 euros mensais. Isto significa um ganho, em setembro e outubro, de 111,71 euros por mês. A partir de novembro e até ao final do ano, estarão em vigor outras tabelas já sem o efeito compensatório da retroatividade aplicado em setembro e outubro.

Deste modo, em novembro, a retenção na fonte volta a aplicar-se a remunerações mensais a partir dos 935 euros e a pensões a partir dos 937 euros mensais para não casados sem filho. Ou seja, pontualmente, as taxas baixam mais em setembro e outubro e depois, em novembro e dezembro, são atualizadas face às que estão em vigor até agosto, em linha com a redução do IRS aprovada pelo Parlamento. A taxa mais baixa, de 13,25%, recua para 13%, a de 18% diminui para 16,50% e assim sucessivamente.

Simulações da EY para o ECO mostram que um trabalhador dependente, solteiro e sem filho, com um vencimento de 1.000 euros brutos mensais, descontava, até agosto, 83 euros para o Estado. Em setembro e outubro, a retenção será zero, ou seja, esse contribuinte vai poupar os tais 83 euros que entregava ao Fisco, ficando com um ordenado líquido de 1.000 euros. A partir de novembro, passa a descontar 77 euros por mês, o que corresponde a um alívio de seis euros face aos descontos de agosto. De salientar que estes cálculos não tiveram em consideração as contribuições de 11% para a Segurança Social.

No caso de um trabalhador casado e sem filhos a ganhar 1.500 euros por mês a Rondar O Salário — médio poupança mensal, em setembro e outubro, será de 191 euros, o que dá um acumulado de 382 euros. Este contribuinte descontava 203 euros até agosto e vai passar a reter apenas 12 euros, obtendo um vencimento líquido de 1.487.82 euros. A partir de novembro, passa a adiantar ao Estado 190 euros do imposto, o que se traduz numa descida de 14 euros face ao que retinha até agosto.

Analisando os resultados das simulações para os reformados, os cálculos da EY indicam que um pensionista solteiro, viúvo ou divorciado e sem dependentes, com uma prestação de 1.000 euros brutos, descontava 58 euros mensais até agosto. Em setembro e outubro, passa a ficar isento, o que significa que terá um ganho de 58 euros que deixa de entregar ao Estado, num acumulado de 116 euros se somarmos os dois meses. A partir de novembro, os descontos passam para 57 euros, menos um euro do que em agosto, ficando com uma pensão líquida de 943 euros.

Para um pensionista casado e sem filhos, com uma reforma de 2.000 euros por mês, a poupança, em setembro e outubro, será de 298 euros por mês. Este reformado descontava, até agosto, 336 euros. Nos dois meses seguintes, a retenção vai baixar para 38 euros, passando a receber uma pensão líquida de 1.962 euros quando antes este valor estava nos 1.664 euros. A partir de novembro, passa a adiantar ao Fisco 319 euros, uma redução de 17 euros face a agosto, ficando com uma reforma já livre de imposto de 1.681 euros por mês.

Pensionistas da Segurança Social arriscam sentir alívio na retenção só em outubro

Se uma empresa ou mesmo o Estado não conseguir aplicar as tabelas de retenção de setembro e outubro já no próximo mês, poderá fazê-lo depois. Uma cláusula no despacho, assinado pela secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, permite que esse mecanismo seja refletido nos salários de outubro e novembro e, no limite, até ao final do ano.

Os pensionistas da Segurança Social poderão estar nessa situação, uma vez que as prestações, relativas ao próximo mês, já foram processadas. Uma consulta ao site da Segurança Social Direta permitiu verificar que à data desta segunda-feira, 26 de agosto, os recibos de pensão de setembro já se encontravam disponíveis, tendo-lhes sido aplicados os descontos atualmente em vigor, isto é, sem o alívio aprovado agora pelo Governo.

O Ministério das Finanças considera, no entanto, que “ainda é possível que os serviços corrijam as tabelas”, uma vez que a pensão só é paga a 8 de setembro. O ECO questionou o Ministério do Trabalho sobre os procedimentos que deverão ser adotados, mas, até ao fecho deste artigo, não obteve resposta. De lembrar que, em janeiro, o Instituto da Segurança Social não conseguiu aplicar logo as tabelas de retenção, tendo feito depois os ajustes nos meses seguintes.

O suplemento entre 100 e 200 euros que será pago, em outubro, a reformados cuja soma de pensões não ultrapasse os 1.527,78 euros por mês também estará sujeito a retenção na fonte, mas de forma autónoma. Isto é, este subsídio não soma à prestação regular para apuramento da taxa de desconto. Assim, os pensionistas irão também beneficiar de uma descida significativa da retenção que irá incidir sobre este “cheque” extra.

Como a data de pagamento calha a um domingo, a transferência bancária só deverá ser efetuada ou a 6, sexta-feira, ou a 9, segunda-feira. O ECO também perguntou ao gabinete da ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalha, qual o dia escolhido e também aguarda resposta.

As pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA), como são pagas mais tarde, no dia 18 de setembro, já deverão sentir a redução das retenções na fonte em sede de IRS. Ainda assim, o ECO questionou o Ministério das Finanças, que também ainda não respondeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Agricultura ainda tem 586 milhões por executar do PT2020

Todos os programas já apresentam uma taxa de execução superior a 100%, exceto os da agricultura. No PT2020 há 664,39 milhões de euros por pagar aos beneficiários.

Ainda há 586,38 milhões de euros de fundos europeus para a agricultura por executar, referentes ao quadro comunitário anterior.

A taxa de execução dos fundos do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) do Portugal 2020 estava, no final do primeiro semestre deste ano, nos 90%, revela o boletim trimestral recentemente publicado. Já as verbas do Next Generation EU, que reforçaram os fundos para a agricultura com 354 milhões de euros, apresentavam no final de junho uma taxa de execução de 71%.

“Há muito que alertamos para os atrasos na execução das verbas comunitárias”, diz ao ECO o secretário-geral da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP). Luís Mira sublinha que estes atrasos levantam um problema ainda mais grave: não foram executadas quaisquer verbas do PDR 2030 referentes a 2023 e 2024. “Há um atraso acumulado muito grande. Só temos o ano de 2025 para executar as verbas referentes aos anos de 2023 e 2024 referentes ao Portugal 2030. Não temos margem”, alerta.

Em causa está a regra da guilhotina que determinada que cada programa temático ou regional tem de dividir a sua dotação por sete (correspondente ao número de anos do quadro comunitário) e executar esse montante no máximo até dois anos depois, sob pena do Estado-membro ter de devolver a Bruxelas as verbas por utilizar. É a chamada regra do N+2, ou da guilhotina, e aplica-se a todos os Estados-membros. A aferição do cumprimento das regras é feita anualmente em dezembro com base na despesa certificada à Comissão Europeia. No PT2020, Portugal teve três anos adicionais (e não dois) para executar as verbas.

De acordo com o último boletim trimestral, “no domínio do desenvolvimento rural, foram apoiados mais de 12 mil projetos de desenvolvimento local, o número de explorações/beneficiários situou-se perto dos 69 mil e foi prestado aconselhamento a mais de 20 mil beneficiários”.

Luís Mira justifica os atrasos no pagamento dos apoios aos agricultores com o facto de “o Governo ter de comparticipar uma parte e, por isso, empurra os pagamentos até ao último momento” e recorda que os “investimentos são fruto de uma oportunidade num determinado momento” e é nesse momento que os agricultores precisam dos apoios.

O boletim trimestral revela ainda que todos os programas já apresentam uma taxa de execução superior a 100%, exceto os da agricultura – que tem até final de 2025 para executar a totalidade das verbas – mas nenhum tem uma taxa de pagamento de 100% (exceto as medidas de superfície/animais nos Açores e na Madeira), nem de certificação, isto porque o PT2020 está longe de estar fechado.

O Governo tem dramatizado o nível de execução dos fundos europeus, inclusivamente aprovou um diploma que veio permitir financiar despesas de projetos do Portugal 2020 até agosto deste ano com o objetivo de evitar a perda de fundos europeus, nomeadamente, cerca de 60 milhões de euros, de acordo com a quantificação feita pelo ministro Adjunto e da Coesão, que tem a tutela dos fundos comunitários, no debate do programa do Governo, em abril.

Manuel Castro Almeida precisou, na altura, que havia “cerca de 500 milhões de despesa para pagar dos fundos de Coesão e mais 600 milhões destinados à Agricultura a executar até ao final de 2025”. De acordo com o último boletim, há 664,39 milhões de euros por pagar (diferença entre a despesa executada e paga aos beneficiários).

Os beneficiários do PT2020 ainda puderam apresentar pedidos de reembolso às autoridades de gestão até 31 de julho deste ano. Estas, posteriormente fazem as verificações de gestão, validam despesas e pagam-nas. Só depois é possível endereçar o último pedido de pagamento à Comissão Europeia.

Até 23 de julho, a Comissão já transferiu para Portugal 92,74% do valor programado no PT2020, o que coloca o país em quarto lugar em termos de taxa de pagamentos intermédios, de entre os países com envelopes financeiros acima de sete mil milhões de euros, com 3,6 pontos percentuais acima da média da UE (89,2%).

O montante transferido pela CE para Portugal é o sétimo maior no conjunto dos Estados-membros, abaixo da Polónia, Itália, Espanha, Roménia, França e Alemanha (países com envelopes financeiros superiores ao de Portugal).

De acordo com as regras europeias, o encerramento final do PT2020 só acontecerá a 31 de maio de 2025 já depois da realização de auditorias e relatórios finais e aí sim será definida a taxa final de execução do Portugal 2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.