PCP acusa Governo de “aldrabice” com dados sobre alunos sem aulas

  • Lusa
  • 22 Novembro 2024

"Estamos perante uma tentativa por parte do Governo de gerar a confusão e ao mesmo tempo procurar ocultar a real dimensão do problema, porque não estamos a comparar os mesmos universos", segundo PCP.

A líder parlamentar do PCP acusou esta sexta-feira o Governo de “aldrabice” e de querer “criar confusão” com os dados divulgados sobre o número de alunos sem aulas, com o objetivo de “ocultar a real dimensão do problema”.

“Se me permite a expressão, é uma aldrabice, estamos perante uma tentativa por parte do Governo de gerar a confusão e ao mesmo tempo procurar ocultar a real dimensão do problema, porque não estamos a comparar os mesmos universos e a mesma dimensão”, acusou Paula Santos, em conferência de imprensa na Assembleia da República.

Em causa estão dados sobre alunos sem aulas fornecidos pelo Ministério da Educação ao semanário Expresso, segundo os quais “há 2.338 alunos que ainda não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina, o que representa uma diminuição de 90% face aos quase 21 mil que se mantinham nessa situação no final do primeiro período do ano passado”.

A bancada comunista considera que o Governo “está a procurar mostrar que está a resolver o problema, quando na verdade não está”, acusando o executivo minoritário PSD/CDS-PP de ter adotado “medidas avulsas” que “não vão ao fundo da questão” da falta de professores. Paula Santos insistiu na valorização e progressão na carreira dos docentes e no aumento de salários e criticou “desigualdades” na atribuição do subsídio de deslocação a estes profissionais.

Para o PCP, o Governo está a demonstrar “falta de vontade de fazer aquilo que é preciso fazer para resolver o problema da falta de professores na escola pública”. Esta manhã, também PS e BE acusaram o Governo de estar a comparar realidades distintas. O PS criticou a “falta de seriedade” do o Ministério da Educação e o BE acusou o executivo de mentir e “martelar números” com o objetivo de esconder “a realidade da falta estrutural de professores nas escolas”.

Mais tarde, em declarações aos jornalistas após ter visitado uma escola secundária em Marvila, Lisboa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que há atualmente menos 89% de alunos sem aulas do que há um ano e considerou as críticas dos socialistas de manipulação dos números como “falsas querelas”.

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Manifesto dos 50 pede audiências ao PGR e aos grupos parlamentares

Agora, o Manifesto dos 50 quer partilhar com o PGR a reflexão que o grupo tem feito sobre estes e outros temas de uma reforma da justiça em Portugal que considera absolutamente "necessária e urgente".

Os promotores do Manifesto dos 50 “Por uma Reforma da Justiça em Defesa do Estado de Direito Democrático”, lançado em maio, vão pedir uma audiência ao procurador-geral da República (PGR), Amadeu Guerra, solicitando-lhe que partilhe como tenciona “melhorar o desempenho” do Ministério Público e “alterar procedimentos” para o tornar mais célere e eficiente.

Em outubro, na sua tomada de posse, Amadeu Guerra falou nestes dois pontos. Agora, o Manifesto dos 50 quer partilhar com o PGR a reflexão que o grupo tem feito sobre estes e outros temas de uma reforma da justiça em Portugal que considera absolutamente “necessária e urgente”. Os promotores do Manifesto consideram ter “a sua legitimidade reforçada, uma vez que o procurador-geral da República procurou, na sua tomada de posse, traçar limites ao poder legislativo. Sendo a causa principal do Manifesto defender a democracia e o Estado de Direito, os seus subscritores preocupam-se com o facto de o PGR e responsáveis recentemente nomeados por ele contraporem a sua legitimidade à legitimidade democrática dos eleitos para a Assembleia da República”, diz.

Os promotores do Manifesto dos 50 “Por uma Reforma da Justiça em Defesa do Estado de Direito Democrático” vão pedir audiências aos grupos parlamentares da Assembleia da República para lhes apresentarem propostas de reformas legislativas no setor da justiça e saberem, também, o que cada partido entende sobre setor e o que pretende fazer.

Em causa estão matérias como a morosidade da justiça e o arrastamento indefinido dos inquéritos, que têm prejudicado severamente a credibilidade e a eficácia da ação das magistraturas. A natureza hierarquizada do Ministério Público e práticas que têm desvirtuado a sua missão – como o uso ilegal ou abusivo dos meios mais intrusivos de investigação como buscas domiciliárias e escutas telefónicas – são outros temas acerca dos quais o manifesto pretende saber o que pensam os partidos parlamentares.

Em reunião realizada esta quinta-feira, o Manifesto dos 50+50+50 decidiu publicar em breve um livro com artigos que os seus subscritores publicaram na imprensa sobre estes temas. O grupo decidiu também abrir as suas reuniões à sociedade e realizá-las um pouco por todo o país durante o ano de 2025.

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António Rua é o novo presidente do INE

O novo presidente do INE vem do Banco de Portugal e vai substituir Francisco Lima, que estava à frente do instituto desde 2018.

O Instituto Nacional de Estatísticas tem novo conselho diretivo. O economista António Rua, atualmente no Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, vai ocupar o cargo de presidente do instituto, enquanto Maria João Zilhão e Jorge Magalhães serão vogais. A nova direção do INE já recebeu luz verde da CReSAP.

Após a pronúncia favorável da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), aprovou uma Resolução do Conselho de Ministros que nomeia o novo conselho diretivo do Instituto Nacional de Estatística (INE), designando António Rua, Maria João Zilhão e Jorge Magalhães para presidente e vogais, respetivamente”, adianta o comunicado do conselho de ministros de 22 de novembro.

Com um doutoramento em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa e licenciatura e mestrado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, António Rua é, desde 2006, economista coordenador do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, onde está desde 1999. António Rua é ainda professor associado da Nova School of Business and Economics.

O economista do Banco de Portugal é a escolha do Governo para suceder a Francisco Lima, que foi nomeado, em 2018, presidente do INE pelo antigo Executivo de António Costa.

Maria João Zilhão é a única que transita do anterior conselho diretivo do INE, com Jorge Magalhães a entrar para o lugar de Carlos Coimbra.

Notícia atualizada às 17h54

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Câmara de Lisboa vai alterar regulamento do programa Lojas com História

  • Lusa
  • 22 Novembro 2024

Município de Lisboa pretende avançar com uma alteração ao regulamento do programa Lojas com História, de forma a prevenir o encerramento de estabelecimentos históricos da capital.

“Vamos avançar com uma alteração ao regulamento das Lojas com História. Estamos naturalmente a acautelar estas situações de as Lojas com História não darem muitas vezes o salto [e acabarem por fechar]”, afirmou a vereadora responsável pelos pelouros da Economia e Inovação, Joana Oliveira e Costa.

A autarca falava durante uma audição conjunta da 1.º e da 2.º comissões da Assembleia Municipal de Lisboa, no âmbito da discussão da proposta de orçamento municipal para 2025, no valor de 1.359 milhões de euros.

Durante a audição, que durou mais de três horas, Joana Oliveira e Costa foi questionada sobre os critérios do programa municipal Lojas com História e sobre o encerramento de portas de alguns estabelecimentos que não o integram.

Estamos naturalmente a acautelar estas situações de as Lojas com História não darem muitas vezes o salto [e acabarem por fechar].

Joana Oliveira e Costa

Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa responsável pelos pelouros da Economia e Inovação

“São lojas que muitas vezes são geridas por um proprietário muito concreto e que depois não arranja linha de sucessão à sua loja, acabando por deixar o seu negócio”, justificou.

Criado em fevereiro de 2015, o programa municipal prevê a distinção e atribuição de apoio financeiro aos estabelecimentos classificados, para intervenções em áreas como a arquitetura e restauro, cultura e economia.

Este é o último orçamento municipal deste mandato (2021-2025), proposto pela gestão PSD/CDS-PP, sob presidência de Carlos Moedas (PSD), que governa Lisboa sem maioria absoluta. Se for aprovado, será executado em ano de eleições autárquicas.

Os primeiros três orçamentos da liderança PSD/CDS-PP foram aprovados devido à abstenção do PS, tendo a restante oposição – PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) – votado contra.

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Município do Porto constrói e reabilita 73 casas com oito milhões de euros

Entre 2014 e 2024, o município do Porto investiu cerca de 200 milhões de euros na requalificação dos bairros da cidade.

Num investimento de oito milhões de euros, a Câmara Municipal do Porto avançou com a construção e requalificação de 73 casas a custos controlados nas Eirinhas e no Bairro da Tapada, destinadas a habitação social.

O município aponta para o último trimestre de 2026 a conclusão da construção das 48 casas nas Eirinhas, orçadas em cinco milhões de euros. Já na zona das Fontaínhas, a obra de requalificação do Bairro da Tapada, que contempla 25 casas, deverá estar pronta no segundo trimestre de 2026, num investimento de três milhões de euros.

“Aos atuais moradores do bairro, temporariamente realojados pela Domus Social em habitações municipais, é garantido o direito de regresso, conforme referido pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, por ocasião da sessão de apresentação do projeto”, assegura a autarquia em comunicado.

Entre 2014 e 2024, o município do Porto investiu cerca de 200 milhões de euros na requalificação dos bairros da cidade.

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ASAE suspende atividade de 21 estabelecimentos de restauração e bebidas

  • Lusa
  • 22 Novembro 2024

A ASAE fiscalizou 305 operadores económicos de norte a sul do país, tendo instaurado três processos-crime por géneros alimentícios inadequados para consumo e fraude sobre mercadorias.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu a atividade de 21 estabelecimentos de restauração e bebidas e apreendeu 20 quilogramas de géneros alimentícios, no valor de 2.250 euros, numa operação divulgada esta sexta-feira.

Numa nota, a ASAE adianta que nos últimos dias realizou várias ações de fiscalização em todo o país, no âmbito da campanha “Portugal Sempre Seguro”, com o objetivo de verificar o cumprimento das regras aplicáveis à atividade de restauração e bebidas, incluindo a cozinha tradicional e do mundo, bem como às plataformas digitais de entrega de comida, assegurando a proteção dos consumidores.

No decorrer desta campanha, a ASAE fiscalizou 305 operadores económicos de norte a sul do país, tendo instaurado três processos-crime por géneros alimentícios inadequados para consumo e fraude sobre mercadorias.

Instaurou ainda 87 processos de contraordenação, destacando como principais infrações, o incumprimento dos requisitos de higiene/violação dos deveres da entidade exploradora, a inexistência ou irregularidades no sistema HACCP (Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos), a falta do Livro de Reclamações e incumprimentos na rotulagem dos géneros alimentícios.

A ação foi desenvolvida sob a coordenação do Sistema de Segurança Interna e cujos objetivos estratégicos visam o reforço da perceção de segurança no país. A operação “Portugal Sempre Seguro” está a ser desenvolvida por vários órgãos de polícia criminal e insere-se no âmbito do reforço das ações de fiscalização anunciado pelo Governo.

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Meo Empresas desafia a comprar no comércio local neste Natal

  • + M
  • 22 Novembro 2024

A marca pretende "potenciar a sensação de proximidade e familiaridade que caracterizam esta época do ano", com uma campanha personalizada com mensagens específicas para o comércio local.

A Meo Empresas dá continuidade ao mote lançado no ano passado, desafiando os portugueses a comprarem no comércio local este Natal.

‘Este Natal compre local’, diz a marca, na campanha que convida os portugueses a “reviver as memórias natalícias que lhes são mais queridas”. O objetivo passa por “conduzi-los aos chamados ‘pequenos negócios’ que, por tratarem cada cliente pelo nome e perguntarem se vai ser ‘o habitual’, assumem um papel essencial na coesão das comunidades em que se inserem e mostram que são, afinal, ‘grandes negócios’”, ao lado dos quais a Meo Empresas “faz questão de estar”, explica-se em nota de imprensa.

Além de demonstrar o seu apoio, a marca pretende “potenciar a sensação de proximidade e familiaridade que caracterizam esta época do ano“. Contando com 230 pequenos negócios aderentes, quem visita as lojas Meo é convidado a conhecer e a fazer as suas compras nas redondezas.

Com recurso à georreferenciação, a campanha é personalizada com mensagens específicas para o comércio de cada bairro, rua, aldeia ou cidade. Assim, nas montras e cartazes digitais das lojas Meo são dadas indicações para os produtos e estabelecimentos daquela região, “facilitando o direcionamento dos portugueses para os comércios locais”.

Além disso, é ainda dado destaque para pequenas histórias de alguns destes negócios e vídeos com testemunhos de pequenos comerciantes através de uma landing page decicada à campanha.

“Após o sucesso em 2023, com a forte adesão de comerciantes e compradores, a Meo Empresas retoma, assim, o seu objetivo de impulsionar a economia local, ao mesmo tempo que promove, em cada compra, o espírito de comunidade e proximidade, valores que, no Natal, se tornam verdadeiros símbolos de celebração”, refere-se em nota de imprensa.

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Retail park de 40 milhões de euros vai estrear Fnac nos Açores

  • ECO
  • 22 Novembro 2024

Arrancaram as obras do Azores Retail Park que terá 44 mil metros quadrados, 11 lojas e 800 lugares de estacionamento. O espaço comercial contará com marcas ainda ausentes da ilha.

O lançamento da construção do Azores Retail Park decorreu esta sexta-feira em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. O empreendimento, segundo o comunicado divulgado aos jornalistas, conta com “o maior investimento privado na região”. Segundo a Lusa, o espaço comercial implica um investimento de 40 milhões de euros.

“Este projeto representa um importante contributo para a criação de riqueza, geradora de emprego e oportunidades, reforçando o nosso compromisso com o desenvolvimento económico sustentável da região“, refere José Manuel Bolieiro presidente do Governo dos Açores, que esteve presente na cerimónia de lançamento.

A infraestrutura terá 44 mil metros quadrados, com 11 lojas e 800 lugares de estacionamento. O empreendimento estará localizado, de acordo com o comunicado, no limite norte da cidade de Ponta Delgada, com acessos próximos à via rápida e ao Hospital do Divino Espírito Santo.

Com a abertura do centro comercial surgirão, pela primeira vez na região autónoma, marcas como a Fnac e Fábrica dos Óculos. Continente, Worten, Sport Zone e Espaço Casa também estarão presentes.

O novo retail park está sob a gestão da empresa Sapore e o desenvolvimento e comercialização do projeto é responsabilidade da Retail Mind em parceria com a Sapore.

A ilha de São Miguel, até ao momento, só conta com um centro comercial, o Parque Atlântico.

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Costa desvaloriza ameaças de Trump: “Porque haveria de querer uma guerra comercial?”

A poucos dias de chegar à presidência do Conselho Europeu, Costa aponta Trump como uma das prioridades do seu mandato em Bruxelas. E sobre a Operação Influencer, desvaloriza. "Já ninguém fala disso".

A poucos dias de tomar posse como futuro presidente do Conselho Europeu, António Costa sentou-se com o Financial Times para uma entrevista para a rubrica “Lunch with the FT”, um momento no qual foram abordados os principais temas que vão marcar o primeiro mandato de dois anos e meio à frente da instituição que reúne os 27 Estados-membros – um deles, Donald Trump.

Precisamos de falar com ele o mais rapidamente possível“, afirmou Costa, sublinhando que a União Europeia (UE) tem de estar “preparada” para a eventualidade de Trump estar mais “radical, mais assertivo” com as suas políticas agora que regressa à Casa Branca, ao fim de quatro anos. “Temos de encontrar um ponto de confiança e gerir as nossas diferenças. Se não fizermos isso, teremos um problema para o mundo inteiro. Não apenas para nós e para eles“, disse.

Em causa está a promessa deixada por Donald Trump, durante a campanha eleitoral, na qual prometia que se fosse eleito iria aplicar taxas aduaneiras às importações europeias na ordem dos 20%, enquanto as importações chinesas seriam taxadas em 60%.

A partir de Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não esperou até já ter a sua equipa plenamente em funções para encetar um diálogo com o futuro presidente norte-americano, tendo já sinalizado a intenção de aumentar as importações de gás natural liquefeito (GNL) como moeda de troca. Mas será preciso ir mais longe, e António Costa, juntamente com a futura chefe da diplomacia, Kaja Kallas, ficarão encarregues de mitigar os potenciais impactos económicos provenientes do outro lado do Atlântico.

Não só económicos, como também militares, numa altura em que as tensões geopolíticas sobem de tom. Certo que Trump não terá esquecido a ameaça de abandonar a NATO a menos que os restantes países aumentem as despesas militares, Costa diz, ainda assim, que essa realidade só será possível com “uma Europa mais forte”.

Não é do interesse dos Estados Unidos criar demasiados problemas económicos à Europa, porque depois será mais difícil pagar a nossa própria defesa“, argumenta o ex-primeiro-ministro, dizendo ter memória de ouvir Trump dizer que “não quer envolver os Estados Unidos em novas guerras. Porque quereria ele uma guerra comercial com a Europa?”, questiona.

O presidente eleito do Conselho Europeu, António Costa, durante uma declaração com o primeiro-ministro, Luís Montenegro (ausente da fotografia), antes do almoço entre ambos na sua residência oficial em Lisboa, 01 de julho de 2024. FILIPE AMORIM/LUSAFILIPE AMORIM/LUSA

Sobre a Ucrânia, Donald Trump prometeu, diversas vezes, que aquando da tomada de posse que seria capaz de pôr fim à guerra, prontamente – uma promessa que não convenceu muitos líderes europeus, sobretudo Costa.

Tenho muita curiosidade em saber como é que Trump diz que, com dois telefonemas, consegue acabar com a guerra [na Ucrânia] em 24 horas”, comenta o futuro presidente do Conselho Europeu. “Espero que acabe a guerra de uma forma justa, mas que assegure uma paz duradoura, não apenas durante o tempo do nosso almoço.”

Mas não são apenas as crises externas que vão marcar o mandato de António Costa no Conselho Europeu. A nível político, entre os Estados-membros e o Parlamento Europeu assiste-se a uma viragem à direita e, em alguns casos, uma direita mais extremada que pode fragilizar o projeto europeu. Por um lado, a Alemanha está a poucos meses de ir a eleições antecipadas depois da “coligação semáforo” de Olaf Scholz ter caído por terra. As sondagens antecipam um regresso da CDU, numa altura em que o motor económico do bloco europeu resiste a uma recessão.

Por outro, a estabilidade política em França ainda não está a assegurada. Depois de uma vitória robusta do partido de Marine Le Pen nas eleições europeias, tendo levado à dissolução da Assembleia daquele país, a preocupação de que a líder do partido chegue à presidência, sucedendo a Emmanuel Macron, daqui a três anos, torna-se numa possibilidade. E numa altura em que a Europa deve focar-se em reforçar a sua competitividade face ao mercado externo, ter as duas principais peças da Europa num estado frágil torna o desafio ainda maior.

Normalmente, a Europa funciona melhor em momentos de crise”, diz, aludindo à pandemia, altura em que foi emitida um dívida conjunta no bloco e a compra conjunta de armas para apoiar a Ucrânia. “Vai ser muito, muito, muito difícil”, admite. “Mas as pessoas têm uma mente mais aberta e são muito realistas quanto à dimensão dos problemas”, responde.

Mas para isso será preciso que os líderes políticos tenham essa disponibilidade. Há um ano, a mesa redonda do Conselho Europeu, contava com António Costa, Pedro Sánchez e Olaf Scholz como os socialistas de peso da UE. Mas com a saída do ex-primeiro-ministro e eventualmente do líder alemão, o líder espanhol ficará mais isolado na ala centro-esquerda, enquanto a direita ganha peso.

A Europa é sinónimo de diversidade. Temos 27 líderes à volta da mesa. Todos eles com os seus próprios interesses nacionais, provenientes de famílias políticas diferentes”, afirma. “O que é extraordinário é que, apesar de tudo isto, estamos a avançar“, reforça Costa.

Operação Influencer? “Já ninguém fala disso”

Durante o almoço, António Costa teve também oportunidade de recordar o parágrafo da Procuradoria-Geral da Republica que, há um ano, levou à sua demissão e à detenção do seu chefe de gabinete, Vitor Escária. “Assumi que estava tudo acabado”, confessou, adiantando que, naquela altura, a expectativa seria “mudar de vida” e regressar aos estudos. O que acabou por fazer, mas não de forma permanente.

Costa não foi formalmente acusado. Embora a investigação continue em curso, não atropela (para já) as suas ambições políticas. E na Europa, essa era a principal convicção. “Quando os dirigentes [da UE] me voltaram a telefonar para falar do cargo, eu disse: ‘OK’”, rejeitando as noções de que a Operação Influencer tenha manchado a sua reputação política. “Penso que é muito claro para toda a gente em Portugal, já ninguém fala disso“, atira.

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Mandado contra Netanyahu. Portugal cumprirá “obrigações internacionais” com TPI, diz Rangel

  • Lusa
  • 22 Novembro 2024

Paulo Rangel assegurou que Portugal irá cumprir com as suas "obrigações internacionais" na aplicação de mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional, incluindo contra Netanyahu.

O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu esta sexta-feira que Portugal irá cumprir com as suas “obrigações internacionais” caso se imponha quanto à aplicação de mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI), designadamente contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Na conferência de imprensa após a reunião desta sexta-feira do Conselho de Ministros, que decorreu na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, Paulo Rangel reafirmou a posição transmitida em maio sobre Portugal estar “vinculado” às decisões daquele tribunal internacional enquanto seu Estado-membro.

O TPI emitiu na quinta-feira mandados de detenção contra Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelita Yoav Gallant e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

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Jaguar altera identidade e gera controvérsia, com a marca a reafirmar nova “filosofia criativa”

Apesar da miríade de críticas à mudança de identidade, a Jaguar mantém-se firme na sua escolha e reforça a ideia de que a mudança de imagem assenta numa alteração no "pensamento" da marca.

No âmbito da estratégia que tem em vista a eletrificação completa, a Jaguar avançou para o desenvolvimento de uma nova identidade visual, apresentando um reposicionamento total da marca. Se o objetivo era atrair a atenção, este foi alcançado: as mudanças enfrentaram críticas e uma oposição firme por parte de muitos dos fãs da marca, em particular nas redes sociais.

No novo logótipo, a Jaguar abandonou o reconhecido felino e trocou-o por letras minimalistas com o nome da marca. A figura animal não vai ser retirada por completo, pelo que ainda vai marcar presença nos automóveis futuros através de formas desconectadas do nome da marca. A Jaguar aposta ainda num brasão circular com dois ganchos invertidos que representam as letras J e R, além de um vídeo promocional onde são apresentados modelos humanos vestidos de forma exuberante… mas onde não é visível qualquer carro.

A marca automóvel, subsidiária da Tata Motors que se prepara para se relançar em 2026 apenas com modelos elétricos, argumentou que os novos designspreservaram símbolos icónicos ao mesmo tempo que deram um salto dramático à frente“.

No entanto, estes materiais visuais geraram a reação de milhares de internautas nas redes sociais (Facebook, Instagram, X e LinkedIn, por exemplo), com muitas avaliações negativas da mudança. “Isto é muito triste. Estamos a testemunhar a morte de uma das marcas de automóveis mais famosas“, escreveu um internauta no Facebook.

Também o magnata Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), da Tesla e da SpaceX, fez questão de demonstrar o seu desagrado na publicação que a Jaguar fez na sua própria rede social: “Vendem carros?”, questionou. A marca respondeu que sim, acrescentando que “adoraria” mostrá-los a Elon Muk, em Miami, no dia 2 de dezembro, dia em que vai apresentar o seu primeiro modelo automóvel que integra esta mudança.

A Jaguar tem, na verdade, optado por responder a várias das críticas nas redes sociais, o que demonstra que estaria, provavelmente, preparada para esta situação. Na maioria dos comentários, a marca reforça a ideia de que a mudança de design assenta numa alteração no “pensamento” da Jaguar, naquele que é “um passo em direção a uma nova filosofia criativa”. A marca tenta ainda, por vezes, “tranquilizar” os internautas, prometendo que “há mais por vir”.

Mas nem todos os utilizadores são tão críticos, com alguns a mostrarem-se mais compreensivos. “Deem-lhes o benefício da dúvida! Pelo menos é radical — lembram-se como o [modelo da Jaguar] X351 era diferente quando foi lançado? Não foi universalmente adorado, mas acabou por ser um sucesso. Se for diferente de tudo o que existe na estrada — pelas razões certas (!), então será um vencedor”, escreve um internauta na publicação de uma imagem que desvenda um pouco de um novo modelo.

Entrando nas redes sociais da marca é ainda possível perceber que a Jaguar apagou ou arquivou todas as publicações anteriores, deixando apenas as três publicações que fez relativamente a esta nova identidade.

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Lisboa, Porto e Faro cancelam alguns voos de e para Gatwick após evacuação de terminal

  • Lusa
  • 22 Novembro 2024

Em Lisboa, dois voos da TAP foram cancelados e no Porto duas ligações da British Airways. Em Faro foi também cancelado um voo desta companhia aérea.

Os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro registavam esta sexta-feira alguns cancelamentos de e para Gatwick, em Londres, após a evacuação de um dos terminais da infraestrutura, segundo é possível constatar no site da ANA – Aeroportos de Portugal. Em Lisboa, dois voos da TAP foram cancelados e no Porto duas ligações da British Airways. Em Faro foi também cancelado um voo desta companhia aérea.

Ainda assim, foram aterrando e descolando voos nos três aeroportos de e para Gatwick. O terminal sul do aeroporto de Gatwick foi esta sexta parcialmente evacuado por precaução, enquanto a polícia investigava um objeto suspeito encontrado numa bagagem. As autoridades foram chamadas ao terminal às 08:20 locais (mesma hora em Lisboa) após a descoberta de um “item suspeito de ser proibido”, disse a polícia de Sussex, em comunicado.

“Para garantir a segurança do público, dos funcionários e de outros utilizadores do aeroporto, foi criado um cordão de segurança enquanto o assunto é tratado”, adiantou a mesma fonte, acrescentando que “por precaução, foi enviada para o aeroporto uma equipa EOD (especializada na detonação de material explosivo)”.

Ninguém poderá entrar no terminal sul até que o incidente esteja resolvido, avançou a administração do aeroporto, em comunicado divulgado na rede social X. “Estamos a trabalhar arduamente para resolver o problema o mais rapidamente possível”, garantiu. A estação ferroviária que serve Gatwick também foi encerrada, anunciou, entretanto, a operadora da rede ferroviária britânica.

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