EDP atingiu metas do mandato apesar do “contexto imprevisível”, diz CEO

Miguel Stilwell de Andrade diz ao ECO que o mandato foi marcado pela pandemia e pela crise energética, mas explica que a empresa aplicou um plano estratégico robusto para atingir os objetivos.

Miguel Stilwell d'Andrade, CEO da EDP, em entrevista ao ECO/TVI24 - 02MAR21

A EDP EDP 1,62% conseguiu atingir metas financeiras e de transição energética durante o mandato de três anos que termina esta quarta-feira com uma Assembleia Geral, apesar de ter sido um período que foi marcado por um contexto imprevisível a nível global, afirma ao ECO o CEO da empresa, Miguel Stilwell de Andrade.

“Nos últimos três anos, a EDP reforçou claramente a ambição de liderar a transição energética globalmente, com um plano estratégico robusto, um portfólio diversificado e resiliente e ações tangíveis rumo a um futuro mais sustentável”, refere o CEO, que deverá ser nomeado pelos acionistas por mais um mandato na reunião magna.

“Intensificámos o investimento em renováveis e tecnologias emergentes, apostámos no desenvolvimento e modernização das nossas redes e tornámo-nos um parceiro valioso dos nossos clientes na descarbonização – sempre impulsionados pela inovação e pelo talento das nossas pessoas”, sublinha.

Alcançámos estas metas norteados por um sentido de missão que promove uma transição energética justa e inclusiva e segue as melhores práticas. E fizemo-lo num contexto imprevisível: enfrentámos uma pandemia, uma crise energética global, um cenário macroeconómico desafiante e um contexto geopolítico instável.

Miguel Stilwell d'Andrade

CEO da EDP

O triénio 2021-2024 é o primeiro mandato completo de Stilwell de Andrade à frente da EDP, depois de em julho de 2020 ter sido nomeado CEO interino após a suspensão de funções de António Mexia no âmbito do processo dos CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual). Antes disso, o gestor, que está na empresa há quase 24 anos, tinha sido gestor financeiro (CFO) entre 2018 e 2021.

Segundo Stilwell de Andrade, os resultados do mandato são visíveis. “Em 2023 completámos dois aumentos de capital muito bem-sucedidos e encerrámos o ano com uma posição financeira sólida”, refere, sublinhando ainda que o grupo consolidou a posição global através dos hubs na Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia-Pacífico.

Atingimos 26,6 gigawatts (GW) de capacidade instalada, dos quais 86% renováveis, demos importantes passos para alcançar a meta de sermos neutros em carvão até 2025, temos já quase 390 mil quilómetros de redes de distribuição e transmissão e nas quais planeamos investir mais mil milhões de euros este ano”, vinca.

Outros marcos incluíram o reforço da posição em segmentos como a geração distribuída, tendo atingido já uma capacidade instalada de 1,6 GW. “A EDP foi uma vez mais reconhecida como a elétrica mais sustentável do mundo pelo índice S&P Dow Jones Sustainability Index, “o que nos deixa muito orgulhosos do caminho que estamos a percorrer”, diz.

“Alcançámos estas metas norteados por um sentido de missão que promove uma transição energética justa e inclusiva e segue as melhores práticas”, acrescenta o CEO.

“E fizemo-lo num contexto imprevisível: enfrentámos uma pandemia, uma crise energética global, um cenário macroeconómico desafiante e um contexto geopolítico instável”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fornecedores acusam distribuição de “carregar” nas margens e tirar prateleira aos produtos de marca

Fabricantes acusam retalhistas de ter cada vez menos espaço e margens "muitíssimo mais elevadas" do que as marcas brancas. Fenómeno "não é deliberado" e margens não vão além dos 3%, responde APED.

Em Espanha e França, fabricantes e retalhistas estão em “guerra aberta”, o que já levou ao afastamento de grandes marcas como a Pepsi, Bimbo ou Pascual. Deste lado da fronteira, o ambiente é menos “hostil”, mas a Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca (Centromarca) também se queixa de ter cada vez menos espaço nas prateleiras e que as margens comerciais são “muitíssimo mais elevadas” nestes artigos face às aplicadas nos produtos equivalentes de marca própria. A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) recusa comentar “opções estratégicas e comerciais” dos supermercados, mas garante que a redução na oferta de marca própria não é “deliberada”.

“Há um acentuar muito grande dessa tendência nos últimos dois a três anos e a inflação, logicamente, ajuda”, sublinha ao ECO o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel, numa alusão ao facto de os supermercados em Portugal estarem também a cortar na oferta de produtos de fabricante. “As pessoas foram confrontadas com aumentos de preços muito substanciais e os rendimentos não aumentaram”, pelo que “têm de reagir em função da sua disponibilidade financeira”, acrescenta o representante dos fabricantes.

Em Portugal não há dados públicos sobre a evolução do número de referências de produtos de marca própria e de produtos de marca de fabricante à disposição dos clientes nas prateleiras. No entanto, as estatísticas relativas às vendas em valor acabam por ilustrar o peso das chamadas marcas brancas: representam já cerca de 46% da quota de mercado nas vendas em loja.

Entre 4 de dezembro e 31 de dezembro de 2023, as vendas em valor das marcas de supermercado cresceram 15,3% face ao período homólogo, enquanto as vendas de marca de fabricante subiram apenas 6,3%, de acordo com os dados da Nielsen. No que toca às marcas próprias, os dados mais recentes da consultora, relativos à semana iniciada a 25 de fevereiro, mostram um maior peso no segmento da alimentação (52,3% de quota de mercado), caindo na higiene do lar e pessoal para 40,8% e nas bebidas para 23,3%.

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

Em declarações ao ECO, o diretor-geral da APED começou por sublinhar que “não pode nem deve comentar as opções comerciais dos associados”, mas confirmou que “o conceito do hard discount está a ter um crescimento relevante no mercado” português. O que, completa, faz com que haja “naturalmente uma expressão e um peso maior de marcas próprias desses retalhistas no conjunto do sortido em relação à marca de fabricante”.

No entanto, Gonçalo Lobo Xavier faz questão de ressalvar que “não há nenhum retalhista que esteja a fazer isso de forma deliberada“. Entre os principais retalhistas a operar na área do hard discount está a cadeia espanhola Mercadona, em que as marcas próprias representam 86,5% das vendas em valor em 2023 (contra 85,1% em 2022); ou a alemã Lidl, em que o peso relativo foi de 75,7% (contra 72,8% no ano anterior), de acordo com os dados da Kantar.

“Reduz escolha” e limita a inovação

Estes são os dois retalhistas em que a marca própria mais pesa nas vendas. No polo oposto estão a Auchan (35,2% vs. 31,6% em 2022), a dona do Pingo Doce (40,1%) e a dona do Continente (41,9%). O diretor-geral da Centromarca sublinha que as cadeias de supermercados têm “toda a legitimidade” de privilegiar as suas marcas, mas avisa que isso tem “consequências”. Por um lado, “reduz a escolha” para o consumidor. Por outro, “diminui o mercado”, dado que os fabricantes “deixam de ter espaço para vender os seus produtos” e isso trará consequências para a inovação.

“Ou seja, daqui a dez anos vamos comer o mesmo que comemos hoje. Não vai haver incentivo para que as empresas continuem a trabalhar no sentido de melhorar as suas ofertas porque não vão ter espaço no supermercado para vender os seus produtos”, antevê Pedro Pimentel.

Daqui a dez anos vamos comer o mesmo que comemos hoje. Não vai haver incentivo para que as empresas continuem a trabalhar no sentido de melhorar as suas ofertas porque não vão ter espaço no supermercado para vender os seus produtos.

Pedro Pimentel

Diretor-geral da Centromarca

A distribuição rejeita o argumento de que o corte na oferta tenha implicações na liberdade de escolha do consumidor, sublinhando que há “retalhistas com maior pendor e maior equilíbrio entre marca própria e marca de fabricante, e outros retalhistas que têm maior pendor para a sua própria marca”. “O consumidor é que está, de alguma forma, a usar a sua liberdade e a procurar aquilo que considera serem os melhores negócios“, ripostou o diretor-geral da APED.

O organismo que representa as grandes marcas nota, por outro lado, ainda que “não há categoria nenhuma que seja imune” a este fenómeno, que está também a ser “acelerado” pelo facto de, atualmente, as retalhistas estarem a privilegiar a abertura de lojas de pequena dimensão e em que “a diversidade é muito curta”.Estamos a empurrar o consumidor para um consumo muito fixo, fechado e muito pouco alternativo. É a mesma coisa que converter a RTP na Benfica TV, Sporting TV ou Porto Canal”, compara Pimentel.

Batalha sobre as margens

Outra crítica apontada em Portugal, tal como em Espanha e França, diz respeito às margens que são aplicadas aos produtos de marca. “As margens aplicadas aos produtos de fabricantes são muitíssimo mais elevadas do que as margens aplicadas aos produtos equivalentes de marca própria. A diferença de preços na prateleira nasce de custos, mas a grande diferença deriva de uma coisa chamada margem comercial”, defende Pedro Pimentel.

Gonçalo Lobo Xavier, que representa a grande distribuição, rejeita essa ideia, contabilizando que a “margem média no retalho alimentar é na ordem dos 2 a 3%”, enquanto a “margem de um industrial é muito superior”, podendo chegar aos 15% a 20%.

“Os fabricantes estão a refletir no preço que vendem aos retalhistas o aumento das matérias-primas e dos custos de fatores de produção. Do mesmo modo, os retalhistas tentam amortecer esses aumentos com uma logística apurada, com ganhos de eficiência”, assinala ainda o diretor-geral da APED, acrescentando que “as margens não são comparáveis”.

“[Os fabricantes] fazem chegar os seus preços também com um valor que lhes parece justo, mas é um valor de mercado que, face à concorrência, pode ser mais alto – e não é apenas pelas margens. É também pelo preço que o fornecedor apresenta ao retalhista”, nota Gonçalo Lobo Xavier.

Os fabricantes fazem chegar os seus preços também com um valor que lhes parece justo, mas é um valor de mercado que, face à concorrência, pode ser mais alto – e não é apenas pelas margens. É também pelo preço que o fornecedor apresenta ao retalhista.

Gonçalo Lobo Xavier

Diretor-geral da APED

Em Espanha, a indústria alimentar está em “guerra aberta” com os supermercados, acusando a distribuição de concorrência desleal ao reduzir o número de produtos de marca de fabricante vendidos nas prateleiras. Segundo um estudo da Kantar, relativo ao mercado espanhol, a redução foi de 23% desde 2019.

Por outro lado, há insígnias a “boicotar” algumas marcas. O grupo Dia retirou das suas lojas os produtos de marca Bimbo e a Mercadona retirou a Leche Pascual, noticiou o El Economista. Também as marcas da americana PepsiCo foram alvo de “boicote” no Carrefour, com a retalhista a queixar-se de aumentos de “preços inaceitáveis”. Começou em janeiro e abrangia os estabelecimentos em França, Bélgica, Espanha, Itália, noticiou o The Wall Steet Journal.

Conferência "Um ano de Guerra - Soberania Alimentar" - 05ABR23
Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APEDHugo Amaral/ECO

Em Portugal, a associação que representa os fabricantes afasta um ambiente de “hostilização”, mas sublinha que é importante que “os parceiros do retalho percebam que as marcas lhes fazem falta nos supermercados”. Não, obstante, Pedro Pimentel admite que há “dificuldades de relacionamento” entre fornecedores e supermercados, ainda que isso não tenha a mesma “visibilidade” que em Espanha. “Na verdade essas situações acontecem com alguma frequência”, desabafa.

Já do lado da distribuição, o porta-voz da APED assegura que não tem “nenhuma indicação de um movimento semelhante” ao que está a acontecer em Espanha e entende que os supermercados têm uma “relação equilibrada” com todos os elos da cadeia.

Por fim, assegura que, apesar da escalada da inflação, os retalhistas têm procurado “amortecer” as subidas de preço. Realça o estudo independente, publicado pelo Banco de Portugal, que indicou que, a partir do momento em que a isenção temporária do IVA entregou em vigor, houve uma “passagem quase completa para os preços no consumidor, que ascende a 99%“. A publicação mostrou ainda que o anúncio do IVA Zero levou a um ajuste antecipado de preços” de 1,27%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Das eleições ao programa do Governo, Montenegro quer ganhar margem para negociar medidas

O Executivo não tem uma maioria estável que permita avançar com todas as promessas eleitorais. Programa para quatro anos deverá ser mais prudente para dar margem para entendimentos com PS e Chega.

Um mês depois das eleições, o programa do Governo de Luís Montenegro é aprovado esta quarta-feira em Conselho de Ministros e debatido pela Assembleia da República a 11 e 12 de abril. Pelo meio, sobrevive à moção de rejeição do PCP com a abstenção do PS. Das legislativas de 10 de março até agora, o primeiro-ministro já teve de ultrapassar vários obstáculos, que resultam de uma maioria parlamentar relativa que força a negociações com PS e Chega.

Luís Montenegro, primeiro-ministroLusa

O primeiro embate de Luís Montenegro aconteceu com a eleição à quarta tentativa de José Pedro Aguiar-Branco para presidente do Parlamento, a 26 e 27 de março. O Governo da Aliança Democrática (AD), coligação liderada pelo PSD, “não privilegiou nenhum partido para a negociação” e depois acabou por ver o Chega a rejeitar o nome indicado. “No final, teve de fechar um acordo com o PS”, constata André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

Mas nem neste episódio Luís Montenegro quebrou o longo silêncio que manteve durante 22 dias, desde a noite eleitoral até à tomada de posse. E quando discursou, no final da cerimónia, que decorreu no Palácio Nacional da Ajuda, já se notou a moderação no tom do primeiro-ministro, face a uma maioria tímida obtida nas urnas. “A ideia dos cofres cheios é perigosa, é errada e é mesmo irresponsável, porque pode ser considerada uma ofensa para milhões de portugueses que vivem em dificuldades, depois porque conduz à reivindicação desmedida” e, em terceiro lugar, porque dispensa a necessidade de “mudar estruturalmente” a economia, alertou.

A ideia dos cofres cheios é perigosa, é errada e é mesmo irresponsável, porque pode ser considerada uma ofensa para milhões de portugueses que vivem em dificuldades, depois porque conduz à reivindicação desmedida.

Luís Montenegro, primeiro-ministro

Montenegro desafiou ainda o PS a deixar governar até ao fim da legislatura: “Significa permitir a sua execução até ao final do mandato ou, no limite, até à aprovação de uma moção de censura”.

Entre “as promessas inflamadas” da campanha eleitoral e os tempos atuais de instabilidade política, “o Governo optou por um recolhimento estratégico para decidir os próximos passos”, segundo a análise de Paula Espírito Santo, especialista em sociologia e comportamento político do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP). Daí o longo silêncio que Montenegro manteve desde a noite eleitoral, e que só quebrou quando tomou posse a 2 de abril.

As exceções ao silêncio do presidente do PSD deram-se à saída das duas audiências em Belém e da deslocação a Bruxelas, no dia seguinte a ser indigitado primeiro-ministro, já depois da meia-noite de 21 de março. “Transmiti ao Presidente da República que a nossa motivação é a mesma da campanha eleitoral: estamos focados nos problemas dos portugueses, na vida de cada cidadão que vive e trabalha em Portugal, respeitando a vontade do povo português de promover uma mudança de Governo, de primeiro-ministro e de políticas em Portugal”, afirmou então Montenegro.

No dia anterior, a 20 de março, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, mostrou-se disponível para viabilizar um Orçamento retificativo que venha a ser apresentado pelo Governo para a valorização das carreiras e dos salários da Função Pública. Mas o Executivo permaneceu mudo.

“O Governo está a tomar o pulso às bases, ao Orçamento do Estado em vigor, aos meios que tem para aprovar medidas”, sublinha a politóloga. Por isso, “é natural que haja alguma contenção e prudência no programa do Governo em comparação com as promessas da campanha eleitoral, para preservar espaço negocial”, indica André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

Descongelamento da carreira dos professores e descida de impostos

As grandes bandeiras da AD, que constam do programa eleitoral, passam pelo descongelamento faseado da carreira dos professores à razão de 20% ao ano, pelo aumento gradual do complemento solidário idosos (CSI) para 820 euros até 2028, pela redução do IRS e do IRC e pela aprovação de um plano de emergência para a saúde nos primeiros 60 dias do Governo para acabar com as listas de espera para consultas e cirurgias.

De uma forma geral, as medidas do programa eleitoral deverão estar plasmadas no programa do Governo, mas sem grande detalhe quanto à sua concretização para permitir entendimentos no Parlamento ou “através de um bloco central informal com o PS ou através de uma maioria de direita com o Chega”, refere André Azevedo Alves.

“Será esta a posição do Executivo, dar margem de um lado e do outro para negociar, para pressionar o PS e o Chega. O documento deverá reafirmar os principais compromissos da campanha e as orientações gerais, mas dando flexibilidade para possibilitar mais tarde a aprovação do Orçamento do Estado para 2025“, considera o especialista em Estudos Políticos.

Desafio de Pedro Nuno para acordo, mas Passos Coelho atira PSD para o Chega

Aliás, o Governo tem sido puxado para o PS e para o Chega, nos últimos tempos. O líder do PS voltou a lançar o repto a Luís Montenegro, desta feita por escrito. Na missiva dirigida ao chefe do Governo, Pedro Nuno Santos mostrou-se disponível para um acordo e elencou as condições para aprovar um Orçamento retificativo, nomeadamente no que diz respeito à valorização das carreiras e dos salários da Função Pública, “em especial dos profissionais de saúde (de todos, e não apenas dos médicos), das forças de segurança, dos oficiais de Justiça e dos professores”.

O repto de Pedro Nuno Santos é para chegar a um entendimento com o PSD no prazo de 60 dias. Montenegro saudou o “exercício de responsabilidade política e compromisso” do PS, mas, logo a seguir, esfriou o entusiasmo do líder socialista, escrevendo de volta que “o tempo e o modo de condução” dos processos negociais serão, “obviamente, definidos pelo Governo”. Ou seja, Montenegro aceitou marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos, mas só depois das negociações com as “organizações representativas dos setores” da Administração Pública, nomeadamente profissionais de saúde, forças de segurança, oficiais de justiça e professores.

Estes possíveis entendimentos até foram bem vistos pelo ex-presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva: “Acho a iniciativa muito boa”.

Mas o aparecimento do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho veio puxar o PSD para o Chega e quebrar com a ideia de bloco central informal. Na apresentação do livro “Família e Identidade”, esta segunda-feira, o antigo líder do PSD sugeriu, nas entrelinhas, que é um erro manter a política do “não é não” ao Chega. “Dizer que respeitamos as pessoas, mas não respeitamos as suas opções é bocadinho um insulto. Se fizer esta escolha, daqui não leva nada. Se fizer aquela escolha, comigo não fala. Não é uma maneira urbana de construirmos um mundo melhor”, sublinhou Passos.

As palavras de Passos Coelho fizerem soar os alarmes no seio do Governo. Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiro e número dois do primeiro-ministro, recusou esta terça-feira comentar as declarações do antigo primeiro-ministro sobre uma aproximação da direita. “Aquilo em que o Governo português está focado é governar. E não, portanto, comentar a atualidade de cada dia”, afirmou. “Esta semana temos o debate do programa do Governo, é um momento fundamental, e temos de nos preservar e preparar para ele”, rematou.

Vamos lá ver se nos entendemos sobre o ‘não é não’ de Montenegro ao Chega. Isto aplicava-se a coligações com o Chega e a acordos de governação. Coisa diferente é a necessidade de diálogo com todas as forças no Parlamento.

Hugo Soares, líder da bancada do PSD

De igual modo o novo líder da bancada do PSD, Hugo Soares, não quis comentar as declarações de Passos Coelho e insistiu que o PSD quer “dialogar com todos”, afirmou esta terça-feira depois de ter sido eleito presidente do grupo parlamentar com 98,7% dos votos. Depois quis clarificar a cerca sanitária ao Chega: “Vamos lá ver se nos entendemos sobre o ‘não é não’ de Montenegro ao Chega. Isto aplicava-se a coligações com o Chega e a acordos de governação. Coisa diferente é a necessidade de diálogo com todas as forças no Parlamento. Os portugueses lá fora não querem saber se a redução de impostos é aprovada com a abstenção do PS, Chega, Livre ou PCP”.

Será este “o caminho intermédio e difícil, de negociar com todos os partidos, que Montenegro irá trilhar”, sendo certo que há “pontos de concordância” entre PSD, PS e Chega, nomeadamente no que diz respeito “à valorização das carreiras da Função Pública”, sinaliza André Azevedo Alves.

“O programa de Governo terá de refletir essa margem negocial, pontes com PS e Chega, mostrar uma visão de retórica de que o interesse público está acima de interesses partidários”, assinala Paula Espírito Santo.

em relação ao plano de emergência para a Saúde, o professor catedrático de Ciência Política do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP), José Adelino Maltez, considera que é para avançar já. “Luís Montenegro tem de apostar tudo nestes dois meses”, continua o politólogo, “em medidas como o plano para a Saúde, que não precisa de passar pelo Parlamento, para justificar o voto nas eleições Europeias”, que, em Portugal, decorrem a 9 de junho.

O programa do XXIV Governo Constitucional vai ser entregue na Assembleia da República esta quarta-feira ao final da manhã, depois de aprovado em Conselho de Ministros. De acordo com uma nota do gabinete do primeiro-ministro, a entrega do documento ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, será feita às 11h45.

Para as 12h15, está marcada a conferência de imprensa do Conselho de Ministros, que se reunirá a partir das 9h, na residência oficial do primeiro-ministro para aprovar o documento. Este Conselho de Ministros tinha sido anunciado no sábado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, numa reunião informal que juntou todo o Governo em Óbidos, e em que disse à comunicação social que o programa já estava “muito adiantado”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Esquerda vai usar Parlamento para tentar travar privatização total da TAP

O primeiro-ministro defende a venda de 100% do capital da companhia aérea, mas intenção pode esbarrar no Parlamento. Bloco, PCP e Livre irão pedir apreciação do futuro decreto-lei.

A privatização da totalidade do capital da TAP, defendida pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, pode vir a ser travada na Assembleia da República, caso seja pedida a apreciação no Parlamento do futuro decreto-lei. Bloco, PCP e Livre admitem que recorrerão a este mecanismo.

O Executivo de António Costa já tinha posto em marcha a venda de até 100% do capital da companhia aérea. O decreto-lei foi, no entanto, vetado pelo Presidente da República, que quis mais garantias sobre a influência futura do Estado nos destinos da companhia. O Governo apresentou entretanto a demissão e o processo parou.

A Aliança Democrática (AD) pretende retomar o processo. O programa eleitoral prevê a privatização e Luís Montenegro defende a venda da totalidade do capital, mesmo que de forma faseada.

A intenção pode, no entanto, vir a ser travada no Parlamento. Esta possibilidade foi deixada no ar pelo secretário-geral do PS, quando na entrevista de segunda-feira à CNN Portugal levantou dúvidas sobre a venda da companhia aérea. “Não sei se vai avançar ou não. Têm de ter uma maioria para a aprovar”, afirmou Pedro Nuno Santos, acrescentando que a AD “não” pode contar com o PS.

Questionado pelo ECO sobre a possibilidade de o PS avançar com um pedido de apreciação do futuro decreto-lei de privatização pela Assembleia da República, o secretário-geral dos socialistas diz que primeiro terá de ver o diploma do Governo: “Não há nenhum decreto, não conhecemos nenhuma proposta concreta, temos de esperar para ver e decidir”. Certo é que Pedro Nuno Santos tem defendido que o Estado “deve abrir o capital a grupos privados, mas não deve abdicar da maioria”.

Mas nem precisa de ser o PS a avançar. A apreciação parlamentar de atos legislativos do Governo tem de ser pedida por um mínimo de 10 deputados. Ora o Bloco, o PCP e o Livre, que juntos somam 13 deputados, estão disponíveis para um entendimento que obrigue a “chamar” o decreto-lei à Assembleia da República (AR).

“Desde o primeiro dia da instalação da nova AR que o líder parlamentar do Bloco tem dito que o Bloco de Esquerda está disponível para juntar os seus votos e forças ao de outras bancadas da esquerda e da ecologia para travar todos os recuos que a AD quer impor“, responde ao ECO fonte oficial do movimento, em resposta à possibilidade de avançar com um pedido de apreciação para travar a privatização da TAP.

“Qualquer perspetiva de privatização da TAP constitui um crime económico, contrário aos interesses do País, e do que depende de nós, conta com a total oposição do PCP, dentro e fora da Assembleia da República. Não excluímos o uso de todos os instrumentos e iniciativas, institucionais ou não institucionais que combatam esse objetivo”, responde fonte oficial dos comunistas.

“O Livre tem sempre dito que todos os diplomas do Governo que nos suscitem dúvidas, e desacordo, falaremos com outras forças políticas para reunir os deputados necessários para pedir a apreciação parlamentar“, aponta a líder do partido na Assembleia da República, Isabel Mendes Lopes. “O Estado deve manter uma palavra a dizer sobre o futuro da TAP, envolvendo os trabalhadores. Se houver essa vontade [de privatizar a maioria do capital] chamaremos ao Parlamento o decreto-lei.

Se for mesmo pedida a apreciação parlamentar para cessação do diploma, a AD terá de reunir um apoio maioritário. À direita o tema não é, contudo, unânime. Se a Iniciativa Liberal também quer a venda a 100%, o Chega defende que “o Estado deverá procurar manter na TAP uma participação que lhe permita ter assento no conselho de administração”.

Seja à direita, seja com o PS, este é mais um tema em que a coligação terá de chegar a um desenho que permita passar no teste da Assembleia da República. Uma tarefa que caberá ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

Interessados não parecem faltar. Air France-KLM, grupo IAG e Lufthansa já manifestaram vontade em avaliar a compra da TAP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A Federação Espanhola de Parkinson apela à inteligência emocional numa campanha sobre a importância das redes de apoio e de cuidados

  • Servimedia
  • 10 Abril 2024

No Dia Mundial da Doença de Parkinson e numa altura da história dominada pela tecnologia, apela ao reforço dos laços emocionais para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com esta doença.

A Federação Espanhola de Parkinson (FEP) e as suas associações federadas lançaram a campanha “Recuperemos a inteligência emocional”, por ocasião do Dia Mundial da Doença de Parkinson, que se comemora todos os anos a 11 de abril.

A iniciativa tem como objetivo tornar visível a realidade de todas as pessoas que vivem com esta doença, mostrando a importância vital das ligações humanas num mundo “que muitas vezes parece ser dominado pela tecnologia”, explicou a FEP em comunicado.

Este ano, o compromisso da organização é promover a inteligência emocional como um recurso essencial para fortalecer as redes de apoio e cuidados necessários para avançar em direção a uma melhor qualidade de vida das pessoas com Parkinson e do seu ambiente.

No âmbito desta campanha, a FEP lançou vários vídeos com os testemunhos de alguns dos seus membros, pessoas diagnosticadas com Parkinson que falam com familiares e terapeutas sobre a importância do apoio emocional no seu quotidiano. Os vídeos e as informações sobre a campanha podem ser consultados no sítio Web “https://inteligenciaemocional.ai”.

A doença de Parkinson é uma doença crónica e neurodegenerativa cuja prevalência duplicou nos últimos 25 anos, estimando-se que afete mais de 160 000 pessoas em Espanha e mais de 8,5 milhões em todo o mundo.

A organização indicou que as provas científicas se centraram recentemente na relação entre a solidão indesejada e a saúde. A FEP sublinha que conhecer, ligar e partilhar o processo pessoal da doença de Parkinson facilita que as competências e recursos pessoais contribuam para melhorar a qualidade de vida de quem vive com esta doença.

Por isso, a diretora da Federação, Alicia Campos, assegura que “numa sociedade onde parece que a inteligência artificial nos torna cada vez mais solitários, é fundamental exigir um mundo com mais inteligência emocional”.

O PAPEL DAS ASSOCIAÇÕES

As associações de Parkinson desempenham um papel “essencial” para as pessoas diagnosticadas com Parkinson, as suas famílias e cuidadores, prestando apoio, formação, informação e orientação. Também preenchem as lacunas terapêuticas existentes, oferecendo as terapias necessárias para melhorar a qualidade de vida das pessoas com Parkinson (fisioterapia, terapia da fala, psicologia, terapia ocupacional, serviço social, etc.).

“Enquanto Federação, o nosso compromisso consiste em defender os direitos das pessoas com doença de Parkinson. Por esta razão, acreditamos que é necessário implementar políticas públicas que garantam cuidados sociais e de saúde de qualidade, apoiando o movimento associativo para que, com recursos limitados, possam continuar a responder às lacunas existentes nos cuidados”, afirma o presidente da Federação, Andrés Álvarez.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

O Programa do Governo vai ser aprovado esta quarta-feira em Conselho de Ministros. Já o INE vai confirmar a inflação de março. A marcar o dia está ainda a assembleia geral anual dos acionistas da EDP.

Esta quarta-feira, o Programa do Governo vai ser aprovado em Conselho de Ministros. Já o INE vai confirmar a inflação de março. A marcar o dia está ainda a assembleia geral anual dos acionistas da EDP, a divulgação das atas da última reunião de política monetária da Fed e a IGCP volta ao mercado com três leilões de bilhetes do Tesouro.

Conselho de Ministro aprova Programa do Governo

Esta quarta-feira, o Programa do Governo vai ser aprovado em Conselho de Ministros. A reunião está prevista para as 9h00. A informação foi avançada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, no sábado, que adiantou que o programa estava “muito adiantado” dando entrada no Parlamento no prazo estipulado. O Programa do XXIV Governo Constitucional será debatido na Assembleia da República entre quinta e sexta-feira.

INE confirma inflação de março

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirma esta quarta-feira a evolução do Índice de Preços no Consumidor em março. No final do mês passado, a estimativa rápida do INE indicou que a taxa de inflação homóloga em março acelerou, igualando o nível de janeiro de 2024, quando tocou um máximo desde setembro do ano anterior. Mas os preços em Portugal terão dado um salto em relação a fevereiro. Em fevereiro, a taxa de inflação homóloga recuou para 2,1%. Já a inflação subjacente, que exclui preços mais voláteis como produtos alimentares e energéticos, registou uma variação de 2,1% (2,4% em janeiro).

Acionistas da EDP reúnem-se

Esta quarta-feira, os acionistas da EDP vão reunir-se, pelas 10h30, em assembleia geral anual. Entre os pontos de ordem está a votação da remuneração acionista. Em cima da mesa está a distribuição de um dividendo bruto de 0,915 euros por ação. Nesta a assembleia geral anual os gestores do grupo têm números pouco satisfatórios para mostrar aos acionistas no que diz respeito ao desempenho das ações no médio e curto prazo. A EDP e a EDP Renováveis registam em 2024 o quarto ano consecutivo de desvalorizações em bolsa e o comportamento negativo acentuou-se de forma muito pronunciada nos primeiros meses deste ano.

Reveladas atas da Fed

Serão conhecidas esta quarta-feira as atas da última reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed). A 20 de março, a Fed manteve inalteradas as taxas de juro, estendendo pela quinta reunião seguida uma pausa que iniciou em setembro do ano passado. O Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês) informou, em comunicado, que as Fed Funds Rates permanecem inalteradas no intervalo 5,25%-5,5%, confirmando uma decisão que era esperada por analistas, economistas e investidores.

IGCP volta ao mercado com leilões de bilhetes do Tesouro

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai realizar esta quarta-feira, pelas 10h30, três leilões de obrigações do Tesouro com maturidades entre cerca de 10 e 20 anos, com um montante indicativo entre 1.250 e 1.500 milhões de euros. No total, o IGCP espera captar entre 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão. No final de março, o IGCP informou que vai emitir um montante superior em dívida de longo prazo e inferior em dívida de curto prazo face ao inicialmente previsto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DS Seguros quer fechar 2024 com um crescimento de 50%

Este trimestre destacou-se um crescimento de 35% no ramo Vida face ao período homologo com a emissão de mais de 3 mil apólices e no ramo Saúde o crescimento foi de 37% com cerca de mil novas apólices.

Os agentes da DS Seguros atingiram no primeiro trimestre de 2024 uma faturação de cerca 3 milhões de euros em comissões, mais 43% face ao período homólogo. Segundo o comunicado da mediadora, foram emitidas 12.500 novas apólices, mais 13% do que no mesmo período no ano passado. “Todos os anos [a DS Seguros] tem conseguido ter o melhor ano de sempre, quer em termos de faturação, quer em termos de crescimento de angariação de novos clientes.”, refere Luís Tavares, Diretor Coordenador Nacional da DS SEGUROS, em entrevista ao ECOseguros.

Luís Tavares, diretor coordenador nacional da DS Seguros, em entrevista ao ECO Seguros - 03ABR24
Luís Tavares, diretor coordenador nacional da DS Seguros que se tem focado principalmente nos seguros de vida e de saúde, são os ramos que “refletem as maiores necessidades de mercado atualmente”, diz.Hugo Amaral/ECO

Durante este trimestre, destacou-se um crescimento de 35% no ramo Vida face ao mesmo trimestre no ano passado com a emissão de mais de 3 mil apólices e no ramo Saúde o crescimento foi de 37% com cerca de mil novas apólices. O crescimento destas áreas alinha-se com a orientação da mediadora que se tem focado principalmente nos seguros de vida e de saúde “que refletem as maiores necessidades de mercado atualmente”, afirmou Luís Tavares. “Como apostamos mais nestas áreas é também onde temos mais crescimento”, acrescenta.

Para o Diretor Coordenador Nacional da DS Seguros “estes resultados são uma forma fantástica de iniciar o novo ano e dão-nos ainda mais motivação para continuar a crescer e atingir os grandes objetivos que temos para este ano.”. Nesse âmbito, a principal meta para 2024 “é fecharmos o ano com crescimento de pelo menos 50%, em relação ao ano passado.”, revela.

A DS Seguros inaugurou três agências em Esmoriz, Setúbal e em Paço de Sousa (Penafiel) e foram ainda assinados 13 novos contratos para a abertura de novas lojas entre janeiro e março deste ano. Atualmente, a mediadora conta com 155 lojas em território nacional e tem o objetivo de alcançar as 170 até ao final do ano.

Quanto aos principais ativos na carteira da DS Seguros, aproximadamente três em cada dez são de seguro automóvel. Uma vez que, como explica Luís Tavares, trata-se de um seguro obrigatório e “na maior parte dos mediadores tradicionais tem um peso de 70%/80% na sua carteira”. Já o seguro Vida representa cerca de 33% da carteira e o Saúde cerca de 15%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Explosão em barragem italiana faz pelo menos quatro mortos e seis desaparecidos

  • Lusa
  • 9 Abril 2024

A explosão ocorreu na central hidroelétrica no lago Suviana, cuja construção é quase centenária, localizada a cerca de 70 quilómetros a sudoeste de Bolonha.

Uma explosão numa central hidroelétrica no centro de Itália causou esta terça-feira pelo menos quatro mortos, três feridos e seis desaparecidos, segundo as agências internacionais. Os bombeiros recuperaram os corpos de quatro pessoas, resgataram os feridos e continuam à procura dos desaparecidos, informaram as autoridades locais.

A explosão ocorreu na central hidroelétrica no lago Suviana, cuja construção é quase centenária, localizada a cerca de 70 quilómetros a sudoeste de Bolonha. Um vídeo fornecido pelos bombeiros mostrava o fumo a sair do subsolo da central elétrica de Bargi, à beira do lago, propriedade da empresa Enel.

O presidente da câmara da cidade vizinha de Camugnano, Marco Masinara, disse que a explosão aconteceu nove níveis abaixo do solo – a uma profundidade de cerca de 30 metros – durante os trabalhos nas turbinas, indicando que havia dificuldades em chegar às vítimas, noticiou a imprensa local.

O lago artificial formado pela construção de uma barragem de 1928 está localizado num parque regional a uma altitude de 500 metros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Caminha “preocupada” com parque eólico espanhol junto ao rio Minho

  • Lusa
  • 9 Abril 2024

Para o projeto “estão previstas 36 turbinas com mais de 200 metros de altura, que terão um impacto brutal, principalmente para o concelho de Caminha”. Autarquia aguarda respostas há dez meses.

A Câmara de Caminha revelou esta terça-feira estar há 10 meses “preocupada” e à espera de resposta das entidades espanholas sobre a perspetiva de instalação de um parque eólico junto ao troço internacional do rio Minho.

Das diversas missivas remetidas para as entidades espanholas, nenhuma delas respondeu de forma objetiva as nossas preocupações. A Câmara será sempre parte de soluções, esperando estar sentada à mesa das negociações, caso o Governo de Espanha assim o entenda”, indicou o presidente daquela autarquia do distrito de Viana do Castelo, numa resposta enviada à Lusa.

O autarca lembra que, em julho, “preocupada com a instalação deste parque eólico”, escreveu a várias entidades alertando que o plano, “a concretizar-se”, vai “condicionar o futuro do troço internacional do rio Minho, com os brutais impactos socioeconómicos e ambientais”. Rui Lages respondia a críticas da coligação O Concelho em Primeiro, que reúne PSD, CDS-PP e PPM, que em comunicado diz ter verificado, “com apreensão”, que “o perímetro para a localização das eólicas ficou encostado à costa portuguesa”.

“Ou seja, as eólicas espanholas ficarão localizadas, se se olhar em linha reta para o mar, desde o fim da ecovia que liga Vila Praia de Âncora a Moledo e estende-se até à zona norte de la Guardiã”, descrevem, após uma reunião com o alcaide de A Guarda, na Galiza. Segundo os vereadores da oposição, “estão previstas 36 turbinas com mais de 200 metros de altura, que terão um impacto brutal, principalmente para o concelho de Caminha”.

O presidente da Câmara de Caminha recorda que, em julho, alertou várias entidades para não ser de descurar “a posição geoestratégica que assume este parque eólico, podendo colocar ainda em causa a Defesa Nacional dos dois Estados”. “Não podemos aceitar que, sejam quebradas todas as regras de direito internacional e de cumprimento de acordos, não se respeitando e ouvindo as comunidades locais vizinhas, como é o caso do concelho de Caminha”, escreveu também o socialista Rui Lages.

As cartas, revelou, foram enviadas ao presidente da Xunta da Galicia, ao presidente do Governo de Espanha, ao então secretário de Estado do Mar do Governo Português e ao então presidente da Comissão Permanente Internacional do Rio Minho (CPIRM). O autarca lembra que, no rio Minho, um rio transfronteiriço, “vigora um Acordo Transfronteiriço do Rio Minho que permite a pescadores portugueses e espanhóis pescarem em áreas de jurisdição de ambos os países”.

A Câmara está “preocupada com este assunto há mais de 10 meses” e em “plena articulação com a associação de pescadores de Vila Praia de Âncora e de Caminha”. Os vereadores da coligação referem “impactos” que, “atestados pelas próprias empresas que fizeram os estudos, são demasiado grandes”.

“Referem, inclusive, que um dos problemas será o impacto que toda a operação de construção do parque eólico terá nas zonas de banhos, entenda-se nas zonas que vivem da venda do turismo de verão e praia, como é o caso do concelho de Caminha”, assinalam.

Para os eleitos da coligação, “não se entende como é que o executivo de Caminha, face à ameaça premente de instalações de eólicas do lado espanhol, não acompanhou este dossiê de perto”. A coligação diz ter já pedido “mais uma reunião com o alcaide Roberto Carrero para que se possa esclarecer a população do concelho e ver de que forma se podem unir esforços para tentar alterar o polígono de localização”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carta do PS ao PSD mostra “grande peso de consciência”, diz Paulo Raimundo

  • Lusa
  • 9 Abril 2024

"Qual é a razão pela qual não se resolveu estes problemas todos [situação de profissionais da administração pública] anteriormente. Nenhuma, a não ser uma opção", afirmou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP considerou esta terça-feira que a correspondência “tão ágil” entre PS e PSD mostra o “grande peso de consciência” dos socialistas por não terem resolvido anteriormente a situação de certos grupos profissionais da administração pública.

“Posso dizer à vontade que o PS tem um grande peso de consciência. Aliás, o que mostra esta correspondência tão ágil é um grande peso de consciência porque qual é a razão pela qual não se resolveu estes problemas todos [situação de profissionais da administração pública] anteriormente. Nenhuma, a não ser uma opção”, afirmou Paulo Raimundo no final de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte, no Porto.

O comunista acentuou que o PS optou por não resolver a situação de certos grupos profissionais da administração pública, dado que, as condições criadas hoje são exatamente as mesmas de 8 de março, dia em que o Governo de António Costa decretou um aumento salarial de 7,89% para os 104.250 administrativos que trabalham em empresas do setor privado e que não são abrangidos por contratos coletivos. “Qual é a diferença? Nenhuma. É uma questão de opção e há aqui, vamos dizer, uma tática”, sublinhou.

Segundo Paulo Raimundo, o PS e o PSD “bem podem agora sacudir responsabilidades ao tentarem manobras”, mas o que interessa é dar respostas imediatas aos professores, médicos, enfermeiros, forças de segurança, funcionários judiciais e todos aqueles a quem foram prometidas soluções para os seus problemas. E acrescentou: “Não é amanhã, não é depois de amanhã, o que é preciso garantir são respostas imediatas”.

Ainda em tom de ironia, o líder dos comunistas elogiou o “bom funcionamento dos CTT” na troca de cartas entre os líderes do PS e PSD numa altura em que os portugueses sabem o que custa enviar e receber uma carta. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, escreveu ao primeiro-ministro disponibilizando-se para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública.

Numa carta dirigida a Luís Montenegro, à qual a agência Lusa teve acesso, Pedro Nuno Santos acrescenta que “a disponibilidade do PS para este acordo pressupõe uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores”. Na resposta, o primeiro-ministro saudou o “exercício de responsabilidade política e compromisso” do líder do PS e comprometeu-se a agendar “oportunamente uma reunião de trabalho” sobre a valorização de carreiras e salários na Administração Pública.

“Aproveito o ensejo para lhe transmitir que oportunamente agendaremos uma reunião de trabalho sobre essa temática, o que deverá acontecer na sequência das negociações com as organizações representativas dos trabalhadores. O tempo e o modo de condução desses processos negociais serão, obviamente, definidos pelo Governo”, refere Luís Montenegro, na resposta à carta que lhe foi hoje enviada por Pedro Nuno santos, e a que a Lusa teve acesso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OPA à Greenvolt ainda aguarda autorizações na Irlanda e Bulgária

  • Lusa
  • 9 Abril 2024

A oferta de compra da Greenvolt foi lançada em 21 de dezembro do ano passado pelo fundo de investimento em infraestruturas Gamma Lux, com sede no Luxemburgo e gerido pela KKR.

A Oferta Pública de Aquisição (OPA) à Greenvolt aguarda a autorização de entidades irlandesas e búlgaras, após o perito independente nomeado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter fixado um preço mínimo de 7,30 euros.

Num comunicado, publicado na CMVM, a empresa liderada por João Manso Neto disse que recebeu da Gamma Lux Holdco S.à.r.l. uma comunicação através da qual “foi informada sobre a verificação das condições elencadas no parágrafo 17 do anúncio preliminar de lançamento de oferta pública geral e voluntária de aquisição de ações representativas” do seu capital social, divulgado a 21 de dezembro de 2023.

Nessa nota, a sociedade, do universo da norte-americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR), recordou que, na semana passada, a CMVM revelou que o perito independente tinha fixado o preço mínimo da operação em 7,30 euros, um valor inferior aos 8,30 euros oferecidos pela entidade. Segundo a informação, encontram-se ainda pendentes uma decisão nos termos da lei irlandesa relativa ao investimento estrangeiro de 2023 e de legislação búlgara no mesmo sentido.

Pendente está ainda a aquisição das “ações dos acionistas vendedores ao abrigo dos contratos de compra e venda de ações” e o registo prévio da oferta na CMVM.

“A oferente encontra-se a realizar os atos materiais e jurídicos necessários à verificação das condições pendentes”, indicando que, “na presente data, o dia 31 de maio de 2024 é a data previsível de aquisição pela Oferente pelo menos das ações detidas pelas Actium Capital, S.A., Caderno Azul, S.A., Livrefluxo, S.A., Promendo Investimentos, S.A., V-Ridium Holding Limited e KWE Partners Ltd”.

A oferta de compra da Greenvolt foi lançada em 21 de dezembro do ano passado pelo fundo de investimento em infraestruturas Gamma Lux, com sede no Luxemburgo e gerido pela KKR, tendo, entretanto, sido constituída, já este ano, a sociedade GVK Omega, com sede em Lisboa, para realizar a operação.

Em 19 de janeiro, o Conselho de Administração da Greenvolt considerou “justo” o valor oferecido pela KKR na oferta de compra do grupo português de energias renováveis, sustentando que capital acionista adicional permitirá “acelerar o plano de negócios”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Escola de hotelaria do Estoril apoia criação de escola de Turismo na Guiné-Bissau

  • Lusa
  • 9 Abril 2024

A futura escola de turismo será em Bolama para "tirar vantagens das ilhas Bijagós" e poderá estar em funcionamento no prazo de um ano.

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) vai apoiar a Guiné-Bissau na criação, na ilha de Bolama, de uma escola de turismo, que poderá ajudar a “alavancar a economia” do país, disse esta terça-feira o ministro da Educação guineense. Henri Mané falava em Bissau no ato da assinatura do protocolo que formaliza a parceria com a escola portuguesa.

O ministro guineense destacou que a futura escola de turismo será em Bolama para “tirar vantagens das ilhas Bijagós”, zona de beleza rara e de vida exótica na Guiné-Bissau. “Pode-se dizer que estamos no caminho certo. A educação é a base para o desenvolvimento e o turismo pode alavancar a nossa economia”, declarou Henri Mané.

O presidente do Conselho de Administração da ESHTE, Carlos Brandão, que representou a instituição na cerimónia, afirmou que, após a assinatura do protocolo para a criação da escola, esta poderá estar em funcionamento no prazo de um ano. Segundo Brandão, vai agora iniciar-se o processo de formalização da candidatura da escola guineense.

O objetivo é dotar a Guiné-Bissau de um estabelecimento de ensino superior dedicado ao turismo, que, como se sabe, é um setor de banda muitíssimo larga”, disse o presidente da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril. Carlos Brandão, que foi recebido por vários membros do Governo guineense e pelo primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, afirmou que, tal como ajudou no crescimento da economia portuguesa, o setor também poderá contribuir para a Guiné-Bissau.

“O boom imobiliário resultou de turistas que foram visitar Portugal e quiseram ficar por lá a viver, aqui também poderá acontecer a mesma coisa, de pessoas que venham cá fazer o seu negócio, gostarem, e ficarem”, declarou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.