Margem de refinação da Galp caiu 15% no último trimestre de 2024

Diferença entre o custo de aquisição do petróleo e o preço de venda dos produtos refinados (como gasolina e gasóleo) cai pelo terceiro trimestre seguido em termos anuais, para 5,2 dólares por barril.

A Galp Energia viu a sua margem de refinação cair para 5,2 dólares por barril de petróleo no quarto e último trimestre do ano passado, o que representa uma redução de 15% face aos 6,1 dólares por barril que tinha registado no período homólogo.

Ainda assim, este indicador que traduz a diferença entre o custo de aquisição do petróleo e o preço de venda dos produtos refinados (como a gasolina e o gasóleo) recuperou em relação aos três meses anteriores (4,7 dólares por barril).

Estes dados constam do trading update da Galp, comunicado esta manhã à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que a empresa mostra aos investidores para os preparar para a apresentação de resultados agendada para 17 de fevereiro, antes da abertura das bolsas.

Entre outubro e dezembro, a produção working interest da companhia que deixou de ser liderada por Filipe Silva ficou-se pelos 110 mil barris de petróleo ou equivalente por dia. Significa uma descida de 13% em relação ao mesmo período do ano passado e também face aos três meses anteriores, ainda que mais ligeira (-2%).

Em termos comerciais, a venda de produtos petrolíferos aumentou 6% em termos homólogos e caiu 2% face ao trimestre anterior. No caso do gás natural, a comercialização escalou 27%, enquanto a venda de eletricidade aos clientes progrediu a um ritmo superior (29%) em relação ao quarto trimestre de 2023.

Ainda de acordo com o trading update do último trimestre do ano passado, a produção de energia renovável tropeçou 3% para 346 GWh (gigawatt por hora) em termos anuais e afundou 59% em relação ao terceiro trimestre de 2024, mantendo a capacidade instalada.

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Javier Tebas: “Não é muito sério apresentar a Superliga sem falar de governação e com três formatos em três anos”

  • Servimedia
  • 3 Fevereiro 2025

Javier Tebas manifestou a sua oposição ao último projeto da Superliga que considera ser uma ameaça à sobrevivência das competições nacionais e ao atual ecossistema do futebol europeu.

Tebas insistiu que o último projeto da Superliga, em dezembro passado, “não é sério” porque “estão a tentar enganar o futebol europeu, por isso temos de o explicar. Se não o fizermos, alguns clubes podem acreditar. As pessoas não devem pensar apenas no formato: o modelo desportivo é elitista e oligárquico. Foi o que afirmou em entrevistas ao “The Guardian” e ao “El País”.

Salienta ainda que o objetivo da A22, promotora da possível competição, é “gerar instabilidade e incerteza no futebol europeu” e, por isso, o dirigente considera que “é preciso estar atento, porque o dia a dia de um clube absorve-nos tanto que não temos tempo para analisar em profundidade este tipo de abordagem. As ligas deviam falar claramente sobre este problema.

“Não é sério que tenhamos três formatos em três anos e apresentemos um formato que não fala de governação. Não podemos estar a falar de salvar o futebol, como disse o presidente Pérez, e fazer isto”, observou na entrevista ao El País.

Além disso, face ao novo formato do campeonato A22, que apresenta uma competição com acesso a partir das ligas nacionais, Javier Tebas descreveu-o no “El País” como “elitista”, porque 12 dos 16 clubes da categoria Star – a categoria mais elevada do projeto da Superliga – pertencem às cinco grandes ligas e observou que “se os mesmos clubes forem sempre para uma competição que presumimos que vai gerar muito dinheiro, haverá ainda mais um fosso nas competições nacionais. E quanto maior for o fosso económico, menos competitiva será a competição e mais valor perderá”.

Tebas disse ainda ao Guardian que tem “a certeza de que estão a tentar pressionar a UEFA para chegar a algum tipo de acordo”. Sei que a A22 se reuniu com alguns clubes, falou sobre o assunto e explicou-o, mas ninguém deu esse passo em frente. O que eles querem é chantagear a UEFA”.

Os direitos audiovisuais do futebol também serão afetados por este projeto. Foi o que afirmou o dirigente ao “El País”, que falou da “insegurança” causada por projetos como a Superliga, uma vez que “já há alguns sítios que obrigam a colocar nos contratos que o preço será revisto”. O modelo audiovisual proposto pela A22 “não é viável”, afirmou. E acrescentou: “Um dia é tudo gratuito, outro dia é híbrido, outro dia não sei como é que é… Isto parece um circo”, na linha do que também defendeu para as inúmeras alterações no formato do concurso.

A entidade indicou que a implementação de uma competição como a Superliga teria um impacto no atual sistema do futebol europeu e poderia afetar uma estrutura que, em Espanha, de acordo com o estudo “Impacto socioeconómico do futebol profissional em Espanha” elaborado pela KPMG, cria mais de 194.000 empregos, gera 8.390 milhões de euros em impostos e representa cerca de 1,44% do PIB nacional.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2025

O INE divulga a estimativa da inflação em janeiro na Zona Euro e o Banco de Portugal revela a dívida pública. Já a CMVM apresenta os objetivos para este ano e o Plano Estratégico para 2025-2028.

No início de uma semana marcada desde logo pelo alívio no preço dos combustíveis, o Gabinete de Estatísticas da União Europeia divulga uma estimativa rápida sobre o nível da inflação na Zona Euro em janeiro, enquanto o Banco de Portugal divulga os dados da dívida pública referentes ao último mês do ano. Já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários apresenta esta segunda-feira os seus objetivos para este ano, bem como o seu Plano Estratégico para o período entre 2025 e 2028. O Tribunal de Contas promove a conferência “Melhorar a Eficiência e a Transparência da Contratação Pública – Controlo do Tribunal de Contas para uma Contratação Pública Eficiente em Portugal”.

Como evoluiu a inflação na Europa?

Esta segunda-feira é dia de o Eurostat dar conta de como a inflação evoluiu em janeiro na Zona Euro, através da publicação de uma estimativa rápida. No último mês de 2024 foi registada uma taxa de inflação mais alta na Zona Euro, depois de o índice de preços no consumidor a ter subido para 2,4% em dezembro, face aos 2,2% registados em novembro.

Banco de Portugal revela dívida pública

Esta segunda-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a dezembro de 2024. Em novembro, a dívida pública manteve a tendência iniciada a meio do ano passado e voltou a cair. De acordo com os dados divulgados pela instituição, a queda de 633,69 milhões de euros face ao mês anterior levou o endividamento público para 269,1 mil milhões de euros. No entanto, situa-se 2,3 mil milhões de euros acima do registado em igual período de 2023.

CMVM apresenta objetivos para este ano e Plano Estratégico para 2025-2028

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários apresenta esta segunda-feira os seus objetivos para este ano, bem como o seu Plano Estratégico para o período entre 2025 e 2028. Uma das ideias a incluir no plano passa pela criação de contas de serviços mínimos para investidores. “A CMVM assumiu em 2024 o compromisso de estudar a possibilidade de criação de uma conta de custos e serviços mínimos de valores mobiliários, mas os contactos exploratórios efetuados neste contexto levaram a que a ideia possa vir a ser redesenhada e reconfigurada no âmbito do Plano Estratégico para 2025-2028“, afirmou fonte oficial da CMVM ao ECO.

Combustíveis aliviam esta semana

Os preços dos combustíveis vão ficar mais baratos esta semana. A gasolina deverá descer um cêntimo e o gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá recuar 2,5 cêntimos. Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,644 euros por litro de gasóleo simples e 1,760 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira. Esta descida levou também o ministro das Finanças a manter a posição de ‘esperar para ver’ antes de mexer na fiscalidade que incide sobre os combustíveis.

Tribunal de Contas debate eficiência e transparência da contratação pública

Esta segunda-feira, o Tribunal de Contas promove a conferência “Melhorar a Eficiência e a Transparência da Contratação Pública – Controlo do Tribunal de Contas para uma Contratação Pública Eficiente em Portugal”. A iniciativa consiste na conferência de encerramento do projeto colaborativo para a criação de um modelo de avaliação de risco dos contratos públicos baseado em inteligência artificial e análise de dados avançados, desenvolvido em parceria com a NOVA IMS, com o apoio da OCDE e financiamento da Comissão Europeia. No evento vão ser apresentados os principais avanços do projeto iniciado em 2023, bem como os próximos passos na digitalização e modernização das auditorias públicas.

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54% das zonas húmidas de Espanha estão em mau estado e precisam de mais proteção

  • Servimedia
  • 3 Fevereiro 2025

Espanha é o quinto país do mundo com as zonas húmidas mais importantes, embora 54% estejam em mau estado e precisem de ser melhor protegidas para garantir a biodiversidade e o equilíbrio ambiental.

Este domingo é o Dia Mundial das Zonas Húmidas e os dados indicam que a Espanha enfrenta uma grave crise neste domínio. É o que demonstra a última análise da Convenção de Ramsar, o tratado internacional que promove a conservação e a utilização sustentável destas zonas naturais.

O relatório revela que 30% das zonas húmidas espanholas estão em estado “muito mau”, enquanto outros 24% estão em estado “mau”. Isto significa que apenas 15% estão em estado “moderado” e apenas 12% podem ser consideradas “bem conservadas”. Os restantes 19% estão ainda em processo de avaliação, pelo que o seu estado é incerto.

Estes números evidenciam a necessidade urgente de intensificar os esforços de proteção destes ecossistemas fundamentais para a biodiversidade e o equilíbrio ambiental. Por este motivo, o Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico apresentou o Plano Estratégico para as Zonas Húmidas até 2030, com o objetivo de prevenir e inverter a degradação das zonas húmidas em Espanha.

SETOR PRIVADO

Com este projeto, o Governo cumprirá o compromisso proposto em 2021 de melhorar a conservação destes espaços fundamentais devido ao seu papel fundamental como protectores da biodiversidade e mitigadores das alterações climáticas. O Governo transferiu um total de 120 milhões de euros para as comunidades autónomas para a realização de projectos relacionados com a melhoria do conhecimento, conservação, gestão e restauração de zonas húmidas.

Este compromisso com a recuperação das zonas húmidas foi também adotado por algumas organizações privadas, que lançaram acções para melhorar o estado destes ecossistemas.

A Sanitas, em colaboração com a WWF, lançou um projeto de recuperação de zonas húmidas em 2024 no Parque Regional do Sudeste de Madrid, localizado na bacia do rio Tejo. Por outro lado, a Suntory Global Spirits, juntamente com a Fundación Naturaleza y Hombre, lançou uma iniciativa de recuperação e criação de zonas húmidas, reflorestação e educação ambiental na Reserva Biológica de Campanarios de Azaba e nas bacias dos rios Eresma e Duero, em Castela e Leão. De igual modo, o CaixaBank, através do projeto “Vida Restaurada”, em colaboração com a Fundação Montemadrid, transformou o Charco del Tamujo de terreno agrícola em zona húmida protegida.

Estas iniciativas reflectem o interesse do governo espanhol e do sector privado na conservação das zonas húmidas. A sua perda ou deterioração pode ter consequências graves para o nosso planeta, como a perda de biodiversidade, a redução da disponibilidade de água potável e o agravamento das alterações climáticas.

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Como a tecnologia está a tratar-nos da saúde, com Isabel Vaz e Eduardo Freire Rodrigues. Oiça o podcast À Prova de Futuro

Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde, e Eduardo Freire Rodrigues, CEO da Uphill Health, explicam como a tecnologia está a transformar os cuidados de saúde e a relação entre profissionais e doentes.

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“Estamos a viver um momento magnífico de desenvolvimento, avassalador”, afirma Isabel Vaz, presidente executiva do grupo Luz Saúde e convidada deste episódio do À Prova de Futuro, um podcast do ECO apoiado pelo Meo Empresas.

A medicina vai ser cada vez mais preditiva, mais personalizada e digital, com os doentes a assumirem um papel mais ativo na gestão da sua saúde, com a ajuda crescente das aplicações e da inteligência artificial, prevê Isabel Vaz. A gestora fala também dos desafios da Luz Saúde, que este ano completa um quarto de século de existência.

Eduardo Freire Rodrigues, CEO da Uphill Health, é o Gestor sem Medo deste episódio. A startup, fundada em 2015, desenvolveu uma espécie de “piloto automático” para os médicos, que os apoia na tomada de decisões e a gerir o acompanhamento do doente de forma mais eficiente e eficaz.

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Futuros juízes passam a ter estatuto de bolseiro no apoio à doença e parentalidade

A nova “Lei do CEJ” – que define regras da formação de futuros juízes e magistrados do Ministério Público – já está em vigor e será aplicada já ao próximo concurso de admissão de setembro.

A nova “Lei do CEJ” – que define regras da formação de futuros juízes e magistrados do Ministério Público – já está em vigor e será aplicada ao próximo concurso de admissão, que vai ser lançado em setembro.

Uma das principais alterações previstas no diploma passa por dar a possibilidade de ingresso no Centro de Estudos Judiciários (CEJ) aos licenciados em Direito pós-processo de Bolonha apenas com mestrado, sem necessidade da respetiva tese. Até agora, era necessária a conclusão, na íntegra, de um dos ciclos de estudos avançados – doutoramento ou mestrado.

A proposta do Governo, agora aprovada, contempla ainda a constituição de reservas de recrutamento para ingressar na formação inicial de magistrados – para quem não entrar à primeira, estando dispensado de fazer novos exames de admissão –, a atribuição de um regime de segurança social que abrange situações de parentalidade e de doença – equivalente ao Estatuto do Bolseiro de Investigação – aos formandos não abrangidos por qualquer regime de proteção social, aplicação de um regime tributário especial aplicado à bolsa e criação de seguro de acidentes de trabalho.

O vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, o juiz conselheiro Luís Azevedo Mendes, sublinhou ao ECO/Advocatus que “esta revisão legislativa é a adaptação possível aos desafios atuais dos tribunais e à enorme falta de magistrados com as aposentações que ocorrem e ocorrerão de forma muito preocupante nos próximos cinco anos. Têm em vista alargar a base de recrutamento de juízes e garantir condições de formação mais inclusivas e flexíveis, incluindo as de descentralização do CEJ e da sua atividade de formação inicial”, disse o magistrado.

“O alívio de algumas exigências, como a tese de mestrado, e a criação de mecanismos de apoio social são passos relevantes para atrair talento diversificado, sem comprometer o rigor na seleção e formação. O Conselho Superior da Magistratura acompanhará com atenção a implementação destas medidas, especialmente as que dizem respeito ao impacto na qualidade da formação e na preparação dos futuros juízes.”

Tomada de posse do Juiz Conselheiro Luís Azevedo Mendes como Vice-Presidente do Conselho Superior da Magistratura - 10MAI23
Juiz Conselheiro Luís Azevedo Mendes, Vice-Presidente do Conselho Superior da MagistraturaHugo Amaral/ECO

Lista das principais mudanças

  • No recrutamento, para alargar a base de recrutamento, deixa de se exigir o mestrado completo aos licenciados pós-Bolonha (além da licenciatura, precisam apenas da parte curricular do mestrado, sem obrigatoriedade da tese).
  • Podem candidatar-se os licenciados em Direito com cinco anos de experiência profissional na área forense;
  • Podem concorrer licenciados pré-Bolonha, sem necessidade de mestrado;
  • Aplicação de um regime tributário especial (mais favorável) aplicável a quem tenha bolsa;
  • Criação de seguro de acidentes de trabalho;
  • Passam a estar abrangidos por um regime de segurança social que abrange situações de parentalidade e de doença;
  • Criação da cobertura de despesas de transporte;
  • Elimina a prova curricular e a prova escrita de temas culturais, sociais ou económicos;
  • Acaba com a prova oral de discussão sobre temas de direito administrativo e direito económico para quem vai para os tribunais judiciais;
  • Elimina o sorteio com 48 horas de antecedência que define o tema da prova dos formandos;
  • É criada a figura da reserva de recrutamento (quem for aprovado e não quiser entrar logo, ou não tiver vaga disponível fica em “lista de reserva” para o concurso seguinte, sem necessidade de novos exames);
  • É alterado o modelo de governo do CEJ com um quarto diretor-adjunto;
  • Descentraliza-se a formação de magistrados com a criação e um polo do CEJ em Vila do Conde com 45 vagas (que serão 60 a médio prazo);
  • Para simplificar o concurso, digitaliza-se a maioria dos atos do concurso (candidaturas, provas, correção das provas).
  • Para unificar as vias de acesso, os candidatos pela via académica ou pela via profissional (quem, sendo licenciado em Direito, tenha mais de cinco anos de exercício de uma profissão jurídica) passam a ser avaliados pelo mesmo júri e a fazer as mesmas provas.

O alívio de algumas exigências, como a tese de mestrado, e a criação de mecanismos de apoio social são passos relevantes para atrair talento diversificado, sem comprometer o rigor na seleção e formação. O Conselho Superior da Magistratura acompanhará com atenção a implementação destas medidas, especialmente as que dizem respeito ao impacto na qualidade da formação e na preparação dos futuros juízes.

Luís Azevedo Mendes

Juiz conselheiro e vice-presidente do CSM

Retrato dos juízes em Portugal em 2024

No total, com estágio incluído, a formação para magistrados tem a duração de praticamente três anos. O 1.º ciclo do curso de formação teórico-prática realiza-se na sede do Centro de Estudos Judiciários e tem a duração de dez meses. Segundo dados da Direção-Geral de Política de Justiça, em 2023 existiam 2.100 juízes. E 1.520 magistrados do MP.

Mas o CSM aponta para apenas 1.800 juízes em funções nos tribunais portugueses e a média de idades, dependente do grau, era de 32 anos a 63 anos. À data, encontravam-se colocados em efetividade de funções 1.790 juízes. Destes, 41 em regime de estágio, 1.301 juízes de direito (na primeira instância), 392 nos Tribunais da Relação e 56 no Supremo Tribunal de Justiça.

Apesar do crescimento consistente entre 1991 e 2013, desde 2014 que o número de juízes nos tribunais de primeira instância e superiores tem vindo a diminuir muito ligeiramente. Segundo dados da Pordata, em 2021, estavam em funções 1.735. O ponto mais alto dos últimos anos foi em 2013 com 1.816 juízes.

Relativamente à média de idades dos juízes em funções, varia de grau para grau. A média de juízes em regime de estágio é de 32 anos, de juízes de direito é de 47 anos, nos tribunais da Relação é de 58 anos e no Supremo Tribunal de Justiça de 63 anos, revelou o CSM.

Já o número de juízes nos tribunais judiciais de 1.ª instância reduziu entre 2015 e 2021. Segundo o relatório, a escassa admissão de magistrados entre 2011 e 2015 e o grande número de saídas por jubilação contribuiu para este decréscimo.

A despesa total do Estado português com o sistema judicial, em percentagem do PIB, diminui ligeiramente entre 2018 e 2019. Os tribunais são o setor da Justiça com uma maior alocação de despesa. Segundo os dados do Relatório Justiça 2015-2020, do Ministério da Justiça, a Bulgária é o país da Europa em que a despesa é maior e no Chipre a menor. Em termos comparativos com os restantes países europeus, Portugal encontra-se a meio da tabela, sendo a variação da despesa total do Estado muito pequena entre 2017 e 2019.

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Ministério Público quer partir megaprocesso da Operação Marquês

A juíza marcou reunião com as defesas dos arguidos da Operação Marquês para 17 de março. O objetivo é marcar a data do julgamento e acertar calendários.

Os procuradores do Ministério Público (MP) responsáveis pela Operação Marquês querem parte do processo seja julgado em separado. “O desenvolvimento dos financiamentos da CGD ao Grupo Vale do Lobo, e as intervenções concretas dos arguidos Armando Vara, Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa nesse âmbito, mostram-se cindíveis e suscetíveis de apreciação separada”, segundo o despacho, avançado pela SIC Notícias.

Ou seja, especifica o MP, “o mesmo é dizer que a narração dos financiamentos da CGD ao Grupo Vale do Lobo, quanto aos referidos arguidos, pode ser contada autonomamente, sem implicar necessariamente a abordagem dos demais segmentos factuais que constituem o objeto do processo”.

Por isso, o Ministério Público pediu a separação dos factos relacionados com o Grupo Vale de Lobo. “Apenas quanto aos arguidos José Sócrates, Joaquim Barroca e Carlos Santos Silva não se mostra possível essa cisão, uma vez que a vantagem concretamente atribuída a José Sócrates no âmbito desse segmento factual (assim como o seu comportamento em violação de deveres funcionais que é justificativo dessa contrapartida), e a cooperação de Joaquim Barroca e Carlos Santos Silva na circulação, ocultação e dissimulação da mesma, são factos inseparáveis de todo o conjunto de fluxos financeiros de circulação de fundos e de posterior utilização dos mesmos, que constituem a maior parte da narração da acusação.”

A juíza marcou reunião com as defesas dos arguidos da Operação Marquês para 17 de março. O objetivo é marcar a data do julgamento e acertar calendários.

Sócrates foi acusado pelo MP, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 9 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar o antigo governante de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento apenas por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos.

A decisão das juízas da Relação recuperou quase na totalidade a acusação do MP na Operação Marquês e determinou a ida a julgamento de 22 arguidos por 118 crimes económico-financeiros, revogando a decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, que remeteu para julgamento apenas José Sócrates, Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, Ricardo Salgado e o antigo motorista de Sócrates, João Perna.

No final de janeiro, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) não deu razão a José Paulo Bernardo Pinto de Sousa, primo do José Sócrates, também arguido na Operação Marquês. Esta decisão pode agora acelerar a marcação do julgamento de Sócrates e restantes arguidos no âmbito da Operação Marquês, já que este recurso tinha efeito suspensivo do processo. E esse mesmo julgamento só poderia ser marcado depois de esta decisão ser proferida.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates. MANUEL DE ALMEIDA/LUSAMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O STJ decidiu que tendo o julgamento de recurso sido realizado pelas Juízas Desembargadoras a quem o processo tinha sido distribuído, “e num caso em que o exame preliminar e os vistos são anteriores à transferência destas para outros tribunais, não se traduz em qualquer designação arbitrária ou discricionária de juiz, nem na criação contra legem de um tribunal ad hoc, como alegava o recorrente”, diz a decisão do Supremo.

Em causa está um recurso da defesa de José Paulo Pinto de Sousa, também arguido no processo Operação Marquês, que contesta a competência de duas das três juízas desembargadoras do coletivo do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) que em janeiro de 2024 deu razão a um recurso do Ministério Público e com isso recuperou quase na íntegra a acusação e os crimes que o juiz Ivo Rosa tinha deixado cair na fase de instrução.

O recurso contestava que as desembargadoras Raquel Lima e Madalena Caldeira pudessem ter integrado o coletivo e proferido a decisão por terem sido colocadas na Relação do Porto e na Relação de Guimarães, respetivamente, no movimento de juízes de anterior, alegando a defesa que já não faziam, por isso, parte do TRL.

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Adiamento do fim do mercado regulado implica mudanças na lei

Fim do mercado regulado do gás e da luz estava previsto para final de 2025, mas será adiado. Sociedades de advogados assumem que terão ser feitas alterações à lei. Ministério está a trabalhar o tema.

O mercado regulado do gás e da eletricidade devem continuar ativos até ao final de 2026, de acordo com a indicação dada pela ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, no final de dezembro. O objetivo deste prolongamento, explicou na altura a ministra, é que este tempo seja utilizado para avaliar qual o passo seguinte, tendo em conta a orientação já avançada pela Comissão Europeia de que é importante haver preços da eletricidade acessíveis ao nível do bloco europeu.

A Autoridade da Concorrência (AdC) tem destacado a relevância de concluir os processos de extinção das tarifas transitórias de venda de gás e de eletricidade a consumidores finais, sendo que esses processos tiveram início há mais de 13 anos, salientou o regulador. Tanto no mercado de eletricidade como no mercado do gás, o fim das tarifas reguladas está previsto para 31 de dezembro de 2025 na legislação nacional, “pelo que a prorrogação dos referidos regimes obrigará, naturalmente, à alteração dos respetivos regimes legais, por iniciativa governamental”, escreve a sociedade Macedo Vitorino, em resposta ao ECO/Capital Verde.

No mesmo sentido, Filipe de Vasconcelos Fernandes, counsel na sociedade Vieira de Almeida e professor na Faculdade de Direito de Lisboa, antecipa que exista a necessidade e uma alteração à lei aplicável, para assegurar a plena conformidade da medida. No caso da eletricidade, assinala, há referência expressa ao término do mercado regulado de eletricidade em 2025 em decreto-lei (15/2022, de 14 de janeiro). No caso do gás, uma data equivalente está fixada em portaria. Em adição, no plano regulatório, o advogado da Vieira de Almeida entende que será necessária uma justificação por parte da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para a prorrogação dos respetivos mercados.

Contudo, “no quadro normativo vigente, não existem constrangimentos inultrapassáveis que imponham uma data limite para a extinção das tarifas transitórias ou reguladas. Existem recomendações da Comissão Europeia e Pareceres da AdC que incentivam a transição para o mercado livre. Estes são, porém, meramente recomendativos”, entende Beatriz Navarro, advogada associada no Departamento de Concorrência e União Europeia da SRS Legal. Contactado, o ministério do Ambiente confirmou que está a trabalhar numa alteração legal de forma a avançar com esta iniciativa.

Do “caráter recomendativo” à sanção

Esta não é uma questão unicamente do direito nacional, já que o prolongamento do mercado regulado está subordinado às normas e diretrizes europeias. “Convirá ainda não ignorar o relevo do Direito Europeu (em especial, as Diretivas aplicáveis a cada um dos setores), dado que as figuras dos mercados regulados são perspetivadas (em especial) pela Comissão como realidades eminentemente excecionais”, afirma Filipe de Vasconcelos Fernandes. O regulamento da União Europeia (UE) sobre o mercado interno da eletricidade (Regulamento 2019/943) incentiva a eliminação das tarifas reguladas, atribuindo o direito a tarifas reguladas exclusivamente a consumidores vulneráveis ou economicamente desfavorecidos, desde que seja uma medida proporcional e limitada no tempo, assinala a sociedade Macedo Vitorino.

No que diz respeito ao gás, a diretiva que estabelece regras comuns para o mercado interno de gás na UE (Diretiva 2024/1788) autoriza os Estados membros a estabelecerem tarifas reguladas para consumidores finais, particularmente consumidores vulneráveis, em casos devidamente justificados, especialmente em momentos de crise energética ou flutuações extremas nos preços, também com duração limitada no tempo.

O prolongamento das tarifas reguladas no mercado de eletricidade e de gás pelo Governo português deve atender a estes critérios [de necessidade, proporcionalidade e temporalidade], e não limitar-se apenas a prolongar o seu prazo, sob pena de violação da legislação comunitária e do princípio de mercado livre da União Europeia”, afere, por sua vez, a sociedade Macedo Vitorino. Na opinião dos advogados desta sociedade, a Comissão Europeia pode iniciar um processo por violação das regras da concorrência ou do mercado interno, resultando em sanções e multas, caso o Estado Português não cumpra decisões da Comissão Europeia quanto a este assunto e o Tribunal de Justiça da EU confirmar o respetivo incumprimento.

Neste sentido, esta sociedade considera “recomendável” restringir o mercado regulado apenas a consumidores vulneráveis e implementar medidas de transição que incentivem a mudança para o mercado livre, nomeadamente através de medidas de apoio social ou benefícios fiscais aos consumidores.

Regulado prejudica concorrência. Mas o gás é caso especial

Desde o primeiro trimestre de 2022 que os preços no mercado regulado do gás em Portugal se têm mantido inferiores aos do mercado liberalizado, beneficiando os consumidores a curto prazo. Uma situação “significativamente distinta” da do setor elétrico, assinala a AdC. No caso da eletricidade, no quarto trimestre de 2024, a poupança para um cliente do mercado liberalizado podia ser, anualmente, de 8% a 10%.

“De um modo geral, a AdC tem defendido a adoção, pelo Governo e pela ERSE, de medidas que visem a consolidação do processo de liberalização nos mercados retalhistas da energia elétrica e do gás, em particular criando incentivos à transição dos consumidores do mercado regulado para o mercado liberalizado”, afirma a entidade, argumentando que, desta forma, poderá ser promovida a concorrência nos mesmos “em benefício dos consumidores”, no que diz respeito ao preço mas também da qualidade do serviço e da inovação. Outras das consequências apontadas pela AdC é que a manutenção do mercado regulado pode levar à saída de comercializadores do mercado livre e à diminuição dos incentivos dos agentes económicos em entrar neste mesmo mercado.

Essa perspetiva da AdC sobre as tarifas transitórias tem sido acompanhada pela International Energy Agency (IEA), que, na análise que realizou à política energética nacional em 2021, considerou que as tarifas transitórias devem ser gradualmente abolidas, por prejudicarem a concorrência“, afirma ainda a entidade responsável pela Concorrência.

O prolongamento dos mercados de eletricidade pode ter um impacto no mercado, por reduzir o incentivo à entrada de novos operadores e à subsistência dos que já nele operam, uma vez que a concorrência direta com preços regulados pode ser economicamente inviável”, alerta ainda a sociedade Macedo Vitorino. Em adição, continua a sociedade, as tarifas reguladas podem não refletir os custos reais de mercado (já que o comercializador de último recurso é financiado por todos os clientes de eletricidade através da tarifa de acesso à rede), o que pode criar uma vantagem indevida para o operador que atua no mercado regulado.

A SRS Legal ressalva que a guerra na Ucrânia causou uma redução sem precedentes no fornecimento de gás natural da Rússia aos Estados-Membros, colocando em risco a segurança do aprovisionamento energético da União e dos seus Estados-Membros, o que fundamenta a decisão de prorrogar o regime regulado. “Este cenário de prorrogação também oferece ao Estado uma oportunidade de ajuste, priorizando a estabilidade social e energética a curto prazo, enquanto se prepara para a liberalização plena”, escreve Beatriz Navarro. “A estabilidade de preços proporcionada pode criar um ambiente mais favorável à transição gradual para um mercado liberalizado, atenuando os impactos negativos da transição não só para os consumidores, como também para os operadores”, conclui a advogada associada no Departamento de Concorrência e União Europeia.

Neste capítulo, a AdC reconhece a “ausência de poupança dos consumidores” no caso da mudança para o mercado livre. Logo, e “sem prejuízo de concordar com as medidas de atenuação do ónus para os consumidores enquanto persistir a conjuntura económica e internacional”, a AdC realça “a importância de equacionar medidas alternativas que permitam uma proteção eficaz dos consumidores e, simultaneamente, a concretização plena do processo de liberalização“.

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Governo quer avançar até ao verão com programa de melhoria dos serviços tributários

Ministro das Finanças acredita que até ao verão o Governo está em condições de apresentar um programa para melhorar os procedimentos tributários entre contribuintes e AT.

O Governo deverá apresentar até ao verão um programa de melhoria dos serviços tributários, com o objetivo de melhorar os processos entre o Fisco e os contribuintes. A previsão foi adianta pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que destacou também a importância de acelerar os processos nos tribunais administrativos e fiscais.

Temos uma comissão a trabalhar para rever toda a parte da justiça tributária. Creio que até ao verão podemos apresentar um programa de melhoria dos serviços tributários“, afirmou Miranda Sarmento na sexta-feira durante uma intervenção no “Leader’s Agenda 2025”, encontro organizado pelo ISEG, em Lisboa.

Num retrato sobre os “estrangulamentos” da economia aos quais o Governo procura dar resposta, o governante explicou que a aposta passa por “menos carga fiscal e mais incentivos”.

O governante recordou que a comissão para a revisão do processo e procedimento tributário e das ­garantias dos contribuintes está a trabalhar para “rever toda a parte da justiça tributária”. Como o ECO explicou aqui, a entidade liderada por Rogério Fernandes Ferreira, fiscalista e ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de António Guterres, deverá entregar as conclusões dos trabalhos no final de abril.

Ouvidas mais de 90 entidades, esta unidade pediu a prorrogação do prazo inicial, que terminava no final deste mês, por mais três meses. Entre os contributos recolhidos há uma panóplia de recomendações, como o alargamento de prazos para entrega de obrigações declarativas ou a suspensão da aplicação de contraordenações quando os processos são contestados.

Joaquim Miranda Sarmento destacou ainda que o Governo está “a avançar com um conjunto de medidas para melhorar a gestão e a operacionalidade dos tribunais administrativos e fiscais”.

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Salário mínimo português sobe, mas está mais longe dos campeões da Europa

Em janeiro de 2024, salário mínimo português distava 1.614,26 euros do salário mínimo do Luxemburgo, o campeão da Europa. Agora está a 1.622,79 euros. Em 2025, Portugal foi ultrapassado pela Lituânia.

O salário mínimo português voltou a subir em janeiro deste ano. Mas agravou-se a distância face às retribuições mínimas mais expressivas da União Europeia (UE). E depois de ter sido ultrapassado pela Polónia em 2024, este ano foi a vez de também a Lituânia superar Portugal. Os baixos níveis de produtividade e uma economia que tem crescido, mas precisa de acelerar, explicam esta evolução, de acordo com os economistas ouvidos pelo ECO.

Comecemos pelo retrato nacional. Desde 2015 que o salário mínimo nacional não tem parado de subir — mesmo durante o período pandémico foi reforçado –, tendo crescido mais de 70% na última década.

Este ano, por acordo entre o Governo de Luís Montenegro, as quatro confederações empresariais e a UGT, a retribuição mínima garantida voltou a aumentar, passando dos 820 euros até aqui praticados para 870 euros. São mais 50 euros, o correspondente a um salto de 6,1%.

De 505 euros em 2015 para 870 euros em 2025

Fonte: DataLabor (valores expressos em 14 pagamentos)

Ainda assim, Portugal não conseguiu melhorar na comparação com os demais países do bloco comunitário.

Em 2024, Portugal já tinha sido ultrapassado pela Polónia e, este ano, o salário mínimo desse país voltou a subir mais do que o luso.

Além disso, de acordo com os dados recolhidos e divulgados pelo Eurostat, este ano Portugal viu também a Lituânia passar-lhe à frente.

Luxemburgo tem o salário mínimo mais atrativo da UE

Fonte: Eurostat (Valores expressos em 12 pagamentos. Valores de Espanha e Eslovénia são os em vigor em julho de 2024)

Confrontados com estes dados, os economistas ouvidos pelo ECO apontam, antes de mais, a evolução das economias desses países como explicação.

João Cerejeira, professor da Universidade do Minho, salienta que a Lituânia e a Polónia têm tido “um crescimento muito maior do que Portugal“.

No mesmo sentido, Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, lembra as projeções de outono da Comissão Europeia: para Portugal, o executivo comunitário prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7% em 2024 e de 1,9% em 2025. Já para a Polónia, por exemplo, a projeção é de 3% em 2024 e de 3,6% em 2025.

A saúde da economia polaca está bem melhor do que a portuguesa. O PIB cresce bem mais e a taxa de desemprego é muito menor.

Pedro Braz Teixeira

Diretor do gabinete de estudos do Fórum para a competitividade

A saúde da economia polaca está bem melhor do que a portuguesa“, assinala o economista, que frisa que não só o PIB da Polónia está a crescer “bem mais” como a taxa de desemprego “é muito menor”. No caso polaco, esse indicador deverá manter-se abaixo dos 3%, enquanto em Portugal ronda os 6,5%.

Perante este desempenho das economias — isto é, com “crescimentos modestos do PIB e da produtividade” portuguesas –, Pedro Braz Teixeira entende que o país “não poderia ir mais além” do que os aumentos que já tem aplicado, ano após ano, ao salário mínimo.

Com uma visão semelhante, João Cerejeira frisa que o salário mínimo português até tem crescido mais do que seria suscitado pela economia e alerta para a aproximação da retribuição mínima ao vencimento médio. Assim, considera também que Portugal não tinha margem para dar aumentos muito maiores do que aqueles que foram implementados.

Há a realçar que, de acordo com os cálculos do ECO com base nos dados do Eurostat, o salário mínimo português está agora também mais longe dos campeões europeus: a diferença face ao Luxemburgo aumentou quase nove euros entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, face à Irlanda subiu quase 77 euros e em comparação com os Países Baixos agravou-se em torno de 65 euros.

De notar que todos estes valores são absolutos (isto é, estão em causa os valores efetivamente despendidos pelos empregadores, e não ajustados às diferenças de preços entre os países). Mas mesmo se olharmos para os dados do Eurostat expressos em paridades de poder de compra, Portugal continua sensivelmente a meio da tabela (13.º lugar), continuando assim atrás da Polónia e da Lituânia mesmo depois destes ajustes.

A receita para a competitividade salarial

Diagnóstico feito, como pode Portugal ganhar terreno e comparar melhor, em termos salariais, com os demais países europeus? O economista Pedro Braz Teixeira defende que, para isso, o país precisa de “aumentar o potencial de crescimento da economia, sobretudo do lado da produtividade, e não tanto pelo emprego“.

“O caminho será atrair investimento direto estrangeiro, favorecer o aumento de dimensão das empresas e reduzir os custos de contexto (burocracia, preços da energia, justiça, entre outros)”, detalha o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade.

Também João Cerejeira põe o foco na produtividade, argumentando que Portugal precisa de um perfil de especialização com uma maior aposta em setores de capital intensivo e com mais inovação.

No setor do turismo, é mais difícil conseguir ganhos de produtividade do que a indústria, por exemplo.

João Cerejeira

Professor da Universidade do Minho

No setor do turismo — um dos mais importantes da economia portuguesa neste momento –, “é mais difícil conseguir ganhos de produtividade” do que na indústria, salienta o professor. Daí que não seja um “bom sinal” o reforço do peso desse setor, se o país “quiser fugir de uma economia de baixos salários”.

Ou seja, para João Cerejeira, o problema não está apenas dentro dos setores (que precisam, sim, de melhorar a sua produtividade), mas também no próprio perfil da economia nacional, ao qual é preciso dar um novo rumo.

Já questionado sobre se o acordo que o Governo firmou em Concertação Social vai no caminho certo para resolver este problema, o economista atira: “é um acordo, não é um plano estratégico“.

Ainda assim, João Cerejeira realça que a economia portuguesa vem convergindo com a União Europeia. Agora, recomenda, é preciso pôr o pé no acelerador.

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Novos indicadores de qualidade do correio “são cumpríveis”, admite CEO dos CTT

João Bento muda o discurso sobre as metas de qualidade do correio, dizendo-se "confiante" de que os CTT conseguirão este ano cumprir as regras traçadas pelo Estado.

O presidente executivo dos CTT CTT 0,00% está “razoavelmente confiante” de que, em 2025, a empresa conseguirá quebrar um ciclo de sucessivos incumprimentos dos indicadores de qualidade do serviço postal universal.

Com a entrada em vigor este ano das novas metas de desempenho, que anteriormente eram definidas pela Anacom e agora são da competência do Governo, João Bento revela, em entrevista à edição de fevereiro do ECO magazine, nas bancas esta semana, que uma das “prioridades este ano em termos de operações é conseguir entregar os indicadores de qualidade”.

De acordo com o líder dos Correios, os novos indicadores de qualidade são “muito difíceis de cumprir”. Esta declaração representa uma evolução no discurso do gestor, na medida em que considerou, em declarações passadas, que os objetivos anteriores eram “impossíveis” de cumprir.

Por serem “muito difíceis” e não “impossíveis” de cumprir, “significa que são cumpríveis”, reconhece o gestor. “Portanto, é o nosso dever tentar cumpri-los e tudo faremos para tentar cumpri-los”, afirmou João Bento, dizendo-se “muito empenhado” nisso e “razoavelmente confiante”.

João Bento, CEO dos CTT, em entrevista ao ECO MagazineHugo Amaral/ECO

A lei postal determina que os CTT, enquanto concessionários do serviço público do correio, têm de cumprir objetivos de qualidade definidos pelo Governo, sob proposta da Anacom. Anteriormente, esses indicadores eram decididos diretamente pelo regulador das comunicações, sendo que os indicadores de 2021 se mantiveram em vigor ainda no ano de 2024, contra o que era a expectativa da própria empresa quando, há três anos, assinou com o Estado o novo contrato de concessão.

Ora, a atual administração dos CTT sempre foi muito crítica dessas metas de qualidade, registando sucessivos incumprimentos por margens expressivas. Analisando apenas o período da nova concessão, em 2022 a empresa falhou todos os 22 indicadores, com desvios de até 18,3 pontos percentuais, e em 2023 conseguiu cumprir um, mas falhou uma das metas por mais de 21 pontos percentuais.

Estes indicadores regulamentam vários aspetos técnicos do correio, desde o tempo máximo de entrega das cartas ao tempo de espera nas lojas. Por isso, têm impacto na qualidade do serviço prestado aos utilizadores e contratado pelo Estado português.

Uma das nossas prioridades este ano em termos de operações é conseguir entregar os indicadores de qualidade. Os indicadores de qualidade agora são muito difíceis de cumprir. Mas, sendo muito difíceis de cumprir, quer dizer que são cumpríveis. Portanto, é o nosso dever tentar cumpri-los e tudo faremos para tentar cumpri-los.

João Bento

CEO dos CTT

“Proposta que foi feita pela Anacom é uma proposta ilegal”

Em outubro de 2023, a Anacom, ainda sob a presidência anterior, de João Cadete de Matos, que estava em vias de abandonar o cargo, propôs o que disse ser uma “significativa simplificação” dos indicadores. A proposta foi bastante mal recebida pela empresa postal.

“Tive ocasião de o dizer publicamente e de lhe dizer a ele [João Cadete de Matos]: a proposta que foi feita é uma proposta ilegal, na medida em que contrariava a lei. A lei diz que os indicadores têm de ser fixados em linha com a média dos indicadores da União Europeia e aqueles indicadores eram uma vergonha, porque usavam a média ou a mediana como mais convinha e os dois países que foram usados como referência foram Malta e Luxemburgo. Luxemburgo é mais pequeno que a cidade de Coimbra e Malta é mais pequena que o distrito de Coimbra. Ficámos, apesar de tudo, tal como não gostaria, muito marcados por essa proposta”, comenta agora João Bento nesta entrevista ao ECO magazine.

Em setembro de 2024, o atual Governo, sob a tutela do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, decidiu aprovar os atuais indicadores, acompanhando a estrutura proposta pelo regulador, mas aligeirando os parâmetros (“Eu percebo o embaraço político”, diz o líder dos CTT). São esses os indicadores que a empresa postal terá de cumprir e que irá fazer por cumprir.

Os Correios têm ainda outro incentivo ao cumprimento este ano. Nos termos do novo contrato de concessão, até à aprovação de novos indicadores de qualidade, os CTT deixariam de estar obrigados a compensar os utilizadores com cortes nos preços do correio, ficando sujeitos, em alternativa, a obrigações de investimento.

Passados dois anos do incumprimento dos indicadores de 2022, ainda não se conhece que investimentos os CTT terão de realizar para melhorar o serviço postal. Como o ECO revelou recentemente, a empresa enviou ao Governo a sua proposta de plano de investimentos no início de dezembro e o Ministério das Infraestruturas solicitou mais esclarecimentos. É um assunto ainda pendente de decisão. Em simultâneo, o Estado já se prepara também para exigir compensação pelas falhas de 2023, mas ainda por via de investimentos (“Eu acho que os montantes ainda não fazem muito sentido”, refere o CEO).

Todavia, o Estado, enquanto concedente, não tem nenhuma garantia de que esses investimentos não estivessem já planeados pela empresa. Aliás, no início de 2022, João Bento admitiu perante um analista numa apresentação de resultados trimestrais que havia investimentos que a empresa podia tornar “elegíveis” para efeitos do cumprimento destas obrigações.

Instado agora pelo ECO magazine a esclarecer que garantia têm os utilizadores do serviço postal universal de que esses investimentos não estariam já planeados, João Bento responde: “Mas não há nenhum inconveniente em que estivessem previstos.” E acrescenta: “Comprar a Cacesa é um investimento enorme, mas melhora zero o serviço público universal. Comprar máquinas de processamento de correio é um investimento também muito grande e que melhora a prestação do serviço.”

O responsável diz ainda que “sem qualquer dúvida” que a expansão da rede de lockers dos CTT — os cacifos que permitem receber encomendas, negócio que fica fora do escopo do serviço universal — poderia ser tornada elegível para essas obrigações de investimento, quando questionado sobre essa hipótese.

E porquê? “Hoje, se for ali à Braamcamp ou à Avenida de Roma, naqueles lockers novos que estão na rua onde dantes havia um marco de correio, consegue enviar cartas, consegue enviar encomendas, consegue fazer qualquer coisa, a uma hora em que não há estações de correio abertas. Isso é uma melhoria para o público? É uma melhoria para o público”, aponta o gestor.

Em contrapartida, a compensação pelos cortes nos preços era um mecanismo “punitivo” e isso “prejudicava ainda mais o próprio serviço postal universal”, que é financiado pelos próprios utilizadores, argumenta João Bento. A propósito, com o começo de fevereiro, entra em vigor um novo preçário com aumentos médios de preços de 6,9%, quase o triplo da inflação, pela aplicação de uma fórmula decidida entre a empresa, a Anacom e a Direção-Geral do Consumidor.

Evolução das ações dos CTT em Lisboa:

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Miranda Sarmento reforma Ministério das Finanças e vai criar três novas autoridades

Alterações levam à criação da autoridade orçamental, autoridade financeira e autoridade da Administração Pública. Objetivo é transformar as entidades responsáveis pela despesa do Estado.

O ministro das Finanças está a desenhar uma reforma das entidades do Ministério das Finanças e vai criar três novas, entre as quais a autoridade orçamental e a autoridade financeira. Esta alteração decorre do objetivo assumido por Joaquim Miranda Sarmento para levar a cabo no Terreiro do Paço uma revisão dos procedimentos e gestão orçamental e deverá ser apresentada muito em breve, sabe o ECO.

O ministro das Finanças tem sinalizado nos últimos meses que o Executivo está comprometido com uma revisão da Lei de Enquadramento Orçamental (LEO), a melhoria dos processos e procedimentos orçamentais e o exercício de revisão de despesa pública. Isso mesmo foi reiterado pelo governante na sexta-feira numa intervenção numa conferência com antigos alunos do ISEG. “Vamos fazer uma revisão profunda da Lei de Enquadramento Orçamental, do Procedimento Orçamental e da gestão financeira no setor público”, afirmou.

Nesse âmbito, sinalizou que o Executivo está “a fazer uma reforma profunda das entidades do Ministério das Finanças que operam do lado da despesa, criando três autoridades: a autoridade orçamental, a autoridade financeira e a autoridade da Administração Pública“.

Subjacente à vontade do Joaquim Miranda Sarmento está a convicção que o país investiu muito nos últimos 30 anos no lado da cobrança de receita, através da Autoridade Tributária, mas não o suficiente do lado da despesa. Segundo afirmou aos presentes na palestra, esse investimento permitiu que a Autoridade Tributária seja “hoje um serviço de excelência e com uma relação com o contribuinte que, regra geral, é bastante fluida”.

Queremos fazer também essa transformação nas entidades do Ministério das Finanças que operam do lado da despesa“, disse.

O ECO sabe que a apresentação desta reforma está para breve. Contactada, fonte oficial do Ministério das Finanças não respondeu até ao fecho deste artigo.

Em dezembro do ano passado, o governante indicou que iria entregar no primeiro trimestre uma proposta de revisão da LEO. A revisão do texto está a ser preparada seguindo quatro objetivos: a adaptação às novas regras orçamentais europeias, a introdução de um mecanismo de revisão de despesas, o reforço do compromisso com a igualdade de género e o empenho com a orçamentação verde e o cumprimento da Lei de Bases do Clima. No entanto, irá rever também outras normas que constam da lei, que deverão passar pela discussão em sede parlamentar.

Durante uma audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), em 15 de janeiro, o ministro explicou que paralelamente a melhoria dos processos e procedimentos orçamentais tinha em vista a implementação da orçamentação por programas, o “desenvolvimento de soluções e instrumentos associados ao planeamento orçamental”, a implementação da Entidade Contabilística Estado (ECE), a contabilidade pública e consolidação de contas, os serviços partilhados de contabilidade do Ministério das Finanças e a operacionalização e desenvolvimento de um centro de competências.

O Ministério das Finanças está ainda a trabalhar num exercício de revisão da despesa, isto é, um exercício orçamental que analisa de forma detalhada e sistemática a despesa base do Estado, com o objetivo de gerir o nível agregado de despesas, identificar medidas de poupança ou de reafetação de verbas, criando margem orçamental e melhorando a sua eficácia.

No Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), o Governo estima poupar 336,9 milhões de euros até 2027 com a identificação de despesa ineficiente e ineficaz e a ponderação de opções de poupança na saúde, no funcionamento das Administrações Públicas e de subvenções públicas.

Em novembro do ano passado, a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, alertou para a importância do tema numa altura em que o controlo dos encargos do Estado vai apertar devido às novas regras europeias. A professora defendeu a necessidade que se avance não apenas com o exercício de identificação das despesas públicas essenciais, mas também como a sua prioridade e respetiva eliminação caso se justifique. Ou seja, “que seja consequente nos seus termos“.

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