Despedimentos coletivos sobem 44% entre agosto e setembro

Foram comunicados 36 despedimentos coletivos em setembro, mais 11 do que há um mês. Comércio, indústria e turismo são setores mais afetados. Despedidos até setembro superam total de 2023.

Apesar de o desemprego estar estável e próximo de mínimos históricos há vários meses, há sinais a merecer atenção no mercado de trabalho nacional. Um deles é o aumento dos despedimentos coletivos. Só em setembro, foram comunicados 36 processos deste tipo, mais 11 do que no mês anterior. Ou seja, o equivalente a um salto de 44%, segundo as contas do ECO.

De acordo com os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), depois de terem aumentado em junho e julho, os despedimentos coletivos recuaram em agosto. Mas em setembro a tendência voltou a inverter-se, como mostra o gráfico abaixo.

Despedimentos coletivos agravam-se em cadeia

Fonte: DGERT

Assim, no último mês do terceiro trimestre, foram comunicados 36 processos, mais 11 do que no mês anterior, o equivalente a um aumento de 44%.

Desse total, a maioria dos despedimentos coletivos foram feitos por microempresas (33%) e pequenas empresas (53%), como já vem sendo hábito. Em comparação, as médias empresas foram responsáveis por 6% dos despedimentos coletivos de setembro e as grandes empresas por 8%.

Já no que diz respeito à distribuição por setor de atividade, o comércio destacou-se, com 28% dos despedimentos coletivos de setembro a serem registados nesta área da economia. Também em realce estiveram as indústrias transformadoras (14%) e o alojamento, restauração e similares (14%).

Não é de estranhar, já que os economistas ouvidos pelo ECO têm argumentado que o aumento dos despedimentos coletivos que se tem registado ao longo deste ano está ligado ao abrandamento das economias e ao impacto das exportações e no consumo, o que afeta particularmente os setores destacados acima.

Ainda assim, a ministra do Trabalho já disse considerar que o aumento dos despedimentos coletivos é preocupante, sendo que o Governo vai estar atento à evolução nos próximos meses.

Mais de quatro mil já despedidos

Até setembro, foram despedidos 4.473 trabalhadores ao abrigo de despedimentos coletivos, mostram os dados da DGERT. São mais do que os 3.622 registados em todo o ano de 2023. Também os trabalhadores a despedir, no quadro de processos deste tipo, superam os verificados no conjunto do último ano (4.756 contra 3.819).

Olhando só para setembro, foram despedidos 544 trabalhadores, dos quais 186 por médias empresas, 143 por grandes empresas, 119 por pequenas empresas e 96 por microempresas. As indústrias transformadoras destacam-se, com quase 150 trabalhadores efetivamente despedidos.

Já no que diz respeito aos fundamentos para esses despedimentos coletivos, cerca de metade dos empregadores apontam a redução de pessoal (46% ou 248 dos trabalhadores efetivamente despedidos). Em contraste, 29% dos despedimentos (158 trabalhadores) tiveram como motivo o encerramento definitivo, e 25% o encerramento de uma ou várias secções (138 trabalhadores).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Declarações do autarca de Loures “não foram um bom momento”, admite Pedro Nuno Santos

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Novembro 2024

Secretário-geral do PS condenou a aprovação, pelos socialistas, de uma recomendação do Chega que propunha o despejo dos participantes nos distúrbios das últimas semanas de habitações municipais.

Cinco dias após o presidente da Câmara de Loures, o socialista Ricardo Leão, ter afirmado que os participantes nos distúrbios em bairros da Grande Lisboa deveriam ser despejados de habitações municipais “sem dó nem piedade”, o secretário-geral do PS reagiu esta segunda-feira às declarações polémicas, reconhecendo que “não foi um bom momento” do autarca.

“Nenhum senhorio privado pode despejar cidadãos que foram condenados. Da mesma forma, um senhorio Estado também não o pode fazer. Mas mesmo que o pudesse fazer, era uma resposta profundamente errada”, sustentou Pedro Nuno Santos, que sublinhou que esta “é uma posição transversal a todos os autarcas do PS”.

Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas, em declarações transmitidas pela RTP3, após uma visita ao bairro do Zambujal, no concelho da Amadora, de onde era natural Odair Moniz, o cidadão cabo-verdiano que morreu na madrugada de 21 de outubro após ser baleado por um agente da PSP, incidente que espoletou distúrbios em várias zonas da Grande Lisboa.

O líder socialista lembrou o “trabalho contínuo” de Ricardo Leão no município de Loures em matéria de apoios sociais. “Essa intervenção ao longo do tempo é que o caracteriza, não são momentos que todos nós temos”, realçou, assinalando que “todos os eleitos do PS, seja para a Assembleia da República, seja para órgãos municipais ou regionais, estão comprometidos com o cumprimento da lei, da Constituição, dos objetivos da reinserção social e, para além da lei, com os princípios do humanismo, do respeito pelo outro e da empatia”.

Não obstante, Pedro Nuno Santos criticou a viabilização da recomendação do Chega, com os votos a favor do PS e PSD locais, que propunha o despejo de habitações camarárias de quem comete crimes como aqueles que foram cometidos após a morte de Odair Moniz. “Acho que o PS em nenhum lado deve viabilizar moções do Chega, muito menos com aquele teor“, reiterou.

O secretário-geral do PS estava a ser criticado por não se posicionar sobre as polémicas declarações, mas, esta segunda-feira, defendeu-se dizendo que nenhum jornalista lhe perguntou sobre o tema na quinta-feira, dia marcado pela discussão do Orçamento do Estado para 2025 no Parlamento. Além disso, referiu que achou “melhor” falar nas visitas que está a realizar esta segunda-feira aos bairros “do que através de uma publicação nas redes sociais ou de declarações em on para jornais”.

Pedro Nuno Santos considerou ainda que o Estado “não está” a fazer tudo o que é preciso para resolver os problemas de exclusão e desigualdade social em vários bairros da Grande Lisboa. Embora não responsabilize “este Governo em particular”, nota que “houve programas com intermitência”, como é o caso do projeto “Bairros Saudáveis”, a que o atual Executivo pôs fim. “Isso depois paga-se”, atirou, apelando a uma segurança que vá “para lá da resposta repressiva”.

“Não é um acaso ou uma escorregadela”, atira BE

No entanto, o Bloco de Esquerda (BE) contraria o líder do PS. “Isto não é um acaso, não é uma escorregadela; é uma coerência infeliz do presidente da Câmara de Loures“, afirmou Fabian Figueiredo, que acusa Ricardo Leão de “fazer um mandato, do ponto de vista retórico, mas também do ponto de vista prático, apoiando-se no discurso e nas políticas da extrema-direita”.

Segundo o líder da bancada parlamentar bloquista, “quem conhece [Ricardo Leão], mesmo elementos do PS, sabe que isto não foi um lapso nem um momento menos bom“, porque “não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira declaração pública que fez e que podia ter sido dita pelo Chega“.

Em declarações na Assembleia da República, Fabian Figueiredo deu outros dois exemplos de “declarações extremamente infelizes e graves” feitas pelo autarca de Loures. Uma em que “ameaçou cortar refeições escolares a crianças cujos pais se atrasam no pagamento” e outra “em que se gabou de fazer o maior despejo da história, de 550 pessoas”, disse o deputado do BE.

(Notícia atualizada às 12h43 com as declarações do líder parlamentar do Bloco de Esquerda)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

LisbonLaw tem dois novos associados

Gonçalo Morais David e Rita Faria Fernandes são os novos associados da LisbonLaw. Os advogados vão integrar as equipas de laboral e societário, respetivamente.

A LisbonLaw tem dois novos associados: Gonçalo Morais David e Rita Faria Fernandes. Em comunicado, o escritório explica que as contratações representam um “reforço da aposta nas principais valências do escritório” e surgem em linha com o “crescimento sustentado do mesmo”.

Transitando da Maria José Verde, Filipe Vieira & Associados, Rita Faria Fernandes passou também pela Rede Ferroviária Nacional, onde atuou na área de prática de Direito Público. Na LisbonLaw, a associada vai integrar a equipa de direito comercial e societário, acompanhando, entre outros, clientes do setor da saúde, ciências da vida e farmacêutico.

Já Gonçalo Morais David, que concluiu o seu estágio da Ordem dos Advogados, vai reforçar as áreas de societário e de laboral.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Advogados oficiosos vão ter de fazer registo obrigatório

Segundo o site da OA, este mecanismo de registo das escalas presenciais tem o "objetivo de mais facilmente se concretizar quem se encontra de escala, quantas intervenções tem e em que âmbito". 

Os advogados oficiosos vão ter que fazer um registo obrigatório das presenças nos tribunais. A decisão surge na sequência de um acordo da Ordem dos Advogados e da Direção Geral da Administração da Justiça no processo de acompanhamento do funcionamento do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais. Segundo o site da OA, este mecanismo de registo das escalas presenciais tem o “objetivo de mais facilmente se concretizar quem se encontra de escala, quantas intervenções tem e em que âmbito”.

“Nessa medida elaborou-se uma ficha de registo para cada período da manhã e da tarde que visa também imprimir maior celeridade no procedimento de confirmação dos honorários pedidos nestas circunstâncias específicas das escalas presenciais. Foi assim elaborada uma listagem que estará disponível todos os dias nos tribunais onde existem escalas presenciais, em todo o território nacional, a fim de que aqueles que nelas participam possam confirmar a sua presença e o âmbito da sua atuação”, diz o mesmo comunicado.

Desta forma, entendem as duas entidades, “tornar-se-á mais fácil a monitorização do trabalho altamente qualificado praticado pela Advocacia portuguesa e ao mesmo tempo introduzir maior rapidez na identificação das necessidades reais e efetivas dos tribunais e o pagamento atempado dos serviços prestados”.

O Ministério da Justiça (MJ) e a OA reuniram-se na passada sexta-feira para discutir o tema das alterações ao regime das defesas oficiosas. Mas o gabinete de Rita Júdice esclareceu: “o Ministério da Justiça recebeu os contributos da Ordem dos Advogados, clarificando que este processo não tem caráter de negociação”. Ou seja, o Grupo de Trabalho do Ministério da Justiça vai analisar esses contributos, mas apenas isso, estando uma segunda reunião já agendada para 15 de novembro.

Questionada pelo ECO, fonte oficial da bastonária não quis responder ao teor das questões. Já do lado do Ministério da Justiça, foi avançado que, na reunião, estiveram presentes os especialistas do Grupo de trabalho e, do lado da Ordem dos Advogados estiveram presentes três Vogais do Conselho Geral e uma Assessora Jurídica.

O Grupo de Trabalho criado pelo Governo para o que chama de Reforma do Sistema de Remuneração dos Advogados Oficiosos propõe a revisão dos honorários fixados há 20 anos, uma nova classificação e listagem dos atos praticados por advogados oficiosos, para efeitos de fixação de honorários e alargar os atos praticados a processos de arbitragem, processos em Julgados de Paz e em processos de mediação extrajudicial concluídos com acordo entre as partes. Mais: a remuneração atribuída a cada ato passa a depender da complexidade jurídica e do volume presumido das horas trabalhadas, valorizando-se igualmente os atos mais solicitados. O Ministério da Justiça espera tomar uma decisão “a breve prazo, depois de ouvida a Ordem dos Advogados e recolhidos contributos de outros interessados”, segundo comunicado do Ministério da Justiça.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Green Economy Forum 2024: Conferência anual do Capital Verde está de volta

  • Capital Verde
  • 4 Novembro 2024

A 4ª edição do Green Economy Forum vai acontecer dia 12 de novembro e terá como temas os desafios do setor energético, a economia circular e a eficiência hídrica.

O Green Economy Forum, a conferência do ECO/Capital Verde está de regresso com a 4ª edição, que vai decorrer no dia 12 de novembro no The Lodge Hotel, em Vila Nova de Gaia.

Este evento reúne líderes de diversos setores para discutir os desafios e oportunidades da transição para uma economia mais sustentável. Esta 4ª edição contará com a presença de representantes políticos, da indústria e de organizações ambientais, promovendo um espaço de partilha de conhecimentos e estratégias, onde serão debatidas questões cruciais como o setor energético, a economia circular e a eficiência hídrica.

A entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição aqui.

PROGRAMA (em atualização)

9h00 Abertura
António Costa, Diretor do ECO
Miguel Lemos, Presidente Águas de Gaia

09h15 Desafios da energia no século XXI
João Pedro Matos Fernandes, Consultor do Instituto de Conhecimento da Abreu Advogados

09h45 Transição Energética: do financiamento ao roadmap Europeu
Pedro Ávila, Diretor de Sustentabilidade Operacional da REN
Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN
Hugo Costa, Diretor de Desenvolvimento de Negócios, Portugal EDP
Moderação: Shrikesh Laxmidas, Diretor-Adjunto do ECO

10h30 Portugal está a avançar na economia circular?
João Amaral, Voltália
Sandra Martinho, Economista
Moderação: Ana Batalha Oliveira, Diretora do Capital Verde

11h15 Coffee-Break

11h30 ESG: Como as empresas estão a gerir a mudança
Eduardo Moura, Secretário-Executivo do BCSD
Cristina Melo Antunes, Diretora Sustainable Finance do Santander Portugal
Ana Sofia do Amaral, Sustainability Leader da L’Oréal Portugal
Moderação: Shrikesh Laxmidas, Diretor-Adjunto do ECO

12h00 Como aumentar a eficiência hídrica?
Miguel Lemos, Presidente da Águas de Gaia
Vera Eiró, Presidente do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)
Moderação: Ana Batalha Oliveira, Diretora do Capital Verde

12h30 Case Study
Miguel Coleta, Diretor Sustainability, Activation & Support da Philip Morris International

13h00 Encerramento
(oradores a anunciar)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessora blink-iT Solutions na venda parcial à Hoalani Group

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão envolvida na operação foi coordenada pelo associado sénior Gonçalo Cerejeira Namora e pelo associado principal Pedro Dias de Azevedo.

A Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessorou a blink-iT Solutions, uma empresa portuguesa de consultoria e desenvolvimento tecnológico, no processo de venda parcial de capital à Hoalani Group, um fornecedor global de consultoria de negócios e tecnologia que serve várias indústrias, com sede nos Estados Unidos.

“A assessoria compreendeu todo o processo de M&A, desde a fase preliminar de aconselhamento dos vendedores sobre a due diligence legal levada a cabo pelo comprador, até à preparação, negociação e finalização da documentação da transação”, revela o escritório em comunicado.

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão envolvida na operação foi coordenada pelo associado sénior Gonçalo Cerejeira Namora e pelo associado principal Pedro Dias de Azevedo.

“Unir forças com o Grupo Hoalani abre oportunidades sem precedentes de inovação e crescimento. A nossa experiência combinada capacitará as empresas a navegar pelas complexidades da transformação digital com suporte inigualável e soluções de ponta. Estamos particularmente entusiasmados com o potencial de cross-selling e pela segurança que esta união irá oferecer aos nossos clientes atuais”, referiu Nuno Pereira, fundador da blink-iT e country manager de Portugal.

Já Jesper Kehlet, fundador e CEO do Grupo Hoalani, sublinhou que “esta fusão permite oferecer soluções ainda mais integrada”, garantindo que os clientes se mantenham “à frente num cenário digital em constante evolução”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não podemos dizer que estamos satisfeitos com o retorno económico do 5G”, diz administrador da Nos

No dia em que a rede 5G da Nos passa a operar de forma independente do 4G, Manuel Ramalho Eanes, administrador, insiste nas dificuldades em rentabilizar investimento de 420 milhões de euros.

A Nos NOS 0,00% lançou esta segunda-feira o 5G standalone, o que significa que toda a sua rede de quinta geração funciona agora de forma independente da rede 4G. No entanto, a empresa continua a enfrentar dificuldades na rentabilização deste investimento.

Esta evolução tecnológica, com a marca “5G+”, passa a estar disponível para os clientes com tarifários ilimitados, desde que tenham telemóveis compatíveis, nomeadamente das marcas Samsung e Xiaomi, indicou o administrador da Nos Jorge Graça.

Foi em novembro de 2021 que Portugal entrou na era 5G, com a Nos a lançar primeiro a tecnologia, mas num modelo ainda dependente do 4G, logo após a atribuição das licenças pela Anacom. A Nos pagou mais de 165 milhões de euros para adquirir esses direitos no leilão promovido nesse ano pelo regulador, que teve 1.727 rondas de licitações e angariou quase 567 milhões de euros para os cofres do Estado.

Contudo, Manuel Ramalho Eanes, também administrador da Nos, admitiu que continuam as dificuldades em rentabilizar o investimento já realizado, que totaliza 420 milhões de euros desde 2021, havendo ainda 110 milhões para investir em 5G nos próximos seis, disse o gestor, num evento em que fez o balanço dos projetos da Nos nesta área.

“Não podemos dizer que estamos satisfeitos com o retorno económico do 5G à data de hoje”, afirmou o gestor, reconhecendo, porém, que “não é uma coisa portuguesa”, tratando-se de um problema mais abrangente. Ainda assim, a Nos tinha de entrar nesta vaga tecnológica: “Seria muito difícil que deixássemos de apostar” no 5G, rematou.

5G, agora sem “rodinhas”

O investimento no 5G, de montante relevante para a Nos, permitiu à operadora instalar 4.710 estações 5G até ao momento e cobrir 99,1% da população, tendo chegado o momento de evoluir para um modelo de rede autónomo da anterior rede 4G, ainda ativa.

Para explicar esta evolução, Jorge Graça disse que o 5G non-standalone que existia atualmente era como “aprender a andar de bicicleta com rodinhas”. “Essas rodinhas eram o 4G. O 5G funcionava, mas tinha sempre um apoio do 4G. O 5G standalone é quando tiramos as rodinhas. Permite andar mais depressa, curva melhor e vai a qualquer sítio”, apontou.

Essa melhoria da rede permite duplicar as velocidades de upload e baixar ainda mais a latência, para menos de dez milissegundos, de acordo com a Nos. A empresa passa a poder também compartimentalizar a rede para casos específicos e ter mais ganhos de eficiência energética, indicou Jorge Graça.

Este avanço continuará a chegar a cada vez mais empresas e consumidores, à medida que vai sendo renovado o parque de smartphones compatíveis, que a Nos estima rondar, neste momento, os 200 a 300 mil.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h58)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ASPP vai contactar partidos e Tribunal Constitucional para discutir direito à greve na PSP

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia afirmou que vai "iniciar diligências" junto do Tribunal Constitucional e dos partidos para discutir o direito à greve em Portugal.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) afirmou esta segunda-feira que a estrutura sindical vai “iniciar diligências” junto do Tribunal Constitucional e dos partidos políticos para discutir o direito à greve em Portugal.

Em declarações à Lusa, na sequência do esclarecimento do Ministério da Administração Interna no domingo à noite a referir que o direito à greve não estará em discussão nas negociações que se vão reiniciar em janeiro ao contrário do que havia admitido horas antes a ministra, Paulo Santos salientou que o caderno reivindicativo já está negociado desde junho e inclui o reforço de meios e a revisão da tabela remuneratória.

“Temos de ter maturidade para desempenhar as nossas funções e temos de ser muito responsáveis. Na primeira reunião, de facto, não estava o direito à greve na negociação”, afirmou o dirigente da ASPP, embora destacando que o tema se irá “impor naturalmente” na discussão a prazo com a tutela.

“Não queria perder tempo nesta espuma dos dias que é a aparente incompatibilidade entre a senhora ministra e o senhor primeiro-ministro” que, segundo Paulo Santos, terá levado o ministério a emitir um esclarecimento, na sequência das declarações de Margarida Blasco após o congresso da ASPP/PSP que decorreu no fim de semana em Lisboa.

“As declarações da senhora ministra foram proferidos à saída do congresso” depois de ter assistido a um painel sobre o tema do direito à greve, com exemplos de polícias de outros países que têm essa possibilidade (Países Baixos) ou de outras funções essenciais do Estado, como é o caso dos médicos em Portugal, e a opinião de juristas que recomendaram o estudo do tema.

“O direito à greve não está proibido pela Constituição da República Portuguesa e o que existe é uma restrição em lei ordinária“, afirmou Paulo Santos.

Para a ASPP, “é compatível o direito à greve e a prestação de um serviço de segurança às populações“, uma posição que vários analistas subscrevem.

 

“Não me vou pronunciar sobre o comunicado” do Ministério que esclarece a posição da governante, mas “há uma coisa que eu sei: a senhora ministra mostrou uma abertura que é de saudar”, disse Paulo Santos.

Na sequência deste debate, “era importante o senhor primeiro-ministro entender que, mais ou cedo ou mais tarde, nós vamos ter este direito“, avisou Paulo Santos.

Por agora, a ASPP/PSP decidiu “acolher o desafio” feito por juristas no congresso para promover o debate do tema e irá sensibilizar o “Tribunal Constitucional e os partidos políticos” para a greve dos polícias.

No encerramento do congresso da ASPP/PSP Margarida Blasco afirmou: “vamos começar no dia 06 de janeiro um conjunto de revisões e é um ponto que pode estar e estará, com certeza, em cima da mesa. Neste momento não vou dizer se sim ou se não, porque vai ter de ser submetido a um estudo”, quando questionada pelos jornalistas sobre se estava disposta a conceder o direito à greve aos polícias.

Contudo, horas depois, um esclarecimento do Ministério da Administração Interna enviado às redações referia que “a posição do Governo é clara: nesse diálogo pode ser discutida a representação laboral e os direitos sindicais. Mas não o direito à greve”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ex-secretário de Estado “de consciência bem tranquila” para julgamento das golas antifumo

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

O ex-secretário de Estado José Artur Neves garantiu estar de "consciência tranquila" antes do arranque do julgamento do processo das golas antifumo.

O ex-secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves garantiu esta segunda-feira estar de “consciência tranquila” antes do arranque do julgamento do processo das golas antifumo e lamentou que o projeto Aldeia Segura não tenha tido seguimento.

Em declarações aos jornalistas à entrada para o Juízo Central Criminal de Lisboa, o antigo governante, que acabou por se demitir em 2019 na sequência da revelação deste caso, manifestou a convicção de que o processo “seguramente será bem julgado”, assegurando ainda que a investigação do Ministério Público (MP) será “obviamente contestada” no tribunal, face às imputações de fraude na obtenção de subsídio e participação económica em negócio.

“A minha contestação é muito clara. O processo terá o julgamento que tiver de ser, estou mais do que sossegado e de consciência bem tranquila. O que me preocupa é a questão política, porque eu fui criado numa aldeia, combati fogo quando era miúdo“, referiu.

José Artur Neves defendeu que o projeto Aldeia Segura, ao abrigo do qual foram contratualizados os kits de autoproteção, “foi, seguramente, o melhor projeto de proteção das vidas das pessoas nas aldeias” e considerou que devia ter tido outro desenvolvimento, depois da sua criação na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande.

“Era um projeto que estava a ser bem executado. Não tem nada a ver com isto, que é outra coisa… O que me entristece é que depois deste processo o Aldeia Segura não tivesse tido o desenvolvimento que nós desejávamos, que era absolutamente fundamental para proteger a vida das pessoas”, sustentou, resumindo: “É necessário elevar uma cultura de segurança nas aldeias. Todos já se esqueceram que em 2017 morreram 116 pessoas”.

Em causa neste processo estão alegados crimes de fraude na obtenção de subsídio, participação económica em negócio e abuso de poder, relacionados com a contratação pública e compra de golas de autoproteção no programa “Aldeia Segura — Pessoas Seguras”, lançado na sequência dos incêndios florestais de 2017.

Entre os 19 arguidos (14 pessoas e cinco empresas) estão o ex-secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves e o ex-presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), general Carlos Mourato Nunes.

O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) enviou em janeiro passado todos os arguidos para julgamento, ao validar na íntegra a acusação do MP.

A acusação foi revelada pelo MP em julho de 2022, após a investigação identificar “ilegalidades com relevo criminal em vários procedimentos de contratação pública” no âmbito do programa “Aldeia Segura — Pessoas Seguras”, que foi cofinanciado pelo Fundo de Coesão, considerando que causou prejuízos para o Estado no valor de 364.980 euros, supostamente desviados a favor dos arguidos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Falta de quantificação relevante de despesa fiscal é “grave”, avisa Tribunal de Contas

Tribunal de Contas alerta para quantificação incompleta da despesa fiscal. Apesar de reconhecer alguns progressos, defende que "é uma área onde há muito por fazer".

O Tribunal de Contas defendeu esta segunda-feira que existe ainda muito por fazer no controlo da despesa fiscal, alertando para a quantificação incompleta da perda de receita do Estado com benefícios fiscais, e que o tema deve estar sujeito a escrutínio.

Numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), a juíza conselheira Ana Furtado, que acompanhou a presidente da instituição, Filipa Urbano Calvão, considerou que o controlo da despesa fiscal “passa não só por fundamentação completa aquando” da criação dos benefícios fiscais “como a sua avaliação” posteriormente.

No OE2025, o Governo prevê que a despesa fiscal do Estado, isto é o montante de receita que abdica decorrente da concessão de desagravamentos fiscais, seja de natureza estrutural seja verdadeiros benefícios fiscais, ascende em 2025 a 16.680,7 milhões de euros. Este montante representa um aumento de 3,2% face à despesa fiscal estimada para 2024.

No relatório, o Ministério das Finanças atribui este aumento à subida da despesa fiscal em todos os impostos, em especial no Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), cuja despesa fiscal estima que aumente 3,8%, o correspondente a uma subida de 370 milhões de euros

Para Ana Furtado, “o efetivo controlo dos benefícios fiscais, pela perda de receita que implicam, deve ser sujeito a escrutínio”. Segundo a juíza conselheira “é uma área onde há muito por fazer”.

Há uma quantidade relevante de despesa fiscal que não está quantificada. Isso é grave”, disse, apontando que constam da proposta orçamental “110 benefícios fiscais que não são quantificados“. Ainda assim, reconheceu que “vão sendo dados passos lentos” e que, no próprio OE2025, há quatro novas classificações de benefícios fiscais de IRC.

No parecer à Conta Geral do Estado (CGE) de 2023, o Tribunal de Contas assinalava que “dos 303 benefícios fiscais identificados pela Autoridade Tributária e Aduaneira, apenas é quantificada a despesa fiscal de 202”. No relatório entregue no início de outubro no Parlamento, entre os exemplos, identificou a despesa fiscal resultante de reduções da taxa autónoma de IRS aplicada a contratos de arrendamento para habitação permanente, da isenção de IVA de diversas atividades e do regime especial de isenção, da isenção da tributação autónoma em IRC dos veículos movidos exclusivamente a energia elétrica ou ainda da isenção do IS nos contratos enquadrados no programa de apoio ao arrendamento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dívida pública cai pelo terceiro mês seguido para 97,4% do PIB. É o valor mais baixo dos últimos 14 anos

O stock da dívida caiu pelo terceiro mês consecutivo para 272,2 mil milhões de euros, o equivalente a 97,4% do PIB. É preciso recuar até setembro de 2010 para encontrar um rácio da dívida tão baixo.

A dívida pública voltou a cair em setembro. Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta segunda-feira, a dívida das Administrações Públicas na ótica de Maasctricht baixou 0,54%, ou 1,48 mil milhões de euros, para 272,2 mil milhões de euros.

Foi o terceiro mês consecutivo em que o stock da dívida registou uma queda mensal em termos nominais e foi também o valor mais baixo do rácio da dívida desde setembro de 2010, com a dívida pública a alcançar um valor equivalente a 97,4% do PIB.

“Esta descida refletiu, sobretudo, a redução dos títulos de dívida (-1,3 mil milhões de euros) e dos empréstimos (-0,2 mil milhões de euros)”, refere o Banco de Portugal em comunicado.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Só este ano, o stock da dívida pública regista uma correção de 3,94%. Significa que entre janeiro e setembro, a dívida do Estado emagreceu mais de 10,3 mil milhões face aos valores que apresentava no final do ano passado.

Os dados do Banco de Portugal revelam ainda que setembro foi também o 13.º mês consecutivo em que a taxa homóloga do stock da dívida contraiu, alcançando uma queda homóloga de 2,38%, a mais elevada desde março, quando contraiu 3,04%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor desce a três e a 12 meses e sobe a seis meses

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa desceram a três e a 12 meses, mas subiram no prazo a seis meses.

As taxas Euribor, que servem para o cálculo da prestação mensal da casa, desceram a três e a 12 meses e subiram no prazo a seis meses em relação a sexta-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu para 2,916%, mais 0,004 pontos.
  • Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, recuou para 2,619%, menos 0,010 pontos do que na sexta-feira.
  • A Euribor a três meses também desceu para 3,075%, menos 0,010 pontos.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,267 pontos para 3,167% a três meses (contra 3,434% em setembro), 0,256 pontos para 3,002% a seis meses (contra 3,258%) e 0,245 pontos para 2,691% a 12 meses (contra 2,936%).

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.