Centro da Natixis abre no primeiro trimestre de 2026 em Moscavide. Recrutamento já arrancou

Dono do Novobanco começa a contratar nas áreas de tecnologias de informação, banca de investimento, risco e inovação em Lisboa, que vai “complementar e fortalecer” hub do Porto que tem 3.000 pessoas.

O grupo bancário francês BPCE, que há três meses comprou o Novobanco, confirmou esta quarta-feira que vai instalar o primeiro centro de competências da marca Natixis na zona de Lisboa. O escritório vai ficar localizado em Moscavide, junto à estação do Oriente, e tem abertura prevista para o primeiro trimestre de 2026.

Esta operação vai “complementar e fortalecer” a que já tem no Porto desde 2017 — atualmente com cerca de 3.000 colaboradores de 46 nacionalidades — e arrancou já este mês o recrutamento para as áreas de tecnologias de informação, banca de investimento, risco e inovação. Já com várias posições em aberto, quer captar “jovens talentos e “profissionais experientes em busca de novos desafios”.

Em resposta ao ECO, fonte oficial da Natixis em Portugal disse que “o número de colaboradores dependerá sempre do processo de recrutamento interno e externo, que se encontra em curso”. “O objetivo passa por garantir que conseguimos atrair e integrar os perfis certos para o projeto. Por isso, não temos, nesta fase, o número definitivo de colaboradores que estarão neste polo”, acrescenta.

Para a Natixis, “investir em Lisboa significa potenciar o talento e a expertise, beneficiando de vantagens estratégicas como a proximidade aos ecossistemas tecnológico e financeiro”. Com a expansão para a região da capital, assegura que a presença em Portugal vai passar a integrar “dois polos principais sob uma gestão unificada, garantindo coordenação fluida e eficiente”.

“Lisboa é uma cidade vibrante, multicultural e dinâmica – qualidades que refletem a nossa identidade. Acreditamos que este novo espaço será não apenas um centro de competências, mas também um ponto de encontro onde tecnologia, banca e inovação se cruzam para gerar impacto positivo para a Natixis e para o Groupe BPCE, acelerando a transformação no setor financeiro”, resume Etienne Huret, CEO da Natixis em Portugal, citado em comunicado.

Etienne Huret, CEO da Natixis em Portugal

Instalado na freguesia do Bonfim, o hub digital da Natixis no Porto atua nas áreas de tecnologias da informação, suporte à banca, compliance, corporate & banca de investimento e gestão de ativos e fortunas. E, numa outra vertente, mais associada aos pagamentos e crédito pessoal, através do Oney Bank.

O Groupe BPCE, que comprou o Novobanco numa das maiores aquisições da Europa, Médio Oriente e África no primeiro semestre, foi fundado em 2009 e, além do banco de investimento Natixis – que em Portugal vai passar a operar através de dois centros de inovação tecnológica –, tem também outros bancos, como o Banque Palatine, o Caissed’Épargne, o Banque Populaire e o Le Crédit Coopératif.

(Notícia atualizada às 17h50 com resposta da empresa sobre as contratações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O projeto português que Von der Leyen cita no Estado da União

“É o maior projeto no setor espacial da história portuguesa, com dois satélites já em órbita e mais em desenvolvimento”, lê-se no relatório de Ursula von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, usou esta quarta-feira, no Estado da União, uma agenda mobilizadora portuguesa como exemplo da nova era para a defesa europeia. O projeto “Atlantic Constellation” resulta de uma parceria entre Portugal e Espanha e visa desenvolver uma cadeia de valor completa baseada em satélites para aplicações avançadas de dados em defesa e sustentabilidade.

“A colaboração resultou no lançamento do segundo satélite português em 2024”, lê-se no relatório de Von der Leyen, onde é feito o diagnóstico do Estado da União, no mesmo dia em que a presidente discursou perante o Parlamento Europeu. “É o maior projeto no setor espacial da história portuguesa, com dois satélites já em órbita e mais em desenvolvimento”, sublinha o documento.

“Este projeto em particular faz parte do ‘New Space Portugal’, que estabelecerá a capacidade de conceber e produzir satélites completos e fornecer serviços de elevado valor acrescentado baseados em dados de observação da Terra”, lê-se ainda no mesmo documento.

A agenda New Space Portugal, que inicialmente tinha um apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de 137,36 milhões de euros, viu o seu nível de ambição aumentar com a reprogramação das agendas mobilizadoras. Tal com o ECO noticiou, o setor do espaço vai ter um aumento dos incentivos de 279 milhões de euros já que, o novo objetivo vai ser lançar sete satélites para o espaço.

“Houve um reforço muito significativo no número de satélites que vai permitir que o tempo de passagem passe de seis para duas horas e pouco, o que significa que vamos ter uma cobertura muito maior, com impactos desde logo, por exemplo, na prevenção de incêndios”, explicou ao ECO o presidente do IAPMEI. “Vamos ter uma visão muito maior no controle da nossa zona marítima, que é muito extensa. Isso era muito importante para assegurarmos o controlo da zona exclusiva económica, mas também vai permitir a utilização para questões de defesa”, acrescentou.

De acordo com Von der Leyen “o paradigma de segurança da Europa foi abalado”. “Por um lado, a Rússia continua a travar uma guerra atroz em solo europeu. Por outro, profundas alterações geopolíticas abalaram a arquitetura de segurança do nosso continente”, elencou. “Há demasiado tempo que a Europa regista um défice de segurança. Precisa de recuperar urgentemente”, concluiu a responsável, num documento publicado após o seu discurso, proferido horas depois a Polónia ter sofrido 19 violações do seu espaço aéreo por drones russos.

O primeiro-ministro polaco já anunciou que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência desta violação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Greve não é um problema, é uma resposta.” CGTP ataca mudanças à lei propostas pelo Governo

CGTP diz que mudanças à lei do trabalho propostas pelo Governo são "assalto aos direitos dos trabalhadores". No Parlamento, central sindical atacou, nomeadamente, às alterações à greve.

As alterações propostas pelo Governo à lei da greve vão “desequilibrar ainda mais a relação de força” entre os trabalhadores e os empregadores, alertou esta quarta-feira Filipe Marques, membro da Comissão Executiva da CGTP, numa audição parlamentar. Perante os deputados, o sindicalista alertou que todo o pacote de mudanças ao Código do Trabalho é “um assalto aos direitos dos trabalhadores”.

“A proposta de alteração de Governo é colocar serviços mínimos em áreas onde não existem. É colocar o pé na porta e alargar a tudo. Tudo passa a ser essencial“, salientou Filipe Marques esta quarta-feira de manhã.

No anteprojeto apresentado pelo Governo na Concertação Social, propõe-se o alargamento dos serviços mínimos ao setor do abastecimento alimentar, aos serviços de segurança privada de bens ou equipamentos essenciais e aos serviços de cuidado a crianças, idosos, doentes e pessoas com deficiência.

Aos deputados, Filipe Marques defendeu que atualmente já há uma tendência de transformar os serviços mínimos em serviços máximos — limitando, assim, o direito à luta dos trabalhadores. E as alterações propostas vêm restringir ainda mais esse direito.

"A greve é o último recurso, é a decisão coletiva dos trabalhadores. A greve não é um problema. É uma resposta e uma parte da solução.”

Filipe Marques

Comissão executiva da CGTP

A greve é o último recurso, é a decisão coletiva dos trabalhadores. A greve não é um problema. É uma resposta e uma parte da solução“, acrescentou o sindicalista, exigindo a garantia plena do direito à greve.

Não tardou a que, da parte do PSD, o deputado Joaquim Barbosa atirasse, em resposta à CGTP, que a greve é um direito fundamental, mas não absoluto. “O Governo o que pretende é equilibrar de forma mais adequada o direito à greve com a satisfação de necessidades sociais impreteríveis“, assinalou o parlamentar.

E, no mesmo sentido, Armando Grave, do Chega, questionou a CGTP sobre a conciliação do direito à greve com os demais direitos: “tendo em conta que o direito à greve visa prejudicar o empregador, obrigando-a a negociar, como é que considera a CGTP quando o direito à greve prejudica outros trabalhadores, que também têm direito ao trabalho?“.

"O Governo o que pretende é equilibrar de forma mais adequada o direito à greve com a satisfação de necessidades sociais impreteríveis.”

Joaquim Barbosa

Deputado do PSD

Ainda à direita, Paulo Núncio, do CDS-PP, disse-se de acordo com o anteprojeto do Governo, questionando também a CGTP sobre a proporcionalidade entre o direito à greve e os direitos ao trabalho, a aprender e a aceder aos cuidados de saúde.

Já da parte do PS, Dália Miranda defendeu que a lei da greve não exige qualquer alteração legislativa, neste momento, devendo apenas ser aplicados os mecanismos já previstos. “Não há qualquer base, que não seja uma vingança, que leve o Governo a fazer esta mudança“, realçou, na mesma linha, Jorge Pinto, do Livre.

Da parte do PCP, Alfredo Maia, declarou que “é evidente que uma greve causa sempre impacto“. “Não há greves fofinhas“, disse, acusando o Governo de atacar não só esse direito dos trabalhadores, mas vários outros, com o anteprojeto em discussão. “É uma verdadeira declaração de guerra aos direitos dos trabalhadores“, classificou.

"É evidente que uma greve causa sempre impacto. Não há greves fofinhas. Desde logo, prejudica os trabalhadores, num contexto de baixos salários.”

Alfredo Maia

Deputado do PCP

Apesar desta audição, o anteprojeto para a reforma da lei do trabalho ainda não chegou ao Parlamento. Está a ser discutida na Concertação Social — esta tarde acontece a segunda reunião — e só depois chegará ao Parlamento, onde, sem maioria absoluta, o Governo da AD terá de encontrar apoio na oposição. Com as duras críticas que têm sido feitas pelo PS, a viabilização destas mudanças ao Código do Trabalho deverão ficar nas mãos do Chega.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

INE confirma taxa de inflação de 2,8% em agosto

  • ECO
  • 10 Setembro 2025

O índice de preços no consumidor registou uma subida de 0,2 pontos percentuais em agosto face ao mês anterior, e a taxa de inflação subjacente (sem alimentação e energia) também aumentou para 2,4%.

A evolução dos preços voltou a acelerar em Portugal durante o mês de agosto. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 2,8% em agosto”, ficando 0,2 pontos percentuais acima da taxa observada no mês anterior.

Os dados revelados esta quarta-feira são uma confirmação da informação do INE, publicada no final de agosto, numa estimativa preliminar.

Segundo o comunicado INE, também a inflação subjacente (sem contabilizar os preços dos alimentos e da energia) não sofreu qualquer alteração face à estimativa preliminar, fixando-se nos 2,4%, um aumento de 0,1 pontos percentuais acima da taxa verificada em julho.

O relatório do INE revela que os produtos alimentares não transformados voltaram a acelerar “pelo sétimo mês consecutivo, para 7%” em agosto, comparando com os 6,1% registados em julho. Esta categoria tem sido um dos principais motores da inflação nos últimos meses. Por outro lado, os produtos energéticos registaram uma variação homóloga de -0,2%, uma subida face aos -1,1% observados no mês precedente. Esta evolução menos negativa contribuiu também para a subida da inflação geral.

Em termos mensais, o IPC apresentou uma variação de -0,2%, menos intensa que os -0,4% do mês anterior. O INE destaca que “a classe com maior contributo negativo para a taxa de variação mensal do índice total foi a do Vestuário e calçado, com uma variação de -6,5%”, explicada pelo “habitual período de descontos de fim de coleção”.

Fonte: INE.

Rendas das casas mantêm pressão

No contexto europeu, Portugal mantém-se acima da média da área do euro. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor português “foi superior em 0,4 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro” em agosto. Esta diferença tinha-se fixado em 0,5 pontos percentuais no mês anterior.

Entre as classes que mais contribuíram positivamente para a inflação anual destacam-se os “produtos alimentares e bebidas não alcoólicas” e os “restaurantes e hotéis”. Em sentido contrário, o “vestuário e calçado” teve a contribuição negativa mais relevante.

A variação média dos últimos 12 meses fixou-se em 2,4%, acima dos 2,3% registados no mês anterior, confirmando a tendência de aceleração gradual dos preços na economia portuguesa.

O setor habitacional continua a exercer pressão inflacionista. As rendas de habitação por metro quadrado registaram uma “variação homóloga de 5,1% em agosto de 2025”, valor idêntico ao do mês anterior. A Madeira foi a região com o “aumento mais intenso (7%)”, segundo o INE.

De acordo com dados do INE, a variação média do IPC excluindo a habitação (que serve de referência para o cálculo da subida máxima das rendas no próximo ano) teve uma ligeira correção de 0,01 pontos percentuais face às estimativas preliminares, passando de 2,25% para 2,24%. Significa que os senhorios poderão aumentar as rendas dos seus inquilinos no próximo ano até um máximo de 2,24%.

Esta confirmação dos dados preliminares reforça as expectativas de que a inflação em Portugal se mantenha acima do objetivo do Banco Central Europeu de 2% nos próximos meses, pressionada especialmente pelos custos dos alimentos frescos e da habitação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ascensor da Nazaré encerrado por tempo indeterminado para manutenção

  • Lusa
  • 10 Setembro 2025

O Ascensor da Nazaré está a partir desta quarta-feira encerrado ao público por tempo indeterminado para avaliação técnica dos equipamentos de transporte por cabo.

O Ascensor da Nazaré está a partir desta quarta-feira encerrado ao público por tempo indeterminado para avaliação técnica dos equipamentos de transporte por cabo, informou o município do distrito de Leiria.

Esta decisão decorre da necessidade de avaliação nacional dos equipamentos de transporte por cabo, medida preventiva que visa assegurar que o ascensor mantém todas as condições de operação em segurança“, justifica a autarquia em comunicado publicado na sua página da Internet.

Nos últimos meses, segundo os Serviços Municipalizados da Nazaré, o equipamento foi alvo de inspeções por entidades externas competentes – nomeadamente o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) – “sem que tenham sido levantadas reservas à sua utilização”.

Ainda assim, “perante a recomendação técnica de substituição do cabo de tração, cuja intervenção já se encontrava prevista para o mês de outubro, e seguindo orientações das entidades reguladoras, o ascensor permanecerá encerrado até nova validação técnica que garanta a sua operação em condições de segurança máximas”.

Enquanto o ascensor estiver parado, vai ser assegurado transporte alternativo de passageiros por autocarro, para garantir a mobilidade entre a Praia e o Sítio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Autoconsumo cresce 57% ao ano desde 2021

A energia autoconsumida representou quase 3% do consumo final de energia elétrica em 2024, de acordo com o regulador dos serviços energéticos.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) nota que “a tendência de crescimento do autoconsumo em Portugal continental se acentuou significativamente nos últimos anos”. Desde 2021, o número de unidades de produção para autoconsumo (UPAC) aumentou 44% ao ano, enquanto a potência instalada cresceu, em média, 57% ao ano.

Estes dados constam do recém-lançado Relatório Autoconsumo de Energia Elétrica de 2024, da autoria do regulador. O número de autoconsumidores de eletricidade em Portugal continental totalizava, no final de 2024, cerca de 237 mil, registando-se uma potência instalada de 1,8 GW em UPAC, maioritariamente com tecnologia fotovoltaica. Estes valores comparam com o objetivo do PNEC 2030 fixados em quase 6 GW, ficando a pouco menos de um terço.

O relatório, que tem por base a informação reportada pelos operadores de rede e publicada pela Direção-Geral de Energia e Geologia, refere ainda que a energia autoconsumida representou quase 3% do consumo final de energia elétrica em 2024.

Por seu turno, cerca de 27% da energia produzida para autoconsumo foi injetada na rede elétrica de serviço público (536 GWh), como excedente, dos quais 43% foram vendidos em mercado. Esta é uma realidade que se verifica quando o consumo interno não absorve totalmente a produção da UPAC, resultando assim em injeção de energia para a rede.

A partilha da energia produzida em autoconsumo coletivo, por várias instalações de consumo geograficamente próximas das UPAC, também evoluiu. No entanto, apenas em 2023 foram registados os primeiros casos de autoconsumo coletivo. Contam-se 331 acordos de partilha, envolvendo 1.352 consumidores participantes em final de 2024 em Portugal Continental.

Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, vigoram regimes de autoconsumo muito semelhantes ao do continente. “O crescimento do autoconsumo nessas regiões é igualmente muito significativo”, escreve a entidade reguladora.

No que respeita ao benefício económico para o autoconsumidor, esse dependerá de vários fatores específicos, entre os quais, a sua capacidade em deslocar consumos para as horas de produção disponível, evitando consumos da rede e os respetivos custos de acesso às redes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal paga mais para emitir dívida a 10 e 17 anos

O Estado pagou 3,059% para se financiar a 10 anos e 3,637% num leilão a 17 anos, resultando num preço de 6 pontos base e 29,5 pontos base acima do que pagou em últimas operações semelhantes.

O Tesouro português voltou esta quarta-feira ao mercado de obrigações para se financiar em 1.131 milhões de euros, através de dois leilões de obrigações do Tesouro a 10 e 17 anos, que terminaram com uma procura mais baixa e um preço mais elevado face a operações semelhantes realizadas este ano.

Na operação a 10 anos, realizada através da linha com vencimento a 15 de junho de 2035, o Estado colocou no mercado 621 milhões de euros ao preço de 3,059%, com o leilão a contar com uma procura 1,57 vezes acima da oferta.

Significa que o Tesouro pagou 6 pontos base a mais face a uma operação com características semelhantes realizada a 11 de junho, quando a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) foi capaz de colocar no mercado 677 milhões de euros com uma yield de 3%, beneficiando de uma procura que superou em 1,79 vezes a oferta.

Na operação a 17 anos, realizada através da linha com vencimento a 11 de abril de 2042, o IGCP colocou no mercado 510 milhões de euros ao preço de 3,637%, com o leilão a contar com uma procura 1,74 vezes acima da oferta. Trata-se de um preço 29,5 pontos base acima dos 3,342% pagos num leilão de características semelhantes realizado a 12 de fevereiro, quando o Estado se financiou em 489 milhões de euros, numa operação que contou com uma procura 1,9 vezes acima da oferta.

“A evolução da dívida soberana portuguesa ao longo de 2025 tem evidenciado a estabilidade macroeconómica do país”, refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, notando ainda que “a curva de rendimentos deixou de apresentar inversão nos prazos mais curtos e voltou a apresentar uma inclinação positiva, típica de mercados em que os investidores exigem prémio adicional para financiamentos de prazo mais longo.”

(Notícia atualizada às 12:09 com comentários de Filipe Silva)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vodafone e Repsol com “Energia carregada de Descontos”. Jéssica Athayde protagoniza a campanha 

  • + M
  • 10 Setembro 2025

Assinada pela VML e produzida pela Krypton Films, a campanha está presente em televisão e plataformas digitais. A Dentsu Carat é a responsável pela estratégia de meios.

A Vodafone e a Repsol reforçaram a parceria que as une com o lançamento da campanha “Energia carregada de Descontos”, combinando benefícios em serviços de comunicações e multienergia e oferecendo vantagens para os clientes de ambas as marcas.

Assinada pela VML e produzida pela Krypton Films, a campanha está presente em televisão e plataformas digitais e tem Jéssica Athayde como protagonista. A Dentsu Carat é a responsável pela estratégia de meios.

A parceria entre a Vodafone e a Repsol inclui descontos em combustível (até 26 cêntimos por litro) e carregamento elétrico (até 20% no carregamento elétrico de veículos), bem como poupanças na fatura de luz e gás (até 8% no consumo de kWh e até 3% adicionais no total da fatura) “dependendo do plano e da fatura”, aponta-se em nota de imprensa.

“Os clientes podem usufruir destas promoções aderindo ao Plano Vodafone Repsol, que acumula benefícios em ambos os serviços. Na Vodafone, os clientes elegíveis beneficiam de um upgrade de velocidade da internet fixa para 1Gbps e pontos Clube Viva na contratação de comunicações e energia através dos canais da operadora”, acrescenta-se.

Com esta parceria, as duas marcas “reforçam o compromisso de oferecer serviços completos e vantajosos aos seus clientes: da casa ao carro com energia e conectividade à medida das suas necessidades“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Polónia abate drones russos no seu espaço aéreo. Primeiro-ministro polaco invoca tratado da NATO

  • Lusa
  • 10 Setembro 2025

Vários drones russos invadiram o espaço aéreo polaco, um país da NATO, tendo sido neutralizados pelas forças armadas da Polónia. O primeiro-ministro vai invocar o artigo 4.º do tratado da aliança.

O Comando Operacional das Forças Armadas polacas anunciou esta quarta-feira que abateu drones que invadiram o seu espaço aéreo e que iniciou “imediatamente os procedimentos defensivos”. O primeiro-ministro da Polónia vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas a todos os membros da aliança.

“As forças polacas e aliadas monitorizaram dezenas de objetos por radar e, considerando aqueles que poderiam representar uma ameaça, o Comandante Operacional das Forças Armadas Polacas decidiu neutralizá-los”, indicou o comando.

Além disso, a mesma fonte especificou que “alguns dos drones” que invadiram o espaço aéreo polaco foram abatidos e “estão a ser envidados esforços para localizar os possíveis locais de impacto desses objetos”.

Na mesma mensagem, o comando destaca a “violação sem precedentes do espaço aéreo polaco por drones”, país que faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).

Numa publicação anterior, o Comando Operacional informou que o espaço aéreo polaco foi “repetidamente violado por objetos do tipo drone”, lançados pela Federação russa contra alvos em território ucraniano durante a madrugada desta quarta-feira.

O comando polaco mencionou que as áreas ameaçadas foram as províncias orientais de Podlaquia, Mazóvia e Lublin, e convidou a população a “ficar em casa” durante o desenrolar das operações militares.

Governo polaco chama NATO

À luz destes factos, o primeiro-ministro polaco anunciou que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos.

As conversações com os aliados “estão atualmente a assumir a forma de um pedido formal para ativar o artigo quarto do Tratado do Atlântico Norte”, avançou Donald Tusk ao parlamento polaco.

De acordo com o artigo em causa, os Estados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) “devem consultar-se mutuamente quando, a critério de qualquer um deles, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada”.

O primeiro-ministro da Polónia acusou a Rússia de “provocação em grande escala”. Donald Tusk disse ainda que durante a noite desta quarta-feira, a Polónia sofreu uma um total de 19 violações do seu espaço aéreo por aparelhos aéreos não tripulados (drones russos).

Ucrânia alerta que ataque abre precedente perigoso

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou que o lançamento noturno de pelo menos oito drones de ataque russos em direção à Polónia abriu um precedente extremamente perigoso para a Europa.

Zelensky disse, através das redes sociais, que não se tratou de um incidente isolado com um aparelho aéreo não tripulado, frisando que se tratou, sim, do lançamento de pelo menos oito drones de ataque.

“Isto é um precedente extremamente perigoso para a Europa”, acrescentou o Presidente da Ucrânia, apelando a uma resposta firme dos países do ocidente.

Para o chefe de Estado da Ucrânia, Moscovo ultrapassa sempre os “limites do possível” e, se não receber uma resposta forte, disse, passa para o próximo nível, agravando a situação.

Segundo o Presidente ucraniano, a Rússia utilizou mais de 40 mísseis balísticos e de cruzeiro e 415 drones no último ataque contra a Ucrânia, “que se estendeu à Polónia”.

De acordo com a Força Aérea Ucraniana, as defesas aéreas conseguiram neutralizar 386 drones e 27 mísseis sobre território ucraniano.

Na Ucrânia, nas últimas horas, 16 drones e 21 mísseis não puderam ser intercetados e atingiram 17 locais diferentes. Uma pessoa morreu na região de Jitomir, no centro da Ucrânia, na sequência do último ataque russo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

+M

Jovens são os que mais estão nas redes sociais mas os que menos as usam para consumir notícias

  • + M
  • 10 Setembro 2025

Na faixa etária entre os 15 e os 34 apenas 31,7% usa as redes sociais para ler notícias, o que contrasta em larga medida com os 49,9% dos inquiridos com idades entre os 55 e os 64 anos.

O consumo diário de notícias através das redes sociais revela uma tendência crescente e transversal a todas as faixas etárias. Os jovens, embora sejam os que mais usam redes sociais, são no entanto os que menos as utilizam para consumir notícias.

Em concreto, na faixa etária entre os 15 e os 34 apenas 31,7% usa as redes sociais para ler notícias, o que contrasta em grande medida com os 49,9% dos inquiridos entre os 55 e os 64 anos, numa diferença mais de 18 pontos percentuais. As conclusões são da quarta edição do estudo “Meaningful Media”, realizado pela Havas Media Network e que contou com 600 entrevistas a pessoas residentes em Portugal continental, com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.

No que diz respeito à generalidade dos diferentes meios, o entretenimento é algo que as gerações entre os 45 a 64 anos procuram na sua utilização, rivalizando de perto com a função informativa. Já entre a Geração Z, a relevância dos meios é cada vez mais assente na descoberta de coisas novas, função que atribuem maioritariamente a motores de busca e redes sociais.

em termos de credibilidade, a televisão continua a ser rainha, com os canais de televisão em sinal aberto a permanecerem como os meios mais credíveis em todas as idades, seguidos dos jornais. No entanto, regista-se uma mudança entre os mais jovens (15 aos 34 anos), com os motores de busca a ganharem território em detrimento da rádio e, especialmente, com as redes sociais a entrarem para o top cinco de credibilidade, aponta-se em nota de divulgação do estudo.

O consumo crescente de conteúdos noticiosos através das redes sociais pode ser um fator determinante para este aumento de credibilidade“, aponta-se na mesma nota, onde se avança que os vídeos virais se estão a tornar cada vez mais o “prime time” dos jovens, tanto como fonte de entretenimento como de informação.

Por outro lado está a aumentar o número de pessoas que evitam notícias ativamente, o que reflete “cansaço face à negatividade e ao contexto de permacrise”.

“Se associarmos este movimento à crescente substituição do jornalismo profissional por criadores de conteúdos digitais, ou ‘jornalistas-influencers’, impulsionada por algoritmos, enfrentamos riscos acrescidos de escassez de confiança, potenciados pela desinformação e polarização de opiniões”, lê-se em nota de imprensa.

Mas também a publicidade associada a conteúdos jornalísticos tem vindo a recuar, tendo caído 33% entre 2019 e 2024, a nível global. Em Portugal, esta queda foi ligeiramente mais baixa, na ordem dos 27%.

Mas mesmo a publicidade existente enfrenta diversos desafios, principalmente entre junto dos mais jovens, que revelam menor tolerância face à publicidade, sendo os que mais utilizam adblockers. Mais de metade (54%) dos jovens entre os 15 e os 34 anos faz uso destes bloqueadores de anúncios, o que contrasta com os 21% registados junto da geração X.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Protestos em França contra medidas governamentais já fizeram 100 detidos

  • Lusa
  • 10 Setembro 2025

Maioria das detenções teve lugar em Paris. Ministro do Interior mobilizou 80 mil polícias e gendarmes para tentar impedir qualquer ação de bloqueio, que ocorre em plena crise política.

A França regista esta quarta-feira protestos que se fizeram sentir principalmente nos transportes e autoestradas, com mais de 100 detenções, a maioria em Paris, num dia em que estava previsto um bloqueio total convocado contra as medidas do Governo.

Pelo menos 75 pessoas foram detidas em Paris e na área metropolitana antes das 08:00 horas (07:00 de Lisboa), de acordo com a polícia, que tem seguido as diretrizes do ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, para intervir rapidamente e tentar impedir os manifestantes do movimento “Bloqueiem Tudo!”, que foi convocado durante o verão nas redes sociais e prometia ser semelhante aos “Coletes Amarelos”.

Pelo menos 75 pessoas foram detidas em Paris e na área metropolitana antes das 08:00 horas (07:00 de Lisboa), de acordo com a polícia.

Em Paris, onde os comboios registam atrasos significativos e várias escolas e universidades estão encerradas, os manifestantes estão maioritariamente localizados em zonas da periferia, em pontos estratégicos a leste e a norte da cidade, como na Porta de Bagnolet e na Porta da Chapelle, onde passam as principais autoestradas.

Na capital francesa, estão mobilizados pelo menos 6.000 polícias e gendarmes, que intervêm nos protestos localizados pela cidade desde a meia-noite.

Em Marselha, onde a situação está menos controlada, várias centenas de pessoas montaram barricadas desde o início da manhã para interromper a circulação de veículos e do elétrico.

O oeste do país está particularmente mobilizado, em Nantes e em Rennes, o trânsito ficou interrompido nas periferias, segundo a Bison Futé, órgão de informação sobre o trânsito, tendo a polícia de recorrer a gás lacrimogéneo para tentar dispersar várias centenas de manifestantes num dos cruzamentos da autoestrada em Rennes que estava bloqueada.

Em Toulouse, cerca de 200 manifestantes bloquearam durante menos de uma hora uma rotunda, com barreiras, pneus e tudo o que encontraram nas proximidades, e ainda estenderam uma faixa preta com a frase “Macron explosão” numa estrada.

Já em Bordéus, as forças da ordem rapidamente desbloquearam um dos depósitos da rede de elétricos da cidade.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT), que também se juntou ao protesto juntamente com outros sindicatos, contabilizou 700 ações em empresas ou infraestruturas estratégicas do país.

É esperado que ao longo do dia, os bloqueios, greves e manifestações ganhem força por todo o país, contudo o ministro do Interior mobilizou 80 mil polícias.

É esperado que ao longo do dia, os bloqueios, greves e manifestações ganhem força por todo o país, contudo o ministro do Interior mobilizou 80.000 polícias e gendarmes para tentar impedir qualquer ação de bloqueio, que ocorre em plena crise política e com uma crescente contestação contra o Presidente francês, Emmanuel Macron, pela sua liderança e políticas de austeridade.

Segundo Bruno Retailleau, que se deslocou a um centro de abastecimento de Paris em Rungis, este movimento “não tem nada a ver com uma mobilização cidadã”, mas foi “capturado pela extrema-esquerda e pela ultra-esquerda”, denunciando incitamentos por parte da França Insubmissa (LFI, esquerda radical).

“Temos pequenos grupos móveis, muitas vezes mascarados, encapuzados e vestidos de preto, nos quais se reconhecem, na realidade, os movimentos da extrema-esquerda”, disse, referindo a existência de “ações violentas”.

Estas ações ocorrem apenas algumas horas depois do Presidente francês ter anunciado a nomeação do novo primeiro-ministro e até agora ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, o quarto em apenas 12 meses, após François Bayrou ter sido destituído do cargo na votação de uma moção de confiança no parlamento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Leyen anuncia estratégia para o mercado único até 2028. E conta com os privados

A presidente da Comissão Europeia prometeu apresentar uma estratégia em áreas como o capital, os serviços, a energia e as telecomunicações. E procura compromissos dos investidores privados.

A presidente da Comissão Europeia está a preparar uma estratégia para o mercado único com o horizonte de 2028. Considerando que o mercado único “é o maior ativo” da União Europeia, Ursula von der Leyen entende que este se encontra “inacabado”. No discurso anual do Estado da União, a líder do Executivo comunitário disse ainda contar com o apoio dos privados.

“Precisamos de objetivos políticos claros. É por isso que irei apresentar um Roteiro para o Mercado Único até 2028, no capital, nos serviços, na energia, nas telecomunicações, no 28.º Regime [o novo quadro jurídico para empresas inovadoras] e na 5.ª liberdade para o conhecimento e inovação [uma proposta do antigo primeiro-ministro italiano Enrico Letta]”, revelou a presidente da Comissão Europeia esta quarta-feira, sublinhando: “Só o que é medido é concretizado.”

Para tal, e à semelhança do que está previsto no programa das Gigafábricas de inteligência artificial (IA), von der Leyen conta com investidores privados para atingir as metas para a União Europeia (UE). Pretende, por exemplo, criar uma parceria com investidores privados para erguer um fundo multimilionário para apostar em scaleups europeias.

“Este fundo irá ajudar à realização de investimentos significativos em empresas jovens e de rápido crescimento em áreas tecnológicas críticas”, explicou, revelando que, nesta mesma quarta-feira, irá reunir-se com os CEO de grandes empresas europeias tecnológicas, procurando um compromisso de que irão investir mais no mercado único europeu.

No campo das tecnologias limpas, se o Pacto da Indústria Limpa permitiu identificar os obstáculos que travam estes setores, o objetivo de Bruxelas é, agora, acelerar a sua implementação. Como tal, a líder da Comissão Europeia anunciou o pacote “Battery Booster”, que vai disponibilizar 1,8 mil milhões de euros para aumentar a produção de baterias na Europa, enquanto do lado da procura será introduzido o critério “fabricado na Europa” nos contratos públicos.

Além disso, irá propor uma “Lei do Acelerador Industrial” para setores e tecnologias estratégicos fundamentais, bem como um “novo instrumento comercial de longo prazo para substituir as reservas siderúrgicas que estão a chegar ao fim”, de modo a proteger a indústria do aço e outros metais da concorrência desleal e de ficar dependente da importação destes materiais.

Também para ajudar à competitividade, o Executivo comunitário vai apresentar uma proposta para uma “Lei dos Empregos de Qualidade” e um plano para a erradicação da pobreza até 2050.

Já no que toca à energia limpa, a promessa é de um “novo pacote de redes para reforçar as infraestruturas energéticas e acelerar a concessão de licenças” na UE, além de uma nova iniciativa chamada “Autoestradas da Energia”.

Em destaque no discurso de Ursula von der Leyen esteve também a crise da habitação, que, segundo a própria, “destrói o tecido social da Europa”, “enfraquece a coesão” e “ameaça a competitividade”. Por isso, prometeu apresentar, ainda este ano, um “Plano Europeu para Habitação Acessível“, assinalando que será necessário rever as regras em matéria de auxílios estatais para permitir medidas de apoio à habitação e facilitar a construção de casas novas e de residências para estudantes.

No mesmo âmbito, a Comissão irá avançar com uma iniciativa legislativa sobre arrendamentos de curta duração e convocar uma cimeira europeia sobre habitação. “Há oito anos, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais tornou a habitação um direito social na Europa. É hora de transformar essa promessa em realidade”, afirmou von der Leyen.

Quanto ao setor automóvel, para enfrentar a concorrência da China, o Executivo comunitário pretende “trabalhar com a indústria numa nova iniciativa relativa a automóveis pequenos e acessíveis”, tendo em mente que a Europa tenha o seu próprio carro elétrico, “limpo, eficiente, leve, acessível para as pessoas e fabricado nos 27 Estados-membros”.

Por fim, numa referência às tarifas norte-americanas, Ursula von der Leyen realçou a necessidade de a UE “capitalizar novas oportunidades” com países que não os Estados Unidos, que representam 80% das trocas comerciais do bloco europeu, através de acordos bilaterais como com o México, o Mercosul e a Índia — este último a ser finalizado até ao fim deste ano.

Não obstante, a UE fará parte de uma “coligação de países com ideias semelhantes para reformar o sistema comercial global”, como é o caso do Acordo Abrangente e Progressivo de Parceria Transpacífica (CPTPP).

(Notícia atualizada pela última vez às 11h08)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.