Primeiro-ministro são-tomense rejeita demissão. Partido recorre ao Tribunal Constitucional

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2025

Patrice Trovoada alega que a decisão presidencial de demitir o Governo viola a Constituição. "Pedimos que o Tribunal Constitucional se pronuncie com urgência, porque é uma situação grave", disse.

O primeiro-ministro são-tomense anunciou esta terça-feira que o seu partido recorreu para o Tribunal Constitucional contra a demissão do Governo decretada pelo Presidente, alegando que a decisão viola a Constituição.

“Nesse caso, bastante grave, o (…) Presidente (…) violou a Constituição. Por isso, o partido que sustenta o Governo [Ação Democrática Independente (ADI)] introduziu um requerimento ao Tribunal Constitucional com vista à anulação dessa decisão que viola a Constituição”, declarou Patrice Trovoada, demitido das funções na segunda-feira.

Pedimos que o Tribunal Constitucional se pronuncie com urgência, porque é uma situação grave e (…) porque, repito, no nosso entender, tratou-se de uma demissão movida por interesse político, questões inconfessáveis, mas que não são aquelas que são relevantes, conforme rege a Constituição”, acrescentou.

Em conferência de imprensa, na sede do Governo, na presença de todos os ministros, Patrice Trovoada fundamentou que a decisão não está de acordo com o artigo 117.º da Constituição, que estabelece que “o Presidente da República só pode demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas, ouvido o Conselho de Estado”.

Patrice Trovoada revelou que foi comunicado que seria demitido, por mensagem escrita, na manhã de segunda-feira, antes de o Presidente ter ouvido o Conselho de Estado, e que, durante o Conselho de Estado, Carlos Vila Nova “não fez a demonstração que havia um problema de disfuncionamento no regular funcionamento das instituições democráticas”.

Patrice Trovoada acrescentou que “nenhum conselheiro pronunciou-se a favor da demissão do Governo”, embora não seja uma questão obrigatória.

O primeiro-ministro demissionário, apontou indicadores económicos e perspetivas, nomeadamente a redução da inflação, estabilidade energética, confiança de parceiros internacionais com promessas de donativos e investimentos, e ainda o recente acordo com o Fundo Monetário Internacional, contrariando a avaliação negativa feita pelo Presidente que acusou o Governo de incapacidade para solucionar os desafios do país.

“Eu estou, de certa maneira, triste e frustrado. Mais uma vez, vamos perder tempo. Mais uma vez, vamos recuar. Mais uma vez, vamos ter que recomeçar, sem que haja uma razão séria para tal”, disse Patrice Trovoada, admitindo “uma quota de responsabilidade” na crise. O também líder da ADI, que tem 30 deputados e um acordo com a terceira força política com mais cinco deputados no parlamento, desvalorizou o decreto presidencial, e descartou, para já, a indicação de nova figura para o substituir na chefia do Governo.

“Para quem desencadeia uma crise, exigir 72 horas… eu acho que o Presidente da República tem um plano. Tem um plano e está a desenrolar o seu plano. Mas o país tem regras, tem leis, e tem forças políticas, e tem opiniões, e tem população. Por isso, eu não estou muito preocupado com isso. Como eu disse, é muito fácil criar uma crise, mais difícil é resolver a crise”, declarou.

Na segunda-feira, o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova demitiu o Governo liderado pelo primeiro-ministro por “assinalável incapacidade” de solucionar os “inúmeros desafios” do país e “manifesta deslealdade institucional”, lê-se no decreto presidencial.

A isto, acrescentam-se, segundo o chefe de Estado, “períodos frequentes prolongados de ausência do primeiro-ministro (…) do território nacional sem que disso resultem ganhos visíveis para o Estado e para o povo são-tomenses, e se traduzem, pelo contrário, em despesas injustificáveis para o erário público”, assinalou.

Carlos Vila Nova salientou ainda “a falta, por parte do primeiro-ministro, de uma clara cooperação estratégica e uma manifesta deslealdade institucional, fatores que vêm entorpecendo a relação institucional que deve existir entre o Presidente da República e o Governo, através do primeiro-ministro”.

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APROSE empenhada na distinção entre planos e seguros de saúde

  • ECO Seguros
  • 7 Janeiro 2025

A associação nacional dos mediadores e corretores de seguros vai participar na consulta pública para “evitar que os consumidores comprem gato por lebre”.

A Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) vai participar na consulta pública lançada pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) com o objetivo de se “clarificarem as diferenças entre seguros de saúde e planos de saúde”.

2ª Conferência Anual ECOSeguros - 28OUT21
David Pereira, presidente da APROSE, sublinha o facto da entidade supervisora fazer diversas recomendações às seguradoras que exploram o ramo saúde, como não utilizarem a palavra “plano”.Henrique Casinhas/ECO

David Pereira, presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE), afirma que é dado “um passo muito relevante, para salvaguardar os interesses dos consumidores, que muitas vezes são levados ao engano e acabam por comprar gato por lebre”.

A APROSE, lembra David Pereira “já tinha sublinhado a necessidade de regular a venda destes planos, à semelhança do que acontece em outros países”, acrescentando que os mediadores, estão “totalmente disponíveis para ajudar a esclarecer os consumidores sobre as diferenças entre planos e seguros de saúde, para que de forma totalmente consciente possam optar pela solução que lhes for mais conveniente”.

A associação sublinha o facto da entidade supervisora fazer diversas recomendações às seguradoras que exploram o ramo saúde, como por exemplo: a não utilização da palavra “plano” nos contratos de seguro de saúde, que se abstenham de comercializar simultaneamente produtos do tipo “planos de saúde”, e que promovam informação nos seus sítios na Internet sobre a distinção entre seguros de saúde e planos de saúde.

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Sueca Northvolt convoca reunião com acionistas para tentar continuar atividade

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2025

A empresa pediu no final de novembro a proteção contra a falência ao abrigo do capítulo 11, numa tentativa de evitar a liquidação. Agora vai reunir-se com os seus acionistas para manter a atividade.

O fabricante sueco de baterias Northvolt, que tem uma dívida de 5,84 mil milhões de euros, vai reunir-se na quarta-feira com os seus acionistas numa tentativa de continuar com a sua atividade, anunciou a empresa. A Northvolt pediu no final de novembro a proteção contra a falência ao abrigo do capítulo 11, numa tentativa de evitar a liquidação.

A assembleia de acionistas convocada para quarta-feira “é uma medida processual” exigida pela lei sueca quando os fundos próprios dos acionistas estão em queda acentuada, disse o porta-voz do grupo, Martin Höfelmann, numa mensagem enviada à AFP.

“O conselho de administração recomenda que a empresa continue em atividade e é esta a decisão que antecipamos”, disse o porta-voz, acrescentando que a reunião decorrerá à porta fechada. Os dois principais acionistas do grupo sueco são o construtor automóvel alemão Volkswagen e o banco de investimento americano Goldman Sachs.

A Northvolt suprimiu 1.600 dos seus 6.500 postos de trabalho até ao final de 2024 e congelou o desenvolvimento da sua principal unidade de produção em Skelleftea, no norte da Suécia.

O grupo sueco, fundado em 2016, foi durante muito tempo considerado como uma das grandes esperanças europeias no setor das baterias, numa altura em que a Europa tenta recuperar o atraso em relação aos gigantes asiáticos, nomeadamente a China e a Coreia do Sul.

Os atrasos de produção e o abrandamento da procura por parte dos clientes do setor automóvel aceleraram a queda do grupo sueco. Em maio, a BMW abandonou uma encomenda no valor de dois mil milhões de euros devido aos atrasos por parte da Northvolt.

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Doutor Finanças recomenda que se “traga o doutor para a conversa” em campanha

  • + M
  • 7 Janeiro 2025

Assinada pela The Hotel e contando com uma "abordagem humorística e leve", a campanha foi lançada com o objetivo de reforçar o posicionamento da marca e aproximá-la do público.

Visando reforçar o posicionamento da marca enquanto “especialista em encontrar soluções para as questões financeiras dos portugueses”, a fintech Doutor Finanças aproveitou o arranque do novo ano para lançar a campanha “Traga o Doutor para a conversa”.

“Estamos num momento de consolidação da marca enquanto especialista que ajuda a encontrar o melhor crédito habitação, seguros ou crédito consolidado para cada caso. Vemos, nesta campanha, uma oportunidade única de reforçar a notoriedade do Doutor Finanças que está disponível nos canais digitais e numa rede de 50 lojas em todo o país. Queremos, no fundo, aproximar a marca do público, esclarecendo de que forma os serviços do Doutor Finanças podem ajudar nos grandes momentos da vida, como a compra de casa”, diz Ricardo Santos, chief brand officer do Doutor Finanças, citado em comunicado.

Assinada pela The Hotel, a campanha conta com uma “abordagem humorística e leve“, dando a conhecer “três figuras comuns das famílias portuguesas — um ‘cunhado’, que sabe imenso sobre crédito habitação, uma ‘tia’, que sabe tudo sobre spread, e um ‘sogro’, que é especialista em taxa de esforço — através das quais se pretende mostrar que as dúvidas sobre crédito habitação só podem ser realmente esclarecidas quando se traz um verdadeiro especialista em finanças pessoais para a conversa”, explica-se em nota de imprensa.

Com produção da El-Hey, a campanha marca presente em televisão, online e out-of-home durante as próximas cinco semanas. O planeamento de meios ficou à responsabilidade da Essencemediacom e a estratégia de comunicação da Lift Consulting.

Tendo em conta que os últimos anos “têm sido marcados pelo aumento da concessão de crédito”, a marca decidiu desenvolver esta campanha “para apoiar e aconselhar a população com interesse em adquirir casa ou transferir o seu crédito habitação, permitindo que cada um possa tomar decisões financeiras mais informadas e, consequentemente, melhorar o seu bem-estar financeiro”, explica ainda o Doutor Finanças.

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Marcelo convoca Conselho de Estado para dia 17 de janeiro

No site da presidência, explica que a reunião surge na "sequência da audição dos partidos políticos representados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou para dia 17 de janeiro, pelas 15 horas, o Conselho de Estado. No site da presidência, explica que a reunião surge na “sequência da audição dos partidos políticos representados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira”.

“Na sequência da audição dos partidos políticos representados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o Presidente da República decidiu convocar, nos termos constitucionais, o Conselho de Estado para o dia 17 de janeiro, pelas 15 horas, para o efeito de pronúncia nos termos do Artigo 145.º, alínea a), da Constituição”, lê-se na nota no site da presidência.

Esta convocação surge depois de Marcelo ter ouvido os partidos representados na Assembleia Legislativa da Madeira esta terça-feira, na sequência da moção de censura ao Governo Regional aprovada em 17 de dezembro.

Segundo o artigo 133.º da Constituição da República, compete ao Presidente da República “dissolver as Assembleias Legislativas das regiões autónomas, ouvidos o Conselho de Estado e os partidos nelas representados”.

Só após ouvir o Conselho de Estado é que o Presidente da República pode exercer o poder de dissolução da Assembleia Legislativa Regional.

A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou em 17 de dezembro, com votos a favor de todos os partidos da oposição – PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos somam mais de metade dos deputados – a moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD chefiado por Miguel Albuquerque. PSD e CDS-PP votaram contra.

Os dois partidos que suportam o Governo Regional têm um acordo parlamentar, mas não asseguram maioria absoluta.

(Notícia atualizada às 17h01)

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Salário mínimo da Função Pública desconta mais para o IRS mas fica acima do privado

A retenção passa a ser de 2,68 euros por mês, quando, no ano passado, era de 86 cêntimos. Ainda assim, o ordenado líquido, de 875,73 euros, é superior à remuneração mínima garantida, de 870 euros.

Os trabalhadores do Estado que estejam na base remuneratória da Administração Pública (BRAP) vão descontar mais para o IRS, ainda assim ficam com um ordenado líquido acima do salário mínimo praticado no privado. No ano passado, o vencimento de entrada dos funcionários públicos, de 821,83 euros, retinha 86 cêntimos e, a partir deste ano, com a subida salarial para os 878,41 euros, vai entregar ao Fisco 2,68 euros.

Já depois do imposto, estes trabalhadores terão direito a uma retribuição de 875,73 euros, mais elevada do que o salário mínimo, de 870 euros, que está isento de IRS, segundo as contas realizadas pelo ECO com base nas novas tabelas de retenção na fonte. Estas simulações foram feitas para o caso de um solteiro sem filhos e não têm em consideração as contribuições de 11% para a Segurança Social ou para a Caixa Geral de Aposentações.

Mas se o Governo não tivesse atualizado as tabelas de retenção na fonte, os funcionários públicos que auferem a BRAP iriam descontar ainda mais dos que os 2,68 euros. Com o regime praticado em dezembro do ano passado, estes trabalhadores, que agora vão receber 878,41 euros, teriam de adiantar ao Fisco 27,33 euros, o que iria fazer minguar o ordenado líquido para os 851,08 euros. Neste caso, a base remuneratória líquida da Função Pública iria ficar abaixo da retribuição mínima mensal garantida, que subiu de 820 para 870 euros, e que, ao longo dos anos se tem mantido isenta de IRS, tanto na retenção como na altura da liquidação do imposto.

Tal como a BRAP, o segundo nível da Tabela Remuneratória Única (TRU) da Administração Pública também vai beneficiar de um incremento de 56,58 euros, elevando aquele patamar dos 869,84 para os 926,42 euros mensais brutos. Neste caso, e considerando um solteiro sem dependentes, a retenção na fonte será de 25,15 euros, o que determina um vencimento líquido de 901,27 euros. No ano passado, este trabalhador descontava menos: 23,32 euros. Mas também ficava com um ordenado, já depois do imposto, inferior, de 846,52 euros.

Todos os cerca de 750 mil trabalhadores do Estado terão um incremento remuneratório entre 6,9% e 2,15% no próximo ano que se aplica da seguinte forma: para vencimentos até cerca de 2.630 euros, o aumento mensal será de 56,58 euros, o que se traduz numa valorização entre 6,9% e 2,2%; ordenados superiores terão direito a uma subida de 2,15%. Na prática, isto significa aumentos nominais que vão dos 56,58 euros aos 146,63 euros.

Este foi o acordo que o Governo de Luís Montenegro celebrou com Fesap e STE, as federações sindicais representativas dos funcionários públicos afetas à UGT. A Frente Comum, da CGTP, ficou novamente de fora.

O Governo publicou esta segunda-feira em Diário da República as novas tabelas de retenção na fonte do IRS para 2025 que vão permitir gerar um ganho mensal de de 24 euros para ordenados brutos até cerca de mil euros. Reformas até 992 euros terão um ganho adicional de 30 euros.

Os escalões das tabelas de retenção na fonte e as parcelas a abater subiram para refletir a nova descida do IRS aprovada no Orçamento do Estado para 2025, que atualiza os intervalos dos rendimentos em 4,6%, aumenta o mínimo de existência (o valor até ao qual a renumeração não paga imposto) para 870 euros e eleva dedução específica (o montante que abate aos ganhos para apurar a matéria tributável) até 4.462,15 euros.

Assim, a partir deste mês, trabalhadores dependentes e pensionistas que aufiram 870 euros, o referencial para o novo salário mínimo nacional que subiu 50 euros, vão continuar isentos. Até dezembro do ano passado, apenas os ganhos até 820 euros não tinham de fazer descontos para o Fisco.

Por exemplo, um trabalhador solteiro e sem filhos com um vencimento de 875 euros mensais brutos vai passar a descontar apenas 1,09 euros, o que significa menos 24,65 euros face aos 25,74 euros que retinha no final do ano passado.

No caso de um ordenado bruto de 900 euros, o alívio mensal será de 24,75 euros: a retenção na fonte de 37,44 euros vai baixar para 12,69 euros. As contas do ECO mostram ainda que um salário de 992 euros vai passar a descontar 55,84 euros quando, em dezembro, tinha de entregar ao Estado 75,89 euros, o que representa uma diferença de 20,05 euros.

Subindo um pouco a fasquia para os mil euros de vencimento, os descontos descem de 76,61 euros para 58,6 euros, o que corresponde a um alívio mensal de 18 euros. Para uma remuneração de 2.000 euros mensais ilíquidos, a retenção na fonte vai passar a ser de 326.01 euros, quando até aqui era de 330,64 euros, o que corresponde a uma diferença de 4,63 euros por mês.

Em relação aos rendimentos de pensões, o ECO também fez simulações para o caso de um reformado não casado ou casado dois titulares sem dependentes. Quem aufere até 900 euros mensais brutos vai continuar isento. Uma reforma deste montante tinha de pagar 17,79 euros por mês à Autoridade Tributária (AT).

Pensões de 992 euros vão passar a descontar 30,84 euros, o que significa menos 30,22 euros face aos 61,06 euros que tinha de adiantar ao Estado até ao final do ano passado. E um reformado com uma pensão de 1.000 euros vai sentir um alívio no bolso de 23,45 euros por mês: em dezembro descontou 57,05 euros e, a partir deste mês, a retenção vai baixar para 33,6 euros.

De salientar, no entanto, que a retenção na fonte é uma espécie de pagamento por conta, isto é, de adiantamento ao Estado. Na liquidação de 2026 será feito o acerto de contas. Quem descontou mais poderá ter um reembolso maior e quem reteve menos poderá receber menos ou ser chamado a pagar imposto.

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Vinhos e azeites do Estado entram na carteira da distribuidora Vinalda

Os produtos da Companhia das Lezírias, empresa de capitais públicos com 140 hectares de vinha e 70 de olival que o Governo já pôs a salvo da privatização, passam a ser distribuídos pela Vinalda.

A histórica Companhia das Lezírias, que iniciou a atividade vitivinícola em 1881 com a plantação da primeira vinha, fechou um acordo com a Vinalda para a distribuição exclusiva das principais marcas de vinhos e de azeites que são produzidas pela maior exploração agropecuária e florestal do país, detida a 100% pelo Estado.

Com 140 hectares de vinha e 70 de olival, numa exploração que ultrapassa os 21.300 hectares, a empresa pública que o Governo excluiu da análise de empresas a privatizar, sem esclarecer porque foi considerada “estratégica”nessa lista só estão também a RTP, a Caixa Geral de Depósitos e a Águas de Portugal –, diz que esta parceria “decorre da estratégia de crescimento da presença no mercado dos vinhos”.

Justificando a escolha da Vinalda pela “reconhecida competência e experiência neste tão disputado setor”, o novo presidente da Companhia das Lezírias, Eduardo Oliveira e Sousa, que assumiu o cargo em agosto após liderar durante sete anos a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e ser eleito deputado nas listas da Aliança Democrática (AD) nas eleições de março de 2024, espera “resultados à altura das expectativas”.

“A consolidação e o crescimento de uma marca dependem de parcerias estratégicas, que acreditam na qualidade e no valor dos nossos vinhos, dando corpo a uma nova etapa na afirmação da marca Companhia das Lezírias”, frisa Oliveira e Sousa, num comunicado que refere a necessidade de aumentar os canais de distribuição e o reconhecimento dos seus vinhos no mercado, acompanhando o aumento de produção e da qualidade.

Na carteira da Vinalda, que se apresenta como a mais antiga distribuidora nacional de bebidas alcoólicas, fundada em 1947, entram os azeites Companhia das Lezírias e Alter Real, e as várias referências de vinhos das marcas Tyto alba, Herdade de Catapereiro (propriedade onde se situam as vinhas e a adega), Senhora de Alcamé e as gamas de topo da Companhia das Lezírias (1836, Séries Singulares e Senhora Companhia).

Adega da Herdade de Catapereiro (Companhia das Lezírias)

“Os vinhos da Companhia das Lezírias vêm complementar o portefólio da Vinalda, que já há algum tempo não tinha qualquer produtor na região dos Vinhos do Tejo. (…) Estas marcas [são] uma referência histórica na vinificação das castas Fernão Pires e Castelão, contribuindo para o fortalecimento da nossa proposta com forte ambição, uma imagem muito apelativa e uma excelente relação qualidade-preço”, resume Bruno Amaral, administrador da empresa distribuidora.

Com uma exploração agrícola e florestal que se estende por mais de 20 mil hectares, incluindo a Lezíria de Vila Franca de Xira, a Charneca do Infantado, o Catapereiro e os Pauis de Magos, Belmonte e Lavouras, a empresa nacionalizada em 1975 gere também, desde agosto de 2013, a Coudelaria de Alter e a Coudelaria Nacional. Tem perto de uma centena de trabalhadores efetivos e fechou 2023 com lucros de 2,53 milhões de euros (14% acima do ano anterior) e um volume de negócios de 9,8 milhões de euros.

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Lusa deve passar na totalidade para as mãos do Estado no final de janeiro ou início de fevereiro

O processo de compra das participações da Lusa que faltam ao Estado "deve estar concluído no final deste mês ou início do próximo", adiantou o presidente do conselho de administração da Lusa.

Depois da compra, em julho, dos 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, o Estado passou a deter 95,86% das ações da agência noticiosa. As restantes participações distribuem-se entre a NP – Notícias de Portugal (2,72%), Público (1,38%), RTP (0,03%) e Diário do Minho (0,01%), que devem ser adquiridas pelo Estado no final de janeiro ou início de fevereiro.

Uma vez que tanto o Público como o Diário do Minho e a RTP já deram luz verde a um acordo com o Governo para a compra das suas participações, falta apenas finalizar a compra da parte da NP – que tem um acordo parassocial –, cujo processo “deve estar concluído no final deste mês ou início do próximo”, uma vez que esta entidade necessita de realizar assembleia-geral, explicou Joaquim Carreira, presidente do conselho de administração da Lusa.

Assim a questão fica completamente resolvida“, disse Joaquim Carreira, que foi ouvido no Parlamento precisamente a propósito da alteração da estrutura acionista, do futuro modelo de governação da empresa, e do papel da Lusa na implementação do plano de ação para a comunicação social anunciado pelo Governo. Esta clarificação da estrutura da Lusa, disse, “traz mais agilidade” à agência.

Em novembro, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, tinha avançado que o Governo já tinha feito uma proposta para adquirir o restante do capital social da Lusa que ainda não detém, por um valor correspondente à avaliação da agência no âmbito das outras aquisições, adiantando ainda que o Governo não iria “regatear”.

“Temos hoje em dia uma maioria muito significativa, há uma oferta para se poder adquirir o restante, por razões essencialmente de benefício em atos de gestão”, começou por explicar Pedro Duarte na altura, referindo que tinha sido feita uma proposta que “é exatamente no mesmo valor que foi feita a avaliação da empresa a propósito das outras aquisições”.

O Estado não está disponível para regatear ou negociar, é um valor que foi encontrado e daí não sairemos”, afirmou ainda o ministro dos Assuntos Parlamentares.

Joaquim Carreira destacou também a presença da Lusa em vários cantos de Portugal e em “mais de 21 países, com especial destaque em África, em Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé”, e na Ásia, como Timor-Leste, Macau, China, além de estar na Europa e nas Américas. “No futuro contrato de serviço público, isto é uma referência que passo desde já, este equilíbrio de forças geográficas deveria ser reavaliado e, nalguns casos, reforçado“, defendeu o gestor.

O Plano de Ação para a Comunicação Social, apresentado pelo Governo em outubro, prevê descontos para serviços de interesse público da Lusa, com estes a variarem entre 50% a 75% para os órgãos de comunicação social regionais e locais e entre 30% e 50% para os media nacionais.

De acordo com o plano, esta medida entra em vigor após revisão do Contrato de Serviço Público com visto do Tribunal de Contas. O Plano de Ação para os media prevê também um novo modelo de governação para a Lusa, com a criação de um Conselho de Supervisão.

Sobre esta ideia de criação de um conselho de supervisão na agência de notícias – cujo interesse o ministro dos Assuntos Parlamentares tinha dito que passava pelo aumento da independência da Lusa face ao poder político –, o presidente do conselho de administração da Lusa disse que seria “muito importante“.

A importância deste órgão centra-se na “preservação dos valores da Lusa”, que apesar de tudo já tem um “grande escrutínio”, por parte de entidades como sindicatos, conselho fiscal ou conselho de redação. “Mas, do ponto de vista de qualidade de serviço e de objetivos de serviço público, que vão estar no novo contrato de concessão, não existe, pelo que é muito importante este conselho“, sublinhou o responsável.

O conselho de supervisão deve também pronunciar-se sobre a nomeação do presidente do conselho de administração e da sua renovação, disse Joaquim Carreira, que recomendou também que os mandatos deveriam ser maiores. “O Estado não tem a agilidade que devia ter e é preciso tempo para implementar medidas. É preciso sentido de continuidade“, afirmou.

A independência do conselho de administração e de toda a Lusa foi algo que também já foi falado com Pedro Duarte, adiantou Joaquim Carreira, com quem está de acordo nos princípios básicos, referiu.

Em setembro, o Governo também já tinha dito que pretendia reforçar a independência da Lusa para que esta seja imune a mudanças políticas. Para o ministro dos Assuntos Parlamentares, a Lusa tem de manter a sua atividade regular, “independentemente de mudarem os ministros ou o Governo ou de mudar a opinião de um ministro ou Governo. A Lusa tem de ser imune a isso”.

Segundo Joaquim Carreira, que defendeu que a Lusa “é mais do que nunca um elemento imprescindível” para apoiar os media em várias frentes da crise que o setor da comunicação social atualmente atravessa, a agência noticiosa conta com 264 trabalhadores, maioritariamente do sexo feminino, e cerca de 90 prestadores de serviço.

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Meta acaba com programa de fact-checking nos Estados Unidos

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2025

Segundo Mark Zuckerberg, "os verificadores [de factos] têm sido demasiado orientados politicamente e têm contribuído mais para reduzir a confiança do que para a melhorar", especialmente nos EUA.

A Meta vai acabar com o seu programa de verificação de factos nos Estados unidos, dando um passo atrás no combate à desinformação, avançou esta terça-feira o fundador da empresa, Mark Zuckerberg.

“Vamos acabar com os verificadores de factos e substituí-los por classificações comunitárias, semelhantes àquelas do X (antigo Twitter), começando pelos Estados Unidos”, declarou Mark Zuckerberg numa mensagem nas redes sociais.

Segundo o fundador do Facebook, “os verificadores têm sido demasiado orientados politicamente e têm contribuído mais para reduzir a confiança do que para a melhorar, especialmente nos Estados Unidos“.

O anúncio da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) surge numa altura em que os eleitores republicanos e o proprietário da rede social rival X, Elon Musk, se têm queixado repetidamente dos programas de verificação de factos, comparando-os a programas de censura.

“As recentes eleições parecem ser um ponto de viragem cultural que, mais uma vez, dá prioridade à liberdade de expressão”, afirmou o chefe da Meta.

Ao mesmo tempo, o grupo deveria rever e “simplificar” as suas regras de conteúdo em todas as suas plataformas e “pôr fim a um certo número de limites sobre temas como a imigração e o género, que já não fazem parte do discurso dominante”, acrescentou Zuckerberg.

O dono do Facebook tomou algumas decisões relacionadas com o Presidente eleito Donald Trump, incluindo um donativo de um milhão de dólares para o fundo que financia as cerimónias de tomada de posse previstas para 20 de janeiro.

O candidato republicano tem sido particularmente crítico da Meta e do seu patrão nos últimos anos, acusando a empresa de parcialidade e de apoiar pontos de vista progressistas. Donald Trump foi suspenso do Facebook após o ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021, mas a sua conta foi reativada no início de 2023.

Entre as mudanças que se avizinham, a Meta vai transferir a sua equipa de “confiança e segurança” da Califórnia, geralmente mais progressista, para o Texas, um estado culturalmente mais conservador.

“Isto vai ajudar-nos a criar a confiança de que necessitamos para fazer o nosso trabalho com menos preocupações de parcialidade entre as nossas equipas”, explicou Zuckerberg.

A empresa quer agora adotar uma abordagem mais personalizada, dando aos utilizadores um maior controlo sobre a quantidade de conteúdo político que querem ver no Facebook, Instagram ou Threads.

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Miranda Sarmento vai convocar reunião da comissão de vencimentos para avaliar salários no Banco de Portugal

Ministro das Finanças irá agendar reunião da comissão de vencimentos, aguardando apenas indicação por Mário Centeno do nome de um ex-governador para integrar esta entidade.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, irá convocar uma reunião da comissão de vencimentos do Banco de Portugal para avaliar a política salarial do regulador bancário. A informação foi avançada pelo Observador e confirmada pelo ECO. A decisão surge após a polémica em torno do salário que Hélder Rosalino, ex-administrador do Banco de Portugal (BdP), iria auferir caso mantivesse a decisão de aceitar a posição de secretário-geral do Governo.

A última reunião da comissão de vencimentos do supervisor bancário realizou-se há mais de uma década. Esta é composta pelo Ministro das Finanças ou um seu representante, que preside, pelo presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal, Óscar Manuel Machado Figueiredo, e por um antigo governador, designado para o efeito pelo Conselho Consultivo, liderado por sua vez pelo atual governador, Mário Centeno. É precisamente pela indicação deste nome que o Ministério das Finanças aguarda para marcar a reunião, sabe o ECO.

Segundo sinalizou fonte governamental ao ECO, à partida não estarão em cima da mesa cortes salariais no Banco de Portugal, servindo a reunião para fazer uma avaliação da atual política remuneratória.

A Lei Orgânica do Banco de Portugal prevê que os membros do seu Conselho de Administração “têm direito à retribuição que for estabelecida anualmente” por esta comissão. Desde 2000, que os aumentos anuais das retribuições dos membros do Conselho de Administração são atualizados de acordo com os atribuídos ao funcionalismo da Administração Central, Local e Regional.

Em 2024, o Governador do Banco de Portugal auferiu mensalmente 18.177,18 euros, o vice-governador 17.041,11 euros e um administrador 15.905,04 euros.

(Notícia atualizada às 16h31)

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Novobanco manteve gestor suspeito em funções para não atrapalhar investigação do Ministério Público

Operações financeiras causaram “grande preocupação” junto do CEO Mark Bourke, que assume que se trata de uma “situação altamente indesejável” para o banco. BCE foi informado de tudo desde o início.

Carlos Brandão era administrador do NovobancoTIAGO PETINGA/LUSA

As operações financeiras que levaram ao despedimento de Carlos Brandão do Novobanco foram detetadas há cerca de três meses. “Causaram enorme preocupação” ao CEO que, prontamente, informou as autoridades do sucedido, incluindo o Banco Central Europeu (BCE), de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Mas durante este período o banco manteve o gestor em funções “para não interferir com a investigação do Ministério Público”, segundo explicou Mark Bourke numa comunicação enviada aos trabalhadores. “Foi necessário manter a pessoa em causa no seu cargo e garantir a estrita confidencialidade do assunto”.

De acordo com o Ministério Público, estão em causa factos que podem constituir a prática de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação por parte do agora ex-administrador do Novobanco. Carlos Brandão será um dos dois arguidos que estão na mira das autoridades.

O Ministério Público iniciou a investigação na sequência da denúncia apresentada pelo CEO e pelo presidente do Conselho Geral e de Supervisão, Byron Haynes.

“Através dos processos internos do banco, foram identificadas operações financeiras suspeitas na esfera pessoal do indivíduo, que nos causaram grande preocupação. Na sequência de uma investigação interna, eu próprio e o presidente do Conselho Geral e de Supervisão informámos o regulador dessas operações suspeitas, e foi efetuada uma denúncia ao Ministério Público, que levou à investigação agora em curso”, revelou Mark Bourke num email interno a que o ECO teve acesso.

Carlos Brandão continuou em funções sem saber que estava a ser investigado. “Neste período, foram tomadas todas as medidas adequadas para proteger o banco e os seus stakeholders”, contou o CEO irlandês.

Tal como foi anunciado publicamente pelo banco, Mark Bourke também fez questão de sublinhar aos seus quadros que as operações foram realizadas “na esfera pessoal” de Carlos Brandão e que desta situação não resultou “qualquer impacto nos clientes, nas contas ou operações dos clientes, ou na situação financeira ou atividade do banco”.

Ainda assim, o líder do Novobanco assume que se trata de “uma situação indesejável” para o banco – que está em vias de iniciar um processo de venda por parte do fundo Lone Star.

Mark Bourke, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 02FEV24
Mark Bourke, CEO do Novobanco, em entrevista ao ECOHugo Amaral/ECO

CEO chama ex-partner da KPMG Irlanda

Uma fonte adiantou ao ECO que, assim que as operações foram detetadas, o Novobanco informou de forma tempestiva o Mecanismo Único de Supervisão (MUS), o braço da supervisão financeira do BCE e que supervisiona os grandes bancos da Zona Euro. Com o Banco de Portugal a ser informado de todo o processo a todo o momento.

Carlos Brandão entrou no Novobanco em julho 2017 e era o administrador executivo responsável pela gestão de risco desde setembro de 2022. Antes esteve no Bankinter e no Barclays Portugal.

Mark Bourke vai desempenhar as funções de Carlos Brandão interinamente até ser nomeado um novo Chief Risk Officer (CRO), mas contará com o “apoio” de Paul Dobey, ex-sócio da KPMG Irlanda “com vasta experiência na área de gestão de risco”, segundo disse aos trabalhadores.

No final da comunicação, Mark Bourke fez um apelo aos trabalhadores para se manterem “focados na execução da estratégia do banco e no serviço aos clientes”.

“Não obstante o negócio do banco não ser de forma alguma afetado por estes acontecimentos, o facto de um executivo do banco ser alvo de investigação é um assunto muito sério e que está a ser tratado como tal pelo banco”, assumiu o CEO.

O Novobanco acabou de fechar um acordo com o Fundo de Resolução que permitirá ao fundo Lone Star desencadear o processo de venda. A operação poderá ter lugar em maio. Os americanos detêm 75% do capital do banco, enquanto os restantes 25% estão nas mãos do Fundo de Resolução e da Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

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Costa defende reforço das relações com Índia em desafios geopolíticos

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2025

"A Índia é um dos nossos principais parceiros globais. É momento de reforçar as nossas relações e avançar para uma agenda estratégica”, defende António Costa.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta terça-feira o reforço das relações com a Índia e a colaboração nos desafios geopolíticos na Europa e na Ásia, depois de uma conversa com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

“Foi um prazer conversar novamente com meu amigo de longa data, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi […]. A Índia é um dos nossos principais parceiros globais. É momento de reforçar as nossas relações e avançar para uma agenda estratégica”, dá conta António Costa em comunicado divulgado na rede social X.

O presidente do Conselho Europeu recordou que está prevista uma cimeira entre a União Europeia e a Índia este ano. “Falámos sobre preocupações que partilhamos, dedicámos atenção à segurança, lei internacional e a maneiras de colaborar para debelar os desafios geopolíticos na Europa e na Ásia”, acrescentou o ex-primeiro-ministro português.

Em 2024 cumpriram-se 20 anos do início das relações diplomáticas, políticas e comerciais entre o bloco comunitário e a Índia.

De acordo com dados consolidados de 2019, a União Europeia é o principal parceiro comercial da índia, representando mais de 11% do comércio total que a Índia tem com o exterior e 14% das exportações do país são para a Índia

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