Ministro da Defesa pede auditoria aos licenciamentos concedidos pelo ministério desde 2015

  • Lusa
  • 25 Maio 2024

Ministério avança com auditoria a todos os licenciamentos de atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares desde 2015, após ter detetado eventuais irregularidades.

O ministro da Defesa Nacional anunciou hoje uma auditoria a todos os licenciamentos de atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares concedidos no ministério desde 2015, após ter detetado eventuais irregularidades neste processo.

“O ministro da Defesa Nacional irá solicitar uma auditoria, a efetuar pela Inspeção Geral da Defesa Nacional, destinada a averiguar o cumprimento da lei e a apurar todas as responsabilidades relativamente a todos os licenciamentos para as atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares concedidos no Ministério da Defesa Nacional desde o ano 2015”, lê-se num comunicado hoje divulgado.

Em causa estão eventuais falhas no “duplo controlo” destes licenciamentos — a cargo da Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN) e do Gabinete Nacional de Segurança (GNS) -, detetadas numa “averiguação preliminar” efetuada pelo ministério agora tutelado por Nuno Melo.

De acordo com o comunicado, “verificou-se que, aparentemente, desde o ano 2015 não têm vindo a ser cumpridas as exigências previstas no art.º 6.º da Lei 49/2009 de 05 de agosto”, que regulamenta o licenciamento e as condições de acesso e exercício das atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares.

Adicionalmente, numa “amostragem restrita de processos considerados”, foi apurado o eventual licenciamento “de uma empresa cujo sócio foi condenado em pena de prisão por crime previsto na alínea a), do n.º 3 do art.º 8.º da mesma lei e, como tal, salvo melhor opinião, sem idoneidade nos termos aí configurados”.

“Confirmando-se, significa que ambos os graus de controlo falharam”, sustenta o ministério.

A idoneidade dos titulares das pessoas ou empresas que requerem o licenciamento de atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias militares é assegurada através de um um duplo controlo feito pela DGRDN e pelo GNS.

Segundo salienta o ministério, no controlo inicial, a efetuar pela DGRDN, “todos os pedidos são imperativamente instruídos com um conjunto de elementos, nomeadamente a identificação dos mercados que o requerente se propõe atingir; de todos os sócios, administradores, diretores ou gerentes e respetivos certificados de registo criminal, participações sociais de que sejam titulares e informações detalhadas relativas à estrutura do grupo”.

Nos termos da Lei 49/2009, não pode possuir idoneidade quem, nomeadamente, tenha sido condenado, no país ou no estrangeiro, entre outros, pelos crimes de falência dolosa, falência por negligência, falsificação, furto, roubo, burla, extorsão, abuso de confiança, infidelidade, usura, corrupção, emissão de cheques sem provisão, apropriação ilegítima de bens do setor público ou cooperativo, falsas declarações, branqueamento de capitais ou infrações à legislação especificamente aplicável às sociedades comerciais, ou ainda por crimes praticados no exercício de atividades de comércio ou de indústria de bens e tecnologias militares e por tráfico ilícito de armas.

Salientando que “as decisões dos titulares de cargos políticos pressupõem a convicção prévia de uma avaliação em obediência ao princípio da legalidade efetuada pelas dimensões administrativas” — neste caso, a DGRDN e o GNS — o ministério de Nuno Melo sustenta que “a dúvida acerca do correto cumprimento das regras estabelecidas […] por quem tem a obrigação de as assegurar […], potencia por desconfiança a paralisação das decisões políticas, com grave prejuízo para o normal funcionamento da tutela”.

“A garantia de transparência e o cumprimento da lei no Ministério da Defesa Nacional são uma obrigação e uma prioridade para o ministro da Defesa Nacional”, enfatiza.

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Transição geracional “não é só para os jovens” mas para a economia portuguesa

  • Lusa
  • 25 Maio 2024

"O mais importante é reter o talento" dos jovens e "conseguir que eles não saiam" do país, diz Alexandre Meireles. O presidente da ANJE defende a transição geracional nas empresas portuguesas.

O presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) afirma, em entrevista à Lusa, que a transição geracional “não é só para os jovens”, mas também para a própria economia portuguesa, a qual precisa de “uma transformação”.

Alexandre Meireles, que termina o mandato à frente da ANJE em julho, defende que “o mais importante é reter o talento” dos jovens e “conseguir que eles não saiam” do país e defende a transição geracional nas empresas portuguesas.

A transição geracional “não é só para os jovens, mas para a própria economia” portuguesa, a qual precisa de “uma transformação”, sublinha o presidente da ANJE.

A associação já se reuniu com o ministro da Economia, Pedro Reis, e o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, um encontro que “correu bem” e em que o Governo “demonstrou a porta aberta”, salienta Alexandre Meireles.

“Fizemos chegar o pacote de medidas (…) e pareceu-nos um Governo aberto a ouvir as propostas dos jovens”, diz o presidente da ANJE, recordando que durante a campanha eleitoral o tema dos jovens foi abordado praticamente por todos os partidos.

Alexandre Meireles, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE)ANJE

E isso “foi ótimo, um ponto importantíssimo para a evolução do país”, refere, apontando ainda como positiva a criação do Ministério da Juventude.

Entre as medidas defendidas pela ANJE está “a redução da tributação de IRS nos órgãos sociais para jovens com menos de 40 anos” e que “se possa majorar em sede de IRC os custos que as empresas têm quando estes jovens estão nas administrações, nos quadros gerentes”, elenca Alexandre Meireles.

As propostas incluem ainda que o Banco de Fomento “possa criar linhas de reembolso para a reestruturação geracional nas empresas”, já que “precisamos que as empresas estejam mais modernas”, que “recorram a fontes diferentes de financiamento no crédito do bancário e que comece a haver uma concentração maior de empresas”, ou seja, um processo de consolidação, diz.

“As nossas empresas são todas muito pequeninas, era importante que houvesse um movimento de fusões e aquisições”, aponta.

Para isso, “os jovens estão preparados e mais à vontade, é mais recorrente os jovens recorrerem a capital que não seja dívida bancária, como fundos de investimento, e quando olharmos para as ‘startups’, os jovens continuam cá porque lideram essas ‘startups'”, argumenta o presidente da ANJE.

Este conjunto de medidas foi apresentado ao Governo para que este ponha o assunto “na agenda do dia para que se possa fazer a transição geracional e que as empresas possam ser mais competitivas”.

A associação tem “sentido que os jovens que ficam em Portugal, além de terem bons salários e boas condições de vida, muitas vezes estão em condições de liderança e de tomada de decisões nas empresas”.

Por isso, “achamos que é muito importante que se faça a transição geracional dos empresários em Portugal”, salienta Alexandre Meireles, reconhecendo que existe toda uma “geração que fez muito por Portugal”, mas que agora “é importante dar uma oportunidade a esta geração de jovens que está mais preparada a nível de formação académica” e tecnologia, entre outros.

O presidente da ANJE defende que é “preciso acelerar o processo” da transformação da economia portuguesa, conjugando a “experiência dos empresários com a irreverência, a maior capacidade e maior preparação que os jovens têm para liderar com a nova economia de hoje em dia”.

E para esta aceleração, diz, é necessário que os líderes “também tragam este tema para agenda do dia e que façam perceber que é importante”, pelo que é preciso comunicar bem e passar a mensagem, e haver “um conjunto de medidas que permitam acelerar para que as empresas portuguesas tomem mais depressa esse caminho”, reforça.

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É preciso implementar a estratégia de cooperação com África

  • Lusa
  • 25 Maio 2024

Mais do que definir estratégias de cooperação entre a Europa e África, é importante implementar a cooperação e o comércio, defende Presidente da Diáspora Portuguesa.

O Presidente da Direção do Conselho da Diáspora Portuguesa considerou hoje à Lusa que mais do que definir estratégias de cooperação entre a Europa e África, é importante implementar a cooperação e o comércio.

“Fala-se muito de uma nova estratégia [para as relações entre os dois continentes], mas já não é bem isso, temos é de falar em execução, porque não é preciso mais inspiração, é preciso é mais transpiração, ou seja, que as empresas portuguesas e africanas trabalhem em conjunto, em alianças, a abordarem grandes projetos nas áreas das infraestruturas, digitalização, saúde e educação, entre outras”, disse António Calçada de Sá.

Em declarações à Lusa a propósito da sétima edição do Eurafrican Fórum, que vai reunir em 15 e 16 de julho vários líderes e ministros europeus e africanos, além do Presidente da República e um congénere africano, Calçada de Sá defendeu que “se a Europa tem o seu caminho feito em termos de tecnologia, segurança social e estado de bem-estar”.

“Quando olhamos para África vemos que o continente é jovem, tem recursos naturais, mas também humanos, e a Europa e África podem apadrinhar uma grande aliança”, disse.

Para esta aliança resultar bem, o também diretor executivo da Fundação Repsol salientou que não basta às empresas portuguesas e europeias levarem para África a sua tecnologia e o seu conhecimento, é fundamental haver uma verdadeira parceria entre iguais.

“Não se pode pensar que é só levar recursos para África e tudo acontece por magia, tem de ser um processo colaborativo, com programas entendidos de forma bilateral, é dar e receber, e a Europa e Portugal estão muito bem posicionados, temos de ter uma agenda comum que toque estes setores, e haver apoio institucional total para podermos avançar”, disse Calçada e Sá.

“Se fizermos isso, tudo o que está na estratégia vai acontecer, e se fizermos isso bem, então vai acontecer mais depressa”, referiu.

O Eurafrican Fórum deste ano tem como tema principal “África, o próximo capítulo: parcerias para o crescimento”, e decorre de 15 a 16 de julho em Carcavelos, pretendendo “promover Portugal como plataforma internacional de criação de redes”.

Entre os temas que serão debatidos pelos 500 participantes diários esperados pela organização na edição estão o investimento para o desenvolvimento, energia e minas, educação, agronegócio, digitalização, geopolítica, infraestruturas e urbanismo, desporto e saúde.

O evento contará com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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Obra da Linha Rubi do metro arranca em Gaia e o trânsito vai piorar

  • Lusa
  • 25 Maio 2024

O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música - Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões de euros, um investimento financiado pelo PRR.

As obras da futura Linha Rubi (H) do Metro do Porto arrancam hoje em Vila Nova de Gaia, uma empreitada que levará ao corte da rotunda Edgar Cardoso durante os próximos dois anos.

O anúncio foi feito no início da semana pela Metro do Porto, referindo que a obra da Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio) “arranca em força num dos principais eixos rodoviários de Gaia”, fazendo com que a via Edgar Cardoso fique “muito condicionada nos próximos dois anos”.

Após o arranque da empreitada em Santo Ovídio, que já levou à demolição de habitações para a construção da estação de metro que ligará à Linha Amarela (D) e à futura linha de alta velocidade ferroviária, e de intervenções nas Devesas e outras menos impactantes, uma nova fase dos trabalhos obrigar a uma série de cortes e condicionamentos com impacto nalgumas vias da cidade.

Assim, nesta madrugada estava previsto um “corte da via esquerda no sentido ascendente do viaduto do Candal”, e entre sábado e domingo “fica suprimida a circulação rodoviária na Rotunda Edgar Cardoso — na Via com o mesmo nome, também conhecida como VL8”.

“Este constrangimento vai permanecer em vigor por um período de dois anos, estando sempre salvaguardados os acessos a casas, garagens, escritórios e estabelecimentos”, numa intervenção “motivada pela construção do canal de metro ao longo desta via estruturante” e “pela construção de três estações — Arrábida, Candal e Rotunda -, sendo esta última desnivelada e contando com um parque de estacionamento subterrâneo”.

Em comunicado, a Câmara de Vila Nova de Gaia avisou também sobre os constrangimentos salientando, contudo, que estarão “sempre salvaguardados os acessos a casas, garagens, escritórios e estabelecimentos”.

Segundo a Metro do Porto, “os trabalhos vão gerar condicionamentos ao longo de toda a Via Edgar Cardoso, entre a zona de Coimbrões e o nó da Arrábida”, mas “em todo o traçado existem alternativas locais de circulação, devidamente sinalizados, assegurando as condições essenciais de mobilidade local nesta área”, tendo já sido “reaberta ao trânsito a rua António de Azevedo, junto ao Arrábida Shopping”.

O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões de euros, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o rio Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao metro e à circulação pedonal e de bicicletas.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.

A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.

Segundo a Metro do Porto, a nova linha trará “benefícios de vários tipos, quantificados em 1,7 mil milhões de euros e que se materializam, por exemplo, em mais de 12 milhões de utilizadores anuais do Metro”, dos quais 10 mil estudantes com acesso facilitado ao polo universitário do Campo Alegre, “uma redução anual de emissões de CO2 [dióxido de carbono] estimada em 17.475,4 toneladas”, e menos 5,2 automóveis nas ruas anualmente.

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Mar Vermelho. Transportes mais caros forçam empresas a procurar alternativas de fornecimento na Europa

A crise no Mar Vermelho, que forçou as empresas de transportes a desviar os navios de mercadorias para o Cabo da Boa Esperança, triplicou os preços dos fretes e aumentou o tempo de viagem em 15 dias.

A crise no Mar Vermelho, que obrigou as empresas de transportes a desviar os navios de mercadorias para o Cabo da Boa Esperança, e triplicou os custos dos fretes e atrasou as entregas em até 15 dias, está agora a forçar vários setores a procurar alternativas, não só de transporte, mas também de fornecimento. Têxtil e automóvel estão entre as indústrias mais afetadas.

Seis meses depois de terem sido registados os primeiros ataques dos rebeldes houthis no Mar Vermelho, a situação na região continua longe de estar resolvida. Continua a haver grandes perturbações nos transportes de bens e mercadorias entre a Europa e a Ásia, uma vez que a maioria das transportadoras decidiu mudar a rota, passando a contornar o Cabo da Boa Esperança.

Mapa Mar Vermelho

Na prática, esta alteração significa aumentar em 7.000 quilómetros a travessia, o que custa tempo e dinheiro, nomeadamente face aos maiores custos com combustível. Uma situação que está a forçar as empresas a procurar alternativas para minimizar o impacto no negócio.

“As empresas têm vindo a repensar a sua gestão logística, optando desde logo por tentar diminuir a dependência de certo tipo de mercados [fornecedores], recorrendo de preferência a mercados mais próximos, diminuindo assim o custo e o tempo de transporte, assim como mitigando o risco de falhas de stock na produção“, comenta o presidente do conselho de administração da AEP.

Luís Miguel Ribeiro realça que “os riscos geopolíticos, nomeadamente esta instabilidade no Médio Oriente, têm consequências diretas no comércio internacional: na subida do custo do transporte, no atraso da entrega das encomendas e na disrupção das cadeias de valor globais, o que acabará por ser refletido nos preços de produção e, mais tarde, nos preços aos consumidores finais”.

As empresas têm vindo a repensar a sua gestão logística, optando desde logo por tentar diminuir a dependência de certo tipo de mercados [fornecedores], recorrendo de preferência a mercados mais próximos, diminuindo assim o custo e tempo de transporte, assim como mitigando o risco de falhas de stock na produção.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente do conselho de administração da AEP

“Garantir a gestão deste aumento de custos, com impactos diretos na tesouraria das empresas, num contexto já pautado por políticas de controlo da inflação, é um desafio acrescido para as empresas portuguesas”, acrescenta o dirigente da principal associação patronal nortenha.

Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), destaca que este setor – o mais exportador da economia portuguesa e cujas vendas ao exterior atingiram em 2023 um novo recorde de 24.017 milhões de euros -, tem vindo a procurar soluções alternativas nos fornecimentos, procurando “encurtar a cadeia de valor através de outros fornecedores”, sobretudo nos componentes.

Rafael Campos Pereira, que é também vice-presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, reconhece que estas alternativas resultam num encarecimento da matéria-prima. Contudo, salvaguarda o mesmo responsável, as empresas metalúrgicas e metalomecânicas “estão a conseguir gerir bem” esta crise nos transportes.

A indústria têxtil, que perdeu 5,6% das exportações em 2023, mas ganhou quota na Europa, é outra das que tem sido fortemente afetado pela crise do Mar Vermelho. Por um lado, as empresas enfrentam custos e prazos mais elevados para exportar os seus produtos. Por outro lado, neste setor que exporta quase 100% da produção, são penalizadas nas importações de matéria-prima para as suas produções.

“A guerra entre Israel e o Hamas, seguida dos ataques aos navios no Canal de Suez por parte do grupo Houthi, levou a que as grandes companhias marítimas desviassem a sua rota normal pelo Mar Vermelho para o sul de África, pelo Cabo da Boa Esperança, tendo como consequência direta o aumento do frete e do transit time, referiu Paulo Oliveira, diretor do departamento de compras da Riopele, citado em comunicado no site da empresa.

Com sede em Vila Nova de Famalicão, a Riopele destina mais de 90% da produção para 50 mercados na Europa e nos Estados Unidos. O porta-voz refere que se deparou com uma nova realidade: um contentor proveniente da Ásia passou a demorar 60 dias, em vez dos tradicionais 45, o que levou a empresa minhota a repensar todo o seu sistema logístico. A Riopele diz ainda que “priorizou duas companhias marítimas de referência”, mantendo-se “atenta a novos desenvolvimentos”.

As têxteis Riopele e a Mundotêxtil estão a alterar o sistema logístico e a reforçar stocks, para minimizar o impacto da crise do Mar Vermelho nos custos e nos prazos das entregas.

Também a Mundotêxtil, principal produtora de felpos em Portugal, está a ajustar os seus processos para “provisionar com uma maior antecedência, o que implica um aumento na disponibilidade financeira para manter os níveis de stock adequados”.

“É de prever que alguns setores serão mais afetados do que outros com este conflito”, aponta o líder da AEP, notando que “primeiramente deve ter-se em atenção os setores mais dependentes da Ásia e Médio Oriente e com menor flexibilidade de stocks“.

Luis Miguel Ribeiro, presidente da AEP, em entrevista ao ECO - 13SET22
Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEPRicardo Castelo/ECO

“Como é sabido, denotaram-se dificuldades na indústria automóvel que, inclusive, levaram marcas a optar por parar a sua produção a nível europeu“, lembra Luís Miguel Ribeiro. No início deste ano, grandes empresas do setor, como a Tesla, a Volvo ou a japonesa Suzuki, anunciaram a suspensão de parte da produção nas fábricas na Europa.

O presidente da AEP destaca ainda o impacto “noutros setores de elevada especialização da economia portuguesa, como é o caso do têxtil, já condicionado pela diminuição das exportações face à contenção da procura externa, fruto da conjuntura económica desfavorável sentida na Europa [principal mercado], e com margens de negócio de magnitude insuficiente para absorver o aumento dos preços de transporte, sem os refletir no consumidor final”.

Falta de contentores causa constrangimentos

“As consequências [da crise do Mar Vermelho] são similares à situação vivida durante o período pandémico”, alerta Mário de Sousa. Segundo o CEO da Portocargo, reflete-se em falta de equipamento (contentores) e aumento substancial do tempo de trânsito dos navios nas viagens entre a Ásia e a Europa. “O que, por si só, causa a perda de um terço da capacidade instalada (navios), tanto para navios porta-contentores, como Roll On – Roll Off (equipamento rolante e car-carriers); granéis sólidos e líquidos; carga convencional”, detalha.

As consequências são significativamente penalizadoras para todos, sejam operadores logísticos, exportadores e importadores, fabricantes ou retalhistas. Há rutura de stocks, sejam matérias primas, componentes ou produtos acabados, dado que toda a cadeia é afetada e consequentemente desarticulada.

Mário de Sousa

CEO da Portocargo

Mário Sousa refere ainda que “além dos custos suplementares resultantes do aumento do custo de afretamento para as viagens round trip, tanto pelo número suplementar de dias necessários, como pela falta de navios que permitam o equilíbrio entre a oferta e a procura, temos de considerar os custos suplementares originados pelo consumo adicional de combustível, devido à diferença de milhas náuticas (entre 3.500 a 4.500 milhas, dependendo do distanciamento necessário para evitar a proximidade da costa no Índico) e dias suplementares”.

A Portocargo estima que a perda de capacidade de reposicionamento de contentores se situe em 15% a 20% neste trimestre. Numa carta enviada este mês aos seus clientes, a transitária avisava que “apesar dos elevados preços, todos nós, envolvidos na gestão da cadeia de abastecimentos, vimos sentindo enormes dificuldades em encontrar espaço / equipamento para embarcar as mercadorias em tempo oportuno, verificando-se já enormes atrasos com diversos portos, principalmente na República Popular da China”.

 

“Se o tempo de trânsito é muito mais longo e a capacidade existente não é suficiente para suprir as necessidades, então a correlação de forças desequilibra-se e as consequências são significativamente penalizadoras para todos, sejam operadores logísticos, exportadores e importadores, fabricantes ou retalhistas”, sintetiza o CEO da Portocargo. “Há rutura de stocks, sejam matérias primas, componentes ou produtos acabados, dado que toda a cadeia é afetada e consequentemente desarticulada“, aponta Mário Sousa.

Preços mais altos por mar… e por terra

Os problemas no ar estão também a ter efeitos em terra. “O nosso foco é o continente europeu, onde operamos em mais de 20 mercados, mas o impacto indireto desta crise é evidente”, explica Ricardo Arroyo, administrador da Lusocargo e diretor para a área do transporte rodoviário no Groupe BBL, que controla a Lusocargo e a Portocargo.

De acordo com o mesmo responsável, “segundo os últimos relatórios, as novas redes de transhipment criadas para reduzir o impacto dos desvios do Mar Vermelho levaram a um aumento do congestionamento nos portos do Mediterrâneo, como Barcelona e Valência“. Também os portos de Lisboa e de Sines registaram um crescimento superior a 20% na carga movimentada, em termos homólogos, nos primeiros dois meses deste ano, segundo dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

As novas redes de transhipment criadas para reduzir o impacto dos desvios do Mar Vermelho levaram a um aumento do congestionamento nos portos do Mediterrâneo, como Barcelona e Valência.

Ricardo Arroyo

Administrador da Lusocargo e diretor do transporte rodoviário no Groupe BBL

 

“Este é um dos factos que conduz invariavelmente a atrasos nos prazos de entrega e a custos mais elevados para o transporte rodoviário que alimenta e sustenta os mercados nas fases finais da cadeia logística“, justifica Ricardo Arroyo.

Segundo Mário Sousa, “estamos prestes a atingir a triplicação dos preços praticados, em relação aos de há um ano, no corredor Ásia- Mediterrâneo/Norte da Europa”. “Importa ainda contabilizar os custos suplementares originados pelo custo do capital, devido ao maior período de tempo que decorre entre o momento da encomenda, abertura de cartas de crédito, pagamentos parciais ou totais antecipados, necessidade de mais espaço e mais tempo de armazenagem, maiores riscos de mercadorias chegarem fora de tempo, ou se transformar em obsoletas”, remata.

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Esquerda pressiona Bugalho com “linhas vermelhas” de von der Leyen

As "linhas vermelhas" de von der Leyen voltaram a marcar o debate entre os cabeça de lista às europeias, numa altura em que a atual presidente mantém-se disposta a negociar com a extrema-direita.

Sebastião Bugalho voltou a ser questionado sobre a abertura de Ursula von der Leyen a negociar com a extrema-direita no Parlamento Europeu, desta vez pelo cabeça de lista do PAN, Pedro Marques, que desafiou o candidato pela AD a esclarecer se o “não é não”, traçado à extrema-direita em Portugal, com o Chega, será adotado também no europarlamento, na próxima legislatura.

Temos as mesmas linhas vermelhas que Ursula von der Leyen“, afirmou Sebastião Bugalho, esta sexta-feira, durante a sua intervenção no último debate a quatro para as eleições europeias, transmitido pela TVI, acrescentando que essas são a defesa da Europa, do Estado de Direito e da Ucrânia. “Não vão ser cruzadas, são intransponíveis”, frisou.

Em causa está a posição assumida pela atual presidente e recandidata pelo Partido Popular Europeu (família política do PSD e CDS) à Comissão Europeia, que revelou estar disponível para continuar a trabalhar com Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana e líder dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, na sigla inglês), família política que abriga partidos de extrema-direita como o espanhol Vox e os Irmãos de Itália.

Antes disso, já Ursula von der Leyen tinha sugerido que, se fosse reeleita, e dependendo da composição dos partidos que integrarem o ECR, também estaria disposta a negociar com este grupo político, a partir de julho, quando o novo Parlamento tomar posse após as eleições.

O tema ganha relevância numa altura em que as sondagens a nível europeu apontam para um aumento da representação dos grupos da extrema-direita – ECR e Identidade e Democracia (ID), família do Chega – no hemiciclo, em Bruxelas, reflexo do que está também a acontecer a nível nacional nos 27 Estados-membros, incluindo Portugal.

Catarina Martins alertou para tal durante a sua intervenção, algo que levou Sebastião Bugalho a provocar a candidata do Bloco de Esquerda por estar “tão pessimista em relação à ascensão da direita radical“. “A Catarina Martins já sabe que a extrema-direita vai ganhar?”, questionou o candidato pela Aliança Democrática.

“Podemos fazer de conta que não vemos mas está à nossa frente que a direita está a organizar-se com a extrema-direita para cargos institucionais”, alertou a cabeça de lista bloquista, referindo-se à “amizade” entre von der Leyen e Meloni. “É muito interessante. Registo que a direita anda a dividir a extrema-direita entre boa e má. Mas toda ela gosta de ter Salvini”, que é próximo de Putin, acusa. “E toda ela ataca as mulheres”, atira.

A extrema-direita europeia acabou por dominar o último “debate quadrangular” entre os cabeça de lista, tendo sido referida noutros aspetos relevantes para a política europeia, nomeadamente, as regras de governação económica e aplicação de fundos europeus, que, segundo Marta Temido e Sebastião Bugalho “garantem maior flexibilidade” aos Estados-membros no investimento de políticas públicas, “desde que cumpram os limites do défice”, alertou o candidato pela AD.

Mas para Catarina Martins, não é líquido que assim o seja. Para a candidata do Bloco, as novas regras de governação económica “dão mais poder discricionário à Comissão Europeia [CE]” para determinar os setores em que cada Estado pode investir.

“Deram à Comissão poder para decidir sobre a nossa política de Saúde, e isso é um erro”, atira, sobretudo, diz, num momento em que a Comissão Europeia poderá ficar “condicionada pela extrema-direita”.

António Costa no Conselho? “É diferente de Durão Barroso”

Num dia em que o ex-primeiro ministro foi ouvido enquanto testemunha do DCIAP a propósito da Operação Influencer, Marta Temido considerou serem “boas notícias” que o processo tenha evoluído nesse sentido, recordando que a operação teve início em novembro do ano passado.

“Passaram-se seis meses. Em abril, António Costa pediu para ser ouvido. É uma excelente notícia para começar a noite“, afirmou na sua primeira intervenção do último “debate quadrangular”, desta noite. Mas foi a única que se pronunciou abertamente sobre o assunto, e reiterou o apoio a António Costa numa eventual candidatura à presidência do Conselho Europeu, em setembro.

Sebastião Bugalho, por seu turno, manteve-se reservado quanto a essa matéria, sublinhando estar presente no debate “como candidato pela AD” e não “para fazer campanha por António Costa”. Todavia, e em reação às notícias que saíram esta sexta, o candidato pela Aliança Democrática afirmou sentir “alívio”.

“Um primeiro-ministro, seja de esquerda ou direita, que enquanto esteve em funções não tenha cometido crimes deixa qualquer democrata aliviado dada perplexidade que o processo Influencer criou”, afirmou em resposta à questão.

Pedro Marques, cabeça de lista do PAN, também não abriu o jogo quanto a um eventual apoio de António Costa em Bruxelas, tendo remetido a discussão para o papel da justiça. “Temos de discutir o papel da Justiça e os meios que tem”, disse, frisando que a falta da capacitação deste organismo pode “por em causa a estabilidade do país”.

Catarina Martins, embora não tenha esclarecido se apoiaria a candidatura do ex-primeiro-ministro a Bruxelas, considera que António Costa “é diferente de Durão Barroso” quando se trata do Conselho Europeu. A cabeça de lista pelo Bloco de Esquerda argumenta que não se irá prenunciar “sobre uma candidatura que o próprio não o fez”. Ainda assim, deixou claro: “[António Costa] é diferente de Durão Barroso”.

Notícia atualizada pela última vez às 22h10

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EUA anunciam transferência de ajuda militar a Kiev de 275 milhões de dólares

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

O pacote inclui munições para o sistema de mísseis HIMARS, sistemas antitanque Javelin, projéteis de artilharia, mísseis guiados, armas ligeiras, granadas, veículos táticos e coletes à prova de bala.

Os Estados Unidos desembolsaram um pacote de 275 milhões de dólares (253 milhões de euros) de ajuda militar à Ucrânia para enfrentar a invasão russa, anunciou esta sexta-feira em comunicado o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O pacote inclui munições para o sistema de mísseis HIMARS, sistemas antitanque Javelin, projéteis de artilharia, mísseis guiados, armas ligeiras, granadas, veículos táticos e coletes à prova de bala.

Esta ajuda faz parte do orçamento de 61 mil milhões de dólares (56,2 mil milhões de euros) que o Congresso dos Estados Unidos aprovou em abril, após parte dos representantes republicanos levantar o bloqueio que tinha estabelecido durante meses ao apoio militar de Washington a Kiev.

Blinken explicou no comunicado que, desde então, os Estados Unidos já enviaram quatro pacotes de ajuda em armas para a Ucrânia e prometeu tudo fazer para garantir que o seu país faça chegar este quinto auxílio militar “o mais depressa possível” à frente de combate.

As forças da Ucrânia necessitam urgentemente de fornecimento de armas e munições norte-americanas, à medida que as tropas russas avançam no coração da região do Donbass, no leste do país, e numa segunda frente aberta no nordeste, em Kharkiv, a somar aos bombardeamentos intensivos contra infraestruturas ucranianas.

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Manifestantes pró-Palestina interrompem debate com presidente do BEI no Porto

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

“A mão invisível do genocídio tem a impressão digital do BEI”, indicava um dos cartazes dos jovens que interromperam um debate com a presidente do BEI, Nadia Calviño, no Porto.

Um grupo de manifestantes pró-Palestina interrompeu esta sexta-feira um debate com a presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Nádia Calviño, no Porto, questionando financiamentos do banco a Israel e gritando palavras de ordem.

Uma das jovens, que se identificou como estudante da Universidade do Porto, questionou a presidente do BEI sobre potenciais financiamentos a Israel, tendo depois gritado, em conjunto com outros jovens, “Free Palestine” (libertem a Palestina) por diversas vezes.

Os jovens exibiram ainda cartazes, sendo que num deles lia-se que “a mão invisível do genocídio tem a impressão digital do BEI”. Os manifestantes foram retirados pela segurança da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde decorria o debate.

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Esta é a chave vencedora do Euromilhões. Prémio sobe para 38 milhões

  • ECO
  • 24 Maio 2024

Em jogo estava, esta sexta-feira, um jackpot de 38 milhões de euros.

Com um primeiro prémio no valor de 38 milhões de euros, decorreu esta sexta-feira um novo sorteio do Euromilhões. No sorteio anterior, não houve totalistas do primeiro prémio.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 24 de maio:

Números: 9, 12, 18, 22 e 50

Estrelas: 1 e 3

(A notícia não dispensa a consulta do resultado no site da Santa Casa)

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Global Media aguarda “a qualquer momento” decisão da Concorrência sobre venda de títulos

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

Em causa está a venda pelo grupo à Notícias Ilimitadas da TSF, Jornal de Notícias, JNH, Jogo, Evasões, Volta ao Mundo, N-TV e Delas.

A Global Media Group disse esta sexta-feira aguardar a qualquer momento a posição da Concorrência sobre a venda de alguns dos títulos à Notícias Ilimitadas e reiterou que quando o processo estiver concluído regularizará o subsídio de Natal em atraso. Em comunicado aos trabalhadores, ao qual a agência Lusa teve acesso, a Global Media Group (GMG) deu nota de que aguarda, “a qualquer momento, a tomada de posição da AdC (Autoridade da Concorrência) para que o negócio se conclua”.

Em causa está a venda pelo grupo à Notícias Ilimitadas da TSF, Jornal de Notícias, JNH, Jogo, Evasões, Volta ao Mundo, N-TV e Delas.

O grupo assegura “que assim que, o processo esteja concluído”, terá “finalmente condições para indicar uma data definitiva para regularizar o subsídio de Natal em atraso aos trabalhadores da Global Media, que tanto se têm empenhado no futuro deste grupo”.

A Comissão Executiva do Global Media Group agradece ainda “a continuada confiança profissional e pessoal que os trabalhadores e colaboradores da empresa têm manifestado ao longo dos últimos meses” e reforça que todas as partes estão empenhadas “em que a operação se concretize o mais brevemente possível”.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) deu ‘luz verde’ à compra do Jornal de Notícias (JN) e TSF, entre outras marcas, da Global Media pela Notícias Ilimitadas, foi anunciado na segunda-feira.

A Notícias Ilimitadas, constituída para ficar com títulos da Global Media notificou, em 18 de abril, a Autoridade da Concorrência sobre a operação. O acordo para a compra de alguns títulos da Global Media foi anunciado em 06 de fevereiro.

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Acionistas da Inapa ratificam Frederico Moser Lupi como presidente

  • Lusa
  • 24 Maio 2024

Os acionistas aprovaram a proposta de cooptação do administrador Afonso Chaby Rosa para substituir Diogo Mendes Rezende, que renunciou ao respetivo mandato.

A Inapa informou esta sexta-feira que foi aprovada, na assembleia-geral, a ratificação da proposta de nomeação de Frederico Moser Lupi para presidente do Conselho de Administração da empresa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa informa que os acionistas aprovaram “a proposta do Conselho de Administração para ratificação da cooptação do administrador Afonso Nuno Silva Chaby Rosa para substituição do administrador Diogo Francisco Bastos Mendes Rezende, que renunciou ao respetivo mandato”.

Os acionistas procederam também “à eleição, em Conselho de Administração, do administrador Frederico João de Moser Lupi para presidente do Conselho de Administração, também por renúncia ao mandato de Diogo Francisco Bastos Mendes Rezende”.

Em junho de 2023, Diogo Rezende renunciou aos cargos de presidente do Conselho de Administração e de presidente executivo (CEO) na Inapa, assumindo as suas funções o até então chief operating officer (COO), Frederico Moser Lupi, tendo sido anunciado que a nomeação seria submetida a ratificação pela primeira assembleia-geral que se realizasse após aquela data.

Os acionistas da empresa que opera no setor do papel aprovaram também os relatórios prestação de contas relativas a 2023, incluindo o relatório sobre o governo da sociedade, que inclui o capítulo sobre a remuneração dos órgãos sociais. A assembleia-geral deu ainda ‘luz verde’ à proposta de aplicação de resultados, “nos termos da qual os resultados líquidos negativos da Inapa – Investimentos, Participações e Gestão, S.A., no montante de 7.996.248,87 euros (sete milhões novecentos e noventa e seis mil duzentos e quarenta e oito euros e oitenta e sete cêntimos), sejam levados à conta de Resultados Transitados”.

Os acionistas aprovaram ainda “um voto de confiança nos órgãos de administração e fiscalização da sociedade”, pelo desempenho das respetivas funções no exercício de 2023. A Inapa teve prejuízos de oito milhões de euros em 2023, que comparam com lucros de 17,8 milhões de euros em 2022. O grupo Inapa, fundado em 1965, tem quase 1.500 trabalhadores e opera em 10 países.

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Marsh: Adaptação às alterações climáticas passa pelo apoio dos seguros

  • ECO Seguros
  • 24 Maio 2024

Uma das principais conclusões do evento foi o papel central do setor segurador no apoio à transição das empresas para a sustentabilidade.

O Grupo Marsh McLennan promoveu o evento Sustainability and FI’s: Challenges and Opportunities que se realizou esta semana em Lisboa e uma das suas principais conclusões foi a que o setor segurador e o da banca têm um papel central no apoio e aconselhamento às organizações na resposta aos desafios da sustentabilidade.

Rodrigo Simões de Almeida, CEO da Marsh McLennan Portugal: “As instituições financeiras têm um papel central nesta temática e acredito que esta sessão contribuiu para deixar claro que o caminho para sustentabilidade passa por um espírito colaborativo entre organizações e especialistas na área da banca e seguros”.Hugo Amaral/ECO

O evento reuniu na capital portuguesa especialistas nacionais e internacionais e líderes empresariais para debater o estado e as tendências da sustentabilidade.

Nesse sentido, as empresas nacionais reconheceram que ainda que as ações de sustentabilidade e planos de ação para cumprir estabelecidos pelos reguladores estejam no seu ‘radar’, confessam que ainda têm um longo caminho pela frente, que importa começar a traçar e intensificar progressivamente o seu ritmo de implementação.

A Conferência ESG Marsh McLennan trouxe a Portugal especialistas mundiais da corretora.

No debate sobre o panorama da sustentabilidade na economia nacional destacou-se que as principais tendências ESG, sigla que remete para ambiente (E de environment em inglês), social (S) e governança (G) para as instituições financeiras.

Estas são a redução de emissão de gases efeito estufa, adaptação e resiliência às alterações climáticas, biodiversidade e água, no âmbito do ambiente; força de trabalho e diversidade, gestão de segurança, engagement com o cliente, comunidades na área do social; e governação corporativa, código de ética, compliance, remuneração de executivos.

Esta discussão de ideais contou com a participação de James Davies, Co- Head Climate Sustainability, Europe and Partner Financial Services da Oliver Wyman, e por Amy Barnes, Head of Climate & Sustainability Strategy da Marsh.

A transição para uma economia de baixo carbono requer um aumento significativo do investimento em tecnologias como bateriais, na produção em escala de hidrogénio e biocombustiveis, por exemplo, o que também acaba por criar oportunidades de negócio, foi outras das conclusões retiradas do debate.

Os especialistas internacionais da Marsh McLennan salientaram a importância da compreensão dos riscos, ponderar o retorno do investimento de intervenção no âmbito da adaptação e mitigação dos riscos e disponibilizar seguros para proteger pessoas, bens serviços, recursos e infrastruturas face a perdas provocadas por desastres climáticos.

A conferência contou ainda com duas mesas redondas uma dedicada ao setor da banca e outro dos seguros. A dedicada ao setor segurador contou com a participação da a participação de Paula Guerra, Administradora da EDP Global Solutions, João Barata, Administrador da Generali, e Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, com moderação de Rodrigo Simões de Almeida, CEO da Marsh McLennan Portugal.

Para Rodrigo Simões de Almeida, CEO da Marsh McLennan Portugal, “este primeiro evento Marsh McLennan que fizemos em Portugal, que reuniu especialistas da Marsh, Mercer, Oliver Wyman e Guy Carpenter a um leque de convidados de alto nível, constituiu um debate muito interessante e com valor sobre um tema incontornável para todas as organizações e para a nossa economia. Já não basta dizer que a sustentabilidade é uma prioridade; é mesmo essencial passar de ambições para ações concretas em todos os pilares (Ambiental, Social, e Governo), para uma estratégia devidamente alicerçada e que contemple riscos, oportunidades e desafios de diferente natureza. As instituições financeiras têm um papel central nesta temática e acredito que esta sessão contribuiu para deixar claro que o caminho para sustentabilidade passa por um espírito colaborativo entre organizações e especialistas na área da banca e seguros”.

O encerramento contou com uma reflexão de Paulo Portas sobre a sustentabilidade.

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