Governo admite aumentos na Função Pública acima do acordado com os sindicatos

Governo propôs aumentos salariais entre 2% e 6,8% para os funcionários públicos, mas ainda admite subir estes valores. Segundo proposta inicial, "salário mínimo" do Estado chega aos 821 euros em 2024.

O Governo não descarta a possibilidade de dar aumentos salariais aos funcionários públicos mais robustos do que aqueles que estão previstos no acordo celebrado há um ano com os sindicatos.

Em declarações aos jornalistas, a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, explicou que a proposta apresentada esta quarta-feira aos representantes da Função Pública fica em linha com esse entendimento — isto é, um aumento de cerca de 52 euros para a generalidade dos trabalhadores do Estado –, mas indicou que tal é somente “um ponto de partida“.

A responsável garantiu que o Executivo “está investido em melhorar” o que colocou em cima da mesa e vai agora estudar os cadernos reivindicativos dos sindicatos.

“O que colocamos em cima da mesa nesta reunião foi continuar a cumprir o acordo com uma proposta de aumento salarial que vai variar entre 6,8% e 2%“, explicou Inês Ramires, confirmando o que as estruturas sindicais já tinham indicado aos jornalistas, à saída das reuniões que decorreram esta quarta-feira de manhã.

Segundo explicou a secretária de Estado, o referido aumento de 6,8% será aplicado à base remuneratória da Função Pública, o que significa que o “salário mínimo” do Estado vai subir para 821 euros em 2024. Em comparação, o salário mínimo nacional vai chegar aos 810 euros em janeiro, o que significa que a base remuneratória do Estado vai continuar acima do que é praticado no privado.

Já os 2% serão aplicados nos níveis mais próximos do topo da tabela remuneratória. Contas feitas, a generalidade dos funcionários públicos terão aumentos de cerca de 52 euros no próximo ano, adiantou a secretária de Estado, o que fica em linha com o previsto no acordo assinado em outubro com o Sindicato dos Quadros Técnicos (STE) e com a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP).

Essas estruturas, bem como a Frente Comum, reclamam, contudo, reforços remuneratórios mais robustos do que o que ficou no entendimento fechado há um ano, tendo em conta os atuais níveis de inflação. Questionada sobre isso, Inês Ramires realçou que o Governo vai agora “verificar como pode construir uma proposta salarial“, garantindo que o Executivo de António Costa está “investido em melhorar a proposta”.

Porém, essa melhoria pode não chegar, necessariamente, na forma de aumentos salariais superiores. É que os sindicatos têm reivindicado também aumentos das ajudas de custos, da remuneração do trabalho suplementar e do subsídio de transporte. O Ministério da Presidência vai agora, portanto, analisar os cadernos dos sindicatos, de modo a perceber quais são as prioridades daqueles que representam os funcionários públicos, disse a responsável.

No que diz respeito ao trabalho suplementar, por exemplo, a Agenda do Trabalho Digno prevê desde o início de maio um reforço dos valores a pagar aos trabalhadores, mas a sua aplicação no setor público “não é imediata”. O reflexo desse reforço no Estado pode ser, então, uma das medidas a adotar para valorizar os rendimentos dos funcionários públicos.

Já quanto ao subsídio de refeição — o STE e a FESAP querem ver subir esta componente salarial dos atuais seis euros para 7,5 euros em 2024 –, Inês Ramires explicou que não foi apresentada qualquer proposta.

A próxima reunião entre o Governo e as estruturas que representam os funcionários públicos está marcada para 4 de outubro, seis dias antes de o Orçamento do Estado para 2024 dar entrada no Parlamento.

Por fim, quanto ao ano em curso, a secretária de Estado fez questão de notar que o Governo não só cumpriu o acordo, mas foi além, ao ter dado uma atualização intercalar aos funcionários públicos. “Conseguimos uma mudança de massa salarial anual de 5,1% para 6,6%“, explicou. E detalhou que, só considerando a base remuneratória, a subida foi mesmo de 10,9%. “Com estas medidas, mais de 35% dos trabalhadores tiveram um aumento igual ou superior a 8%“, declarou Inês Ramires.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h24)

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Caso dos e-mails. Diretores do FCP contestam legitimidade do Benfica apresentar queixa

  • Lusa
  • 27 Setembro 2023

Os diretores do FC Porto Francisco J. Marques e Diogo Faria recorreram das condenações pela divulgação de e-mails no Porto Canal e contestam a legitimidade de o Benfica apresentar queixa.

Os diretores do FC Porto Francisco J. Marques e Diogo Faria recorreram das condenações pela divulgação de e-mails no Porto Canal e contestam a legitimidade de o Benfica apresentar queixa, segundo documento a que a Lusa teve acesso.

Nos recursos, ambos os diretores portistas entendem que “o Benfica não pode ser considerado ofendido neste crime, logo não podia ter apresentado queixa, pelo que o procedimento criminal iniciou-se com violação das regras da legitimidade”.

Durante o julgamento, que decorreu em Lisboa, o advogado Nuno Brandão pediu a absolvição do diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, seu constituinte, considerando que o Ministério Público (MP) “não tinha legitimidade” para investigar com base numa queixa ilegítima.

Nuno Brandão argumentou, na altura, que “os ofendidos poderão ser apenas as pessoas proprietárias das contas de e-mail”, acrescentando: “Seriam as pessoas individuais que teriam legitimidade para apresentar queixa por acesso ilegítimo às suas caixas de e-mail, tiveram seis meses para o fazer e não o fizeram”.

Nos recursos, Francisco J. Marques, condenado a um cúmulo jurídico de um ano e 10 meses de prisão, com pena suspensa por igual período, e Diogo Faria, punido com nove meses de prisão, com pena suspensa durante um ano, referem que “a divulgação dos e-mails correspondeu ao exercício legítimo dos direitos fundamentais, com proteção na Constituição da República Portuguesa, liberdade de expressão e de informação”.

Existia inegável interesse público a suportar a divulgação [dos e-mails]”, referem os recursos, acrescentando que “foi com base nesses mesmos e-mails que foram abertos processos-crime visando Benfica (suspeitas de corrupção na arbitragem)” e considerando que os mesmos “revelam suspeitas fundadas de atuações à margem da lei, dos regulamentos e da ética, aptas a desvirtuar a sã competição desportiva, materializadas em ofertas indevidas a agentes desportivos, relações de promiscuidade entre estes agentes e até entre treinadores, árbitros e jogadores”.

O diretor de comunicação do FC Porto foi condenado por um dos seis crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações de que estava acusado, e por dois dos quatro crimes de ofensa a pessoa coletiva pelos quais respondia.

No mesmo julgamento, que terminou em 12 de junho, Diogo Faria, diretor de conteúdos do Porto Canal, foi condenado por um crime de violação de correspondência ou telecomunicações.

Nos seus apelos, os dois diretores do FC Porto, que foram ambos absolvidos do crime de acesso indevido, destacam o facto de o Ministério Público “não ter apresentado recurso em relação a nenhuma das absolvições”.

Na semana passada, o Benfica, que se constituiu assistente no processo, recorreu da decisão, considerando que Francisco J. Marques e Diogo Faria “devem ser condenados por todos os crimes dos quais vinham acusados e pronunciados”.

O caso da divulgação dos e-mails remonta a 2017 e 2018, com comunicações entre elementos ligados à estrutura de Benfica e terceiros a serem reveladas no programa ‘Universo Porto – da bancada’, do Porto Canal.

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Nascida na Web Summit, marca lisboeta Sock Affairs já “calça” meias em 90 países

A ideia de criar uma "marca de meias divertida" surgiu na Web Summit. Empresa liderada por Gonçalo Henriques produz no Norte de Portugal e prevê faturar este ano 1,5 milhões de euros.

Fundada em 2018, a Sock Affairs, marca 100% portuguesa que “transforma” os clássicos da arte, música e automobilismo em meias, já vendeu mais de dois milhões de pares para mais de 90 países, tendo faturado seis milhões de euros. Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido lideram o top de vendas.

Dedicada primeiro à produção e design de meias coloridas inspiradas em modelos de automóveis emblemáticos, “rapidamente [alargaram] para outras paixões, como a música e a arte”, explica Gonçalo Henriques, cofundador da Sock Affairs, em declarações ao ECO/Local Online. O empreendedor “não esperava que o negócio tivesse tanto sucesso” e está convicto que 2023 será “o melhor ano de sempre”, ao projetar uma faturação a rondar 1,5 milhões de euros.

A ideia de criar uma “marca de meias divertida” surgiu na Web Summit, quando um dos fundadores, Gonçalo Henriques, reparou que “todos os oradores com cargos importantes tinham meias coloridas com padrões”. A partir dessa observação, Gonçalo Henriques e João Simões largaram os empregos para “calçar” esta nova aventura. Apesar de manter quota na empresa, este último saiu do projeto.

Toda a produção é desenvolvida no Norte de Portugal, onde as meias são fabricadas sem costuras e compostas por 80% de algodão penteado. As meias estão à venda no site da empresa e custam cerca de 12 euros.

Numa fase inicial, a marca chamava-se Heel Tread, mas com o escalar do negócio optou por mudar a designação. “Com a evolução do negócio lançámos duas marcas, uma para arte e outra para a música. E decidimos que fazia sentido ter uma marca que juntasse tudo, que é a Sock Affairs. No fundo são as mesmas meias, com coleções ligadas a motores, música e arte”, explica Gonçalo Henriques.

Para os fãs do automóvel, tem uma coleção com lendas do automobilismo, do Golf GTI ao Ford Mustang, e outras inspiradas em aviões antigos. Para os aficionados das artes, a Sock Affairs tem meias com a Mona Lisa ou quadros clássicos deVan Gogh. Na área da música, a marca portuguesa diz ter sido a primeira a ter meias oficiais licenciadas de bandas como Pink Floyd, The Police e AC/DC.

“Nas nossas vendas, o automobilismo ainda é o maior, mas a música tem crescido muito e neste momento é a mais popular”, conta o cofundador, formado em Engenharia e Gestão Industrial. Esta já é a segunda startup deste empreendedor, depois da Undandy, marca de sapatos personalizados. “Acabei por sair do projeto e passei a dedicar-me exclusivamente ao projeto das meias”, detalha.

Gonçalo Henriques confidencia que a marca já calçou caras conhecidas como Walter Rohl — uma lenda no mundo dos rally — e até o primeiro-ministro do Canadá. A experiência teve direito a um “obrigado” enviado por carta e assinado pelo próprio Justin Trudeau, agradecendo o par de meias que combinava com o Mercedes Gullwing do seu pai.

Num futuro próximo, as novas coleções podem passar por comida, bebidas, animais de estimação. “Aquilo que os clientes nos pedirem”, remata o gestor.

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Queres ser um bom Controller? Então, não sejas controlador!

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  • 27 Setembro 2023

O controlo de gestão e as funções de Controller são determinantes na performance da Gestão. Conhece aqui nove dicas para ser um excelente profissional no controlo de gestão da tua organização.

A função do controlo de gestão ocupa uma posição cimeira nas organizações. Que não se pense tratar-se de um sub-departamento da contabilidade ou das finanças. Não! O controlo de gestão exige uma visão generalista, multidisciplinar e de negócio. Interage com as várias áreas da gestão e se, de alguma forma, o associamos à contabilidade e às finanças, é porque o controlo de gestão tem também de dominar os números e o reporting financeiro e contabilístico.

O controller é um maestro. O maestro ensina, motiva e orienta os seus músicos para tocarem com precisão, equilíbrio, unidade e energia. O controller, com esta ou outra designação, é alguém que domina as boas práticas do controlo de gestão e que as usa para focalizar a atenção dos gestores, para alinhar a organização em torno de um propósito, para promover uma gestão orientada para os resultados. Em suma, para apoiar os gestores a tomarem decisões, boas decisões!

A montante, o controller trabalha com informação contabilística e financeira, com indicadores financeiros e não financeiros, com alertas e semáforos, com instrumentos de gestão e de controlo de gestão; e com os gestores e os aspetos relacionados com a liderança, autonomia, responsabilização e motivação das equipas; com os temas da estratégia e descentralização para as operações; e a transformação digital dos negócios e o impacto na informação de gestão; e os sistemas de informação, quer transacionais quer de reporting.

Se queres ser controller e implementar práticas de controlo de gestão que de facto impactem a tua organização e a sua performance, lê com atenção estas nove dicas:

1. Sê um parceiro do negócio e dos gestores

Avaliar a performance da gestão é responsabilidade de todos os gestores, é transversal a toda a organização. O controller é o especialista que domina os instrumentos do controlo de gestão. Mas, mais do que usá-los para si, deve assegurar que as boas práticas do controlo de gestão proliferam pela estrutura e são usadas pelos gestores. E porquê? Porque são os gestores que precisam de informação e que tomam decisões de gestão; são os gestores que operacionalizam a estratégia, que perseguem os objetivos, e que devem estar alerta para a emergência de novas oportunidades e objetivos. Ok, o controller é o maestro, mas a música é da responsabilidade dos gestores! Por isto, o controller deve assumir-se, não como um controlador, mas como um parceiro dos gestores e do negócio. Alguém que desenha, implementa e põe a funcionar as melhoras práticas de controlo de gestão e que garantam a monitorização da performance do negócio, a realização dos objetivos e da estratégia, e a permanente vigilância sobre os riscos e oportunidades que emergem.

Se queres ser controller, estuda o negócio, sê um parceiro da gestão, promove a colaboração e a resolução de problemas. Conhece os números, mas interpreta-os como resultado das decisões e desempenhos a montante.

2. Desenvolve competências comerciais

Ser parceiro do negócio significa conhecer também o mercado. Controllers com competências comerciais estão mais alerta para as oportunidades de mercado. E o perfil comercial reforçará o relacionamento do controlo de gestão com as áreas não financeiras do negócio, como a comunicação e o marketing.

O envolvimento com o mercado dar-te-á condições para melhor identificar os drivers da performance financeira, a olhar para o futuro mais do que para o passado, e a aproximar-te das discussões estratégicas do negócio.

3. Domina o tratamento e análise de dados

Como em outras áreas da gestão, também o controlo de gestão usa dados, por vezes em grande quantidade, para produzir informação de gestão. Informação financeira – sobre vendas, resultados, custos, investimentos, de forma analítica – e não financeira – leads, tendências do mercado, o comportamento dos consumidores.

A ciência de dados tem um papel importante no futuro da função de controlo de gestão, tanto na preparação de análises avançadas, como na automação e eliminação de tarefas repetitivas. Se os dados contabilísticos já por si estão sujeitos a normalização, automação e tratamento para análise, o controller enfrenta o desafio adicional de garantir a fiabilidade, transparência e relevância dos dados e dos indicadores de negócio, esses por vezes dispersos pela organização, e em múltiplas bases de dados internas e externas.

Faz parte das tuas atribuições garantir a disponibilidade e adequabilidade da informação e dos relatórios de gestão que apoiam a monitorização da performance e tomada de decisões. O tratamento e uso de dados diversos, e não apenas financeiros, dá-te, a ti controller, uma visão holística da organização e uma melhor compreensão daquilo que os indicadores dizem e como se relacionam.

4. Agarra os ESG, mesmo que ainda não saibas bem como

Motivadas pela pressão dos investidores, clientes, fornecedores e restantes stakeholders, os temas ambientais, sociais e de governo têm cada vez maior destaque. Os ESG farão parte da agenda de todas as organizações e o controlo de gestão estará naturalmente envolvido. Por um lado, na preparação, discussão e reporting dos indicadores ESG; mas, acima de tudo, na explicação, aos vários stakeholders internos e externos, da forma como o tema dos ESG está integrado e alinhado com a estratégia da empresa. O controlo de gestão e o controller poderão dar um forte contributo alertando a organização para a importância e emergência do tema, apelando à colaboração e mostrando de que forma o desempenho financeiro é e será impactado pelo desempenho nos aspetos ambientais, sociais e de governo.

Integrar os ESG e os seus indicadores específicos de reporting na gestão, é uma tarefa do controlo de gestão. Agarra-a.

Ana Maria Simões, Comissão Executiva do Iscte Executive Education (IEE), Diretora da Pós-Graduação em Controlo de Gestão e Execução da Estratégia e da Pós Graduação em Finanças e Controlo Empresariais (IEE)

5. Não pares de estudar

Se queres ser controller, não podes especializar conhecimentos. O controlo de gestão envolve múltiplas temáticas da gestão. Desde sempre as finanças e a contabilidade, corpo de conhecimento técnico e de detalhes. Mas envolve igualmente a estratégia e a sua tradução e operacionalização em objetivos e ações ou decisões. Impacta na gestão das pessoas por via da criação de condições para delegar e responsabilizar, motivar, avaliar. Impacta o tratamento e análise de dados porque o controller é o garante da fiabilidade e adequabilidade da informação. Impacta a transformação digital dos negócios na sua monitorização e definição de resultados esperados. Impacta os sistemas de informação porque se relacionam com as equipas de implementação de sistemas. E, por vezes, impacta até a fiscalidade porque tais temas se colocam aquando da tomada de decisões. E, depois, aposta na diversidade de experiências e nas competências relacionais, como as capacidades de comunicação, persuasão e negociação.

Não pares de estudar. Não te especializes. Domina os números e agrega experiências e conhecimentos nos múltiplos temas que interagem com as funções do controlo de gestão.

6. Entende e promove o agile

Os dias de hoje exigem gestores vigilantes e capazes de dar resposta à mudança e imprevisibilidade. As práticas de controlo de gestão devem orientar a organização para os resultados, mas valorizando a capacidade de resposta à mudança (ao invés de seguir o plano à risca), a colaboração e resolução dos problemas (ao invés dos procedimentos e da burocracia).

Se és responsável pelo controlo de gestão, define com os gestores objetivos de negócio, mas partilha a necessidade de criar oportunidades, de inovar, de fazer emergir ações, e de concretizar. E implementa instrumentos de controlo de gestão que promovam a agilidade e a flexibilidade. Pouca informação, poucos indicadores, mas que focalizem e alinhem a organização.

7. Olha para a floresta, mas não descures as árvores e as flores

Já aqui se disse. O controlo de gestão exige uma visão generalista e multidisciplinar, e interage com variadas áreas da gestão. Um bom modelo de controlo de gestão orienta e focaliza a atenção para os objetivos. Dá autonomia no que toca à implementação das ações e favorece a agilidade para agarrar a mudança e convertê-la em algo positivo para os resultados. Por tudo isto, o controller deve manter a perspetiva do todo, deve ter a capacidade de olhar e promover a performance global e integrada. Mas deve igualmente manter o alerta e a vigilância sobre os detalhes e drivers que impactam e explicam o desempenho da organização. Estes detalhes são, muitas vezes, os semáforos que antecipam problemas.

Cria os semáforos, indicadores de operação ou financeiros, que permitam aos gestores agir e mitigar problemas futuros, aproveitar as oportunidades que emergem. Cuida da floresta e garante que as árvores e as flores não foram esquecidas.

8. Deixa claro o propósito do controlo de gestão

Afinal, para que serve o Controlo de Gestão? Para controlar a gestão…. Errado!

Claro que o controlo de gestão usa indicadores e relatórios que monitorizam a gestão. Claro que, no limite, o controlo de gestão, olha para a performance numa linguagem financeira, e informa se o negócio gerou ou não valor financeiro. Claro que nenhum de nós gosta de ser controlado, só para ser controlado.

As boas práticas de controlo de gestão promovem a autonomia dos gestores e a responsabilização pelos resultados. Autonomia e responsabilização são parceiros, neste contexto. O sistema controlo de gestão deve assumir-se como o conjunto de instrumentos técnicos e comportamentais que se colocam ao serviço dos gestores para os apoiar naquilo que fazem – decidir. Tomar boas decisões, alinhadas com a visão e objetivos corporativos e orientadas para a concretização de resultados, sejam financeiros ou não financeiros. O controlo de gestão tem como propósito apoiar a gestão e os gestores, garantir o alinhamento e promover a melhoria da performance das organizações. No contexto empresarial, tal significa garantir a criação de valor para os investidores.

Se queres ser um bom controller, não sejas controlador! Serve a gestão.

9. Sê resiliente e implementa instrumentos de diálogo

Já aqui foi dito. O controlo de gestão é para os gestores e é para ser praticado pelos gestores. Alguns vão resistir porque associam esta função da gestão a burocracia, perda de tempo, controlo, auditoria, fiscalização.

Um bom controller implementa práticas que desconstruam esta visão redutora do controlo de gestão e, em simultâneo, instrumentos de diálogo que envolvam os gestores no processo de controlo de gestão. Reuniões regulares para avaliar e dar feedback, acesso a informação e indicadores relevantes nos quais os gestores se reveem, participação dos gestores na construção do modelo de controlo de gestão, integração da performance da gestão na avaliação do desempenho individual, entre outros.

Se queres cumprir o teu propósito enquanto controller, mostra aos teus clientes, aos gestores, a relevância do controlo de gestão.

Ana Maria Simões, Comissão Executiva do Iscte Executive Education (IEE), Diretora da Pós-Graduação em Controlo de Gestão e Execução da Estratégia e da Pós Graduação em Finanças e Controlo Empresariais (IEE)

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Ordem dos Médicos alerta para rutura “grave e iminente” das urgências dos hospitais

Ordem diz que "não há tempo a perder", dado que o país se prepara para entrar no inverno "com um grande aumento de afluência aos serviços de urgência que, este ano, estão longe de estarem preparados".

A Ordem dos Médicos pede ao Executivo liderado por António Costa que encontre “soluções evitem a situação de rutura grave e iminente em vários hospitais”, na sequência do encerramento de diversos serviços de urgência.

A degradação das condições de trabalho e a incapacidade de dotar o SNS de uma estrutura em recursos humanos adequada, perante a total passividade do Governo, em particular do ministro das Finanças e do ministro da Saúde, estão a comprometer a qualidade dos cuidados de saúde prestados e a segurança dos doentes em vários hospitais de norte a sul do país”, alerta a entidade liderada por Carlos Cortes, em comunicado divulgado esta quarta-feira.

O bastonário da Ordem dos Médicos diz que “não há mais tempo a perder”, dado que o país se prepara para entrar na época de inverno “com um grande aumento de afluência aos serviços de urgência que, este ano, estão longe de estarem preparados”. Apela que se estabeleça um “diálogo profícuo e consequente” com os profissionais de saúde, de forma a dar “condições aos médicos para o exercício da sua profissão”.

“Neste momento difícil que o país atravessa na saúde, os médicos trabalham horas a mais, sem descanso, em equipas reduzidas, muitas vezes em condições insuficientes e indignas, sem que se vislumbre a necessária valorização da sua carreira, condições de formação e de dignificação”, remata Carlos Cortes.

Na terça-feira, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já tinha alertado para o “efeito dominó” que se está a fazer sentir “de forma muito significativa” em vários estabelecimentos do país, onde vários médicos se recusam a exceder o limite legal de 150 horas suplementares anuais, que já foi ultrapassado em várias unidades de saúde.

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APDL faz terceira tentativa para concessionar porto comercial em Castelo de Paiva

Gestora da Via Navegável do Douro lança novo concurso público para a concessão do porto comercial da Sardoura por um período de 30 anos. Propostas têm de ser entregues até 25 de outubro.

A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) acaba de lançar um novo concurso público para a concessão do porto comercial da Sardoura, em Castelo de Paiva, por um período de 30 anos. O anúncio do concurso público foi publicado em Diário de República, sendo que as propostas têm de ser entregues até 25 de outubro através deste site.

No passado já tinham sido lançados dois concursos públicos para a concessão do porto comercial da Sardoura. No entanto, segundo apurou o ECO/Local Online junto de fonte da APDL, responsável pela gestão da Via Navegável do Douro, o primeiro não teve candidatos e no segundo os que aparecem não passaram à segunda fase por não cumprirem os requisitos obrigatórios.

“Com este concurso de concessão do Porto Comercial de Sardoura, a APDL pretende apostar no crescimento do movimento de mercadorias na Via Navegável do Douro (VND), contribuindo para o crescimento da atividade económica da região, permitindo ainda incentivar a transferência modal no transporte de mercadorias, da rodovia para o transporte fluvial, com os relevantes benefícios económicos, sociais e ambientais associados”, explica a APDL em comunicado.

O organismo nortenho realça que este é um “importante porto comercial” e que a infraestrutura portuária possui “fortes valências para a movimentação de cargas, incluindo um terrapleno e plataforma de carga com cerca de três hectares, com boas acessibilidades rodoviárias e inserida numa região em desenvolvimento”.

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Parlamento de Espanha chumba candidatura de Feijóo a primeiro-ministro

  • Lusa
  • 27 Setembro 2023

Parlamento espanhol rejeitou, com uma maioria absoluta de 178 votos contra dos 350 deputados do país, a candidatura do presidente do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, a primeiro-ministro.

O parlamento de Espanha rejeitou esta quarta-feira, com uma maioria absoluta de 178 votos contra dos 350 deputados do país, a candidatura do presidente do Partido Popular (PP, direita), Alberto Núñez Feijóo, a primeiro-ministro.

A votação da candidatura de Feijóo a líder do Governo, que esta quarta-feira teve o resultado previsto, atendendo ao que haviam dito todos os partidos, será repetida dentro de 48 horas, na sexta-feira, como prevê a Constituição espanhola, mas não se preveem mudanças para já.

O PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei de Espanha, Felipe VI, indicou Feijóo como candidato a primeiro-ministro, com a investidura a ter de ser votada e aprovada pelo Congresso dos Deputados.

Se na sexta-feira se confirmar o fracasso da investidura de Feijóo, o Rei deverá indicar a seguir um novo candidato a primeiro-ministro, com o socialista Pedro Sánchez a afirmar repetidamente que está disponível e que tem condições para reunir os apoios necessários para ser reconduzido no cargo pelo parlamento.

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Teatro Tivoli apresenta novo logótipo para celebrar centenário

O novo logótipo, que se mantém fiel à cor azul original e é acompanhado por duas folhas de roseira, foi desenvolvido pela Influenza R.

De forma a assinalar o Centenário do Teatro Tivoli, a UAU, proprietária do Teatro desde 2011 e responsável pelas comemorações, apresentou um ciclo de programação de dois anos bem como um novo logótipo, que estará em vigor durante as celebrações.

Para o logótipo procurámos algo simples, mas moderno. Um logo com raízes na imagem do Teatro, mas que trouxesse uma versão arrojada do que será a celebração dos 100 Anos pois, para esta grande comemoração, juntámos diversos parceiros num projeto quase inédito em Portugal”, diz Paulo Dias, Diretor-Geral da UAU e Administrador do Teatro Tivoli BBVA, citado em comunicado.

Desenvolvido pela Influenza R, o logótipo ilustra “um dos edifícios mais emblemáticos da capital e as respetivas fachadas laterais do Teatro Tivoli BBVA”, sendo que o “A” se inspira “nas arcadas centrais e na sua cúpula tão característica, abrindo caminho para a referência ‘100 Anos’ e aos dois anos de programação”, explica-se em nota de imprensa.

O logo mantém-se fiel à cor azul original e é acompanhado por duas folhas de roseira, “recordando as rosas presentes nos mais diversos detalhes do Teatro Tivoli – e que são uma homenagem de Frederico de Lima Mayer [fundador do Teatro Tivoli em 1924] às suas quatro filhas”, acrescenta-se.

A programação do centenário é realizada através de parcerias com diversas instituições ligadas ao setor cultural na cidade de Lisboa, como a Orquestra Gulbenkian, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Nacional de S. Carlos, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Companhia Nacional de Bailado e Hot Club de Portugal.

A ESC Online é também uma das patrocinadoras da programação, assumindo o papel de principal patrocinador dos espetáculos “Jean Paul Gaultier – Fashion Freak Show” e “The Wall – The Pink Floyd’s Rock Opera”. A ESC Online é assim um dos três a cinco patrocinadores/mecenas das comemorações do centenário – número que Paulo Dias já tinha adiantado ao +M, dizendo que “as marcas não apoiam a cultura, só a música” e que “é mais fácil promover um festival do que comunicar teatro”.

Os outros patrocinadores, que vão apoiar as diversas iniciativas do centenário, serão anunciados “em breve”, adianta-se em nota de imprensa.

Em março, o Teatro Tivoli BBVA lançou também uma campanha sob o mote “A sua história faz parte da nossa história”, cujo objetivo passa por recolher imagens e histórias, contadas na primeira pessoa, para um livro e um documentário que pretendem preservar a história e a herança cultural deste espaço.

Os testemunhos daqueles que foram parte ativa do Teatro podem ser enviados para o email [email protected]. O projeto será lançado em 2024, ano em que o teatro comemora o 100º aniversário.

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Unicórnio português Talkdesk avança com nova ronda de despedimentos. Fundador garante que “negócio continua forte”

  • ECO
  • 27 Setembro 2023

A empresa unicórnio liderada por Tiago Paiva fala de "reduções limitadas no número de trabalhadores em algumas áreas", mas garante que "o negócio continua forte".

A Talkdesk avançou com uma nova ronda de despedimentos, a terceira em pouco mais de um ano na unicórnio nacional, noticiou a TechCrunch. Não é conhecido o número de colaboradores afetados por esta decisão. A empresa fala de “reduções limitadas no número de trabalhadores em algumas áreas”.

“As reduções limitadas no número de trabalhadores que fizemos em algumas áreas não irá afetar negativamente a velocidade da nossa inovação”, reagiu Tiago Paiva, fundador e CEO da empresa, numa declaração escrita, citada pela publicação internacional.

“Continuaremos a investir e a contratar em áreas estratégicas que nos permitirá inovar de formas mais rápida e eficiente, em escala”, disse ainda o gestor. “O nosso negócio continua forte, e temos perante nós uma tremenda oportunidade de mercado”, acrescenta o porta-voz.

Depois de em agosto do ano passado, a unicórnio ter avançado com uma redução de pessoal, com impacto de “um dígito percentual no número de colaboradores a nível mundial” — tal como noticiou o ECO –, em fevereiro a companhia terá feito novas reduções de pessoal. Poucos meses depois, avança agora com novos cortes nos quadros.

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Argumentistas de Hollywood põem um fim à greve após quase cinco meses

  • Lusa
  • 27 Setembro 2023

Produções televisivas como 'talk-shows' deverão ser as primeiras a regressar ao ar. O acordo alcançado entre põe fim à greve que paralisa a indústria cinematográfica e televisiva norte-americana.

A greve dos argumentistas de Hollywood, que se prolongou durante 148 dias, vai terminar, decidiram os líderes do sindicato Writers Guild of America (WGA).

A decisão foi tomada unanimemente pelos conselhos de administração do WGA Oeste e do WGA Leste.

Isso permite que os argumentistas voltem ao trabalho durante o processo de ratificação, mas não afeta o direito dos membros de tomarem uma decisão final sobre a aprovação do acordo“, sublinhou a WGA, em comunicado.

O acordo de princípio, alcançado no domingo, vai ser submetido a uma votação de ratificação entre 02 e 09 de outubro. Caso os 11.500 membros do WGA rejeitem o acordo, a greve será retomada.

Produções televisivas como ‘talk-shows’ deverão ser as primeiras a regressar ao ar. A revista da especialidade Variety indicou que as emissões de informação e entretenimento difundidas em diversos canais no final da tarde poderão ser retomadas dentro de duas a três semanas.

Cerca de 11.500 membros do WGA iniciaram, em 02 de maio, uma greve devido a questões salariais e ao uso de inteligência artificial na criação de argumentos.

O acordo alcançado entre o WGA e os patrões dos grandes estúdios e plataformas de ‘streaming’ põe fim à greve que paralisa a indústria cinematográfica e televisiva norte-americana, apesar de prosseguir o ‘braço de ferro’ entre atores e estúdios.

O acordo inclui “ganhos significativos” em termos salariais, e ainda proteções para enquadrar o uso da inteligência artificial.

O compromisso aceite pelos estúdios com os argumentistas inclui um aumento do salário mínimo, bónus suplementares para os que escrevem as séries com maior audiência e formas de assegurar que a inteligência artificial seja utilizada sem afetar a sua remuneração.

No entanto, a indefinição persiste em Hollywood, com os atores, representados pelo sindicato SAG-AFTRA a permanecerem em greve e admitindo-se que a resolução deste conflito social possa prolongar-se por semanas.

As reivindicações do SAG-AFTRA vão mais longe que as colocadas pelo WGA.

O sindicato dos autores pede um maior aumento salarial, e a atribuição de uma percentagem real dos benefícios aos atores, independentemente do conteúdo, prevendo-se árduas negociações.

Atores querem ainda garantir que os estúdios não vão usar inteligência artificial para os substituir e querem receber pagamentos residuais no modelo de transmissão através de plataformas como a Netflix.

Anteriormente, estes pagamentos eram dados aos artistas de receitas provenientes de séries ou filmes licenciados para mercados internacionais ou retransmitidas na televisão.

A greve de argumentistas e atores em Hollywood já custou à Califórnia cerca de cinco mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros), de acordo com o Milken Institute.

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CMVM aplicou 280 mil euros de coimas às auditoras por irregularidades, menos 28% que há um ano

No último ano, a CMVM aplicou e cobrou menos coimas às auditoras por práticas indevidas e detetou menos irregularidades do que há um ano.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) voltou a encontrar uma série de práticas indevidas por parte das auditoras no último ano. Entre 1 de julho de 2022 e 30 de junho de 2023, a CMVM aplicou oito coimas no valor total de 280 mil euros e três admoestações.

Os números revelados no relatório com os resultados globais do sistema de controlo de qualidade da auditoria do período entre 1 de julho de 2022 e 30 de julho de 2023 (ciclo 2022/2023), publicado esta quarta-feira, revelam uma diminuição de duas coimas aplicadas face ao ciclo 2021/2022 e um montante 28% inferior aos 390 mil euros que foram aplicados no mesmo período do ano anterior.

Além disso, os números mostram também que a CMVM registou 255 irregularidades no ciclo 2022/2023, no seguimento de 13 ações de supervisão regulares presenciais encerradas. Trata-se de um número 48% abaixo das 488 contabilizadas no período anterior.

“Factualmente, houve uma diminuição de irregularidades das situações observadas pela CMVM”, refere Miguel Almeida, administrador da CMVM, sublinhando que o regulador tem assistido a uma “evolução positiva nesta matéria.”

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No relatório da CMVM, o regulador destaca que as irregularidades identificadas no ciclo 2022/2023 são, “em grande medida, idênticas às dos ciclos anteriores”, persistindo:

  • O tratamento de documentação inapropriada sobre análises e desafios efetuados aos pressupostos relevantes subjacentes a estimativas contabilísticas significativas;
  • Insuficiência no processo de identificação de ameaças à independência do auditor e inexistência ou insuficiência de documentação no cálculo da materialidade;
  • Insuficiência de procedimentos nas respostas aos riscos de distorção material e inexistência ou insuficiência de procedimentos ao nível da auditoria de grupos económicos;
  • Falhas no arquivo dos papéis de trabalho e insuficiência de documentação do envolvimento do revisor de controlo de qualidade, do responsável pela monitorização e do sócio responsável;
  • Incorreta aplicação do conceito de ‘rede’ previsto no Regime Jurídico da Supervisão de Auditoria (RJSA).

Apesar de ter apresentado e cobrado menos coimas e detetado menos irregularidades, o relatório da CMVM revela que, no último ano, o regulador aplicou mais sete contraordenações contra as auditoras do que no ciclo anterior.

A CMVM nota que, entre 1 de junho de 2022 e 30 de julho de 2023, aplicou 62 contraordenações graves, nove leves e uma contraordenação muito grave a auditoras por práticas indevidas.

Sem referir a identidade e mais detalhes sobre as contraordenações, o relatório adianta que, nas contraordenações graves “destaca-se o incumprimento do dever de documentar adequadamente a prova de auditoria obtida e as conclusões extraídas dessa prova, incluindo a documentação de factos importantes que sejam do conhecimento do auditor (36 contraordenações) e do dever de redução a escrito do contrato de prestação de serviços de auditoria relativos à revisão legal de contas (8 contraordenações).”

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Empréstimos para compra de casa em queda há oito meses

Carteira de crédito à habitação dos bancos portugueses encolheu mais de mil milhões de euros desde o início do ano devido ao abrandamento da procura e aos reembolsos antecipados.

A carteira de empréstimos para a compra de casa está a encolher há oito meses consecutivos. Desde o início do ano, o stock de crédito à habitação dos bancos portugueses já caiu mais de mil milhões de euros. E deverá continuar a contrair, tendo em conta o ambiente de altas taxas de juro.

Os empréstimos da casa totalizavam os 99,2 mil milhões de euros no final de agosto, uma redução de 137 milhões em relação ao mês anterior. É o valor mais baixo desde junho do ano passado.

A tendência de redução do stock de crédito à habitação começou no início do ano e ainda não parou. Porquê? Devido “ao aumento das amortizações antecipadas e ao abrandamento na procura de crédito à habitação”, explica o Banco de Portugal nos dados divulgados esta quarta-feira.

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O que acontece é que as famílias estão a procurar menos crédito para a compra de casa e quem já tem empréstimo está a acelerar os reembolsos aos bancos por forma a atenuar o impacto da subida das taxas de juro. A taxa de juro média dos empréstimos da casa atingiu os 4,24% em julho, o valor mais elevado em mais de uma década.

Os bancos continuam a antecipar uma diminuição da procura por crédito da casa nos próximos meses, isto quando as taxas de juro poderão já ter alcançado do pico. Do lado do Banco Central Europeu (BCE), que é quem guia as taxas do mercado, deverá entrar agora num período de pausa, depois de ter aumentado os juros diretores em mais de 400 pontos base em cerca de um ano.

Em relação ao crédito ao consumo, a carteira dos bancos estabilizou nos 20,9 mil milhões de euros em agosto.

Já no que diz respeito aos empréstimos às empresas, o stock caiu 500 milhões em agosto para 73,2 mil milhões de euros. É nas grandes empresas onde o crédito concedido pela banca mais cai, de acordo com o supervisor.

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