Governo aprova proposta de novo estatuto da carreira de investigação

Executivo aprovou diplomas na área da ciência e ensino superior, incluindo uma proposta do novo estatuto da carreira de investigação. Objetivo é "garantir a estabilidade" e reforço do emprego.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei para o novo estatuto da carreira de investigação científica, tal como havia sido prometido pelo primeiro-ministro. Objetivo é “garantir a estabilidade profissional” dos trabalhadores, bem como reforçar “emprego científico e académico”.

Num Conselho de Ministros dedicado exclusivamente à Ciência foram aprovados vários diplomas relativos ao setor, entre os quais o “projeto de proposta de lei que estabelece o novo estatuto de carreira científica, procurando, fundamentalmente, garantir a estabilidade profissional dos trabalhadores desta área e o reforço do emprego científico e académico“, anunciou a ministra da Presidência, esta quinta-feira.

O estatuto da carreira de investigação científica vigora desde 1999, sendo que a regularização dos vínculos precários e a integração dos investigadores nas carreiras científicas estão há muito entre as principais reivindicações dos cientistas.

Com este novo estatuto, o Governo pretende fazer uma “simplificação” da carreira, extinguindo, por exemplo, “as categorias de estagiário de investigação e de assistente de investigação”, elencou a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Este diploma, que será discutido com os sindicatos e com as instituições do sistema científico, “pode também ser aplicado a instituições particulares sem fins lucrativos financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia ou a outras fontes de financiamento, seja através de fundos nacionais ou europeus”, acrescentou.

Além disso, os investigadores que são integrados em instituições do ensino superior públicas passam também a poder prestar serviço docente”, ainda que com um limite “máximo de 4 horas semanais”, referiu Elvira Fortunato. Mas há exceções: estes podem ser dispensados de dar aulas “para a realização de projetos de investigação sempre que seja necessário”, sublinhou.

Os investigadores integrados nesta carreira passam também “a ser contabilizados para efeitos do cumprimento das regras de acreditação dos ciclos, de modo a favorecer mais candidaturas de investigadores estrangeiros” e foi também fixado que o período experimental para a carreira de investigação “é de cinco anos em todas as categorias”, exceção feita se o “investigador já estiver integrado em carreira na mesma instituição”.

Além disso, segundo a ministra, é também introduzido um sistema de avaliação de desempenho muito semelhante “ao que existe no sistema universitário e no sistema politécnico” e está ainda previsto que “a avaliação de desempenho negativa durante um período de 6 anos determine um processo disciplinar e justa causa de despedimento”.

Além disso, foram também aprovados outros diplomas, nomeadamente o “decreto-lei que estabelece os regimes especiais de acesso e ingresso no ensino superior”, o “decreto-lei que altera o regime jurídico do reconhecimento dos graus académicos e diplomas de ensino superior atribuídos em universidades e instituições de ensino superior estrangeiros”, bem como “decreto lei que procede à alteração do regime jurídico do titulo académico de agregado”, tendo em “vista à sua adequação de mobilidade de docentes e investigadores”, elencou ainda a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Quanto ao decreto-lei que procede à atualização do regime jurídico do título académico de agregado, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior explicou que a ideia é que passe a haver “dois momentos de avaliação”, sendo que as “provas podem ser limitadas a um dia”. “É muito mais fácil até em termos económicos”, justificou. Este diploma permitirá ainda que os “investigadores estrangeiros que tenham desempenhado a sua carreira científica fora de Portugal” possam também “ser contratados por universidades ou institutos politécnicos” portugueses.

Já relativamente ao diploma sobre as regras de acesso ao ensino superior este visa estabelecer que passem a ser obrigatórios, pelo menos, dois exames nacionais como provas de ingresso para um curso superior, ao invés de um.

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Mais de 90% do crédito concedido às empresas está sob risco climático

O Banco de Portugal revela que a maioria do crédito concedido às empresas apresenta um risco médio, alto e severo a eventos de stress hídrico, térmico e incêndios.

O tecido empresarial tem um longo caminho a percorrer no combate às alterações climáticas. De acordo com dados do Banco de Portugal divulgados esta quinta-feira, “a exposição do setor bancário, avaliada através do crédito às empresas, revela alguma concentração a empresas localizadas em zonas com potencial de materialização do risco físico.”

Os dados apresentados esta quinta-feira no primeiro relatório anual sobre a exposição ao risco climático do setor bancário revelam que mais de 90% do crédito concedido às empresas em 2021 apresentava um risco médio, alto ou severo a eventos de stress hídrico, térmico e incêndios.

Segundo cálculos do Banco de Portugal, esta realidade traduz-se com quase 20% das empresas nacionais a viver uma situação de risco climático. Considerando apenas as empresas mais vulneráveis financeiramente, esse rácio desce para 16,6%.

Todavia, o Banco de Portugal nota que “o impacto dos riscos climáticos é propenso a ser amplificado caso as empresas tenham um maior risco de crédito resultante de vulnerabilidades financeiras, como maior alavancagem ou menor liquidez.”

Mas não se observa uma concentração de empréstimos em empresas com maior risco de crédito nos setores que tenderão a ser negativamente afetados pelo processo de transição climática. “O risco de crédito médio dos setores que tenderão a ser, pela atividade desenvolvida, afetados negativamente pelo processo de transição climática é próximo, mas inferior, ao risco de crédito da carteira de empréstimos às empresas não financeiras”, lê-se no relatório.

O relatório apresentado esta quinta-feira revela ainda “alguma expressão da exposição ao risco de empresas localizadas em áreas suscetíveis à ocorrência de inundações, com 38% do total de crédito às empresas” nestas condições. Além disso, cerca de um quinto do crédito concedido foi concedido a “a empresas localizadas em zonas onde se espera que a variação das temperaturas máximas seja das mais elevadas a nível global.”

As conclusões do banco central tiveram como base a avaliação de 63 mil milhões de euros de empréstimos (cerca de 81% do total de empréstimos às empresas nãos financeiras) e 11 mil milhões de euros de dívida detidos pelo setor bancário concedido a um leque de cerca de 50 mil empresas em 2021.

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Fitch sobe rating das obrigações hipotecárias do Montepio para notação máxima

  • Lusa
  • 6 Julho 2023

A agência subiu o rating das Obrigações Hipotecárias do Banco Montepio em mais 1 nível, de AA para AA+, com perspetiva estável.

A Fitch subiu o rating das obrigações hipotecárias do Banco Montepio de AA para AA+, atingindo “a notação máxima passível de ser atribuída pela agência a emitentes portugueses”, anunciou o banco num comunicado ao mercado.

A agência de notação financeira Fitch Ratings subiu o rating das Obrigações Hipotecárias (OH) do Banco Montepio em mais 1 nível, de AA para AA+, com perspetiva (‘Outlook’) estável (‘Stable’)”, de acordo com a mesma nota.

No documento, a instituição financeira acrescenta que esta ação “decorre da subida do ‘rating’ de longo prazo (‘IssuerDefault Rating’) do Banco Montepio”, que, por sua vez, resulta da diminuição de risco no balanço, nomeadamente a redução de ativos não produtivos e não estratégicos em benefício da posição de capital do Banco, conforme divulgado em 03 de julho de 2023, acrescenta o Montepio.

Em 3 de julho a agência de notação financeira tinha já subido o rating da dívida sénior não garantida do Banco Montepio de B- para B+, mantendo a perspetiva positiva, bem como revisto em alta os ratings de outros elementos, como o de longo prazo dos depósitos – então tinha passado de B+ para BB-.

O rating das OH do Banco Montepio tinha sido revista em alta de AA- para AA em dezembro de 2022.

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59% das empresas oferecem carro da empresa ou subsídio aos colaboradores

São as categorias profissionais relacionadas com vendas as mais elegíveis a ter um carro de empresa como benefício, bem como profissionais com funções de liderança.

Mais de metade das empresas em Portugal (59%) oferece aos colaboradores carro de empresa ou subsídio, mas quase metade pretende rever nos próximos 12 meses a sua política automóvel para políticas mais amigas do ambiente, procurando ainda uma redução de custos, aponta o Relatório 2023 “Company Car Benefits Survey – Portugal”, da WTW, resultante de um inquérito junto a cerca de 300 empresas.

“O benefício carro continua a ser um dos benefícios mais valorizado pelos colaboradores tornando-se num dos itens que entram na negociação de quem está prestes a mudar de empresa. E, num mercado em que existe disputa por profissionais, as empresas têm usado este benefício como elemento de atração e retenção, apesar dos custos elevados que representam”, comenta Sandra Bento, associate diretor na WTW Portugal, citada em comunicado.

A WTW inquiriu 292 empresas em Portugal, entre abril de 2022 e janeiro de 2023, das quais 59% diz atribuir carro de empresa ou subsídio aos colaboradores, sendo que 23,5% dá ambas as opções aos colaboradores elegíveis a estes benefícios.

O benefício carro continua a ser um dos benefícios mais valorizado pelos colaboradores tornando-se num dos itens que entram na negociação de quem está prestes a mudar de empresa. E, num mercado em que existe disputa por profissionais, as empresas têm usado este benefício como elemento de atração e retenção, apesar dos custos elevados que representam.

Sandra Bento

Associate diretor na WTW Portugal

São as categorias profissionais relacionadas com vendas aquelas mais elegíveis a ter um carro de empresa como benefício – 61,3% no nível manager e 64% no profissional – bem como profissionais com funções de liderança, como é o caso do business unit head e country manager, com mais de 60%.

“Quando se fala na atribuição exclusiva de um subsídio em alternativa ao carro ou em dar a opção de escolha entre um dos dois benefícios, as categorias mais elegíveis a essa escolha verificam-se nos níveis executivos de business unit head e country manager, middle manager e senior professional (não-vendas)”, refere ainda a WTW.

Mais de metade das empresas permite que os colaboradores escolham a sua viatura entre um leque de marcas e modelos definido pela organização, sendo a BMW, a Audi e a Volkswagen as mais comummente disponibilizadas.

Políticas automóveis mais amigas do ambiente

As empresas já reviram ou pensam rever as suas políticas de frota automóvel por soluções mais amigas do ambiente, destaca ainda a WTW.

Nos últimos 12 meses, menos de metade (42%) reviu a sua política de atribuição de carro, com a maior parte (80%) a fazê-lo para “estar alinhada com as práticas do mercado/competitividade e para introduzir políticas/comportamentos mais amigas do ambiente”, aponta o relatório. Em 40% dos casos, essa política visou também uma redução de custos e “uma maior flexibilidade”.

“As principais alterações feitas neste período aconteceram nas marcas e os modelos de carros atribuídos e dar a possibilidade de escolher entre uma viatura da empresa ou um subsídio de viatura devido ao seu estatuto na empresa ou com base nos requisitos da função”, explica a WTW.

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“Contar uma história em 20 segundos não é possível”, diz secretário-geral da APAN

A boa e má publicidade, as relações entre os diferentes agentes do setor e os principais desafios da indústria foram alguns dos temas que marcaram o primeiro encontro promovido pelo +M.

Conversas +M - 21JUN23
Conversas +MHugo Amaral/ECO

80% da publicidade é uma seca“, afirmou Nuno Jerónimo, cofundador e diretor criativo d’O Escritório, na primeira conversa promovida pelo +M e que pretendeu colocar em discussão alguns dos temas que afetam anunciantes, agências criativas e agências de meios. O encontro contou também com Sandra Alvarez, diretora da Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing (APPM) e general manager da PHD, e Ricardo Torres Assunção, secretário-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN).

Transformamos aquilo que as marcas querem dizer naquilo que as pessoas querem ouvir. Não é a mesma coisa mas há muitas marcas que ainda acham que é a mesma coisa. É esse o grande desafio” disse Nuno Jerónimo, acrescentando que a luta da indústria criativa passa por “elevar o nível qualitativo da publicidade”.

Já Ricardo Torres Assunção considera que quando se trata de uma questão direta, de coisas técnicas e do dia-a-dia, como a comunicação de preço, “dificilmente [a publicidade] se torna interessante”, pelo que neste sentido é difícil ser-se “disruptivo e diferente”. Ricardo Torres Assunção acrescentou ainda que 50 a 60% das vendas de supermercado é feita pelas promoções, pelo que “pode ser uma seca” mas as pessoas compram.

O secretário-geral da APAN considera ainda que existe publicidade “muito forte” em Portugal e que só não tem maior visibilidade devido à pequena dimensão do país. “Em Espanha, mesmo sendo médio [o anúncio] é médio para 40 milhões, aqui o excelente é excelente para 10 milhões”, apontou.

Sandra Alvarez não concordou com nenhum dos anteriores intervenientes, referindo que “pode efetivamente haver um equilíbrio”, e que muitas vezes se trata de entregar a publicidade a quem deve ser entregue.

Os três participantes também não estiveram totalmente de acordo quando o tema foi a frequência com que as diferentes partes do setor se “sentam à mesa” para a elaboração dos projetos. Sandra Alvarez disse que tal acontece com frequência e que isso pode ser fundamental para as marcas, referindo que, para si, essa é a “forma ideal de trabalhar”.

Já Ricardo Torres Assunção observou que muitas vezes o facto de as diferentes agências não quererem trabalhar em conjunto se deve a um “mecanismo de defesa“, por não se sentirem confortáveis e não quererem mostrar as suas fraquezas.

O diretor criativo d’O Escritório, por seu lado, acrescentou que o grande problema “tem a ver com a falta de confiança no que estão a fazer”, apontando um “defender as quintas“, que quando é ultrapassado “funciona muito bem”.

Sandra Alvarez referiu que este trabalho conjunto é importante, desde logo para se “balizar” o que se pretende para um determinado anúncio, até porque “não vale a pena desenvolver peças criativas que não cabem em 20 segundos, quando o budget só dá para peças de 20 segundos“.

Nuno Jerónimo aproveitou a deixa para observar que é impossível contar uma [boa] história em 20 segundos. “Se é 20 segundos, fazemos histórias para 20 segundos, temos é que partir todos do mesmo ponto e com as mesmas expectativas“. O exemplo foi também desde logo aproveitado por Ricardo Torres Assunção que, reforçou, “contar uma história em 20 segundos não é possível“. Foi a televisão que começou a standardizar os anúncios de 20 segundos, “toda a indústria foi atrás”, à exceção de algumas marcas que dispõem de maiores orçamentos. “Toda a indústria tem que repensar um bocadinho e fazer uma pressão sobre o que existe nos meios. Uma coisa que tinha conteúdo e era interessante, que era os blocos publicitários, tornou-se ‘mais seca'”.

Para fazer uma boa campanha é também necessário um bom briefing, concordaram os intervenientes. Ricardo Torres Assunção disse considerar que um briefing deve ser feito numa discussão conjunta com as agências. Com a agência criativa – de modo a definir-se o objetivo, mensagem e público-alvo -, depois de fechado o conceito é necessário falar com as agências de meios, para decidir a melhor forma de amplificar.

Sandra Alvarez não concordou neste ponto, defendendo que todo o processo tem fases e que, primeiro, é necessário que a marca tenha a capacidade de conseguir “dizer o que quer” e escolher a mensagem. “O briefing para mim é a marca a dizer o que quer. Isso compete à marca fazer”, observou a general manager da PHD.

Mais tarde, a diretora da Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing observou que os marketeers, tal como cada vez mais todos os profissionais, são cada vez mais um ‘canivete suíço’, mas que tem de existir uma diferenciação entre pessoas generalistas e especialistas. Segundo Sandra Alvarez, esta generalização tem acontecido mais ao termo da língua, para que cada vez mais toda a gente das agências consiga falar a mesma linguagem, “o que não quer dizer que a mesma pessoa faça tudo”.

Para Ricardo Torres Assunção, secundado por Sandra Alvarez, o maior desafio do setor é a “panóplia e complexidade” dos dados de audiências, que dificultam a tomada de decisão. “Há aqui uma oportunidade de chegar com qualidade ao consumidor quando estes dados estiverem todos cruzados”, o que simplificaria muito a tomada da decisão, considera o secretário-geral da APAN.

Trabalhar não ferindo sensibilidades foi também apontado por Nuno Jerónimo como um desafio. “É cada vez mais difícil ser surpreendente tentando não ferir nenhuma suscetibilidade“, atualmente há um escrutínio “apertadíssimo”, constata.

O diretor criativo d’O Escritório listou ainda a Inteligência Artificial (IA) como um “desafio grande”, acrescentando que esta vai mudar tudo o que é processo em todas as áreas da sociedade e colocar em causa algumas profissões. No entanto, o essencial é saber lidar com ela e tirar o melhor que esta ferramenta tiver para dar, defendeu Nuno Jerónimo.

Sandra Alvarez acrescentou que as agências de meios já utilizam em larga escala a IA e que esta será “muito importante” como ferramenta que aumenta a produtividade. Para Ricardo Torres Assunção trata-se de “uma das grandes oportunidade”, tão transformadora como a internet já foi. “Temos de estar capazes de nos adaptar e tirar o melhor do que aí vem”, defende.

A fechar a conversa, o secretário-geral da APAN afirmou que ainda que não podia precisar a variação do investimento publicitário para este ano, mas que há uma previsão de manutenção. Sandra Alvarez apresentou uma visão mais ambiciosa e disse estar previsto um crescimento no investimento de 4 a 5%.

 

 

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Condóminos passam a ser ouvidos previamente sobre novos alojamentos locais

  • Lusa
  • 6 Julho 2023

No caso em que já existam alojamentos locais em edifícios habitacionais, o cancelamento fica dependente de uma maioria de dois terços dos condóminos, em vez da maioria simples proposta pelo Governo.

Os condóminos passam a ser ouvidos previamente sobre os novos alojamentos locais que queiram instalar-se em edifícios destinados a habitação, segundo uma proposta aprovada esta quinta-feira na Assembleia da República.

A proposta de lei do Governo com o plano de intervenção Mais Habitação, aprovada na generalidade no parlamento em 19 de maio, estipulava que o parecer dos condóminos só era pedido depois da instalação do novo alojamento local. Contudo, já em sede de debate na especialidade, o PS apresentou uma proposta de alteração para o registo passar a ser “precedido de decisão do condomínio para uso diverso de exercício da atividade de alojamento local”.

Simultaneamente, o PS remete a decisão para o número 1 do artigo 1419.º do Código Civil, que refere que “o título constitutivo da propriedade horizontal pode ser modificado por escritura pública, havendo acordo de todos os condóminos”. A formulação “acordo de todos os condóminos” também altera a proposta do Governo, que fazia depender apenas de dois terços dos condóminos a aprovação de um novo alojamento local.

Com a alteração aprovada – que contou com os votos a favor de PS e PCP, contra de PSD, CH e IL e abstenção do BE –, a aprovação do novo AL está sujeita à unanimidade.

Em declarações recentes à Lusa, a deputada Maria Begonha (PS), coordenadora do grupo de trabalho parlamentar sobre Habitação, justificou a introdução da unanimidade com o objetivo de “equilibrar a proposta do Governo” e dar resposta a algumas das reivindicações do setor do alojamento local. Simultaneamente, no caso em que já existam alojamentos locais em edifícios habitacionais, o cancelamento fica dependente de uma maioria de dois terços dos condóminos, em vez da maioria simples proposta pelo Governo.

O atual regime já permitia aos condóminos aprovar, por maioria, uma participação à respetiva Câmara Municipal relativa a qualquer situação que cause danos (patrimoniais ou não patrimoniais) ao condomínio ou aos condóminos, podendo a autarquia cancelar a licença até um ano.

Em 22 de março, o Supremo Tribunal de Justiça proferiu uma decisão que uniformiza a jurisprudência sobre a possibilidade de coexistirem, num mesmo prédio, habitação permanente e habitação temporária para fins turísticos. A decisão, na prática, implica a proibição de instalar alojamento temporário em frações autónomas destinadas a habitação permanente num prédio de propriedade horizontal.

O programa Mais Habitação começou hoje a ser votado na especialidade, na Assembleia da República. Antes da interrupção dos trabalhos para o plenário, os deputados do grupo de trabalho votaram um terço das páginas com as cerca de três centenas de propostas a votação.

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Estão contratualizadas 50 agendas do PRR. Falta a Galp, REN e Bondalti

Estão contratualizadas 50 Agendas Mobilizadoras do PRR, que representam um investimento total de 7,7 mil milhões de euros e têm incentivo total aprovado de 2,7 mil milhões.

estão contratualizadas 50 Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência, que representam um investimento total de 7,7 mil milhões de euros e contam com um incentivo total aprovado de 2,7 mil milhões. Agora já só falta concluir as negociações com a Galp, a REN e a Bondalti para ficarem concluídas as 53 agendas aprovadas para obter financiamento da bazuca.

Na cerimónia de assinatura dos termos de aceitação das agendas Aliança para a Transição Energética EFACEC Energia – Máquinas e Equipamentos Elétricos; A-Mover – Continental Advanced Antenna; Circular TechBee2solutions; Drivolution – Volkswagen Autoeuropa; H2DRIVEN Green Agenda – EFACEC Engenharia e Sistemas e Tec4Green – Ascenza Agro, em Ílhavo, o ministro da Economia sublinhou que o país só vai “resolver os problemas” se tiver “capacidade de criar riqueza e distribuí-la de forma coesa e equitativa”. “E a riqueza só se cria com empresas e com consórcios com o sistema científico e tecnológico capaz de criar conhecimento”, acrescentou.

Estas agendas já receberam 384 milhões de euros em adiantamentos: as 23 agendas mobilizadoras receberam 239 milhões de euros e as 13 agendas verdes outros 145 milhões de euros a estes projetos.

As agendas mobilizadoras ou agendas verdes para a Inovação Empresarial pretendem “consolidar e expandir sinergias entre o tecido empresarial e o sistema científico e tecnológico em Portugal, contribuindo para o incremento da competitividade e resiliência da economia portuguesa, com base em I&D, na inovação e na diversificação e especialização da estrutura produtiva”, explica o comunicado, enviado pelo Ministério da Economia, após a realização do evento, que contou ainda com a apresentação dos desenvolvimentos e evolução das Agendas do Espaço New Space Portugal e AI Fights Space Debris.

No total, o PRR pretende apoiar 53 agendas mobilizadoras que envolvem um investimento total de 7,8 mil milhões de euros, com incentivo público estimado na ordem dos 2,8 mil milhões. Nestes projetos estão envolvidas 1.247 entidades, sendo que 941 são empresas, das quais e 60% são PME, e 119 são entidades do sistema de investigação e inovação.

Num balanço do Ministério estão ainda envolvidas 87 associações empresariais e gestoras de clusters; 41 entidades da Administração Pública (CIM, municípios, institutos, Direções-Gerais, Forças Armadas, empresas públicas, Centros de Turismo Regionais, centros hospitalares, escolas profissionais) e 88 outros parceiros.

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Médicos abrem loja de empanadas argentinas no Porto com Braga e Guimarães na mira

A Las Muns chegou a Portugal através das mãos do casal de médicos Pedro Soares Pinto e Ana Moreira. Nos próximos três anos, os dois querem abrir dez lojas no país.

Um casal de médicos, Pedro Soares Pinto e a esposa Ana Moreira, abriu a primeira loja Las Muns, marca das empanadas argentinas, na cidade do Porto, num investimento inicial de cem mil euros. O objetivo passa por abrir dez lojas, nos próximos três anos, com a Baixa do Porto, Braga, Guimarães e Aveiro na mira destes empreendedores de bata branca.

“Iniciámos a nossa operação em maio, no Porto, mas nos próximos três anos queremos abrir dez pontos de venda. O nosso plano passa por progredir de Norte a Sul e já temos algumas localizações em vista, pois temos ambição de abrir em Guimarães, Braga, Aveiro, Coimbra, além de mais alguns pontos de venda no Porto”, releva ao ECO/Local Online Pedro Soares Pinto. O médico, de 44 anos, levanta a ponta do véu e conta que, depois desta primeira loja no Mercado do Bom Sucesso, está nos planos abrir um novo espaço na Baixa do Porto ainda este ano. Assim como dois pontos de venda em Braga e Guimarães, em 2024.

Iniciámos a nossa operação em maio, no Porto, mas nos próximos três anos queremos abrir dez pontos de venda. O nosso plano passa por progredir de Norte a Sul e já temos algumas localizações em vista, pois temos ambição de abrir em Guimarães, Braga, Aveiro, Coimbra, além de mais alguns pontos de venda no Porto.

Pedro Soares Pinto

CEO da marca Las Muns

A marca Las Muns nasceu em 2013, na cidade de Barcelona, pelas mãos de dois argentinos, Mariano e Diego, que queriam dar a conhecer as empanadas argentinas ao público espanhol. Atualmente, já têm 33 lojas em Espanha.

Foi numa viagem a Barcelona, em 2020, que Pedro Soares Pinto e Ana Moreira tiveram o primeiro contacto com a iguaria. Provaram a empanada argentina, gostaram e ficou a fermentar a ideia de levar a marca para Portugal. “Gostamos do produto, contactámos o Mariano e Diego, e ficámos a perceber que seria uma boa parceira”, detalha o empreendedor.

A loja da Las Muns no Bom Sucesso, que representa um investimento de cem mil euros e emprega cinco pessoas, tem uma variedade de empanadas com 16 sabores que se diferenciam por serem “saudáveis, feitas à mão e com ingredientes 100% naturais”, realça o gestor, licenciado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Além de Las Muns, o casal de médicos empreendedores — ele especializado em neurorradiologia e ela em dermatologia –, é proprietário de quatro lojas dos gelados Amorino, localizadas no Grande Porto, e tem ainda uma empresa de investimentos imobiliários direcionada para o turismo chamada de Pentágono Mágico. Entre os três negócios, o casal emprega cerca de 40 pessoas e fatura mais de dois milhões de euros.

“Sempre tive gosto pelos negócios, apesar não ter ninguém na família ligado a este ramo e com espírito empreendedor. No entanto, não quero deixar a minha profissão e tento conciliar as duas coisas”, conclui o médico portuense que exerce a profissão no Hospital Santo António e nalguns hospitais privados.

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Suspensão de novos alojamentos locais fora do interior foi aprovada

  • Lusa
  • 6 Julho 2023

A proposta inicial apresentada pelo Governo e a proposta do PS de alteração a alguns dos números deste artigo foram aprovadas apenas com os votos favoráveis dos deputados socialistas.

Os deputados aprovaram esta quinta-feira na especialidade a proposta do Governo que suspende a emissão de novos registos de alojamento local fora dos territórios do interior do país, bem como as alterações propostas pelo PS.

A proposta inicial apresentada pelo Governo e a proposta do PS de alteração a alguns dos números deste artigo foram aprovadas apenas com os votos favoráveis dos deputados socialistas, a abstenção do PCP e o voto contra do PSD, Chega e Iniciativa Liberal, tendo o BE optado por se abster nas alterações propostas pelo PS e em parte da proposta inicial do Governo e contra na restante.

Assim, “a emissão de novos registos de estabelecimento de alojamento local […] nas modalidades de apartamentos e estabelecimentos de hospedagem integrados numa fração autónoma de edifício, fica suspensa em todo o território nacional, com exceção dos territórios do interior”.

A redação do artigo que prevê a suspensão de novos registos de alojamento local aprovada durante as votações na especialidade do grupo de trabalho da Habitação determina ainda que são os municípios que definem, nas respetivas Cartas Municipais de Habitação aprovadas, “o adequado equilíbrio de oferta de habitações e alojamento estudantil no respetivo território, que permita o termo da suspensão” dos registos de AL “sem prejuízo da identificação das regras e dos limites da utilização de frações habitacionais para alojamento local”.

Esta suspensão, que não se aplica à exploração de imóveis integrados no Fundo Revive Natureza nem às regiões autónomas, “mantém-se na totalidade ou parte da área do município em que tenha sido declarada a situação de carência habitacional”.

As votações na especialidade do programa Mais Habitação arrancaram esta quinta-feira, depois de o PS e BE terem travado um requerimento da IL a pedir o adiamento das votações.

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Prosegur reforça conteúdos da sua universidade corporativa

Inteligência artificial, blockchain, big data, cibersegurança e sustentabilidade são alguns dos novos temas abordados.

A Prosegur redesenhou a sua universidade corporativa, uma plataforma digital global acessível a partir de qualquer dispositivo, com o objetivo de adaptar-se às necessidades de formação das suas equipas, que somam mais de 150.000 colaboradores. Inteligência artificial, blockchain, big data, cibersegurança e sustentabilidade são alguns dos novos temas abordados. A empresa quer aumentar 10% a sua oferta formativa online e garantir que os módulos de formação chegam a 90% da força de trabalho.

“Reconhecemos que o talento e a formação dos nossos colaboradores são fundamentais para o nosso sucesso enquanto empresa. A partilha de conhecimentos e a promoção da aprendizagem contínua são elementos-chave da nossa estratégia de transformação, inovação e crescimento”, afirma Rocío Castañeda, diretora global de talento e estratégia de RH da Prosegur, em comunicado.

Através desta abordagem, a empresa procura reduzir a discrepância digital e garantir que todos os seus colaboradores estão preparados para os desafios do futuro e para o novo paradigma da segurança global. Os temas abordados vão desde os fundamentos éticos, saúde e segurança e valores corporativos da Prosegur, até temas como a inteligência artificial, blockchain, big data, cibersegurança e sustentabilidade.

Em 2022, a Prosegur aumentou o número de horas de formação em 17%, equilibrando a formação presencial e virtual. Para além disso, a empresa compromete-se a aumentar a sua oferta formativa online em 10% e a garantir que os módulos de formação, tanto presenciais como digitais, chegam a 90% da força de trabalho.

“A formação contínua e o investimento no desenvolvimento das equipas são pilares fundamentais do compromisso da Prosegur para oferecer serviços de segurança de excelência e manter-se na vanguarda do setor. Neste sentido, o redesenho da universidade corporativa demonstra o forte compromisso da empresa com a formação dos seus trabalhadores e a sua adaptação às exigências de um mundo em constante evolução”, conclui a empresa que atua no setor da segurança privada.

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Marcelo cancela deslocações a Porto e Aveiro na sexta-feira e a Tomar no domingo

  • Lusa e ECO
  • 6 Julho 2023

Marcelo cancelou as deslocações ao Porto e a Aveiro, na sexta-feira, e a Tomar, no domingo, após a indisposição de quarta-feira que o levou a ser observado no hospital. Mas mantém audiências em Belém.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cancelou as deslocações ao Porto e a Aveiro, na sexta-feira, e a Tomar, no domingo, depois da indisposição de quarta-feira que o levou a ser observado no hospital.

Esta informação foi confirmada à agência Lusa por fonte da Presidência da República, que referiu que o chefe de Estado cancelou estas deslocações para fora de Lisboa, por precaução, mantendo as audiências que tinha agendadas no Palácio de Belém.

O Chefe de Estado continua a trabalhar, sendo que está quinta-feira promulgou quatro diplomas, um dos quais relativo à alteração das normas de execução do Orçamento do Estado para 2023, segundo consta no site da Presidência da República.

Na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa tinha previsto deslocar-se ao Porto para uma iniciativa inserida nas comemorações do centenário da morte de Guerra Junqueiro e a Aveiro para o Encontro Ciência 2023.

No domingo, estava na agenda do Presidente da República uma deslocação a Tomar para a Festa dos Tabuleiros.

Na quarta-feira, o chefe de Estado desmaiou no fim de uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Almada, distrito de Setúbal, e esteve quatro horas no Hospital de Santa Cruz, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, onde deu entrada cerca das 16h00, de ambulância. Depois de realizar exames, teve alta hospitalar e saiu a pé do hospital, pelas 20h00.

Em declarações aos jornalistas, à saída do Hospital de Santa Cruz, Marcelo Rebelo de Sousa relatou que teve uma indisposição semelhante à de junho de 2018 em Braga, “uma quebra de tensão repentina, o chamado fenómeno vagal”, para a qual terá talvez contribuído “beber um moscatel quente”, sem ter almoçado, num dia de calor.

O chefe de Estado disse que não ficou no hospital porque as análises “foram claramente positivas” e não deixaram dúvidas, mas que levava um aparelho para registar a evolução da tensão arterial até quinta-feira de manhã. “Sinto-me bem”, acrescentou.

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Compacto Lusófono pode vir a ser alargado a mais países africanos, avança Gomes Cravinho

  • Lusa
  • 6 Julho 2023

Portugal está interessado, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, em alargar a plataforma de investimento a "países como o Senegal, Costa do Marfim e Gana" e mesmo à África do Sul.

A aplicação da plataforma de investimento Compacto Lusófono a países como o Senegal, o Gana, a Costa do Marfim e até a África do Sul, está em análise, disse esta quinta-feira à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.

A questão foi abordada por João Gomes Cravinho numa visita ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), onde foi tema em destaque a implementação desta iniciativa, lançada por Portugal em parceria com o BAD e destinada a acelerar o crescimento do setor privado e o desenvolvimento de infraestruturas nos seis Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

“Nós estamos interessados, por um lado, em estender a vigência temporal, mas, por outro lado, também alargar a sua aplicabilidade para países como o Senegal, Costa do Marfim e Gana, e mesmo possivelmente a África do Sul, que são países onde há interesses também para a relação entre a cooperação e o empresariado português”, disse o chefe de diplomacia portuguesa em declarações à Lusa, por telefone.

Na reunião, que decorreu na quarta-feira no âmbito da visita oficial do ministro à Costa do Marfim, o BAD manifestou estar “muito satisfeito” com esta iniciativa, que é “um instrumento de alguma forma inovador e com muito potencial”, sublinhou. O alargamento da vigência do Compacto Lusófono, por mais cinco ou até 10 anos, já tinha sido anunciada em declarações à Lusa, em maio, pela presidente do seu comité diretor, Moono Mupotola.

Esta responsável revelou também, na altura, que estava a ser analisada a entrada neste parceria do Brasil, da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), a agência especializada da ONU para promover e acelerar o desenvolvimento industrial sustentável e inclusivo, do Banco Europeu de Investimento e da Agência Africana de Garantia do Comércio, com interesse em ajudar o setor privado a garantir as exportações.

A parceria foi aprovada para cinco anos, de 2018 a 2023, e em dezembro chegaria ao fim, mas a orientação do comité diretor foi que gostaria de vê-lo continuar por 10 anos, e houve um acordo de princípio por parte do Governo de Portugal para continuar a apoiar, com a garantia financeira de 400 milhões de euros para investimentos nos PALOP, segundo a mesma responsável.

Atualmente estão em desenvolvimento no âmbito desta iniciativa projetos de investimento de cerca de 7,5 mil milhões de dólares (6,97 mil milhões de euros), em várias fases de implementação, nos seis países, ou seja Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial, segundo o BAD.

Assinado em novembro de 2018, o Compacto Lusófono é uma plataforma de investimento e uma parceria entre oito partes, comprometendo-as a contribuírem para acelerar o crescimento do setor privado e o desenvolvimento de infraestruturas nos países africanos de língua oficial portuguesa.

João Gomes Cravinho termina esta quinta no Burkina Faso uma visita que o levou a três países da África Ocidental, que começou no Gana, seguiu na Costa do Marfim. As relações bilaterais e as questões de segurança e defesa, bem como a reabertura da embaixada de Portugal em Abidjan, mais de 20 anos após o seu encerramento, marcaram a agenda de trabalho.

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