Worten lança campanha de marca 2023/24. RAP dá a cara por todas as áreas de negócio

Mantendo o tom humorístico, a marca consolida a relação com Ricardo Araújo Pereira, que passará a ter uma presença reforçada na TV e digital. António Fuzeta da Ponte explica ao +M como e porquê.

A Worten vai lançar esta sexta-feira a sua campanha de marca para 2023/24. Ricardo Araújo Pereira é o protagonista e, em alguns spots, tem a companhia de Júlia Palha e Inês Aires Pereira.

2023 é o ano da relação. E é também o ano em que a Worten passa a comunicar a uma só voz tudo o que tem para oferecer: tecnologia, novos universos (Marketplace) e serviços. E vamos fazê-lo através de uma campanha agregadora que tem como objetivo final trabalhar a relação, a confiança, a proximidade e a recorrência que queremos passar a ter com os nossos consumidores”, explica ao +M António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Worten.

Mantendo o tom humorístico, a marca consolida assim a relação com Ricardo Araújo Pereira (RAP), que passará a ter uma presença reforçada em TV e digital.

“O RAP vai continuar a dizer que a Worten tem tudo e mais não sei o quê. Mais uma vez afirmamos o nosso posicionamento de one stop shop de todos os portugueses e dizemos que “na loja, na app e em worten.pt temos tudo e mais não sei o quê”. Vamos manter essa linha de comunicação, mas agora aplicado em todas as áreas de negócio e não só aos novos universos”, prossegue o responsável.

Alpinistas amadores, pasteleiros caseiros, naturistas, fotógrafos de ornitologia e convivas de despedidas de solteira são as várias situações presentes na campanha, “onde, através do Ricardo Araújo Pereira, nos vamos meter na vida das pessoas de uma forma divertida para mostrar que a Worten ‘Tem tudo e mais não sei o quê’”, descreve o responsável.

A campanha que agora arranca pretende ser uma homenagem “a todos nós, que levamos vidas plenas e que tentamos combinar, às vezes em equilíbrios bem difíceis, todas as vertentes das nossas vidas”, explica Fuzeta da Ponte. “Somos profissionais, somos pais, mães, filhos e filhas, somos namoradas e maridos e somos simultaneamente apaixonados por culinária, surf, livros, ballet, escalada ou até ornitologia. Parece que nos metemos sempre em tudo, sempre com a mesma paixão”, daí a ideia de que a Worten é a solução, porque “temos tudo e mais não sei o quê!”.

A estratégia da Worten passa por “reforçar que somos a one stop shop dos portugueses” e a uniformização da linha de comunicação segue esse caminho. “Queremos defender e crescer no nosso objetivo de sermos o líder incontestável do omnicanal em Portugal”, afirma.

Gravada em março, a campanha vai prolongar-se ao longo do ano com a divulgação de diferentes filmes. A marca vai ter filmes genéricos, um dos quais com a participação especial da atriz Júlia Palha, e vai reforçar a comunicação no verão, com filmes dedicados ao tema. Vai também existir um filme específico para comunicar a app da Worten, onde pela primeira vez, vão ser atribuídos prémios aos clientes, descreve o responsável.

O Ricardo Araújo Pereira foi sem dúvida um trunfo onde conseguimos aliar a criatividade ao humor de uma forma natural. O humor tem sido um caminho que temos privilegiado nas nossas campanhas e estamos muito satisfeitos com os resultados.

António Fuzeta da Ponte

Vai também ser lançada uma campanha dedicada aos serviços, na qual Ricardo Araújo Pereira se junta a atriz Inês Aires Pereira. “Através da Worten Resolve, marca umbrella de serviços criada em 2010, temos vindo a consolidar a oferta, disponibilizando cada vez mais serviços e mais soluções, numa lógica de corresponder às necessidades e expectativas dos clientes”, recorda o responsável. “Os serviços são um pilar essencial para a estratégia e concretização dos objetivos do negócio da Worten e o objetivo é posicionar, efetivamente, como a one-stop shop também dos serviços, em Portugal”, adianta Fuzeta da Ponte.

O objetivo de qualquer campanha é gerar vendas, mas isso é o objetivo de qualquer campanha produzida por todas as marcas, pelo que temos tentado diferenciar-nos com campanhas inovadoras e impactantes”, sustenta Fuzeta da Ponte sobre esta opção.

O Ricardo Araújo Pereira foi sem dúvida um trunfo onde conseguimos aliar a criatividade ao humor de uma forma natural. O humor tem sido um caminho que temos privilegiado nas nossas campanhas e estamos muito satisfeitos com os resultados”, remata.

Para além do “Temos tudo e mais não sei o quê”, a marca vai continuar a afirmar “O nosso forte é o preço”. “O claim que está no top of mind de muitos portugueses e vamos continuar a mantê-lo como estratégico no posicionamento da Worten”, justifica ao +M.

Com criatividade da Fuel, a realização é da dupla Tiago Guedes e Stepan Klein.

Desta nova linha de comunicação, João Madeira da Silva, diretor criativo da Fuel, destaca “as possibilidades que se abrem”. “Quando juntamos tudo o que a Worten tem para oferecer com tudo o que as pessoas gostam de fazer, o resultado é um leque enorme de situações para explorar. Isso permite-nos criar uma campanha visualmente fresca, em que temos, por exemplo, o Ricardo Araújo Pereira e a Júlia Palha a fazer escalada junto ao mar”, diz o também co-CEO da agência do grupo Havas.

O criativo que assinou as primeiras campanhas da marca com Ricardo Araújo Pereira conta agora com o humorista de uma forma mais abrangente. “É um privilégio. Significa uma campanha divertida, significa que, em cada take, temos muito mais do que esperávamos e significa que vamos conseguir chegar a muita gente que tem no Ricardo uma referência”, diz ao +M.

 

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Hoje nas notícias: Galamba, Montenegro e amas

  • ECO
  • 5 Maio 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O ministro das Infraestruturas terá transmitido à ex-CEO da TAP o guião a seguir quando fosse ouvida no âmbito da comissão de economia, avança o Correio da Manhã. Ainda na política, o líder do PSD não comunicou ao Tribunal Constitucional o valor da casa de luxo que construiu em Espinho. Já o antigo ministro Nelson de Souza foi contratado pela AdP. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta sexta-feira.

Galamba terá dado guião à CEO da TAP para a audição no Parlamento

O ministro das Infraestruturas terá transmitido à ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, o guião a seguir quando fosse ouvida no âmbito da comissão de economia. Em causa está a reunião secreta de 16 de janeiro, que, segundo o Correio da Manhã, foi convocada pelo próprio João Galamba. No encontro, terá ficado acordado que a antiga gestora iria transmitir aos deputados a versão de que a TAP comunicou a indemnização de Alexandra Reis ao Ministério das Infraestruturas e não tinha obrigação de avisar o Ministério das Finanças.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Montenegro não declarou valor de casa com seis pisos

O líder do PSD não comunicou ao Tribunal Constitucional, nas declarações de rendimentos e património que entregou até 2022, o valor da moradia de luxo com seis pisos que construiu perto da Praia Azul, em Espinho, bem como de onde veio o dinheiro para a pagar. Luís Montenegro garante que cumpriu todas as suas “obrigações declarativas”.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Bruxelas vai criar fundo para apoiar empregos em risco

A Comissão Europeia tenciona estudar a possibilidade de vir a ser criado um instrumento financeiro para apoiar os trabalhadores afetados pelas mudanças no mercado laboral ditadas pela transformação climática e digital, revelou na quinta-feira o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, durante o Fórum Económico de Bruxelas. O objetivo é “requalificar” esses trabalhadores.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Ex-ministro Nelson de Souza vai para a AdP

O antigo ministro do Planeamento Nelson de Souza pelo grupo Águas de Portugal (AdP) para liderar um grupo de trabalho da empresa sobre fundos europeus, com um salário de 5.500 euros por mês. O antigo governante, que tinha a tutela dos fundos europeus, saiu do Executivo na grande remodelação do final do ano passado. A AdP garante que a contratação de Nelson de Souza não é feita por consultoria externa, mas por requisição, ao “abrigo dos mecanismos de mobilidade da Função Pública”, uma vez que o antigo ministro é quadro da Direção-Geral das Atividades Económicas.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Apesar da expectativa, amas continuaram sem aumentos em abril

A Associação dos Profissionais dos Regimes de Amas (APRA) denuncia que “a esmagadora maioria das instituições continua a não cumprir a adenda ao acordo de cooperação para o setor social e solidário, assinada em dezembro de 2022”, que previa que amas das creches familiares tivessem sido aumentadas em janeiro deste ano. Segundo o Público, há já ameaças de encerramento dos serviços e uma instituição de Loures já comunicou às amas e às famílias das crianças que em setembro o serviço será encerrado. A secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, tinha prometido às amas que o problema seria resolvido em abril, o que não aconteceu.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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Lucros da Galp disparam 62% para 250 milhões no primeiro trimestre

O resultado líquido da Galp registou um aumento de 62% face ao primeiro trimestre de 2022. Petrolífera destaca impulso do segmento industrial, com uma subida da margem de refinação.

A Galp Energia lucrou 250 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, valor que fica 62% acima dos 155 milhões verificados no mesmo período do ano passado, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta sexta-feira. O EBITDA da Galp, ou seja, os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu os 864 milhões, quase em linha com o período homólogo (-1%).

Este resultado é impulsionado por “um forte desempenho operacional, nomeadamente no Industrial & Midstream e atividades comerciais”, salienta a petrolífera. O segmento industrial inclui a refinação, sendo que a margem da Galp se fixou nos 14,3 dólares por barril, acima dos 4,8 dólares registados no mesmo período do ano passado e também mais alta do que a do quarto trimestre de 2022, de 13,5 dólares.

Já o segmento Midstream diz respeito ao trading de produtos petrolíferos, de gás natural e eletricidade, com a Galp a salientar que o “forte desempenho das atividades intermediárias beneficiou de maior flexibilidade devido a contratos pré-vendidos e pré-hedged limitados, apesar da redução nos volumes e preços mais baixos do gás natural europeu”.

Quanto à área comercial, o EBITDA ajustado foi de 71 milhões de euros, acima do período homólogo, “suportado por uma recuperação global nos volumes de petróleo, nomeadamente no segmento da aviação B2B, que já se encontra próximo dos níveis pré-pandemia”.

Apesar do aumento dos lucros, o resultado líquido inclui o efeito negativo dos impostos, com a Galp a destacar o pagamento de 14 milhões relativos à taxa brasileira temporária sobre as exportações de petróleo e também a windfall tax ibérica de 46 milhões. É de notar ainda que a dívida líquida diminuiu 214 milhões durante o trimestre.

No que diz respeito às perspetivas futuras, a Galp mantém as previsões, nomeadamente tendo como pressupostos o preço do barril Brent nos 85 dólares e uma margem de nove dólares.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h00)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 5 de maio

  • ECO
  • 5 Maio 2023

Ao longo desta sexta-feira, 5 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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CP gasta 20 milhões para recuperar material. Comprado ao mercado teria custado 200 milhões

Transportadora pública já recuperou mais de 80 unidades que estavam encostadas junto às oficinas e mais 15 carruagens que foram compradas a Espanha em meados de 2020.

Em pouco mais de três anos, a CP já recuperou um total de 81 unidades no seu parque de material circulante. São automotoras, carruagens e locomotivas que tinham sido encostadas junto às oficinas e que voltaram aos carris desde 2020. A operação traz poupanças aos contribuintes portugueses: com 20 milhões de euros, a transportadora pública deu nova vida a material que, comprado como novo, teria custado mais de 200 milhões de euros.

O material recuperado tem servido para reforçar serviço aos passageiros ou evitar cancelamentos de comboios em caso de avaria, conforme a transportadora mostrou durante a cimeira da ferrovia (Portugal Railway Summit), no Entroncamento. Por exemplo, 15 carruagens Arco já ganharam segunda vida e têm servido para o serviço interregional da Linha do Minho. Compradas a Espanha por 30 mil euros, estas composições foram recuperadas por 150 mil euros nas oficinas da CP de Guifões, concelho de Matosinhos.

As composições Arco são rebocadas por locomotivas elétricas da série 2600, encostadas em 2010 e que voltaram aos carris mais de uma década depois também por conta das oficinas da CP – após a conclusão da fusão com a empresa de manutenção EMEF, no final de 2019. Os operários da CP já recuperaram 13 locomotivas da série 2600.

Exemplo de algum do material recuperado pela CP desde o início de 2020.

Nas oficinas da CP também já foram recuperadas nove unidades múltiplas elétricas, das séries 2300, 2400 e 3500, que têm evitado o cancelamento de viagens na Linha de Sintra quando os comboios avariam.

Quem anda no comboio Miradouro, na Linha do Douro, também já notou que há mais unidades disponíveis, graças à recuperação de 25 carruagens (Schindler e Sorefame) e de oito locomotivas diesel (série 1400).

Nos últimos três anos também foram recuperadas três automotoras a diesel – para a Linha do Leste –, seis carruagens históricas de via estreita – para o comboio histórico do Vouga – e ainda dois locotratores, detalhou Joaquim Guerra, um dos administradores da CP.

Sem a recuperação, a CP não teria material suficiente para poder explorar a Linha do Minho com comboios elétricos no serviço interregional e ficaria sujeita a mais supressões nos serviços suburbanos na região de Lisboa. Seriam necessários pelo menos sete anos para arranjar comboios novos, como acontece com os 22 novos comboios regionais, com concurso lançado no final de 2018 e a chegada da primeira nova unidade marcada apenas para outubro de 2025.

A nova vida dada ao material encostado teve ainda efeitos para a indústria portuguesa, graças aos “90% a 95% de incorporação de bens e serviços nacionais”, salientou o presidente do conselho de administração da CP, Pedro Moreira.

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5 coisas que vão marcar o dia

Taxas de juro dos empréstimos para a compra de casa e nos depósitos bancários, final do debate instrutório do caso BES/GES e resultados da Galp e do BPI são os principais destaques desta sexta-feira.

As taxas de juro dos empréstimos para a compra de casa e nos depósitos bancários, o final do debate instrutório do caso BES/GES, os resultados do primeiro trimestre da Galp e do BPI e ainda os preços da importação de produtos na União Europeia são os principais destaques desta sexta-feira.

Banco de Portugal publica taxas de juro de empréstimos e depósitos

O Banco de Portugal divulga as taxas de juro relativas aos empréstimos para a compra de casa e aos depósitos contratados junto das instituições financeiras. Os dados permitirão perceber se os bancos vão continuar a agravar os custos das prestações dos empréstimos e se já estão a aproximar o retorno dos depósitos das taxas comercializadas pelo Estado através dos certificados de aforro.

Termina debate instrutório do processo BES/GES

Termina nesta sexta-feira no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, o debate instrutório do processo GES/BES, que conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes. O mais mediático arguido deste caso é o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES) Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).

Galp divulda contas do primeiro trimestre

Antes da abertura do mercado, a Galp vai divulgar os resultados relativos ao primeiro trimestre. Será possível verificar se a energética portuguesa estará ou não a sentir os efeitos da diminuição da cotação do barril de petróleo face ao início do ano e quais as consequências nas suas margens de negócio.

BPI apresenta resultados

Pelo meio-dia, o banco BPI, detido pelo CaixaBank, apresenta os resultados do primeiro trimestre. O banco liderado por João Paulo Oliveira também comunicará se está a ter problemas com os clientes com empréstimos bancários e mostrar a evolução dos depósitos.

Eurostat divulga dados do comércio

Pelas 10 horas, o gabinete de estatísticas europeu Eurostat vai divulgar o comércio junto do retalho relativo a março de 2023. À mesma hora, serão conhecidos os preços da importação de produtos para a indústria, que podem indiciar efeitos do alívio na subida da taxa de inflação ao longo dos últimos meses.

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BCE não vai deixar cair a prestação da casa até ao final do ano

Os mercados estão a antecipar que só em novembro as taxas Euribor a 3 e 6 meses, que servem de referência à maioria dos créditos à habitação, comecem a ceder significativamente.

A maior parte do aumento da prestação dos créditos à habitação já faz parte do passado. Aconteceu em 2022, como resultado da galopante escalada das taxas Euribor, que as retirou de terrenos negativos para valores recordes em quase dez anos. Mas os aumentos da prestação da casa não devem ficar por aqui.

A Euribor a 6 meses, por exemplo, que é a taxa que agrega cerca de um terço dos contratos de crédito à habitação, depois de negociar em valores negativos durante quase oito anos até 3 de junho e ter fechado 2022 a negociar nos 2,7%, não tem parado de subir.

E, segundo as expectativas do mercado, só deverá começar a ceder consideravelmente a partir de novembro, como mostram os contratos forward rate agreements. Isto apesar de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, ter recentemente anunciado numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças que as Euribor a 3 e 6 meses devem atingir os máximos nos meses de verão.

A sustentar estas previsões está a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) que, esta quarta-feira, traduziu-se no sexto aumento consecutivo das taxas diretoras do euro, com uma subida de 25 pontos base.

Com esta decisão, a taxa de juro de facilidade permanente de depósito (a taxa atualmente com maior relevância para o mercado) subiu para os 3,25%, o valor mais elevado desde outubro de 2008. Nessa altura, a Euribor a 6 meses escalou para valores acima dos 5%.

A última vez que a taxa de depósitos chegou aos 3,75% (outubro de 2000) — como muitos analistas perspetivam que venha a acontecer como consequência de mais dois aumentos de 25 pontos base nas reuniões de junho e depois em julho ou setembro –, a Euribor a 6 meses voltou a negociar acima dos 5%.

A boa notícia para a carteira das famílias é que em ambas as situações, depois de as Euribor atingirem estes valores, caíam a pique, acompanhadas por vários cortes das taxas diretoras do BCE. É também isso que mostram os contratos derivados forward rate agreements sobre a Euribor a 6 e 3 meses.

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No entanto, Filipe Garcia, economista da IMF, refere ao ECO que, “naquele tempo, a taxa que servia de referência para o mercado era a taxa de juro das operações principais de refinanciamento”, que negociava com 50 pontos base acima da taxa dos depósitos.

Mas, mesmo considerando essa situação, os dados históricos mostram que as Euribor a 3 e 6 meses ainda têm margem para subir, pois mantêm-se abaixo da barreira máxima dos 3,7%, previstos pelo mercado: enquanto a Euribor a 12 meses negocia nos 3,8%, a taxa a 6 meses está nos 3,6% e a Euribor a 3 meses não supera os 3,3%.

É isso que também mostram as últimas previsões do Commerzbank que apontam para que a taxa Euribor a 3 meses se mantenha nos 3,6% até ao final do ano e nos 3,55% ao longo de 2024.

Até onde irá o BCE?

A opinião é unânime entre os analistas de que Christine Lagarde, na conferência de imprensa após o anúncio da subida das taxas diretoras, adotou um discurso mais brando e deu sinais de uma aproximação de fim de ciclo.

Porém, a presidente do BCE também deixou claro que, para já, “o BCE não está a fazer uma pausa” na subida das taxas de juro. E é isso que também os analistas antecipam.

O BPI Research, numa nota enviada aos clientes do banco a 27 de abril, além de prever que o BCE viria a aumentar em 25 pontos base as taxas de juro na reunião desta quarta-feira, revela também a sua expectativa de que “o BCE continue a subir as taxas ao longo do segundo trimestre de 2023, levando a taxa depo para 3,5% e a taxa refi para 4,0% em junho.

“Christine Lagarde reconheceu que o custo do crédito está agora em território restritivo, mas deixou bem claro que esta não será a última subida deste ciclo. Com a inflação core em máximos históricos, espera-se do BCE mais duas subidas de 25 pontos base, o que levará a taxa de depósito para os 3.75%, igualando o valor mais alto de sempre”, refere Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades.

Entre os analistas e os economistas, a possibilidade de o BCE realizar mais dois aumentos é generalizado, como mostrou um inquérito realizado a 17 de abril pela Bloomberg. Um desses analistas é Frederik Ducrozet, da Pictet Wealth Management.

“Continuamos a esperar que o BCE aumente as taxas em 25 pontos base em junho, levando a taxa de depósito para um máximo de 3,50%, com riscos de uma última subida de 25 pontos base em julho, dependendo da evolução futura do sistema bancário dos EUA”, afirmou Ducrozet à Reuters.

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Bancos portugueses vão entregar 1,15 mil milhões aos acionistas

Quase 800 milhões de euros viajam para Espanha, por conta dos dividendos que Totta e BPI vão entregar ao Santander e CaixaBank, respetivamente. Estado português recebe 350 milhões e sede da Caixa.

Os maiores bancos portugueses preparam-se para entregar aos seus acionistas – em suma, espanhóis e o Estado português – um montante total de 1,15 mil milhões de euros em dividendos, o que corresponde a mais de 40% dos lucros históricos obtidos no ano passado à boleia da subida das taxas de juro.

Em relação a 2022, a remuneração aos acionistas dá um salto de 33%, ainda que, entre as cinco principais instituições financeiras em Portugal, duas não façam qualquer pagamento: o Novobanco, que continua proibido de o fazer, devido ao acordo de capital contingente, válido até 2025, isto apesar dos lucros recorde de 560,8 milhões no ano passado; e o BCP que, embora tenha registado um resultado positivo de 207,5 milhões, preferiu congelar o dividendo tendo em conta a situação de incerteza que enfrenta no mercado polaco devido aos empréstimos em francos suíços.

Em todo o caso, contas feitas, os lucros dos cinco principais bancos atingiram os 2.582,3 milhões de euros no ano passado, o melhor ano em muito tempo. Com as propostas de dividendos em cima da mesa, isto significa que, por cada 100 euros de lucro, com 44 euros vão para os bolsos dos acionistas. Que são apenas três.

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800 milhões a caminho de Espanha

O maior dividendo será atribuído pelo Santander Totta à casa-mãe espanhola, o grupo Santander, num montante – sabe-se agora – de 508 milhões de euros, depois de mais do que duplicar os lucros para mais de 600 milhões em 2022.

O dividendo – que corresponde a 80% do resultado – é praticamente o dobro do que o banco liderado por Pedro Castro e Almeida tinha distribuído no ano passado, de 273 milhões.

Espanha será o destino de 70% dos dividendos da banca em Portugal, correspondendo a quase 800 milhões, já que, além do Totta, também o BPI vai entregar outros 285 milhões ao seu acionista espanhol, o CaixaBank.

O banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa registou lucros de 365 milhões em 2022. A atividade em Portugal deu um resultado de 235 milhões, sendo que 65% do lucro irá para o acionista espanhol (cerca de 153 milhões). Já as operações em Angola e Moçambique deram, respetivamente, 96 milhões e 34 milhões ao BPI, que encaminhará a totalidade desses resultados para Madrid.

Estado recebe 350 milhões e a sede da Caixa

Quanto à Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Estado contará com um “dividendo fantástico”, de acordo com o CEO do banco público, Paulo Macedo. A CGD teve lucros de 843 milhões no ano passado, muito perto do resultado histórico de 856 milhões obtido em 2007.

Além do dividendo de 352 milhões em numerário, a Caixa prepara-se também para entregar o edifício-sede em Lisboa sob a forma de dividendo em espécie ao acionista público – com o objetivo de o Governo instalar ali o seu quartel-general. O valor do imóvel ainda se encontra em avaliação, mas valerá mais do que 300 milhões. “Só por sorte é que será 300 milhões”, disse Paulo Macedo, apontando a avaliação para cima. O dividendo em espécie não foi considerado nestas contas.

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Lacerda Machado foi quem mais recorreu à consultoria milionária de Fernando Pinto na TAP

Fernando Pinto recebeu 1,2 milhões de euros por serviços de consultoria na TAP após deixar a liderança. Miguel Frasquilho afirma que Diogo Lacerda Machado foi quem mais recorreu ao apoio do ex-CEO.

Depois de deixar o cargo de CEO da TAP, Fernando Pinto ficou como consultor da companhia, contrato com o qual ganhou 1,2 milhões de euros. Miguel Frasquilho revelou na comissão parlamentar de inquérito à TAP que o antigo administrador Diogo Lacerda Machado, amigo do primeiro-ministro, foi quem mais recorreu à consultoria do antigo gestor. O ex-presidente do conselho de administração deixou também elogios à estratégia de David Neeleman para a transportadora.

A questão partiu da deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, que esta quinta-feira questionou Miguel Frasquilho sobre o contrato de consultoria que diz ter rendido “67 mil euros por mês e 812 mil euros por ano” a Fernando Pinto, mais do que ganhava como presidente executivo. O antigo chairman respondeu que recorreu aos serviços do ex-CEO mas que Diogo Lacerda Machado, também membro da administração, recorreu “bastantes mais vezes”.

Frasquilho afirmou que Fernando Pinto era questionado sobre temas como a estratégia a seguir ou a configuração das aeronaves a adquirir, mas que as consultas eram “informais”. “Não consigo apresentar documentos escritos que documentem” estes contactos, afirma. “Diria que diariamente será um manifesto exagero e mensal também será. Talvez no meio, mas não lhe sei precisar”, respondeu quando questionado sobre o número de vezes que Fernando Pinto tinha estas interações na TAP.

O antigo chairman da companhia, entre junho de 2017 e junho de 2021, afirmou ainda que o contrato com Fernando Pinto foi feito pela comissão executiva, liderada pelos representantes da Atlantic Gateway, sem a sua intervenção.

Elogios para a estratégia de David Neeleman

Miguel Frasquilho deixou na sua audição elogios à estratégia e ao plano de negócios desenhado pelos acionistas privados, a Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa, que entraram no capital da companhia em 2015. “Quando iniciei funções o plano de negócios estava bem delineado e a estratégia parecia fazer todo o sentido”, afirmou.

Antes mesmo de entrar na TAP, David Neeleman negociou com a Airbus a desistência de uma ordem de 13 A350, com que a companhia queria voar para vários destinos, incluindo a Ásia, e a compra de 53 novas aeronaves das famílias A320 e A330, onde se incluem as aeronaves que a companhia usa nas rotas para o Brasil ou os EUA. “A troca de aeronaves fez sentido”, anuiu o antigo administrador aos deputados.

O antigo presidente do conselho de administração diz que “nunca teve indicação” de que os 53 aviões “tivessem sido comprados acima do valor de mercado”, como conclui uma análise da Airborne Capital, feita em 2022 a pedido da TAP. Para Miguel Frasquilho, “nenhum lessor [os financiadores] iria financiar aeronaves que estivessem acima do preço do mercado”.

No âmbito do negócio de compra dos aviões, a Airbus deu 227 milhões de dólares a uma empresa de David Neeleman, que foram transferidos para a Atlantic Gateway, servindo para esta capitalizar a TAP na privatização de 2015. “A questão dos fundos Airbus não tive dela conhecimento e nunca foi tema na minha permanência na TAP”, disse Frasquilho.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

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Swiss Re volta a registar lucros

  • ECO Seguros
  • 4 Maio 2023

A resseguradora voltou a registar resultados positivos no primeiro trimestre de 2023. Está optimista para o resto do ano.

O grupo suíço registou um lucro de 643 milhões de dólares e uma rentabilidade do capital próprio (ROE) de 19,1%, de acordo com comunicado divulgado nesta quinta-feira.

“Continuamos empenhados em atingir o nosso ambicioso objetivo de mais de 3 mil milhões de dólares de lucro anual com o Grupo em 2023”, disse Christian Mumenthaler, o líder da Swiss Re.

No mesmo período do ano passado, a Swiss Re registou uma perda de 248 milhões de dólares.
Os prémios líquidos emitidos e as receitas de comissões do grupo aumentaram 4,1% para 11,1 mil milhões de dólares. No que respeita a taxas de câmbio constantes, a subida foi de 7,5%.

Lucro trimestral mais elevado apesar de sinistros

Os resseguros de Propriedade e Sinistros (P&C Re) registaram um lucro trimestral de 369 milhões de dólares, em comparação com 85 milhões de dólares no mesmo período do ano passado, apesar das grandes perdas provocadas por catástrofes naturais. Os terramotos na Turquia e na Síria, bem como o ciclone Gabrielle e as inundações na Nova Zelândia foram decisivos neste contexto.

A L&H Re registou um lucro de 174 milhões de dólares, em comparação com uma perda de 230 milhões de dólares no mesmo período do ano passado. O resultado beneficiou de um declínio acentuado nos sinistros relacionados com a pandemia e de rendimentos de investimento mais elevados, afirmou.

Em comentários sobre o panorama, o CEO da Swiss Re, Christian Mumenthaler afirmou: “dado o ambiente macroeconómico incerto, continuamos empenhados em atingir o nosso ambicioso objetivo de mais de 3 mil milhões de dólares de lucro anual com o Grupo em 2023”.

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Munich Re abandonou NZIA mas quer liderar resseguro verde em 2023

  • ECO Seguros
  • 4 Maio 2023

A Munich Re Specialty Group, incluída no Munich Re Syndicate, lançou a Green Solutions para se tornar um dos principais intervenientes no mercado dos riscos de seguros primários e ecológicos até 2030.

O Munich Re Specialty Group, uma divisão da resseguradora Munich Re, lançou a Green Solutions, uma gama de produtos e serviços de seguros concebidos para apoiar os objetivos de carbono-zero dos seus clientes.

“A carteira da Green Solutions tem como objetivo permitir novas tecnologias sustentáveis e, em última análise, apoiar a ambição do nosso Grupo de ajudar os nossos clientes a ter sucesso numa economia com baixas emissões de carbono”, afirmou Silke Jolowicz, Diretora de Sustentabilidade do Grupo Munich Re.

O portfólio foi criado para posicionar o grupo como um fornecedor líder de riscos de seguros verdes primários e de especialidades comerciais até 2030.

A carteira inclui produtos de tecnologia verde existentes e novas soluções de risco, e propõe tornar-se o parceiro preferido para riscos sustentáveis em Londres e no mercado da Lloyd’s.

Tirando partido da rede de distribuição global da empresa, a Green Solutions acredita que pode contribuir para a transição para a economia de emissões de carbono nulas.

A oferta centrar-se-á nas tecnologias fotovoltaica, eólica, de captura de carbono e de armazenamento de energia, entre outras. A equipa da Green Solutions também oferecerá aos clientes acesso a produtos de ativos intangíveis, como coberturas cibernéticas.

O desenvolvimento da carteira será alinhado com a atual unidade de negócio Facultative & Corporate e com outras entidades do Grupo, como a Hartford Steam Boiler, com experiência em soluções de transferência de risco, engenharia e desenvolvimento de produtos.

A equipa da Green Solutions quer criar parcerias com clientes e parceiros estratégicos, e aproveitar dados e perceções para reunir uma fonte confiável de conhecimentos e informar as melhores práticas para acelerar a transição para o carbono zero.

Mike Kerner, membro do conselho de administração da Munich Re, afirmou: “a Green Solutions visa especificamente o ‘E’ em ESG, e “alinha-se perfeitamente com a estratégia mais ampla do Grupo Munich Re, além de sublinhar a determinação em cumprir o nosso papel no apoio aos objetivos do Acordo Climático de Paris“.

“Ao aplicar um quadro apoiado em soluções ao negócio de resseguros, poderemos concentrar-nos em atividades que têm o potencial de contribuir para a mitigação das alterações climáticas. A carteira da Green Solutions tem como objetivo permitir novas tecnologias sustentáveis e, em última análise, apoiar a ambição do Grupo de ajudar os nossos clientes a ter sucesso numa economia com baixas emissões de carbono“, afirmou Silke Jolowicz, Diretora de Sustentabilidade do Grupo Munich Re.

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ASF está a averiguar caso do mediador da Figueira da Foz

  • Lusa e ECO Seguros
  • 4 Maio 2023

Um mediador da Figueira da Foz criou um produto financeiro falso, que lesou quatro clientes, segundo o próprio, em 328 mil euros, num caso que está a ser investigado pelo Ministério Público e pela ASF

Um mediador de seguros da Figueira da Foz criou um produto financeiro falso, que lesou quatro clientes, segundo o próprio, em 328 mil euros, num caso que está a ser investigado pelo Ministério Público e averiguado pela Autoridade de Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Quando questionado pela agência Lusa sobre o produto financeiro em causa, o mediador admitiu que ele “não existia”, era um produto “semelhante ao que existiu, no passado, numa outra seguradora”, mas que acabou “vendido às pessoas como se fosse da Liberty”.

A seguradora representava 85% da atividade da empresa unipessoal de Paulo Pinto, numa carteira de 4.500 apólices, avaliada em cerca de um milhão de euros em prémios comerciais, que garantiam um rendimento anual que podia chegar aos 200 mil euros.

Apesar de os valores investidos já não existirem, o mediador remunerava aos clientes os juros do produto financeiro falso, anualmente, nas percentagens acordadas.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Pinto, mediador de seguros com 38 anos de atividade e ex-presidente da Junta de Freguesia do Paião, localidade do sul daquele município litoral do distrito de Coimbra, confirmou a criação do instrumento financeiro falso, que usava um “símbolo” da Liberty Seguros “aposto na folha” e um nome parecido com o da seguradora.

Alegou que os proveitos de cerca de 328 mil euros, arrecadados pelo fundo durante 10 anos, “entre 2009 e 2019”, foram investidos na sua empresa.

No final de 2022, a Liberty Seguros rescindiu com “justa causa” o contrato com Paulo Pinto, por este “ter violado os deveres de lealdade e boa-fé”, avisando, por carta e em ‘letras gordas’, os clientes do mediador a não lhe fazerem “qualquer pagamento”.

“A Liberty não tinha conhecimento da situação”, referiu Paulo Pinto, algo que a seguradora também realçou, numa primeira resposta escrita enviada à agência Lusa.

Nessa resposta, a Liberty Portugal disse ter tido conhecimento de “duas situações: “clientes que informaram terem contratado, através da empresa de Paulo Pinto, produtos de seguro de poupança da entidade LibertInvest, S.A.”.

Na mensagem, a Liberty manifestou desconhecer esses produtos de seguros ou conhecer, sequer, a entidade LibertInvest, S.A., “que pretensamente os disponibiliza”.

“Efetivamente, nem a numeração das apólices, nem os produtos referidos correspondem a qualquer produto financeiro que seja ou tenha sido comercializado pela Liberty Seguros, como já foi, por carta, referido a esses mesmos clientes”, acrescentou a seguradora.

Indicou ainda ter informado os dois clientes que poderiam “agir diretamente” sobre quem lhes vendeu as apólices falsas e a quem entregaram quantias não reveladas, “nomeadamente por via da apresentação da competente queixa-crime”.

Na mesma resposta, a Liberty Seguros confirmou que foi esta situação que esteve na base da rescisão do contrato com a empresa de Paulo Pinto, após uma “averiguação interna”.

“Terminámos imediatamente o nosso relacionamento comercial e contratual com o agente de seguros em questão, informando, por carta enviada a toda a carteira de clientes deste mediador (…), do término desse relacionamento”, vincou.

A Liberty deu ainda conhecimento ao regulador do setor, a ASF, e garantiu que, segundo a sua experiência, situações como as descritas “não são frequentes”.

Poderão ainda existir eventuais irregularidades do mediador na gestão de outros produtos, estes reais e existentes na Liberty, situações que Paulo Pinto negou à Lusa.

Paulo Pinto, que exerceu as funções de presidente da Junta de Freguesia do Paião, eleito pelo PS, entre 2009 e 2021 (ano em que perdeu as eleições por 36 votos), também negou que os valores que arrecadou tivessem sido utilizados para financiar campanhas eleitorais, reafirmando que foram aplicados na sua empresa de mediação de seguros.

Em abril, a Lusa voltou a questionar a Liberty Seguros sobre o caso: quantos clientes foram lesados, os valores e os produtos de seguros envolvidos ou se a seguradora tinha, ou não, apresentado queixa às autoridades. A Liberty Seguros adiantou ter apresentado “queixa-crime contra o mediador Paulo Pinto”, e que aguardava que o processo seguisse “os seus trâmites legais”, tendo recusado mais comentários “enquanto o processo-crime se encontrar em curso”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a existência de um inquérito “em investigação no Ministério Público da Figueira da Foz”, processo que tanto Paulo Pinto como o seu advogado Joaquim Malafaia afirmaram desconhecer, não tendo sido notificados até ao momento.

A ASF confirmou ter recebido informação da Liberty Seguros “sobre práticas perpetuadas por um seu mediador”, estando, nesta fase, “a desenvolver diligências de supervisão necessárias ao apuramento de factos“, um procedimento “usual” nestes casos.

“Sem prejuízo de outras medidas que a ASF entenda tomar no quadro das suas atribuições, as diligências realizadas são necessárias a um eventual exercício dos seus poderes sancionatórios, bem como a uma possível articulação com o Ministério Público, caso corra algum processo-crime que possa ser relevante para reavaliação da idoneidade dos intervenientes”, observou a entidade reguladora.

Mediador arrependido quer ressarcir clientes

Considerando-se “um dos maiores” mediadores – o próprio assim se definiu – da Liberty Portugal, na mesma altura em que era presidente da Junta de Freguesia do Paião, Paulo Pinto justificou a criação do fundo por estar “pressionado para crescer” na sua atividade.

Em declarações à agência Lusa, acompanhado pelo seu advogado, Joaquim Malafaia, o mediador aludiu à pressão de estar “no topo”, abrindo escritórios (chegou a ter quatro, nos municípios da Figueira da Foz e de Pombal) e contratando pessoal, ao mesmo tempo em que se envolveu “demasiado na vida autárquica”.

Deixei um pouco – não direi à deriva, mas não tive o foco principal que devia ter – o que era a minha atividade principal [de seguros]”, explicou Paulo Pinto.

Questionado sobre a necessidade de inventar um fundo financeiro para ter dinheiro para investir na sua empresa unipessoal de mediação Paulo Pinto exclamou: “há coisas que são difíceis de explicar”. E continuou: “muitas vezes nós erramos. Eu não fui pedir dinheiro às pessoas. Quando, em uma ou duas situações, vieram ter comigo para eu investir o dinheiro, foi numa situação em que estava com alguma dificuldade”, acrescentou.

Afirmou ainda que se tratou de “má gestão” da sua parte e de “não estar atento da forma como devia ter estado à sua atividade”.

O mediador, que, devido à criação do fundo falso, viu, na véspera do Natal de 2022, a Liberty Seguros rescindir o contrato, revelou ter feito três acordos particulares para ressarcir esses clientes – um quarto estará pendente -, apesar de a sua empresa de mediação de seguros passar por dificuldades financeiras, com dívidas a trabalhadores e à segurança social.

Paulo Pinto manifestou-se arrependido, assumiu que tinha cometido “um erro” e pediu desculpa aos lesados, garantindo que os quer ressarcir dos prejuízos “com a maior brevidade possível”.

“Acima de tudo, como já fiz pessoalmente a cada um deles, lamento o que aconteceu e [quero] mais uma vez pedir desculpas e que me deem a oportunidade e tempo para poder repor a situação que lhes é devida”, frisou.

Irei pagar aos clientes, de acordo com aquilo que estava inicialmente previsto, se me deixarem trabalhar, no sentido de continuar a ter a minha atividade”, reafirmou Paulo Pinto.

No entanto, admitiu a existência de um processo judicial – há um inquérito em investigação pelo Ministério Público – e a atuação do regulador do setor podem impedi-lo de continuar em atividade, estando em causa a eventual prática de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e abuso de confiança.

Atualmente, Paulo Pinto continua a exercer a profissão de mediador de seguros, mantendo um escritório aberto no Paião e outro na baixa da Figueira da Foz, este em parceria com uma outra empresa de mediação.

Em resposta à Lusa sobre a possibilidade de a licença ser suspensa ou retirada, ainda que preventivamente, ASF esclareceu que o registo do mediador “poderá ser cancelado” em situações previstas na lei.

Nomeadamente por incumprimento superveniente dos requisitos de idoneidade, podendo relevar para o efeito, entre outros, a acusação, a pronúncia ou a condenação por crimes contra o património, crimes de falsificação e falsidade (…) ou acusação ou a condenação, em Portugal ou no estrangeiro, por infrações das normas que regem a atividade de distribuição de seguros (…)”, explicou a ASF.

A autoridade de seguros vincou ainda que “caso se confirme estar-se perante matéria de ilícito penal, compete às instâncias judiciais a avaliação e decisão sobre os mesmos, atentas as responsabilidades que venham a ser apuradas pela prática dos factos”.

“Reforçamos que, nas situações como a descrita, em que possa estar em causa matéria do foro criminal, a ASF articula e tem o dever de denunciar as mesmas junto das autoridades competentes”, acrescentou.

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