Guterres pede nova instituição internacional para encontrar 100 mil sírios

  • Lusa
  • 28 Março 2023

O secretário-geral das Nações Unidas afirmou que o povo sírio merece esperança para o futuro, após 12 anos a sofrer as "brutalidades da guerra, atrocidades sistemáticas, privações opressivas".

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu esta terça-feira a criação de uma nova instituição internacional para encontrar o paradeiro de cidadãos desaparecidos, numa altura em que o destino de milhares de sírios continua a ser uma incógnita.

Numa reunião informal da Assembleia-Geral da ONU sobre a Síria, Guterres afirmou que o povo sírio merece esperança para o futuro, após 12 anos a sofrer as “brutalidades da guerra, atrocidades sistemáticas, privações opressivas e sofrimento humano em grande escala”.

“Merecem saber a verdade sobre o destino dos seus entes queridos. A justiça assim o exige – a paz e a reconciliação dependem disso. Esse é o cerne da questão das pessoas detidas, sequestradas e desaparecidas. O paradeiro e o destino de cerca de 100.000 sírios permanecem desconhecidos”, afirmou o líder das Nações Unidas.

De acordo com António Guterres, pessoas em todas as partes da Síria têm amigos ou familiares desaparecidos, que desapareceram à força, foram sequestrados, torturados e detidos arbitrariamente. A maioria dos desaparecidos são homens, deixando as mulheres sozinhas a “sustentar as famílias em condições impossíveis”, ao mesmo tempo em que levam a cabo “a busca – muitas vezes aterrorizante e traiçoeira – dos seus filhos, maridos, irmãos ou pais”, disse.

“Devemos trabalhar para resolver esta situação profundamente dolorosa com determinação e urgência”, apelou. Nesse sentido, o ex-primeiro-ministro português recordou o seu relatório de agosto passado, no qual delineou a estrutura para uma solução: o estabelecimento pela Assembleia-Geral da ONU de uma nova instituição internacional para esclarecer o destino e o paradeiro dos desaparecidos e fornecer apoio às vítimas e às respetivas famílias.

“Exorto todos os Estados-membros a agirem e exorto o Governo da Síria e todas as partes no conflito a cooperar. É essencial ajudar os sírios a recuperar e a remover os obstáculos para garantir uma paz sustentável”, afirmou. E concluiu: “Parte-me o coração ver pessoas tão calorosas e acolhedoras sofrerem tanto. A comunidade internacional tem a obrigação moral de ajudar a aliviar a sua situação. Exorto a criação de uma instituição centrada nas necessidades e direitos das vítimas, sobreviventes e suas famílias. Cumpramos esta obrigação. Vamos restaurar um pouco de esperança, dignidade e justiça ao povo sírio”.

Também o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, falou sobre a situação na Síria, sublinhando que apesar de 100 mil ser o número indicativo de desaparecidos, “o número real pode ser muito maior”.

“As famílias de todos os lados deste conflito foram devastadas. Estou aqui (…) para amplificar as suas vozes. É uma necessidade tão simples e profundamente humana e também é um direito destas pessoas conhecerem a verdade. As crianças estão a crescer com esta forte ausência onde um pai deveria estar”, disse Turk.

As buscas por familiares têm exposto várias famílias ao riscos de exploração, ameaças físicas e extorsão, ou cobranças por informações sobre paradeiros que posteriormente podem revelar-se falsas, relatou o alto comissário. Além disso, sobreviventes que acabaram libertados após detenções arbitrárias na Síria descreveram como ficaram profundamente marcados pela experiência, que incluiu tortura e violência sexual.

Embora a maioria dos desaparecidos sejam homens, a experiência é especialmente devastadora para as mulheres. Após serem libertadas, muitas mulheres e meninas são rejeitadas pelas suas famílias por presumirem que foram violadas – e, portanto, por terem supostamente ‘desonrado’ os seus familiares. Essa acumulação angustiante de traumas levou muitas mulheres sobreviventes a deixar o país – ou até mesmo a tentar o suicídio”, constatou Turk.

Nesse sentido, também o alto comissário apelou à Assembleia-Geral para que considere a criação de uma nova instituição que ajude a trazer respostas e apoio a todas as famílias dos muitos milhares de desaparecidos, assim como para os sobreviventes. “Não devemos menos ao povo da Síria”, frisou Turk.

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e várias frentes de combate. Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 490 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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Aumento de lucros da Swiss Life não se reflete no salário do CEO

  • ECO Seguros
  • 28 Março 2023

Os lucros da Swiss Life dispararam em 2022. Mas esse benefício não se reflete na remuneração do CEO e da administração.

O chefe da Swiss Life, Patrick Frost, não ganhou mais no ano passado, segundo a publicação suíça Finews. O grupo beneficiou do aumento dos prémios e escalou os lucros líquidos em cerca de 16%, para cerca de 1,47 bilhão de francos suíços.

O chefe da Swiss Life, Patrick Frost, não ganhou mais no ano passado.

A remuneração da Frost foi de 4,28 milhões de francos suíços em 2022, de acordo com o relatório anual publicado pela companhia, na passada sexta-feira. O salário base é de 1,5 milhão e o bónus é de 1,0 milhão. A remuneração variável diferida é de cerca de 1,45 milhão.

No entanto, as remunerações para equipa de gestão do grupo são um pouco mais elevadas. Em 2022, subiu para 17,15 milhões de francos, após 17,11 milhões de francos no ano anterior. Seis pessoas estão incluídas no período do relatório de 2022, em comparação com sete, no ano anterior.

Para o presidente do Conselho de Administração, Rolf Dörig, a remuneração pelas suas atividades permaneceu estável em 1,20 milhão. Todo o Comité, formado por 12 pessoas, recebeu 3,16 milhões, pouco mais do que no ano anterior, 3,10 milhões.

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Howden Iberia reúne 250 executivos no Porto

  • ECO Seguros
  • 28 Março 2023

"Continuaremos a adquirir empresas, a atrair os melhores talentos do mercado e a integrá-los", garantiu Salvador Marín, CEO Howden Iberia, após 6ª aquisição de corretagem, a March RS, em 5 anos.

Após recente aquisição da corretora March RS, Howden Iberia reuniu 250 executivos no Porto, nos dias 23 e 24, para a sua Convenção Anual. O mote para a edição deste ano foi ‘Pés na Terra, Olhar para o Céu’.

A Howden reuniu 250 executivos no Palácio da Bolsa, no Porto, dias após a formalização da compra da March RS.

Esta é a primeira vez que a empresa reúne todos os seus gestores após a aquisição da March RS, operação formalizada na passada quarta-feira, para a qual tem sido fundamental a integração da nova equipa.

O título da conferência, inaugurada pelo CEO do Howden Broking Group, José Manuel González, pelo CEO da Howden Iberia, Salvador Marín e pelo CEO de Portugal, João Mendonça, refere-se ao objetivo da Howden Iberia para os próximos cinco anos: tornar-se a corretora de seguros nr. 1 nesta geografia.

Apesar de ambicioso, é realista e terá por base o cumprimento do plano que nós marcarmos. Continuaremos a adquirir empresas e a atrair os melhores talentos do mercado e a integrá-los, o que sabemos fazer muito bem, apoiando-nos em pessoas, negócios, tecnologia e na nossa cultura de grupo, que são os quatro pilares sobre os quais a empresa foi fundada desde o início”, explicou Marín.

José Manuel González elogiou o trabalho da equipa Howden Iberia, destacando que, com a aquisição da March RS já atingiu o objetivo de receitas e prémios que, em setembro passado, foram definidos para os próximos três anos.

O profissional reviu os dados do grupo no mundo, que, em 2022, incorporou mil funcionários e teve 19% de crescimento orgânico, 1.841 milhões de libras esterlinas em receita60% a mais que no ano anterior – e 565 milhões de libras de EBITDA, 69% a mais do que em 2021.

O CEO do Howden Broking Group atribui os bons resultados ao facto de “apesar do grande crescimento experimentado nos últimos anos, a empresa não perder a sua cultura especial, com 3.500 funcionários que também são acionistas e possuem 35% do negócio”.

A situação do Grupo no mundo, os objetivos da parte corporativa, as possíveis sinergias entre os departamentos da empresa após as últimas aquisições, a transformação digital, a filosofia people first ou planos de remuneração flexíveis foram algumas das questões que foram abordadas ao longo das sessões.

O evento foi possível graças à colaboração da Abarca Companhia de Seguros SA, AIG, Allianz, Aserta, Asisa, AXA, AXA XL, Berkley Spain, Berkshire Hathaway Specialty Insurance, Caser, CESCE, Chubb, DUAL Ibérica, Fidelidade, Fiact, Generali, Helvetia Seguros, Hiscox, Iberian Insurance Group, Liberty Specialty Markets, Mapfre, Markel, MSIG Spain, Plus Ultra Seguros, Previs Seguros, Previsión Mallorquina de Seguros S.A., Reale Seguros, RSA, Santalucia, SegurCaixa Adeslas, Solunion, Surne, Swiss Re Corporate Solutions, VidaCaixa SA e Zurich.

A aquisição da March RS

“Estou convencido de que a integração das equipas da March RS com as da Howden será um sucesso e nos ajudará a reforçar a atividade da Howden Iberia na gestão de riscos, seguros, remuneração flexível e segurança social, permitindo-nos oferecer um aconselhamento holístico aos nossos clientes”, afirma Salvador Marín, CEO da Howden Iberia.

“Com a aquisição, também vamos aumentar a nossa presença na mediação de seguros no setor de grandes empresas, às quais poderemos oferecer Programas Internacionais com atendimento integral e de qualidade através de profissionais de alto nível e altamente especializados, tornando-nos uma alternativa ao atual status quo neste mercado”, acrescenta Marin.

A compra da March RS foi a sexta compra de corretagem que a Howden fez em Espanha nos últimos cinco anos, depois da Artai, Compensa, Arroyal Cantera, Arccos e Segumor.

Em termos de números, após a aquisição, a Howden Iberia ultrapassará 100 milhões em receita, superando a meta estabelecida para os próximos três anos, 700 milhões em prémios.

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Cinco portuguesas no Top 100 ESG. Fidelidade em 20º lugar

  • ECO Seguros
  • 28 Março 2023

Cinco seguradoras portuguesas foram distinguidas pelo Merco, Monitor Empresarial de Reputação Corporativa, que criou o ranking das 100 empresas responsáveis em ESG. A Fidelidade está no Top 20.

De acordo com o Merco, Monitor Empresarial de Reputação Corporativa, que criou o ranking das 100 empresas mais responsáveis em termos de ESG, cinco seguradoras portuguesas integram a lista da sustentabilidade.

Segundo a seleção, a Fidelidade (20º lugar), a Liberty (64º lugar), a Ageas (66º lugar) a Generali (70º lugar) e a Mapfre (88º lugar) são exemplos de empresas orientadas para a Sustentabilidade, Consciência Social e Governance.

Alcançando a posição de liderança do ranking no setor segurador, ao nível de responsabilidade ESG, a Fidelidade “vê reconhecido o esforço que tem promovido para a construção de uma sociedade mais sustentável”, diz a companhia em comunicado.

De acordo com João Mestre, Head of Sustainability da Fidelidade, “a posição nestes rankings reflete claramente a perceção externa sobre a nossa capacidade para percorrer o caminho da sustentabilidade de um modo firme e equilibrado, em torno dos 3 eixos ESG”.

O profissional sublinhou: “Estarmos em primeiro lugar entre as seguradoras nos rankings geral e dos três eixos, e em primeiro entre todas as financeiras do ranking Social, reforça ainda mais a nossa responsabilidade como entidade ‘exemplar’ na relação com os nossos stakeholders”.

“A sustentabilidade faz parte do core da nossa atividade na promoção de uma sociedade mais resiliente. Assumindo o nosso papel proativo na transição ecológica e de agente económico responsável e exemplar, é pela dimensão social que procuramos garantir também a cada dia o nosso papel de agente promotor da mudança de comportamentos e de uma consciencialização crescente para o papel e impacto de todos e de cada um na sociedade”, afirmou João Mestre.

Em comunicado, a companhia destaca: “considerando os pilares da sustentabilidade social, a Fidelidade tem trabalhado ativamente para contribuir para dar resposta aos desafios da Longevidade e das alterações climáticas, criando produtos dirigidos à poupança, saúde, património e assistência, mas também impulsionando os hábitos de vida saudável, assumindo um papel de influência positiva em mais de dois milhões de clientes”. A companhia é signatária da UN Global Compact, iniciativa de sustentabilidade corporativa global, bem como dos Principles of Sustainability Insurance, iniciativa colaborativa entre a ONU e a indústria dos seguros. Em Portugal, a empresa subscreve a Carta de Princípios das Empresas pela Sustentabilidade do Business Council for Sustainable Development e pertence ao grupo de trabalho da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) para repensar as soluções de prevenção e mitigação dos fenómenos sísmicos.

A nota destaca ainda: “começando por dentro, no modo como lida e cuida das suas pessoas, a Fidelidade assume o compromisso de desempenhar um papel determinante nos problemas estruturais que afetam a sociedade como um todo. Este reconhecimento público é a confirmação de que as ações concretas que estão a ser desenvolvidas estão a ter um impacto positivo e apontam na direção certa”.

Promovido pelo Merco, monitor de referência para a Ibero-América, o ranking das 100 empresas mais responsáveis em termos de ESG, avalia as empresas que, em 2022, cumpriram melhor os fatores ambientais, sociais e de governança, dando origem a uma lista geral e a outras três específicas para cada um dos critérios ESG (Environmental, Social, Governance).

O Grupo Nabeiro (1º) lidera o ranking das empresas mais responsáveis em Portugal, seguido da Sonae (2º) e EDP (3º). Nas posições seguintes estão a Ikea em 4º lugar e a Jerónimo Martins no 5º.

 

 

 

 

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Marcelo defende que Portugal deve acompanhar investimentos de aliados da NATO

  • Lusa
  • 28 Março 2023

"Este é o contexto para o fazer, num ambiente estratégico com ameaças concretas, com a opinião pública alinhada, com um apoio político alargado", defendeu o Presidente.

O Presidente da República defendeu esta terça-feira que, no atual contexto de guerra na Ucrânia, Portugal deve ir acompanhando os investimentos em Defesa dos seus aliados da NATO, reajustar meios e melhorar as condições das carreiras militares.

Este é o contexto para o fazer, num ambiente estratégico com ameaças concretas, com a opinião pública alinhada, com um apoio político alargado. Perder este tempo e este modo – o que não irá acontecer – poderia a prazo ser irrecuperável para o país, para a instituição militar e todo o ecossistema da Defesa Nacional, com efeitos perversos na economia, na coesão social e na coesão territorial”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas falava no Instituto da Defesa Nacional, em Lisboa, na sessão de lançamento do livro “Políticas de Defesa em Portugal”, coordenado em conjunto pelo antigo ministro da Defesa Nuno Severiano Teixeira e pela atual titular da pasta, Helena Carreiras.

Segundo o chefe de Estado, “é neste contexto de conflito e competição duradouros que a democracia portuguesa vai ter de ir calibrando a sua política de Defesa, acompanhando os investimentos feitos pelos aliados da NATO”.

“Acelerando o reajustamento dos meios ao dispor das missões nacionais, criando as condições indispensáveis à atratividade das carreiras e à sua dignidade laboral, dando maior ênfase ainda à substância da Lei de Programação Militar e decorrente programação das infraestruturas militares”, completou. Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa apelou a que seja construído “de imediato um consenso político alargado sobre o novo Conceito Estratégico de Defesa”.

Por outro lado, considerou que deve haver “uma ainda maior aposta na inovação das capacidades científica e tecnológica militar”, argumentando que isso “não transforma em caso algum a democracia portuguesa num regime securitário, antes pode representar um eixo económico significativo e tornar a democracia ainda mais consistente”.

Nesta sessão estiveram presentes, além da ministra da Defesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, os chefes da Armada, da Força Aérea, e do Exército, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, o comandante-geral da Guarda Nacional Republicana e o secretário de Estado da Defesa Nacional.

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Marcelo pede que não se generalize “ato isolado” que fez dois mortos no Centro Ismaili

  • Lusa
  • 28 Março 2023

O Presidente da República espera que, no ataque no Centro Ismaili, "a sociedade portuguesa compreenda que de um ato isolado, tal como ele aparece neste momento, não é possível retirar generalizações".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu esta terça-feira que não se façam generalizações sobre o ataque no Centro Ismaili em Lisboa, que provocou duas mortes, considerando que seria “injusto e precipitado” tratando-se de um “ato isolado”.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve esta tarde no Centro Ismaili, em Lisboa, para manifestar solidariedade às famílias das vítimas e à comunidade ismaelita, tendo no final, em declarações aos jornalistas, afirmado que “não há nada que justifique um ato criminoso como este”. “Sendo um caso isolado, não vale a pena estar a generalizar porque é injusto e é precipitado”, defendeu.

O Presidente da República espera “que a sociedade portuguesa compreenda que de um ato isolado, tal como ele aparece neste momento, não é possível retirar generalizações”, recordando a importância do serviço prestado por esta comunidade. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda a rápida intervenção das forças de segurança, considerando que esta atuação pronta “pode ter poupado consequências maiores”.

Duas pessoas morreram esta terça no Centro Ismaili em Lisboa após um ataque com uma arma branca e o suspeito foi detido, disse à agência Lusa fonte policial.

O incidente deixou ainda vários feridos, segundo fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Na sequência do ataque, foi detido um suspeito, de acordo com fonte oficial da PSP, que avançou também que a situação está atualmente controlada.

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Kiev confirma novo pacote de ajuda dos EUA

  • Lusa
  • 28 Março 2023

Fundos chegarão a Kiev através do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e serão destinados para pagar a médicos, aposentados, deslocados e para ajudar famílias de baixos rendimentos.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmyhal, confirmou esta terça-feira que os Estados Unidos vão enviar um novo pacote de ajuda económica no valor de 2.500 milhões de dólares (mais de 2.300 milhões de euros). Segundo o portal do Governo ucraniano, esses fundos chegarão a Kiev através do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, e serão destinados para pagar a médicos, aposentados, deslocados e para ajudar famílias de baixos rendimentos.

“Deve-se notar que, desde o início do ano, a Ucrânia recebeu quase cinco mil milhões de dólares [mais de 4,6 mil milhões de euros] de apoio da União Europeia (UE), e mais de dois mil milhões de dólares [mais de 1,8 mil milhões de euros] de ajuda dos Estados Unidos”, destacou o executivo ucraniano.

Além do apoio económico confirmado dos Estados Unidos, Denis Shmyhal sublinhou que outras organizações e potências europeias têm colaborado financeiramente com as autoridades ucranianas.

A administração norte-americana de Joe Biden prometeu enviar até 9.900 milhões de dólares (mais de 9.100 milhões de euros) à Ucrânia para apoiar a economia nacional, independentemente da assistência militar que Washington possa fornecer às Forças Armadas ucranianas, segundo a CNN.

A Ucrânia estima um défice orçamental superior a 33,2 mil milhões de euros para 2023, sendo que quase todas as receitas recebidas pelo Governo serão utilizadas para melhorar as capacidades militares e de armamento, face à ofensiva russa no país.

“Temos um acordo sobre um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Recebemos assistência financeira da Grã-Bretanha, Banco Mundial, Alemanha, Espanha, Finlândia, Irlanda, Suíça, Bélgica, Islândia e Estónia. A Noruega ampliou o programa de pagamentos para 50.000 ucranianos que enfrentam difíceis condições de vida e sofreram com a agressão russa”, disse ainda o chefe do Governo.

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Violência marca novos protestos em França contra lei das pensões

  • Lusa
  • 28 Março 2023

O ministro do Interior anunciou um "dispositivo de segurança inédito", com "13.000 polícias e guardas-republicanos, 5.500 dos quais em Paris".

Vários atos de violência marcaram esta terça-feira a 10.ª jornada de manifestações contra a revisão da lei das pensões em França, num clima de tensão e impasse no diálogo entre o Governo do Presidente, Emmanuel Macron, e os sindicatos. Em Paris, as forças da ordem perseguiram um grupo, alguns dos quais pilharam uma loja e atearam fogo a contentores do lixo, e 22 pessoas foram até agora detidas, indicou o comando policial.

Os agentes da ordem dispararam granadas de gás lacrimogéneo para dispersar as pessoas concentradas no local e permitir “a intervenção dos bombeiros” para extinguir os incêndios. Em Nantes, no oeste de França, ocorreram também confrontos entre manifestantes e a polícia, tendo uma agência bancária sido incendiada e o edifício do tribunal administrativo tomado como alvo, bem como em Rennes (oeste), onde se registaram muitos episódios de destruição de mobiliário urbano.

A oposição a esta reforma emblemática do segundo mandato presidencial de cinco anos de Emmanuel Macron, que aumenta a idade mínima de reforma sem penalizações financeiras de 62 para 64 anos, tornou-se mais radical desde que o Governo fez aprovar o diploma sem votação no parlamento (um procedimento consagrado na Constituição francesa), depois de duas moções de censura que pretendiam derrubá-lo terem sido chumbadas, a 20 de março.

Até então pacíficas, as manifestações passaram a ser marcadas por cada vez mais violência em todo o país, com muitos polícias, guardas-republicanos, vândalos e manifestantes feridos, vitrinas partidas, estabelecimentos comerciais saqueados e incêndios em edifícios públicos.

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou um “dispositivo de segurança inédito”, com “13.000 polícias e guardas-republicanos, 5.500 dos quais em Paris”. Essas forças da ordem estão a enfrentar uma mobilização de entre 20% e 40%, consoante as cidades: na capital, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) anunciou 450.000 manifestantes (em contraste com os 800.000 de 23 de março), ao passo que as autoridades estimaram em 93.000 o número de participantes nos protestos parisienses.

Por seu lado, o porta-voz do Governo, Olivier Véran, assegurou que o executivo é “o baluarte contra a violência ilegítima”, rejeitando ao mesmo tempo uma proposta dos sindicatos de recurso a “mediação” para entabularem um diálogo. Paralelamente, bloqueios de estradas, piquetes de greves e manifestações prosseguem há dias, perturbando o abastecimento de combustíveis a algumas regiões do país e em certos eixos rodoviários ou depósitos de armazenamento.

A circulação ferroviária sofreu fortes perturbações, e a aviação civil pediu às companhias aéreas para cancelarem uma parte dos seus voos previstos para quinta e sexta-feira, em especial com partida do aeroporto de Paris-Orly, devido à greve dos controladores de tráfego aéreo.

Em Paris, a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo estão fechados ao público por greve dos respetivos funcionários, tal como o Palácio de Versalhes, e há nas ruas milhares de toneladas de lixo, que servem de material carburante a grupos de vândalos durante a noite, após mais de três semanas de greve dos serviços de recolha urbana, mas os sindicatos do setor anunciaram “a suspensão” do seu movimento a partir de quarta-feira.

Embora se mantenha inflexível quanto à reforma, o Governo proclama o seu desejo de “apaziguamento”, tendo a primeira-ministra, Élisabeth Borne, anunciado um período de três semanas de consultas com os deputados, os partidos políticos, os dirigentes locais e os parceiros sociais.

As centrais sindicais, que advertiram contra uma derrapagem descontrolada da contestação, não tencionam desistir da idade de aposentação dos trabalhadores, pedra angular das suas palavras de ordem nas manifestações que têm reunido regularmente centenas de milhares de pessoas desde janeiro, numa população de cerca de 67 milhões de pessoas, e já anunciaram a 11.ª jornada de greves e protestos em todo o país para 06 de abril, num comunicado.

O líder da central reformista Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), Laurent Berger, que exige “uma pausa” nesta reforma, pediu ao executivo que crie um mecanismo de “mediação” para “encontrar uma saída”.

O dirigente da CGT, Philippe Martinez, anunciou que a intersindical vai “escrever ao Presidente da República” para lhe pedir, mais uma vez, “para suspender o seu projeto”, enquanto algumas vozes da oposição de esquerda, como o líder comunista Fabien Roussel, acusam Emmanuel Macron de contar com que a opinião pública se vire contra um movimento de contestação social violento e que isso acabe por enfraquecê-lo.

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Isenção de IVA nos 44 produtos dá poupança de sete euros

O ECO foi tentar perceber o impacto que a isenção do IVA em 44 produtos alimentares terá no bolso dos portugueses. No máximo, traduzir-se-á numa poupança de 7,17 euros.

A isenção do IVA em 44 bens essenciais permite uma poupança de, no máximo, 7,17 euros às famílias, de acordo com os cálculos realizados pelo ECO, com base nas lojas online das duas maiores retalhistas portuguesas.

Em causa está a proposta de lei do Executivo, que foi submetida esta terça-feira à Assembleia da República, e que visa isentar o IVA em 44 bens alimentares considerados “essenciais” e cumprindo requisitos nutricionais. A medida terá um impacto de 410 milhões euros para os cofres do Estado e resulta de um acordo tripartido entre o Executivo, a produção e o setor da distribuição.

O objetivo é mitigar o impacto da escalada de preços, numa altura em que a inflação, em fevereiro, abrandou para 8,2%, mas em que a subida dos preços produtos alimentares não transformados voltou a subir pelo terceiro mês consecutivo, fixando-se em 20,09%. Para tal, as empresas de distribuição associadas na APED comprometem-se a fazer repercutir ao consumidor final a isenção do IVA nos produtos selecionados, ainda que a evolução dos preços seja uma incógnita, como alertou o primeiro-ministro.

Para tentar compreender o impacto que esta medida terá no bolso do portugueses, o ECO fez uma simulação com base na lista de 44 produtos através dos site dos dois maiores retalhistas com maior quota de mercado em Portugal: o grupo Sonae e o grupo Jerónimo Martins, dono do Pingo Doce. Como critério, foram utilizados, sempre que possível, os produtos de marca da respetiva insígnia. Importa sublinhar que entre as duas listas há por vezes ligeiras diferenças na quantidade e no tipo de produto, dado que nem sempre é possível ter exemplos iguais.

Novilho para estufar pode custar menos 60 cêntimos

Atualmente, um cabaz destes 44 produtos no Continente custa 116,92 euros. Já com a isenção do IVA (e considerando que à exceção do óleo alimentar todos os produtos incluídos tem IVA a 6%), o mesmo cabaz ficaria por 109,75 euros. Contas feitas, a medida traduzir-se-á numa poupança de 7,17 euros.

No que toca ao supermercado Continente, o impacto é, sobretudo, sentido nas carnes, peixes e gorduras. Entre os produtos analisados, a maior poupança observa-se na carne de novilho para estufar: um quilo de carne de novilho para estufar custa atualmente 9,99 euros, mas sem IVA custaria 9,39 euros, isto é, menos 60 cêntimos.


Seguem-se os bifes de peru, cujo preço por quilo (kg) passaria de 7,99 euros para 7,51 euros (menos 48 cêntimos), o quilo da dourada que passaria de 5,99 euros para 5,63 euros (menos 36 cêntimos), o bacalhau desfiado, cuja embalagem de 500 gramas passaria de 5,49 euros para 5,16 euros (menos 33 cêntimos) e as bifanas de porco, cujo preço/kg passaria de 5,39 euros para 5,07 euros (menos 32 cêntimos).

Já o preço por kg de carapau passaria de 4,99 euros para 4,69 euros (menos 30 cêntimos), um melão (com 2,4 kg) passaria de 4,78 euros para 4,49 euros (menos 29 cêntimos), um litro de óleo passaria de 2,19 euros para 1,91 euros (menos 28 cêntimos), uma embalagem de 1kg de sardinha congelada passaria de 4,49 euros para 4,22 euros (menos 27 cêntimos) e uma garrafa de azeite de 75 cl, que custa atualmente 4,19 euros passaria a custar 3,94 euros (menos 25 cêntimos). Contas feitas, só nestes 10 produtos a poupança seria de 3,48 euros, isto é, quase metade do valor estimado para a poupança do cabaz integral.

Carne e peixe ocupam pódio da poupança

Já no que toca ao Pingo Doce, um cabaz deste 44 produtos custa atualmente 111,34 euros. Contudo, considerando a isenção do IVA, o mesmo cabaz custaria 104,49 euros, de acordo com os cálculos do ECO. Isto significa, portanto, uma poupança de 6,85 euros.

No retalhista da Jerónimo Martins, a poupança é sentida essencialmente na carne, peixe e óleo. À semelhança do Continente, a poupança pode atingir os 60 cêntimos quando falamos na carne de vaca. Um quilo de hambúrgueres passa de 9,92 euros para 9,32. Ainda na carne, segue-se um quilo de bifes de peru embalados: o preço passa de 7,49 euros para 7,04 euros (uma poupança de 45 cêntimos).

Em terceiro lugar, o produto onde mais se pode poupar é a dourada. Um quilo deste peixe irá custar menos 42 cêntimos (passando de 6,95 euros por quilo para 6,53). A mesma poupança é sentida num quilo de sardinha congelada (cujo preço passa de 6,99 euros para 6,57). Na lista de maiores poupanças entra também meio quilo de bacalhau desfiado, que passa de 5,49 euros para 5,16 euros (uma poupança de 33 cêntimos), e o óleo vegetal: um litro passa de 2,49 euros para 2,17 (menos 32 cêntimos).

Já o preço por quilo das bifanas de porco passará de 5,19 para 4,88 (menos 31 cêntimos). Num quilo de carapau a poupança é menor: 30 cêntimos (com o preço a ir de 4,99 euros para 4,69). Na lista de produtos mais baratos também se inclui a batata e o melão. Três quilos de batata passam de 3,79 euros para 3,56 (menos 23 cêntimos) e um melão com 1,85 kg passa de 3,68 euros para 3,46 (menos 22 cêntimos). No total, nestes dez bens a poupança pode ir até aos 3,60 euros, isto é também quase metade da poupança estimada para o cabaz total.

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Proposta de lei sobre IVA zero debatida esta quarta-feira no parlamento

  • Lusa
  • 28 Março 2023

Os partidos vão poder apresentar propostas de alteração na especialidade até ao final de sexta-feira,

A Assembleia da República vai debater na quarta-feira a proposta de lei que reduz para 0% a taxa de IVA aplicada num conjunto de alimentos e decidiu que os partidos poderão apresentar propostas de alteração na especialidade.

O agendamento foi decidido na reunião extraordinária da conferência de líderes que decorreu esta quarta-feira e anunciado aos jornalistas no final pela porta-voz, a deputada socialista Maria da Luz Rosinha.

Na agenda do plenário da Assembleia da República estava prevista para quarta-feira uma interpelação ao Governo proposta pelo Bloco de Esquerda sobre “preços abusivos de bens essenciais e empobrecimento da população”, que já não se irá realizar.

A porta-voz da conferência de líderes indicou que “houve um entendimento” que o BE será o primeiro partido a colocar perguntas ao Governo.

Os partidos não poderão arrastar projetos para o debate de quarta-feira, mas vão poder apresentar propostas de alteração à proposta de lei do Governo até ao final da tarde de sexta-feira, para serem discutidas em sede de especialidade, indicou também a deputada Maria da Luz Rosinha.

A votação na generalidade da proposta de lei que isenta de IVA um conjunto de alimentos decorrerá na sexta-feira, no período de votações regimentais, acrescentou.

Também em declarações aos jornalistas no final da reunião, o líder parlamentar do BE indicou que, tendo “o Governo apresentado no início desta semana uma proposta de lei que visa baixar o IVA de alguns bens do cabaz de bens essenciais, e tendo dito que queria dar prioridade a esse processo para baixar o custo desses bens”, o seu partido deu “a anuência para que fosse alterada a agenda do dia de amanhã [quarta-feira]”.

Pedro Filipe Soares afirmou também que “as medidas do Governo não estão à altura do momento” que o país atravessa e defendeu que “baixar o IVA sem controlar preços é garantir que os abusos da grande distribuição continuam a acontecer”. “Nós iremos ao debate confrontando o Governo com as limitações da sua proposta, que o próprio Governo desvalorizou há semanas atrás, mas entregaremos até ao final da semana propostas de alteração que visam controlar, limitar, os abusos da grande distribuição através do controlo de preços desses bens essenciais”, anunciou.

Também o PAN anunciou que irá entregar proposta de alteração à proposta de lei do Governo, no sentido de incluir nos alimentos com IVA zero, por exemplo, o “lei vegetal, os iogurtes vegetais ou o tofu”. A porta-voz e deputada única alertou que as pessoas que optam por uma dieta vegetariana ou tem intolerâncias alimentares ficam “de fora destes apoios”, o que “deveria estar acautelado nesta proposta”.

Inês de Sousa Real indicou que vai propor igualmente que esta medida de aplicar uma taxa de IVA de 0% a um conjunto de alimentos esteja em vigor “até pelo menos ao final do ano”, que haja “mecanismos de fiscalização para garantir que assim chega efetivamente ao apoio às famílias” e que também a alimentação para animais de companhia tenha IVA reduzido.

O deputado do Livre anunciou igualmente que vai propor alterações ao diploma do Governo, considerando que a descida do IVA não for acompanhada pela “constituição de um verdadeiro gabinete de crise com Ministério das Finanças, Ministério da Economia e Ministério da Agricultura e se não for acompanhado da realização de reuniões periódicas para fazer o seguimento das medidas e para garantir que há uma descida de preços e, acima de tudo, que essa descida não é momentânea, que se mantém, nesse caso estas medidas têm uma grande probabilidade de falhar”.

E defendeu a realização de reuniões periódicas com “todos os interessados, produtores, distribuidores, consumidores e trabalhadores para fazer o seguimento das medidas”, além da recolha de informação por parte do gabinete de planeamento do Ministério da Agricultura e do observatório de preços anunciado pelo Governo que permita “em determinados produtos, se necessário, introduzirem limitações às margens de lucro”.

(atualizado às 19h55 com mais informação)

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Novabase avança com OPA sobre 20% do capital da empresa

  • ECO
  • 28 Março 2023

A Novabase registou esta terça-feira uma oferta de 4,85 euros por ação para adquirir até 20% do capital que ainda não controla da empresa. A operação decorre até 18 de abril.

A CMVM registou esta terça-feira a operação pública de aquisição (OPA) da Novabase NBA 1,28% sobre até 20% do capital da empresa que ainda não controla, que exigirá um investimento até 30,5 milhões de euros por parte da tecnológica nacional.

A proposta agora registada no regulador do mercado decorre do anúncio preliminar da oferta que decorreu entre 17 de agosto de 2022 e 13 de fevereiro deste ano.

A oferta é parcial e voluntária, e decorrerá ao longo das próximas três semanas, entre a sessão de amanhã da Euronext Lisboa e a sessão de 18 de abril de 2023.

“Num contexto de enorme incerteza, e sendo certo que demorará mais tempo do que antecipado para a Novabase atingir os objetivos que haviam sido definidos, considerando o balanço da empresa, o Conselho de Administração aprovou a presente oferta, criando uma oportunidade adicional de remuneração para os acionistas”, refere a empresa no prospeto da operação.

A oferta da Novabase pressupõe a remuneração de 4,85 euros por ação, que corresponde “um prémio por ação de cerca de 4% sobre o preço mais alto pago pela Oferente e Sociedade Visada nos seis meses imediatamente anteriores à data de publicação do anúncio preliminar”, lê-se no prospeto da OPA.

Além disso, a Novabase reforça ainda que o preço oferecido é também 21,5% superior à média ponderada da cotação dos últimos seis meses anteriores à data de publicação do anúncio preliminar. As ações fecharam esta terça-feira a cair 1,26% para 4,69 euros.

No prospeto da oferta, a Novabase sublinha ainda que esta oferta destina-se a permitir aos acionistas da empresa tecnológica “a alienação, em condições de igualdade, de parte das ações por si detidas, as quais serão extintas com a correspondente redução do capital”.

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Folhetos dos retalhistas influenciam um quarto das decisão de compra

Quando se trata de adquirir um produto, o que mais conta para os consumidores é o preço e/ou a promoção (69%), a disponibilidade de stock (35%) e a conveniência (28%).

As compras por impulso diminuíram, crescendo as aquisições por necessidade. Entre os fatores que influenciam a decisão de compra encontra-se a publicidade – sobretudo os folhetos dos retalhistas -, que influenciam 24% das decisões.

Estes dados foram avançados pela GfK na 27.ª conferência “GfK Tech Market Insights’23”, onde foram apresentadas as tendências verificadas em 2022, depois de ter sido analisado o comportamento dos mercados de Tecnologia e de Bens de Consumo em Portugal e na Europa.

Segundo o estudo, na Europa, a diminuição das compras por impulso e o aumento das aquisições por necessidade sentiu-se sobretudo nos bens de informática de consumo, numa diminuição de 8% face ao período homólogo.

Nesta área a maioria (51%) das compras foram para a substituição de aparelhos estragados, enquanto 26% das compras foram para um upgrade de um equipamento funcional. A compra de um primeiro produto representou 10% das compras e 13% foram as compras de um produto adicional.

Na tomada de decisão de compra, os consumidores são influenciados por diversos fatores, destacando-se a publicidade, sobretudo os folhetos dos retalhistas (24%). A comparação de preços online – medida mais usada em Portugal do que em outros países analisados (21% vs 15%) – e as recomendações do staff em loja (6%) são outros fatores em destaque.

Quando se trata de adquirir um produto, o que mais conta para os consumidores é o preço e/ou a promoção (69%), a disponibilidade de stock (35%) e a conveniência (28%).

Após a compra, 40% dos consumidores admite ter gasto mais do que o planeado, sendo que os portugueses destacam-se ligeiramente neste campo com uma taxa de 42%.

Com 39% das vendas a realizarem-se online e 61% em lojas físicas foi ainda notório um desacelerar do comércio eletrónico na Europa em 2022.

Outra tendência entre os consumidores europeus é a de a optar mais por produtos premium, sendo que 47% dos participantes no estudo prefere ter bens em menor quantidade mas com maior qualidade.

Muitos dos produtos premium – especialmente quando se tratam de grandes eletrodomésticos, como máquinas de lavar roupa ou frigoríficos – têm na base da sua escolha fatores como o consumo energético e o impacto ambiental. Similarmente, 73% dos consumidores considera fundamental as empresas tomarem medidas amigas do ambiente.

Em 2021 as vendas em promoções foram inferiores face a 2020, contudo, no último ano, as promoções atingiram novos máximos. No final de 2022, entre novembro e dezembro, a desaceleração da procura conduziu à necessidade de estímulo do mercado com ações promocionais.

Segundo as conclusões do estudo, pode-se esperar, em 2023, uma maior procura por produtos inovadores de necessidade no mercado dos bens tecnológicos de consumo, ao mesmo tempo que os consumidores vão ter orçamentos delineados e vão estar mais hesitantes em gastar.

“É, por isso, expectável um caminho lento de recuperação face aos valores dos anos anteriores, estratégias de promoções e preços equilibrados para atender à polarização. Prevê-se ainda uma tendência para a premiumização em categorias selecionadas, sendo que a força da marca e a inovação ainda desempenham papéis fundamentais“, antecipa a GFK em nota de imprensa.

Mesmo num contexto económico adverso, a faturação global do mercado Business to Consumer (BTC) permaneceu num nível superior a 2019 e 2020. Em parte isto deveu-se a um aumento de preços e a efeitos cambiais. No entanto o estudo destaca o regresso das promoções impulsionadas pela desaceleração do volume de vendas.

No caso português, o mercado de Bens Tecnológicos de Consumo atingiu o valor mais alto de sempre, faturando um total de 3.336 mil milhões, ou seja, mais 2,5% que no período homólogo. O maior crescimento foi registado na área das telecomunicações e dos eletrodomésticos, bens adquiridos sobretudo em lojas físicas.

Segundo os resultados do estudo, o consumidor vai ele próprio contribuir para a estabilização do mercado. As estratégias promocionais vão continuar a orientar os níveis de saturação e a pressão dos preços e o comportamento de “esperar para comprar” por parte dos consumidores vai aumentar.

Assim, apesar da evolução do mercado global se apresentar negativa em 2022 (-6%), a previsão é que este se situe entre os 0 e os 2%, em 2023. No caso de Portugal, estima-se uma estabilização dos valores de evolução, entre os 0 e os 3%, à semelhança do valor registado em 2022“, adianta-se em nota de imprensa.

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